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METANFETAMINA

S
Universidade do Estado da Bahia -
UNEB

Discentes:
Carla Correa
Érika Nascimento
Fernanda Lobo
Flávia Rejane
Gabriela Sacramento
Jayran Neves
Maria de Fátima
Rodrigo Orge

Disciplina: Psicofarmacologia
Orientador:Tércio Ramos
Breve histórico

 A metanfetamina foi sintetizada pela primeira vez a partir da


efedrina no Japão em 1893. Em 1919, Akira Ogata sintetizou
metanfetamina cristalizada via reação de redução da efedrina,
utilizando fósforo vermelho.
 A metanfetamina foi amplamente usada durante a II Guerra
Mundial.
 Eram distribuídas desde as forças de elite até as companhias dos
tanques e pessoal da aviação. Eram dadas aos pilotos doses
elevadas antes das suas missões suicidas.
 Após a segunda guerra, uma grande quantidade de
metanfetamina foi pilhada pelos militares, tornando-se
disponível ao público. Em 1951, o ministério da saúde japonês
baniu esta droga, o que levou a um aumento da produção ilegal.
Breve histórico

 Nos anos 70 começaram a ser muito procuradas pelas


classes trabalhadoras mais jovens. Estes grupos usavam
metanfetamina para fins profissionais, ou seja, com o
objetivo de os ajudar a cumprir as suas tarefas, passando
horas seguidas sem descansar.
O que é a metanfetamina?

 Droga estimulante do Sistema Nervoso Central, muito


potente e altamente viciante.
Família

 Anfetaminas são drogas sintéticas que estimulam a


atividade do sistema nervoso central.

 As metanfetaminas são as substâncias mais fortes do grupo


das anfetaminas.
Como é produzida?

 Feita a partir de uma mistura de ácido clorídrico (HCl) e


substâncias presentes em medicamentos vendidos sem
prescrição médica.
O que se sabe sobre o uso de
metanfetaminas no Brasil
 Nomes comerciais de alguns medicamentos à base de drogas tipo
anfetamina, vendidos no Brasil. Dados obtidos do Dicionário de
Especialidades Farmacêuticas – DEF – 2002/2003.
 Anfetamina Produtos (nomes comerciais) vendidos em farmácias
 Dietilpropiona ou Anfepramona Dualid S®; Hipofagin S®; Inibex S®;
Moderine®
 Fenproporex Desobesil-M®
 Mazindol Fagolipo®; Absten-Plus®
 Metanfetamina Pervitin®*
 Metilfenidato Ritalina

* Retirado do mercado brasileiro, mas encontrado no Brasil graças à importação ilegal de


outros países sul-americanos. Nos Estados Unidos é cada vez mais usado sob o nome de ICE.
O que se sabe sobre o uso de
metanfetaminas no Brasil
 Metanfetaminas têm nomes populares que não são precisos. Um
mesmo apelido pode designar diversas substâncias ou a
combinação de Metanfetaminas com outras drogas (o nome ice, por
exemplo, pode designar MDMA, MET, ou a mistura de
metanfetamina com crack). Algumas delas são: DMA (pílula do
amor), DOB (cápsula do vento), MDMA (Ecstasy, cristal, adam,
etc.), MET (Meth, speed, etc), DOET ( Stp, que significa
serenidade, tranquilidade e paz), no Brasil,tambem conhecidos
como Rebites ou bolinhas. ALVES, 2008
 O uso abusivo das anfetaminas e seus derivados vêm aumentando
dramaticamente nos últimos anos em diversas regiões do mundo,
notando-se especial utilização do Ecstasy. A análise de amostras da
droga apreendidas nas ruas evidenciou, além da presença de
MDMA (3,4-metilenodioximetanfetamina), componente principal
da droga [...], segundo LASMAR e LEITE, 2007.
O que se sabe sobre o uso de
metanfetaminas no Brasil
 Em 2004, foram apreendidos 82 mil comprimidos no Rio de
Janeiro, quantitativo significativamente superior aos 72 mil
comprimidos recolhidos no ano anterior. Durante o primeiro
semestre de 2003, mais de 55 mil tabletes de ecstasy foram
apreendidos em São Paulo. Em abril de 2005, foram
apreendidos 30 mil comprimidos na bagagem de um jovem
que desembarcava no Brasil, vindo da Holanda (LASMAR
e LEITE Apud Caruso, Jesus, 2005; Monken, 2005).
O que se sabe sobre o uso de
metanfetaminas no Brasil
 O ecstasy é uma droga geralmente
utilizada de forma grupal, sendo que seus
consumidores são basicamente jovens de
classe média-alta e alta. Essa droga pode
ser administrada de forma isolada ou, na
maioria das vezes, associadas com
inúmeras outras, como álcool, cocaína,
maconha e até benzodiazepínicos.
Farmacocinética

 Fumada e injetada – “FLASH” – Maior Intensidade e


duração- maior biodisponibilidade
 Cheirada e Oral – Menor intensidade e duração (15-20 min.)
– menor biodisponibilidade
 Outras vias de administração: mucosa anal e vaginal
 Metabolismo Hepático
 Excreção Renal
 Meia vida: 9-15h
 Altamente lipofílica – atravessa facilmente a BHE se
distribuindo rapidamente pelos tecidos
Mecanismo de ação

 Nucleos acubbens – região próxima ao hipocampo;


 Liberação de dopamina;
 Uma pedrada – 1200 unidades de Dopamina;
 6x mais que o cérebro humano e 3,5x mais que cocaína.
 Serotonina e noradrenalina: aumento da neurotransmissão
monoaminérgica
 Inibe a recaptação das monoaminas
Efeitos a curto prazo

 Perda de apetite;
 Aumento do batimento cardíaco,
pressão sanguínea, temperatura
corporal;
 Dilatação das pupilas;
 Insônia;
 Náusea;
 Alucinações;
 Irritabilidade.
Efeitos a longo prazo

 Danos no fígado, rins e pulmões;


 Destruição dos tecidos nasais se
inalada;
 Problemas respiratórios se fumada;
 Perda de peso;
 Decadência dentária severa;
 Depressão;
 Danos ao cérebro similares à
doença de Alzheimer, derrames
vasculares cerebrais e epilepsia.
Etapas da experiência

 Excitação: Resposta inicial que o usúario sente enquanto


fuma ou injeta metanfetamina.
 Elevação: O usuário frequentemente sente–se inteligente e
pode tornar–se argumentativo.
 Avidez: Consumo descontrolado de uma droga ou álcool.
 Tweaking: Uma condição alcançada no fim da avidez
quando a anfetamina já não mais providencia uma excitação
ou nóia.
Etapas da experiência

 Queda: A queda ocorre quando o corpo colapsa, incapaz de


lidar com o efeito esmagador da droga e resulta num longo
período de sonolência para a pessoa.
 Ressaca de Meth: Após a queda, o usuário regressa num
estado deteriorado, esfomeado, desidratado, e sente-se
totalmente exausto.
 Abstinência: O usuário pode passar trinta a noventa dias
após a última utilização antes de perceber que está em
abstinência.
Tratamentos medicamentosos
possíveis
 Não existem tratamentos medicamentosos específicos para
a reabilitação de um ex-usuário de metanfetamina. Devido
ao forte potencial aditivo, o processo de desintoxicação é
exigente do paciente tanto física quanto psicologicamente.
Como os sintomas são autolimitados, o acompanhamento
psicológico é importante para compreender o quadro clínico
do paciente, em especial durante as fases de abstinência.
Síndrome de abstinência

As duas fases da síndrome de abstinência da metanfetamina:


 Fase aguda: dura cerca de 7 a 10 dias e começa 24h após a
última dose. Há aumento do sono e apetite, além de sintomas
semelhantes ao da depressão, como ansiedade e fissura.
 Fase subaguda: a sintomatologia inicial diminui até atingir
um nível estável que caracteriza essa fase, a qual dura ao
menos duas semanas. Quadros de depressão clínica podem
surgir nesta fase. A síndrome de abstinência pode durar de 30 a
90 dias e incluir sentimentos de depressão e letargia. Nessa
fase, o craving intenso pela substância pode levar o indivíduo a
uma recaída ou a cometer suicídio.
Tratamentos recomendados

 A Terapia Cognitivo-Comportamental é considerada o melhor


tratamento para auxiliar a recuperação.
 Ensina a gerenciar desejos, desenvolver hábitos de vida
saudáveis, evitar atividades de risco e previnir recaídas.
Auxiliar o paciente a viver sem as drogas.
 Pode ser feita em conjunto com a família para melhores
resultados.
Tratamentos recomendados

 Acompanhamento psicológico, especialmente durante a fase


subaguda da abstinência;
 Terapia de grupo com outros pacientes nesta situação;
 Centros de rehabilitação em conjunto com a ajuda terapêutica.
Tratamentos medicamentosos
auxiliares
Não tem efeito sobre a desintoxicação da metanfetamina em si, e podem ser
administrados de acordo com a sintomatologia.
 Antipsicóticos: administrados em casos de quadro de psicose, agitação ou
delírio.
 Haloperidol, tioridazida (Melleril ®), olanzapina (Zyprexa ®).
 Benzodiazepínicos: podem ser utilizados para diminuir a sintomatologia
durante a síndrome de abstinência. Lorazepam ou diazepam podem ser
administrados para agitação e ansiedade.
 Antidepressivos: na década de 70, antidepressivos tricíclicos como a
imipramina (Tofranil ®) e a desipramina (não comercializada no Brasil)
foram administradas com efeitos positivos durante as primeiras semanas.
Casos mais graves, com pacientes que podem desenvolver ideações suicidas
durante a síndrome de abstiência, o acompanhamento ou mesmo a
internação podem se mostrar mais efetivos.
 Uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Los Angeles, em 2013,
estudava o uso da droga Ibudilast, ou MN-166, para uso em pacientes
em recuperação de metanfetamina.
 Resultados preliminares indicavam que ela poderia diminuir o desejo
pela droga e aumentar a função cognitiva.
 A droga age prevenindo a ativação de células gliais no sistema nervoso
em áreas relacionadas à dependência.
 Na época de publicação do artigo, estava na Fase Um de testes para
aprovação pelo FDA.
Tratamento em caso de
overdose
 O FDA (Food and Drug Administration) recomenda os
seguintes procedimentos para tratamento emergencial de
overdose de metanfetaminas*:
 Evacuação gástrica;
 Administração de carvão ativado;
 Sedação.
 Diurese forçada vai acelerar a excreção da metanfetamina,
mas pode aumentar o risco de falência renal.

* Informações referentes ao medicamento de tarja-preta Desoxyn (Hidrocloreto de


Metanfetamina), aprovado pelo FDA para tratamento de TDAH e obesidade.
Informações adicionais
 Aspecto da metanfetamina e a ficção de Breaking Bad;
 Vários nomes;
 Drogas similares;
 A jornada de trabalho e a metanfetamina;
 Interações.
Referências
 Pacievitch, T. Metanfetamina. Disponível em: http://www.infoescola.com/drogas/metanfetamina/. Acesso em 20 de julho de 2014.
 ALVES, B. E. P.; CARNEIRO, E. O. Drogas psicoestimulantes: uma abordagem toxicológica sobre a cocaína e a
metanfetamina. Disponível em: http://
www.cpgls.ucg.br/7mostra/Artigos/SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/Drogas%20psicoestimulantes%20-%20uma%20abordagem
%20toxicol%C3%B3gica%20sobre%20coca%C3%ADna%20e%20metanfetamina.pdf
. Acesso em: 20 Jul. 2014.
 LASMAR,M.C., LEITE,E.M.A., Desenvolvimento e validação de um método cromatográfico em fase gasosa para análise da
3,4-metilenodioximetanfetamina (ecstasy) e outros derivados anfetamínicos em comprimidos, RBCF - Revista Brasileira de
Ciências Farmacêuticas vol. 43, n. 2, abr./jun.,2007, Minas Gerais, Brasil
 Fundação para um Mundo Sem Drogas, 2006–2014. Disponível em:
http://br.drugfreeworld.org/drugfacts/crystalmeth/the-stages-of-the-meth-experience.html. Acesso em: 8 de julho de 2014.
 Metamphetamine. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Methamphetamine . Acesso em: 20 de julho de 2014.
 DIEHL, A. CORDEIRO, D. LARANJEIRA, R. Tratamentos Farmacológicos para Dependência Química - Da Evidência
Científica À Prática Clínica, p-255 a 257. Artmed, 2010, Brasil.
 TREATMENT APPROACHES FOR USERS OF METANPHETAMINE. Commonwealth of Australia, 2008. Disponível em:
http://www.nationaldrugstrategy.gov.au/internet/drugstrategy/Publishing.nsf/content/8D2E281FAC2346BBCA25764D007D2D3A/
$
File/tremeth.pdf . Acesso em 20 de julho de 2014.
 DESOXYN (bula). Disponível em: http://www.accessdata.fda.gov/drugsatfda_docs/label/2013/005378s028lbl.pdf . Acesso em: 20
de julho de 2014.
 Meth Addiction Cure: UCLA Tests Ibudilast On Human Addicts – The Huffington Post. Disponível em: http://
www.huffingtonpost.com/2013/04/03/meth-addiction-cure-ucla-ibudilast_n_2863126.html . Acesso em 20 de julho de 2014.

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