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BDI

(BENEFÍCIO E DESPESAS
INDIRETAS)
E
LEIS SOCIAIS
CONCEITO DE BDI

É uma margem destinada a remunerar, o custo de oportunidade do


capital aplicado, manutenção da capacidade administrativa, gerencial e
tecnológica, o desenvolvimento de seu processo de execução e
formação profissional do seu pessoal e criar capacidade de reinvestir no
próprio negócio.
(Eng. Maçahico Tisaka, 2009)
CUSTOS OU DESPESAS ?

Custo da obra: todos os gastos contratados (orçados) da obra. Custos


diretos mais os custos indiretos.
Despesas: gastos indiretos para se fazer a obra.
Custo direto: é a soma de todos os custos unitários constantes na
planilha de serviço da obra.
Custoindireto: é a soma de todos os gastos necessários para o apoio
da obra. Como canteiro de obras, administração local, mobilização e
desmobilização de equipes, equipamentos especiais.
PREÇO DE VENDA

O BDI é parte integrante da elaboração do preço de venda de um serviço


de engenharia, portanto, não pode ser tratado isoladamente.
CÁLCULO DO BDI

BDI = taxa de BDI


AC = Taxa de administração central
CF = Taxa de custo financeiro
MI = Taxa de margem de incerteza (Risco)
T = Taxa de custo tributário (municipal, estadual e federal)
MC = Taxa de margem de contribuição (lucro bruto, benefício ou
remuneração e os impostos IRPJ e CSLL) da empresa.
CÁLCULO DO BDI

Observações:
 As taxas no numerador incidem sobre os custos diretos;
 As taxas no denominador incidem sobre o preço venda;
 De forma a adequar ao Acórdão nº 325-2007 TCU Plenário, os tributos
Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido, foram incluídos na Taxa de Margem de Contribuição
(lucro, benefício ou remuneração bruta).
TAXA DE ADMINISTRAÇÃO CENTRAL

As principais despesas da administração central (DMAC) são:


 Salário de todo pessoal administrativo e técnico na sede central;
 Consultorias técnicas e jurídicas;
 Despesas com visitas técnicas;
 Almoxarifado central, oficina de manutenção central;
 Pró-labore dos diretores, viagens, aluguéis, materiais de escritório;
 Consumo (sede central) de energia, água, telefone;
 Combustível, transporte, material de limpeza, refeições, etc.
TAXA DE ADMINISTRAÇÃO CENTRAL

AC = Taxa de administração central


DMAC = Despesa mensal de administração central
FMO = Faturamento mensal da obra
N = Prazo da obra em meses
FME = Faturamento mensal da empresa
CD = Custo direto total da obra
TAXA DE MARGEM DE INCERTEZA

As categorias para identificação do risco consideram vários tipos de


ambientes e nível de exposição: Ambiente físico (tempestades,
terremotos..), ambiente social (demandas não previstas da comunidade
onde a obra será implantada), ambiente legal (mudança na legislação,
interpretações variadas da legislação); ambiente econômico (inflação
maior do que a prevista), ambiente cognitivo (tendências, conceitos e
práticas não conhecidos ou objetivos). A taxa de incerteza, visa cobrir as
despesas destes riscos.

Faixa de risco Percentual do custo direto total


Mínimo 0,57
Baixo 1,46
Médio 2,36
Alto 5,91
TAXA DE CUSTO FINANCEIRO

O custo financeiro é decorrente do prazo de medição e pagamento, é a


perda monetária decorrente da defasagem entre a data do efetivo
desembolso e a data da receita correspondente, bem como aos juros do
financiamento da obra paga pelo executor.

CF = taxa de custo financeiro;


t = juros mensal de financiamento do capital de giro (juros bancário);
n = número de dias decorridos (entre o pagamento e recebimento).
TAXA DE CUSTOS TRIBUTÁRIOS
Tipo de imposto Lucro (c/ material) Lucro (s/ material)
PIS – Programa de integração
0,65% 0,65%
social
COFINS – Financiamento da
3,00% 3,00%
seguridade social
ISS – Imposto sobre serviços 2,50% 5,00%
Custo total nominal 6,15% 8,65%

Base de cálculo:
PIS – sobre o faturamento da obra;
COFINS – sobre faturamento da obra;
ISS – sobre o faturamento da obra.
TAXA DE MARGEM DE
CONTRIBUIÇÃO

É a parcela destinada a remunerar, o custo de oportunidade do capital


aplicado, capacidade administrativa, investimento na formação
profissional de seus funcionários, gerencial e tecnológico adquirida pela
empresa.

A base tradicional de lucro de mercado oscila de 5% a 15% do valor de


venda.
CONCEITO DE LEIS SOCIAIS

As Leis Sociais, também conhecidas como Encargos Sociais são taxas


aplicadas ao custo de mão de obra (horista ou mensalista).
A taxa de encargos sociais das obras e serviços de engenharia resulta
de uma soma de diversos encargos diferentes, classificados em cinco
grupos (A, B, C, D, E).
Nas composições de custos unitários diretos, a taxa de encargos sociais
e trabalhistas é calculado sobre o salário/hora, por essa ser a unidade
adotada na composição de custos diretos na planilha orçamentária.
Ao pagar o salário, a empresa assume, automaticamente, o
compromisso de calcular e recolher para o Estado os chamados
Encargos Sociais.
LEIS SOCIAIS E SUA COMPOSIÇÃO

Grupo A – Encargos básicos: é formado por encargos decorrentes de


leis trabalhistas nacionais, portanto, possuem valores iguais e constantes
para todo o país, com exceção de um encargo que incide apenas em
alguns estados, que é a contribuição para o Serviço Social da Indústria da
Construção e do Mobiliário (SECONCI).
Grupo B – Encargos que recebem a incidência de A
Grupo C – Encargos que não recebem a incidência de A
Grupo D – Taxas das reincidências
Grupo E – Encargos complementares
GRUPO A
Tabela 1 - Encargos Sociais do Grupo A

Encargos do Grupo A Percentual


(%)
A.1.Previdência Social 20,00
A.2.FGTS 8,00
A.3.Salário Educação 2,50
A.4.Serviço Social da Indústria (SESI) 1,50
A.5.Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) 1,00
A.6.Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE) 0,60
A.7.Instituto Nacional de Colinização e Reforma Agrária 0,20
A.8.Seguro contra acidentes de trabalho (INSS) 3,00
A.9.Serviço Social da Indústria da Construção e do Imobiliário 1,00
(SECONCI)
TOTAL 37,80

Fonte: TCPO (2008)


GRUPO B

Tabela 2 - Encargos Sociais do Grupo B


Encargos do Grupo B Percentual
(%)
B.1. Repouso Semanal e Feriados 22,90
B.2. Auxílio-Enfermidade 0,79
B.3. Licença-Paternidade 0,34
B.4. 13º Salário 10,57
B.5. Dias de chuva / falta justificada / acidente de trabalho 4,57

TOTAL 39,17

Fonte: TCPO (2008)


GRUPO C

Tabela 3 - Encargos Sociais do Grupo C

Encargos do Grupo C Percentual


(%)
C.1. Depósito por despedida injusta 50% sobre (A2 + (A2 + B)) 5,57
C.2. Férias Indenizadas 14,06
C.3. Aviso Prévio 13,12

TOTAL 32,75

Fonte: TCPO (2008)


GRUPO D

Tabela 4 - Encargos Sociais do Grupo D


Encargos do Grupo D Percentual
(%)
D.1. Reincidência de A sobre B 14,81
D.2. Reincidência de A2 sobre C3 1,05

TOTAL 15,86

SUBTOTAL DOS ENCARGOS BÁSICOS 125,58

Fonte: TCPO (2008)


GRUPO E
Tabela 5 - Encargos Sociais do Grupo E

Encargos do Grupo E Percentual


(%)
E.1. Vale-transporte 10,34
E.2. Refeição mínima - Café da Manhã 8,42
E.3. Refeição - Almoço 31,75
E.4. Refeição - Jantar -
E.5. EPI (Equipamento de Proteção Individual) 5,00
E.6. Ferramentas Manuais 2,00

TOTAL 57,51

TOTAL DOS ENCARGOS SOCIAIS 183,09

Fonte: TCPO (2008)


CÁLCULO DOS ENCARGOS
COMPLEMENTARES

Vale – transporte: Sendo:


= tarifa de transporte urbano;
= custo do café da manhã
= vale-refeição (Acordo
Sindical)
Vale – café da manhã:
N = número de dias
trabalhados no mês
S = salário médio mensal dos
trabalhadores
Vale – almoço ou jantar:
CÁLCULO DOS ENCARGOS
COMPLEMENTARES

Equipamento de proteção individual: Fator de utilização:

t = tempo de permanência do
EPI ou ferramenta manual na
Vale – café da manhã:
obra
VU = vida útil do EPI ou
ferramenta manual

N = número de trabalhados na obra


S = salário médio mensal dos trabalhadores
= custo de cada um dos EPI ou ferramentas manuais
= fator de utilização do EPI ou ferramentas manuais
BIBLIOGRAFIA
 MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e controle de obras.
São Paulo: Pini, 2010
 TCPO, Tabelas de Composição de Preços para
Orçamentos. 13ª Edição. São Paulo, Editora PINI, 2008.

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