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noções de base sobre cooperativismo

CONTEÚDOS

• Um pouco da historia do cooperativismo

• Conceitos
1.

• Diferenças Cooperativa/associação
2

• Funcionamento das cooperativas /Acto cooperativo

• Constituição de cooperativas
3
Um pouco da historia do cooperativismo

•O cooperativismo, enquanto movimento


associativo, mas também como movimento teórico e
doutrinário, surgiu na passagem do século XVIII
para o século XIX, num contexto de lutas, de
resistências e de oposição dos trabalhadores ao
capitalismo industrial que se desenvolvia na Europa
naquele período.
Sociedade Cooperativista: Histórico:

•Na Inglaterra, na época da Revolução Industrial, existiam muitas


fábricas cheias de operários carregados de problemas e
necessidades, pois enquanto as fábricas prosperavam, os operários
viviam quase na miséria: muitas horas de trabalho, salário muito
baixo, desemprego, fome, etc. Em meio a todos estes problemas,
alguns operários resolveram se reunir para procurar uma solução e
sentiram que só através da cooperação poderiam sobreviver à crise.
Através da União de 28 tecelões (operários), foi criado um pequeno
armazém cooperativo de consumo: a “Sociedade dos Equitativos
Pioneiros de Rochdale”. Ali foi lançada a semente do Cooperativismo,
em Rochdale, 1844.
• Esta sociedade, a primeira constituída com os termos e
estrutura das cooperativas atuais, foi se expandindo
rapidamente, com um número cada vez maior de sócios
e um capital crescente, de tal forma que a sua área de
atuação fosse ampliada, fazendo com que ela partisse
para diversos outros segmentos e ramos de atividade.
OS PIONEIROS DE ROCHDALE
CONCEITO

• De acordo com a Lei Moçambicana, Lei 23/2009 de 28 de Setembro, Artigo 2


(Noção): “as cooperativas são pessoas colectivas autónomas, de livre
constituição, de capital e composição variáveis e de controlo democrático, em
que os seus membros obrigam-se a contribuir com bens e serviços para o
exercício de uma actividade económica, de proveito comum, através de acções
mútuas e mediante partilha de risco, com vista a satisfação das suas
necessidades e aspirações económicas e um retorno patrimonial
predominantemente realizado na proporção de suas operações.”
Outros conceitos

• Cooperativa é um agrupamento (associação) autónomo


de pessoas que se unem voluntariamente, para
satisfazer desejos e necessidades económicas e sociais
comuns, por meio de um empreendimento (empresa) de
propriedade coletiva e democraticamente gerido”.
Outros conceitos

• De acordo com a OCB (2014a). “Cooperativa é uma associação autônoma


de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e
necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma
empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida”.
Outros conceitos

• As várias definições avançadas legalmente têm por


cooperativa, o contrato de sociedade celebrado entre
pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com
bens ou serviços para o exercício de uma actividade
económica, de proveito comum, sem objectivar o lucro e que
se distinguem das demais sociedades, pelos seus princípios
O que é Cooperativismo?

• Cooperativismo é um movimento, uma doutrina,


uma filosofia de vida e modelo socioeconómico
capaz de unir o desenvolvimento económico e o
bem-estar social.

• Seus referenciais fundamentais são: participação


democrática, solidariedade, independência e
autonomia.
O COOPERATIVISMO É ENTÃO, UM MODO, UMA FORMA DE
FAZER NEGÓCIOS COLECTIVAMENTE, DE FORMA INCLUSIVA E
JUSTA. É ACREDITAR QUE SIM, NÓS PODEMOS JUNTOS
CRESCER, MELHORAR NOSSAS VIDAS E VENCER.
ATUMANE/2020
MODELOS DE SOCIEDADES COOPERATIVAS

• Schulze – Delitzsch
• Raiffeisen
• Haas
• Luzzatti
• WollemBorg
• Desjardins
Schulze – Delitzsch:

• As cooperativas de crédito Schulze-Delitzsch surgiram


por volta do ano 1849. Foram idealizadas por Hermann
Schulze (1808- 1883), magistrado nascido em Delitzsch,
que fundou bancos populares entre os artesãos e foi o
autor do projeto que serviu de base à elaboração do
primeiro Código Cooperativo, promulgado em 27 de março
de 1867, na Alemanha. Schulze entendia que a associação
é o meio encontrado pela sociedade para atuar de forma
eficaz em setores que o Estado não consegue atingir.
Modelo Schulze – Delitzsch
Características:

• a) Não é associação classista, sendo permitida a participação de todas as


categorias econômicas; todavia, dirige-se mais especificamente à classe média
urbana;
• b) O capital da sociedade é constituído através de quotas-partes integralizadas
pelos associados, no princípio self-help;
• c) há a constituição de fundo de reserva geralmente limitado a dez por cento
do capital subscrito;
• d) distribuição dos ganhos entre os sócios sob a forma de dividendo;
• e) responsabilidade solidária e ilimitada dos sócios pelos negócios da entidade.
Modelo Raiffeisen:

• Foram idealizadas por Friedrich Wilhelm Raiffeisen (1818-1888) entre os


anos de 1847 e 1848 como sociedade de auxílio-mútuo para atender às
necessidades dos agricultores da região de Flammersfeld, Alemanha.
• Em 1854,Raiffeisen fundou outras sociedades em Heddesford, que
posteriormente foram substituídas por cooperativas de crédito e cujo
sucesso resultou na fundação de entidades semelhantes em outras
localidades. As cooperativas de crédito do tipo Raiffeisen fundamentam-
se no princípio cristão de amor ao próximo e, embora adotem a ajuda
mútua, admitem auxílio de caráter filantrópico.
Raiffeisen - Características:

• a) Responsabilidade solidária e ilimitada quanto aos


negócios realizados pela sociedade;
• b) Grande valorização da formação moral do associados;
• c) Não remuneração dos dirigentes da sociedade;
• d) Não distribuição de retorno;
• e) Defesa da idéia de organização de um banco central
para atender às necessidades das cooperativas de crédito.
Modelo Haas

• As cooperativas do tipo Haas foram inspiradas pelos dois modelos alemães


citados anteriormente, representando mais uma transição entre ambos. Foram
idealizadas por Wilhelm Haas (1838-1913) com o intuito de consolidar a
independência dos agricultores. Segundo ele, a cooperativa de crédito é capaz de
obter, mediante o auxílio-mútuo, aumento do crédito agrícola, compra em comum
de maquinaria e ferramentas a serem empregadas na agricultura, seguro agrícola,
melhoria na qualidade e redução dos preços dos produtos, maior rapidez na
exploração e transformação dos produtos agrícolas, entre outros benefícios.
• Haas não se preocupava com os aspectos éticos e cristãos da entidade
cooperativa, interessando-lhe apenas o seu caráter econômico
Luzzatti:

• As cooperativas do tipo Luzzatti, os chamados bancos populares,


foram idealizadas por Luigi Luzzatti, político, escritor e
professor universitário, publicou, em 1863, A difusão do crédito
e o Banco Popular, obra em que expôs suas idéias a respeito do
cooperativismo de crédito.
• Os bancos populares Luzzatti adotavam o princípio do self-help,
mas admitiam ajuda estatal sob a forma de suporte, até que a
sociedade fosse capaz de assumir por sua própria conta e risco
todas as responsabilidades do negócio.
Luzzatti - Características:

• a) valorização das qualidades morais dos associados e


fiscalização recíproca a fim de criar em favor da
entidade um ambiente de confiança e idoneidade moral;
• b) concessão de empréstimo através da palavra de
honra;
• c) não remuneração dos administradores.
Porque uma cooperativa
1. Considerações gerais

• A cooperação é um processo utilizado desde a origem da vida


na terra, tanto pelo Homem como também por outros seres
vivos, em momentos ou sempre que se torna difícil a solução
de problemas de forma individualizada. Podemos reparar que
mesmo os leões tidos reis da selva, organizam-se para caça
colectiva.
Benefícios da Cooperação e relações de apoio mútuo

• O termo, cooperativa provem da cooperação.


Portanto, é bom discutirmos e tentar compreender
a cooperação e seus benefícios.

• A cooperação é entendida como uma acção (ou


actuação) consciente e combinada entre indivíduos
ou grupos de pessoas com vista a um determinado
fim. Nestes termos, um grupo de pessoas busca
encontrar respostas e soluções comuns, e ainda,
resultados que satisfazem a todos envolvidos.
Benefícios da Cooperação e relações de apoio mútuo
OS BENEFICIOS DA COOPERACAO

Figure 1: O rei da selva, sozinho não consegue enfrentar búfalos unidos (B)
Porque a cooperativa?

• Basicamente o que se procura ao organizar uma Cooperativa é


melhorar a situação econômica de determinado grupo de
indivíduos, solucionando problemas ou satisfazendo
necessidades comuns, que ultrapassem a capacidade de cada
indivíduo, satisfaze-los ou resolve-los isoladamente.
• A Cooperativa é então, um meio para que um determinado
grupo de indivíduos atinja objetivos específicos, através de um
acordo voluntário para cooperação recíproca na realização dos
seus sonhos e iniciativas económicas e sociais
Porque a cooperativa?
Vantagens do cooperativismo – negócios cooperativos
Destacam-se as seguintes vantagens

1. Viabiliza iniciativas empreendedoras individuais,


agregando valor e reduzindo custos

2. Ser dono e usuário de seus próprio negócio

3. Participar das decisões – opinar, decidir e cumprir suas


próprias decisões

4. Participar da gestão e dos benefícios do negócio


colectivo mediante essa participação
Vantagens do cooperativismo

5. O cooperativismo é um instrumento capaz de evitar o


marasmo económico e social, principalmente das áreas rurais,
vitimadas especialmente por um ambiente económico marcado
por forte competitividade;

6. A melhor forma de gerir negócios inclusivos em que todos os


membros participam e tem o mesmo poder de decisão e pautam
pelos princípios da Boa Governação;

7. A forma mais justa e motivadora de distribuir os


Rendimentos e Ganhos, sendo estes proporcionais ao esforço e
trabalho de cada Membro;
Vantagens do cooperativismo

8. Reduzir o custo em toda cadeia de produção por forma


a tornar os custos de produção acessíveis e o preço de
venda competitivo;

9. Ter espaço para discutir nossos problemas e buscar


nossas próprias soluções economicas e sociais;

10 . Contribuir para o desenvolvimento económico e


social no local aonde a empresa cooperativa está
implantada
Símbolos do
Cooperativismo
1. Pinheiro

Antigamente o pinheiro era tido como o


símbolo da imortalidade e da fecundidade,
pela sua sobrevivência em terras menos
férteis e pela grande facilidade na sua
multiplicação
2. Círculo

• O círculo representava a vida eterna, pois


não tem horizonte final, não tem começo
nem fim.
3. As Cores
• O Verde -escuro das árvores lembra o
princípio vital da natureza e o futuro,

O amarelo-ouro simboliza o Sol, fonte


permanente de energia e calor.
Somando-se estas figuras, nasce o emblema do
COOPERATIVISMO: Um círculo abraçando dois
pinheiros, para indicar a união e coesão do
movimento, a imortalidade e eternidade de seus
princípios, a fecundidade de seus ideais, a
vitalidade e energia de seus adeptos.
Actual bandeira do cooperativismo,
adotada a partir de 2001

Bandeira — que leva as cores do


arco-íris constitui o símbolo
internacional do cooperativismo,
aprovado pela Aliança Cooperativa
Internacional (ACI).
DIFERENÇAS ENTRE COOPERATIVAS,
ASSOCIAÇÕES E EMPRESAS COMERCIAIS

A B C
DIFERENÇAS ENTRE COOPERATIVAS, ASSOCIAÇÕES E
SOCIEDADES POR QUOTAS

• E importante distinguir associação com a cooperativa pois, os


dois tipos de organização se baseiam nos mesmos princípios
doutrinários e, aparentemente, buscam os mesmos objectivos.
A diferença essencial está na natureza dos dois processos.

• Sim, todas unem pessoas com problemas/objectivos comuns


Repare-se que, universalmente:

a. As associações são organizações que têm


por finalidade:

b. Assistência social/actividades filantrópicas,


educacionais e culturais (ex. : apoio social a
pessoas desfavorecidas, educação
cívica/ambiental, actividades desportivas e
culturais);
c. Defesa de interesses de classe (ex. :
professores, enfermeiros,
comerciantes/CTA/classe empresarial;

d. Representação política (ex. : partidos políticos)


Ora esta

e. Na associação, os associados não são


propriamente “donos” do património que a
sua organização detém.
f. O património acumulado pela associação em
caso da sua dissolução, deverá ser
destinado à outra instituição semelhante ou
ao Estado, conforme determina a lei e os
ganhos eventualmente auferidos pertencem
à sociedade e não aos associados.
2.E as cooperativas têm finalidade essencialmente económica.

• Seu principal objectivo é o de viabilizar o


negócio produtivo de seus membros,
mediante prestação de serviços (assistência
técnica e social).

• Os membros estão ligados através de suas


actividades económicas individuais e
através da cooperativa buscam facilidades
e melhores vantagens no mercado.
COOPERATIVA SOCIEDADE/QUOTA
ASSOCIAÇÃO
É uma sociedade de pessoas e suas É uma sociedade de pessoas e É uma sociedade de
ideias suas ideias capitais
Objectivo: actividades de O objectivo principal é a
assistência social (filantrópicas), prestação de serviços para
Objectivo principal é o
educacional, cultural, representação viabilizar negócios dos
lucro
política e defesa de interesses de membros. A cooperativa em si
classe não objetiva o lucro
Controle democrático – uma pessoa Controle democrático – uma Cada acção representa um
= um voto pessoa = um voto voto
Assembleias: quórum é baseado no Assembleias: quórum é baseado Assembleias: quórum com
número de associados no número de cooperantes base no número de acções
Gera excedentes que retornam
Distribuição de lucros
Não gera excedentes aos cooperados segundo a
segundo o capital
contribuição de cada um.
• Em geral (no mundo inteiro) uma associação,
dificilmente é vista dentro do contexto
comercial, facto que constrange as instituições
financeiras e tributárias, na realização ou no
desenvolvimento comercial da mesma, pois esse
não é o seu escopo, nem deve ser confundida em
parte alguma.
CONSTITUIÇÃO DE COPERATIVAS

• O COMEÇO TAMBEM CONTA

Não importa que tenhamos dados estatísticos bem gordos em nossos relatórios
sobre cooperativas, importa sim, o que elas são capazes ou o que elas fazem,
como elas estão ajudando seus membros a vencer na vida, facilitando e
resolvendo uma série de suas necessidades económicas e sociais, através da
cooperativa.
Atumane/2020
1. FORMA DE CONSTITUIÇÃO E REGISTO

• As cooperativas constituem-se através de um contrato de


sociedade que pode ser celebrado por documento escrito e
assinado, pelo menos pelo número mínimo de membros exigidos
(5), com assinatura reconhecida na autoridade competente
(artigo 10 da Lei das cooperativas)
2. NÚMERO MÍNIMO PARA CONSTITUIR COOPERATIVA

• O artigo 11 da Lei das cooperativas (Lei 23/2009) estabelece


que o número de membros é variável e ilimitado, não podendo
ser inferior a cinco nas cooperativas de primeiro grau. Nas
cooperativas de segundo grau o número mínimo exigível é de
dois.
3. REGISTO

• As cooperativas estão sujeitas ao registo na conservatória


do Registo das Entidades Legais e somente adquirem
personalidade jurídica com o registo da sua constituição e
produzem efeitos para terceiros após publicação no Boletim
da República (BR) dos seus estatutos (artigo 14 da Lei das
cooperativas)
• Observamos que há diferenças notáveis entre as associações,
cooperativas e sociedades de capitais.
• As três são realidades diferenciadas e independentes, não só
juridicamente como em termos de organização e prossecução económica
e social dos objectivos – nenhuma substitui a outra.
• De destacar que no geral (no mundo inteiro) uma associação, dificilmente
é vista dentro do ambiente comercial, facto que complica as instituições
financeiras e tributárias, na realização ou no desenvolvimento comercial
da mesma, pois esse não é o seu objectivo (não deve ser confundida
alguma forma).
•.
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Procedimentos básicos para a constituição de uma
cooperativa
• Constituir uma cooperativa é criar uma empresa que passa a servir aos
cooperados. A cooperativa deve corresponder a real vontade e interesse
dos seus membros. Eles (membros) devem tomar tal decisão, conscientes
das suas vantagens e das responsabilidades que este tipo de organização
oferece

• Para se criar uma cooperativa são necessários vários encontros de


concertação de ideias, avaliação do interesse e das expectativas dos
potenciais membros. Os interessados devem verificar todas as condições
para a criação da cooperativa, mesmo que seja assistida por um
conselheiro/facilitador externo (instituições publicas ou
privadas/ONGs/igrejas, etc.). O importante é que os membros assumam
como donos (apropriação), e corresponda as suas necessidades reais.
•A cooperativa se constitui com a realização da
Assembleia-Geral Constituinte. Nesta assembleia, os
interessados tomam a decisão de criar a sua organização
e aprovam uma série de regras que vão orientar a sua
gestão e funcionamento (os estatutos ).
A cooperativa se funda com a realização da assembleia
constituinte e a aprovação dos estatutos é o acontecimento mais
importante, pois, representa a própria aceitação e o

Mas
compromisso dos membros em relação aos objectivos comuns, é a
própria celebração do contrato social…
 
Acontece frequentemente, correr-se para fazer reconhecimento
de estatutos e registo das cooperativas, sem a realização da
assembleia constituinte que aprova os estatutos. As vezes, o
estatuto (o contrato de sociedade) é elaborado com apoio técnico
de parceiros, mas não é suficientemente discutido com seus donos
para se apropriarem dele – são corta-matos perigosos para a vida
cooperativa. É DESACONSELHÁVEL!
Tratando-se de criar uma empresa colectiva, a reunião de
constituição da cooperativa deve ser bem preparada devendo, os
interessados, verificar as condições mínimas necessárias para que
a cooperativa seja viável.

Os encontros de preparação devem esgotar o seguinte:


• Discutir bem sobre os objectivos que pretendem alcançar
com a criação da cooperativa
• Avaliar o nível de interesse e expectativas dos potenciais
membros
E ainda reflectir sobre:

 A viabilidade da cooperativa e das actividades dos membros, sua capacidade


de participar da cooperativa – se o volume de negócios é suficiente para que
os cooperados tenham benefícios?
 Se cooperativa é a solução mais adequada e se os interessados estão
dispostos a cooperar?
 Os membros estão em condições de subscrever o capital necessário ao
arranque e funcionamento da cooperativa?
 Os membros devem estar cientes de que uma participação no capital
não é apenas um acto simbólico, mas para criar condições para
arrancar e estabilizar a cooperativa.
 As condições de administração/gestão da cooperativa – contratar
pessoal externo (qualificado) para administrá-la, como um gerente ou
contabilista?
 Determinar o objecto (Razão Social) e o nome da cooperativa
 Escolher ou criar uma comissão instaladora que trabalhará na
elaboração da proposta dos estatutos (consultando os membros e
parceiros) e preparar a realização reunião de constituição
DESENROLAR DA ASSEMBLEIA DE CONSTITUIÇÃO DA COOPERATIVA

Os principais conteúdos da assembleia de constituição são:


a) Faz-se abertura e introdução pela comissão instaladora;
b) Eleição de membros para compor a mesa da assembleia (para dirigir a
reunião)
c) A comissão instaladora apresenta um pequeno informe de actividades
realizadas na preparação da assembleia, dificuldades, lições e ideias
chaves sobre como avaliaram a possibilidade de criar a cooperativa;
d) Comissão instaladora apresenta um esboço da viabilidade da cooperativa
que ajudara na ideia relativa ao capital social e avaliação de pressupostos
chaves sobre a sua viabilidade.
e) Aprovação dos estatutos:
 Leitura dos estatutos devendo se dar todos esclarecimentos, parágrafo por
parágrafo
 Os presentes discutem e propõem sugestões de emendas ao Estatuto
 As emendas colocadas em votação e aprovadas são incluídas na proposta de
Estatuto
 Votação do Estatuto pelos membros presente ou delegados /aprovação ou
(reprovação) dos estatutos apos emendas

f) Eleição dos membros para assumir postos de liderança nos órgãos sociais
 Definir os critérios ou regras para eleição dos membros que vão assumir postos
de lideranças nos órgãos sociais conforme definido nos estatutos
 Constituir uma pequena equipa para orientar a votação – convidar pessoas
externas é sempre bom para garantir transparência;
 Desejável que verificar as condições para se proceder com eleições livres
– um pessoal externo pode ajudar para a neutralidade e imparcialidade
 Proceder com a eleição;

 Tomam posse os elementos eleitos,

g) Podem discutir os passos a seguir, incluindo o processo de registo e plano


para uma assembleia extraordinária para aprovar o plano anual e
orçamento,

h) Elabora-se acta e os presentes assinam

i) E… mais…
•Nota:

•A comissão instaladora devera preparar um pequeno estudo de


viabilidade, pelo menos da actividade chave da cooperativa, solicitando
apoio de pessoas ou instituições parceiras, caso seja necessário.

•O estudo de viabilidade vai ajudar também, a definir o capital social


necessário para o arranque do funcionamento da cooperativa
Funcionamento de uma cooperativa

Muitas vezes se confunde o funcionamento de uma cooperativa com a


realização de certas actividades como comercialização, operacionalização
de equipamentos como moagem ou tractor em serviço. É certo que
realização de actividades é positivo e faz parte do funcionamento da
cooperativa. Mas pode ser que esteja a acontecer por conta de um grupo
minoritário de pessoas/membros, enquanto os restantes estão à margem
dos acontecimentos.
Funcionamento de uma cooperativa – continuação

• O facto encontrarmos uma moagem ou um tractor estar a


funcionar plenamente numa cooperativa é sinal de bom
funcionamento da cooperativa? Sim________ Não ________.
Porquê? ______________________
Funcionamento de uma cooperativa – continuação

Casos há em que a maioria não tem informação sobre o decurso das


actividades da sua cooperativa, não existe prestação de contas, os
membros não usam esses serviços e as actividades se desenvolvem
como sendo negócios privados/particulares.

O que pode acontecer se as coisas andam como se referiu a cima?


_____________________________
Funcionamento de uma cooperativa

O funcionamento de uma cooperativa está estritamente


relacionado com o pleno funcionamento dos órgãos sociais. Estes
são o garante da gestão democrática e transparente, elementos
essenciais para a construção da confiança e coesão, e contribuem
para envolvimento/integração dos membros na vida social e
económica da cooperativa.
Funcionamento de uma cooperativa

O funcionamento dos órgãos é caracterizado essencialmente pela


frequência das reuniões ordinárias e extraordinárias (AGMs, dos
conselhos de Direcção e Fiscal) e pela qualidade das decisões
tomadas, sua implementação e fiscalização. O funcionamento de
uma cooperativa é a participação/envolvimento dos membros em
todas actividades, incluindo nos processos de tomada de decisão.
MODELO DE ESTRUTURA – ORGAOS SOCIAIS DE UMA COOPERATIVA
Funcionamento de uma cooperativa – continuação

Um bom funcionamento das cooperativas está ligado a democracia


interna, que inclui eleições regulares, a prestação de contas, assim
como o exercício a participação efectiva dos membros que inclui
também o uso dos serviços da cooperativa exercendo o do acto
cooperativo. Sim, o acto cooperativo é a essência do
funcionamento cooperativo.
Funcionamento de uma cooperativa – continuação

Acto cooperativo
Acto cooperativo

• Uma das características que distingue as cooperativas de outras


organizações é facto da cooperativa ser uma empresa de participação.
• Na cooperativa o membro/cooperado tem obrigação e responsabilidade de
participar nas operações da cooperativa como usuário/cliente, e participar
das decisões como proprietário/dono.
• Essa dupla qualidade do membro/cooperado, de ser
cliente e proprietário ao mesmo tempo, dá uma
dimensão particular própria das empresas
cooperativas.

• Também se considera tripla qualidade como


apresentado na figura a baixo
DONO

COOPERATIVISTA
(MEMBRO)

CLIENTE FORNECEDOR
Nas empresas não cooperativas a pessoa se associa para participar dos
lucros, o foco são outras pessoas que vão usar os serviços ou comprar os
produto como clientes.
Nas empresas cooperativas a pessoa se associa para utilizar os serviços da
sociedade e não para obtenção de dividendos de capital
Como empreendimento comum, elimina o mercado entre a empresa
cooperativa e os cooperados, e esta relação é denominada “acto
cooperativo”.
(Artigo 6 da Lei Moçambicana das cooperativas)
Outra das características básica das cooperativas é de serem
organizações que não visam o lucro, pois os resultados obtidos por
elas, as sobras ou excedentes, não objetivam a remuneração do
capital. O objetivo por trás dos resultados obtidos pelas
cooperativas é a remuneração do trabalho dos seus cooperados.
O acto cooperativo é a essência do funcionamento dos negócios
cooperativos, de tal forma que o nr.3 do artigo 34 inclui como
elemento bastante para um membro ser excluído da cooperativa.
Os membros da cooperativa como donos e clientes ao mesmo tempo,
participam em diferentes formas:
• Participação na contribuição para o capital social (como donos), na
entrega de produtos ou na compra de insumos, etc. (como clientes);
• Participação nos processos de tomada de decisão da cooperativa – como
donos;
• Participação na partilha de excedentes obtidos pela cooperativa sob a
forma de reembolso com base na quantidade ou valor do negócio
realizado com ou para o membro – a vantagem de ser cliente de seu
próprio negócios.
Símbolos do
Cooperativismo
1. Pinheiro

Antigamente o pinheiro era tido como o


símbolo da imortalidade e da fecundidade,
pela sua sobrevivência em terras menos
férteis e pela grande facilidade na sua
multiplicação
2. Círculo

O círculo representava a vida eterna, pois


não tem horizonte final, não tem começo
nem fim
3. As Cores
O Verde -escuro das árvores lembra o
princípio vital da natureza e o futuro,

O amarelo-ouro simboliza o Sol, fonte


permanente de energia e calor.
Somando-se estas figuras, nasce o
emblema do COOPERATIVISMO: Um
círculo abraçando dois pinheiros, para
indicar a união e coesão do movimento, a
imortalidade e eternidade de seus
princípios, a fecundidade de seus ideais, a
vitalidade e energia de seus adeptos.
Actual bandeira do cooperativismo,
adotada a partir de 2001

Bandeira — que leva as cores do arco-íris


constitui o símbolo internacional do
cooperativismo, aprovado pela Aliança
Cooperativa Internacional (ACI).
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Condições para o sucesso das cooperativas

Há certas condições que são essenciais para que uma cooperativa continue a ser
bem-sucedida após o entusiasmo inicial de arranque:

 Ser uma necessidade real dos membros – resultar da necessidade


dos membros darem respostas a seus problemas e necessidades;

 Ter viabilidade económica – a viabilidade económica da


cooperativa depende das actividades dos seus membros para com
a cooperativa.

 Espírito de trabalho colectivo dos constituintes;


Boa Liderança + gestão democrática, transparente

Participação dos membros na vida da cooperativa – as cooperativas são


organizações participativas de auto-ajuda cujos membros também são donos.
Os membros têm o direito e obrigação de participarem no estabelecimento de
metas, nas tomadas de decisão e nos processos de controlo ou avaliação da
sua cooperativa. Os membros decidem sobre os serviços a serem prestados e
beneficiam do que é produzido ou obtido pela cooperativa. As cooperativas
são chamadas de sociedades de participação.
Um forte capital próprio é necessário para investimentos e reservas para
assegurar liquidez e enfrentar riscos.
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