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Fechamento de

Reservatórios de Rejeitos

Departamento de Engenharia de Minas


Escola de Minas
Universidade Federal de Ouro Preto
Ufop
Desativação de Reservatórios
de Rejeitos - Conteúdo
Projeto e operações de disposição de rejeitos
Questões sobre desativação de reservatório de rejeitos
Manejo do licor superficial
Reconformação do terreno e manejo das águas
superficiais
Descarga do licor e seu manejo no longo prazo
Projeto e construção de coberturas de reservatórios de
rejeito
Monitoramento
Projeto e Operações de Disposição
de Rejeitos
Rejeitos são materiais depositados usualmente como polpa
No caso de rejeitos finos, espessamento, pastas, tortas ou disposição a seco estão se
tornando métodos mais prevalecentes
Opções de disposição convencional de rejeitos incluem
contenções constituídas por aterros compactados (diques/barragens) utilizando
materiais de empréstimo ou estéril de mina
contenções constituídas por rejeitos em alteamentos pelo método de montante,
jusante e linha de centro
Lançamento de rejeitos
Rejeitos totais depositados por meio de espigotes resultando em segregação de
partículas ao longo de uma praia
Rejeitos ciclonados resultando num underflow com até 10% de finos e um overflow
de finos depositados separadamente
Grandes porções dos rejeitos depositados ficam em geral na condição saturada
A disposição controlada de rejeitos pode permitir evaporação superficial que reduz o teor
de umidade próximo à superfície no caso de disposição em ciclos (enchimento  espera
 enchimento ...)
Questões sobre Desativação de
Reservatório de Rejeitos
As características dos depósitos de rejeitos que precisam ser conhecidas
(obtidas) incluem textura (granulometria), poropressões, resistência ao
cisalhamento – perfis obtidos através de piezocones são úteis para essas
informações
O manejo da umidade superficial feito com critério durante as operações
auxiliam (facilitam) em muito os trabalhos de desativação da área
O manejo das água superficiais de modo a controlar o escoamento de
montante
Reconformação da superfície do reservatório de rejeitos de modo a
eliminar acumulação de água; a menos que sejam tomadas medidas para
limitar infiltração ou que esta seja aceitável no longo prazo
Descarga do licor presente no vazios do rejeito dependente do tempo tanto
em termos de quantidade como de qualidade após o fechamento, e o
manejo dessa drenagem
O projeto da cobertura e sua construção: traficabilidade da superfície do
reservatório de rejeitos
Manejo do Licor Superficial
É fundamental que se disponha um modelo validado de balanço de
água para estimar a quantidade de licor presente na superfície do
reservatório de rejeitos na época do fechamento
Caso seja esperado que esse licor superficial permanecerá, então
algumas medidas podem ser tomadas para sua eliminação como por
exemplo a técnica de evaporação forçada
Se o excesso de licor não pode ser evaporado então ele terá que ser
tratado antes da descarga, isto pode adicionar custos consideráveis
Desativação de um reservatório de rejeitos pode somente ser
iniciada uma vez que o licor superficial tenha sido removido de
modo que a superfície possa secar e permitir o movimento de terra
para recomposição do terreno e colocação de uma cobertura
No entanto, a presença de um espelho d’água permanente no topo do
reservatório de rejeitos é algo a ser considerado; essa solução pode
trazer consigo preocupações quanto à estabilidade das estruturas de
contenção no longo prazo
Recomposição do Terreno e
Manejo das Águas Superficiais
Para represamentos de rejeitos transversais a um talvegue, a descarga
acontece a partir da crista do barramento e se acumula à montante do
reservatório
A área da lagoa de decantação então se torna um ponto baixo do
reservatório e uma drenagem positiva através dos rejeitos somente pode ser
estabelecida se ela for preenchida (a menos que a desativação inclua um
espelho d’água permanente no topo do reservatório de rejeitos já
desativado)
A recomposição do terreno pode significar a movimentação de grandes
volumes de terra no final das operações
Uma economia significativa de recursos pode ser obtida se o ponto de
descarga dos rejeitos for posicionado ao final das operações para preencher
as áreas baixas; nesse caso o balanço de água deve ser rigoroso de modo a
evitar o galgamento (“overtopping”)
O estabelecimento de uma drenagem superficial positiva eliminará a
possibilidade de acumulação de água no topo do reservatório de rejeitos
Descarga do Licor e seu Manejo no
Longo Prazo
Quantidade do licor
A drenagem dos rejeitos é uma questão muito complexa consistindo
de uma série de processos (adensamento/ressecamento/dessaturação)
É lógico que a drenagem de longo prazo de um reservatório de
rejeitos desativado (com “liner”) precisa ser planejada
Se o reservatório de rejeitos tem revestimento de fundo então todo o
licor pode ser coletado
Se ele não tem, então o licor pode percolar pelo solo de fundação e
atingir o lençol freático e a coleta pode ter de ser realizada através de
poços interceptores
Inicialmente pode ser necessário retornar a descarga do licor à
superfície do reservatório de rejeitos ou produzir uma evaporação
forçada
No médio prazo pode ser possível evaporar o licor em lagoas ou
tanques revestidos
Descarga do Licor e seu Manejo no
Longo Prazo
Quantidade de licor (cont.)
No longo termo o licor pode sofrer um tratamento passivo
ou ser infiltrado
Observe que a quantidade de licor no longo prazo depende
do sucesso em se reduzir a infiltração superficial
Qualidade do licor
A qualidade química do licor depende da geoquímica dos
sólidos do rejeito como também dos reagentes usados na
extração do metal
Pode ser difícil prever a qualidade do licor no longo prazo;
um programa de monitoramento poderá ser necessário
Projeto e Construção de Coberturas de
Reservatórios de Rejeito
A infiltração de água de chuva e de águas superficiais pode ser
reduzida pela colocação de uma cobertura na superfície do depósito
de rejeitos
Diversas coberturas podem ser projetadas para realizar estes
objetivos em diferentes condições climáticas
As condições da superfície do reservatório de rejeitos controlará a
colocação da cobertura
Se ela estiver seca o suficiente com uma resistência ao
cisalhamento compatível a cobertura poderá ser colocada
diretamente em contato com superfície do depósito de rejeitos
Se a superfície estiver ainda úmida com baixa resistência ao
cisalhamento, poderá ser necessário a colocação de uma camada
de geotêxtil para ajudar a separar a cobertura dos rejeitos
Colocar solo superficial (“meio de crescimento”) no topo da
cobertura e revegetar
Monitoramento
Marcos (ou outros instrumentos) devem ser instalados na
superfície da cobertura para que se possa monitorar recalques
Monitorar a quantidade e qualidade do licor drenando dos
rejeitos (se possível)
Monitorar os poços a jusante do reservatório de rejeitos
Garantir qualidade na colocação/construção da cobertura
Realizar observações visuais do aterro compactado (ou a
contenção de rejeitos) e da cobertura para a análise de
estabilidade
Monitorar o sucesso do trabalhos de revegetação
Programa de Monitoramento
As barragens são monitoradas com relação à:

Nível d’água no interior do maciço:


piezômetros ou indicadores de N.A.
Vazão pelo dreno interno: medidores de vazão
(chapas triangulares, p.ex.)
Vazão pelo vertedouro
Deslocamentos: marcos de deslocamento
Plano de Inspeção
Inspeções frequentes por pessoal da companhia
– verificação de campo (check-list), com registro
em software específico;
Relatório anual (“Preparação para o período
chuvoso”), que indica necessidades de
manutenção;
Relatório anual do desempenho do sistema;
preparado por consultor externo;
Batimetria anual do reservatório.
Desativação de Barragens
Abandono x desativação
Desativação de barragens pode implicar em:
remoção do barramento e material contido no
reservatório
selamento do reservatório e construção de canal
periférico de drenagem
manutenção do reservatório e necessidade de
manutenção permanente
Em qualquer caso, maciço e dispositivos de
drenagem devem suportar eventos extremos
Critérios de Desativação
Eventos extremos
MCE – máximo sismo possível
PMP – precipitação máxima provável
Forças perpétuas
adoção de Fator de Segurança compatível
desempenho dos sistemas de drenagem,
selo, geomembrana
monitoramento/manutenção longo prazo
 Objective: fine and sandy tailings disposal
 Project: Bechtel, 1975
 Starter Dam Height: 70 m
 Raising for Upstream
 Current Datas:
 crest elevation: 910,0 m - 135 m of height;
 82,74 million ton of sandy tailing and 23,74 million ton of slime.
Slime Desiccation
Bays
 Germano Tailings Dam Management

 Monthly Inspections

 Piezometric Readings

 Management of the Tailings Discharge Points


 GERMANO TAILINGS DAM STABILITY ANALYSIS /1998

Safety Factor = 1,321


GERMANO BUTTRESS
TAILINGS DAM
 GENERAL VIEW
 CROSS SECTION

Final elevation: 920,0 m

Current elevation: 870,0 m

Initial elevation: 760,0 m


Downstream Slope

Upstream Slope
Superficial Drainage System
 STABILITY ANALYSIS - PROJECT

 Limit Water Level Position


3.

Safety Factor = 1,754


23

2. 2.
8 6

2. 2.
4 2 2.
2

2.
2.
6
(x 4
2 Enrocamento no dique
10 Y (t/m3) = 1.6
00 1.00 Coesão (t/m2) = 10
Phi = 40
) 0.95
Rejeito arenoso
0.90 Y (t/m3) = 1.6
Coesão (t/m2) = 0
1.754
Phi = 40 Diques Núcleo do Dique de Areia
Y (t/m3) = 1.8 Y (t/m3) = 1.8
0.85 Coesão (t/m2) = 2 Coesão (t/m2) = 0
Phi = 30 Phi = 40
0.80

0.75
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35 0.40 0.45 0.50 0.55 0.60 0.65 0.70 0.75 0.80 0.85 0.90 0.95 1.00
Seção Longitudinal (x 1000)
 STABILITY ANALYSIS - PROJECT

 Worse Water Level Position


2.
Safety Factor = 1,667 8
2.
6

2.
4
2.
2.
2
2
2 2
2.
1.
6
8

(x
10
1.00
00
) 0.95
Diques
Y (t/m3) = 1.8
0.90 Rejeito arenoso
Coesão (t/m2) = 2
Phi = 30
1.667
Y (t/m3) = 1.6 Enrocamento no dique
Coesão (t/m2) = 0 Y (t/m3) = 1.6
0.85 Phi = 40 Coesão (t/m2) = 10
Núcleo do Dique de Areia
Phi = 40
Y (t/m3) = 1.8
0.80 Coesão (t/m2) = 0
Phi = 40
0.75
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35 0.40 0.45 0.50 0.55 0.60 0.65 0.70 0.75 0.80 0.85 0.90 0.95 1.00
Seção Longitudinal (x 1000)
 STABILITY ANALYSIS
Barragem Germano Jusante
Análise de Estabilidade
Arquivo: BJ-820_1.slp
30/06/03
Método de análise: Spencer

Superfície de ruptura considerando freática durante lançamento


Alteamento na cota 820
Ruptura global Safety Factor = 1,822
Rejeito Aterro
peso específico = 1,8 t/m3 peso específico = 2 t/m3
coesão = 0,5 t/m2 coesão = 2,5 t/m2
ângulo de atrito = 35 ângulo de atrito = 38

Ele 1.832
vaç
ão
920
(m)
900

880
860

840
820
Barragem Germano
800
780

760
740
100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
DESICCATION OF SLIME
 TEST AREA/ DESICCATION STUDIES

Pumping System

Monitoring System for Data


Collection
 CRACKS ARRANGEMENT AFTER BEGINNING DESICCATION
PROCESS

After 5 days

After 8 days

After 22 days
 DESICCATION PROCESS
 DREDGE
 DESICCATION BAYS

Bay 1
Bay 2
Bay 3 Bay 4
Current View After Closure
Barragem da Mineração Rio Verde
Cava 1

Vista aérea – junho/2001 Vista aérea – março/2003


Cava 1
Reconformação Topográfica
e definição da drenagem da
Cava C1

DRENAGEM SUPERFICIAL
Pátio 1
Construção dos
Diques 2 e 3
Reabilitação Ambiental
Ruptura do Barramento por Abatimento da Fundação
Ruptura de Barragem por Evento
Sísmico
Ruptura de Barragem por elevação
do Nível d’Água (NA)
Ruptura de Barramento por
Galgamento
Ruptura de Barramento por Piping
Ruptura de Barramento por
Alteamento Excessivo
Fluxo de Escoamento de Rejeitos
Ruptura do Barragem de Rejeitos
de Stava
São Bento Mineração

Barragem de
Rejeitos
São Bento Mineração

Reabilitação da Barragem
Tratamento
do Efluente
Água de
Água da Reciclo da
Barragem barragem

Rio
Conceição

Canal de
Efluente
Reabilitação da Barragem
São Bento Mineração

Reabilitação da Barragem
São Bento Mineração

Reabilitação da Barragem
São Bento Mineração

Reabilitação da Barragem
São Bento Mineração

Reabilitação da Barragem
São Bento Mineração

Reabilitação da Barragem
Conclusões
Nenhuma barragem pode ser considerada estável em longo prazo
É possível construir barragens estáveis em longo prazo
Muito conhecimento pode ser obtido de estruturas antigas e
naturais
O aspecto mais desafiador no projeto de longo prazo de um
barramento de rejeitos está nos aspectos não técnicos
Critérios de estabilidade em longo prazo exigem pesquisas nas
seguintes áreas:
Erosão interna
Mudanças nas propriedades dos materiais em longo prazo
Efeito do gradiente hidráulico na estabilidade do talude
Interação entre rejeito, material de campeamento e fundação
Erosão externa
Pontos de escoamento

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