Relações

interespecíficas
O que são relações interespecíficas?
As relações interespecíficas são relações bióticas que se estabelecem entre seres vivos de
espécies diferentes.

As relações estabelecidas podem ser benéficas (representadas por um “+”),

prejudiciais (representadas por um “–”) ou indiferentes (representadas por um
“0”) para um ou ambos os seres vivos intervenientes na relação.
Mutualismo (+/+)

O mutualismo é uma relação facultativa

– ou seja, não obrigatória –, em que ambos
os seres vivos são beneficiados.

Esta é a relação estabelecida entre as

abelhas e as flores, por exemplo.

Fig. 1 - As abelhas retiram o néctar e o pólen das

flores, adquirindo alimento (+), e ao mesmo tempo
transportam pólen para outras flores, ajudando a
planta na reprodução (+).
 Simbiose (+/+)

A simbiose é uma relação permanente e

obrigatória entre dois seres que apenas
sobrevivem na presença um do outro.

Esta é a relação estabelecida entre fungos

e algas, que formam líquenes, por exemplo.

Fig. 2 - Os líquenes são um dos exemplos mais conhecidos de simbiose.

Nestes organismos, algas (+) e fungos (+) trabalham em conjunto: a alga
realiza a fotossíntese, produzindo alimento para ambos os seres,
enquanto o fungo fornece proteção, sais minerais e água, permitindo à
alga viver em zonas pouco húmidas.
Comensalismo (+/0)

O comensalismo é uma relação biótica em

que um dos seres vivos, o comensal, é
beneficiado e o outro não é afetado.

Esta é a relação estabelecida entre os

abutres (comensais) e os lobos-ibéricos, por
exemplo.

Fig. 3 - Os abutres (+) alimentam-se das carcaças de animais que os

lobos-ibéricos (0) capturaram e abandonaram depois de se terem
alimentado. Os abutres ganham alimento, enquanto os lobos não ganham
nem perdem, uma vez que já não têm interesse nas carcaças.
 Amensalismo (-/0)

O amensalismo é uma relação biótica em

que um dos seres vivos é prejudicado e o
outro não é afetado.

Esta é a relação estabelecida entre os fungos

do género Penicillum e as bactérias, por
exemplo.

Fig. 4 - Os fungos do género Penicillum (0) produzem

uma substância – penicilina – que destrói bactérias
(–). O fungo não beneficia desta relação.
Predação (+/-)
A predação é uma relação em que
um ser vivo, o predador, mata e se
alimenta de outro, a presa.
O predador beneficia com esta
relação, adquirindo alimento, e a
presa é prejudicada, perdendo a
vida.
Os predadores desenvolveram, ao
longo do tempo, uma variedade de
adaptações evolutivas de forma a
capturar as suas presas.
Esta é a relação estabelecida entre
os bufos-reais e as lebres-ibéricas,
por exemplo.
Asas
As asas do bufo-real são grandes em
relação ao corpo e possuem penas
macias e dentadas, o que lhe permite
voar praticamente em silêncio.
Cabeça
Os olhos do bufo-real são grandes,
permitindo-lhe ver bem à noite.
O bico é forte e curvo para agarrar
e rasgar mais facilmente as presas.
Garras
As garras do bufo-real são longas
e fortes, permitindo-lhe agarrar
presas a alta velocidade.
Fig. 5 - Adaptações do bufo-real que favorecem a predação.
As presas, por sua vez, evoluíram de forma a escaparem melhor ou se defenderem dos
predadores.

Fig. 6 - O coelho-bravo vive em tocas pequenas e tem uma audição apurada, para conseguir detetar os predadores.
As presas, por sua vez, evoluíram de forma a escaparem melhor ou se defenderem dos
predadores.

Fig. 7 - O ouriço-cacheiro apresenta o dorso coberto de pelos modificados em espinhos, para se proteger dos predadores.
As presas, por sua vez, evoluíram de forma a escaparem melhor ou se defenderem dos
predadores.

Fig. 8 - Algumas borboletas usam camuflagem para se confundirem com o meio, evitando a sua deteção pelos predadores.

Fig. 9 - A Cuscuta campestris (+) é uma
planta que envolve e parasita outras plantas
(–), retirando água e alimento destas.
Fig. 10 - A carraça (+) pode parasitar vários
mamíferos, incluindo o ser humano (–).
Parasitismo (+/-)
O parasitismo é uma relação na qual o
parasita, de menor dimensão, se alimenta do
hospedeiro, de maior dimensão.
O parasita sai beneficiado, porque adquire
alimento, e o hospedeiro fica prejudicado,
porque perde energia, fica enfraquecido e mais
sujeito a doenças. O parasitismo normalmente
não causa a morte imediata do hospedeiro.
Esta é a relação estabelecida entre as carraças
e os veados, por exemplo.
Competição (-/-)

A competição é uma relação em que dois

seres vivos competem pelos mesmos
recursos num determinado ecossistema. A
competição pode ser por alimento, território,
luz, água, etc.

Como têm obrigatoriamente de gastar

energia para tentar obter todos os recursos
de que necessitam na quantidade desejada,
os dois competidores acabam por se
prejudicar mutuamente.

Esta é a relação estabelecida entre as

raposas e as fuinhas, por exemplo. Fig. 11 - A raposa (–) por vezes compete
com a fuinha (–) por alimento.
 Em resumo
Relações interespecíficas
(entre seres vivos de espécies diferentes)

Mutualismo (+/+) Relação não obrigatória em que ambos os seres vivos são beneficiados.

Simbiose (+/+) Relação obrigatória em que ambos os seres vivos são beneficiados.

Comensalismo (+/0) Relação em que um ser vivo é beneficiado e o outro não é afetado.

Amensalismo (-/0) Relação em que um ser vivo é prejudicado e o outro não é afetado.

Predação (+/-) Relação em que um predador se alimenta da presa.

Parasitismo (+/-) Relação em que um parasita se alimenta do hospedeiro.

Competição (-/-) Relação em que ambos os seres vivos são prejudicados.