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O coração de Deus

Trata-se da parte mais interna ou mais essencial da pessoa: seu


coração. O coração paterno de Deus descreve o elemento fundamental que
caracteriza o que Ele é. Jesus descreve Deus nas Escrituras como o Pai
misericordioso, perdoador, bondoso e amoroso. Jesus demonstrou mediante a
sua vida a própria natureza do Pai celeste.

Jesus elevou essa mulher a uma posição de igualdade e valor pelo


simples fato de ter rompido um costume social e falado com ela
publicamente.

Ao fazê-lo, revelou algo mais de como é Deus. Ao discutir as


necessidades espirituais diretamente com a própria mulher, Jesus comprovou
o seu interesse pessoal por ela e ainda demonstrou que Deus-Pai se importa
com os homens e com as mulheres de forma igual.
Essa mulher não apenas era samaritana, mas também imoral. Jesus
sabia disso, mas não se sentiu constrangido, tampouco envergonhado, em
servisto com ela. Na verdade, ele queria conversar com a mulher. Foi por esta
razão que ele viajou através de Samaria: arranjar tempo para demonstrar
amor verdadeiro a essa mulher, conhecida por seus casos amorosos.

Jesus viu além da dureza exterior, das anedotas imorais, do sarcasmo a


respeito da religião. Viu o coração dela. Viu que ela ansiava por algo que
preenchesse o vazio interior. Sentiu a necessidade dela de ser amada, de ser
protegida, de ser alguém especial.

Por sua vez, a mulher recebeu o amor de Cristo porque Ele a ajudou a
“ver” a Deus de um modo como nunca vira antes. Jesus veio por isto: para
revelar-nos Deus e levar-nos a Ele.
O Coração Sofredor do Homem

Inúmeras pessoas sofrem mágoas e rejeição da família e não têm uma


genuína figura paterna com quem se identificar. Tais experiências as impedem
de conhecer a Deus como ele realmente é, negando-lhes a alegria de
desfrutar intimidade verdadeira com ele.
Relaciono, a seguir, sete diferentes áreas de conceitos errados a respeito de
Deus que, com frequ.̈ ncia, têm origem na infância. Por estima à clareza, farei
referência quase que exclusivamente às qualidades paternais divinas.
Autoridade

Quando o cachorro da família vem recebê-lo no momento em que


você chega à casa de um amigo, é possível às vezes discernir o modo pelo
qual o animal é tratado.

Nós, a exemplo do cãozinho amedrontado, às vezes fugimos da


autoridade do nosso Pai celeste porque imaginamos que será como as outras
figuras de autoridade em nossa vida. Não será. Ele é perfeito amor. É ele
quem ordena: "Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a
instrução e o conselho do Senhor" (Ef 6.4).

Confiança
Na infância pode ser que você não tivesse como saber o que é ter pai,
seja por causa de morte, seja em razão de um divórcio. Talvez tenha sido
relegado à "orfandade" pelas exigências das carreiras dos pais. Agora, como
filho de Deus, para você é difícil não duvidar da fidelidade dele.
Nãoconsegue apagar as recordações infantis de promessas desfeitas e do
abandono. Talvez você só raramente sinta a presença de Deus e fique
inclinado a aproximar-se dele com cinismo e desconfiança.

Entretanto, seu Pai celeste estava presente quando você dava os


primeiros passos como criança. Ele presenciou as mágoas e
desapontamentos de sua adolescência e, neste instante, está
presente com
você.

Por breve tempo você foi emprestado a pais humanos que durante alguns
anos deveriam ter-lhe dado amor semelhante ao amor de Deus.

Se a família falhou no desempenho dessa responsabilidade, você


precisa reconhecer esse fato, perdoar-lhe e prosseguir a fim de receber o
amor de Deus. Ele o aguarda agora mesmo com braços estendidos.

Deus é o único Pai que jamais falhará conosco. Como diz 2 Timóteo
2.13: "Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si
mesmo".

Valores
Os valores de Deus diferem significativamente dos nossos.
A maior demonstração de amor do coração paterno de Deus revela-se na sua
atenção aos detalhes de nossa vida.
Ele anseia por nos surpreender com os "extras", aqueles pequenos prazeres e
tesouros que somente um pai saberia que desejamos. Deus não é avarento,
possessivo, nem materialista. Somos nós que, com freqüencia, usamos as
pessoas como se fossem objetos; ele usa os objetos para abençoar as
pessoas. Deus manifesta a sua generosidade mediante dádivas mais
importantes do que meras coisas materiais. Graciosamente, ele nos dá o que
não pode ser tocado nem tem preço: o perdão, a misericórdia e o amor.
Afeição

É ele quem nos procura para conceder-nos perdão e amor.


Nós dizemos: "Encontrei o Senhor", mas na verdade foi ele que, depois de
intensa busca, nos encontrou primeiro.

A maioria das pessoas tenta esquecer os momentos mais dolorosos da


vida, mas Deus não. Ele se lembra de tudo, e muito bem.
Deus estava lá Moisés certa vez invocou uma bênção sobre cada tribo
de
Israel. A uma delas ele disse: "Que o amado do SENHOR descanse nele em
segurança, pois ele o protege o tempo inteiro, e aquele a quem o SENHOR
ama descansa nos seus braços" (Dt 33.12).

É aí que você habita também. Seja lá o que se tomará


aos olhos dos homens — pessoa de grande autoridade, fama ou renome — ,
você jamais deixará de ser nada mais, nada menos do que uma criança nos
braços de Deus.

Presença
Há um atributo de Deus que nem mesmo o melhor pai pode
esperar imitar — a capacidade divina de estar conosco o tempo todo.
Os pais humanos simplesmente não podem dar aos filhos toda a atenção 24
horas por dia. No entanto, Deus é diferente. Ele não apenas está com você o
tempo todo, mas também lhe dá atenção de forma individual:
"Lancemsobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês"
(1Pe 5.7).

Não raro seus pais se preocupavam com as próprias atividades e, com


isso, não podiam interessar-se pelos acontecimentos de menor importância
que diziam respeito a você. Deus, todavia, não é assim. É um Deus
minucioso.

Deus é, e sempre será nosso Pai verdadeiro. Procure não se ressentir


das falhas dos pais terrenos, pois eles não passam de crianças que
cresceram e vieram a ter crianças também. Em vez disso, deleite-se no
maravilhoso amor do seu Deus e Pai.
Aceitação
Vivemos em uma sociedade voltada para o desempenho. Muitos pais
passam aos filhos a mensagem do tipo: se você conseguir entrar para o time
de futebol da escola, se você trouxer para casa boletins com boas notas, se
você tiver boa aparência, então sim, você será aceito e "amado". Nosso Deus,
porém, nos ama com amor incondicional. Nosso Pai celestial nos ama porque
é amor. Embora não precisemos fazer nada para convencê-lo a nos amar,
devemos receber seu amor. Isso não significa que, antes de qualquer coisa,
tenhamos de nos tornar santos. O que Deus nos somente é que nos
aproximemos dele com honestidade e sinceridade; então, ele nos perdoará e
nos transformará nos filhos que ele deseja.
Qual é sua resposta a Deus quando ele lhe diz que o ama, apesar de
tudo? Será que você consegue receber o amor de Deus sem começar uma
atividade frenética para merecer a aprovação dele?

Comunicação
Uma tarefa difícil é a comunicação aberta e amorosa, sobretudo para
os pais. No entanto, Deus comunica o seu amor por nós de maneira
claríssima. Na verdade, ele nos ama tanto que "deu o seu Filho Unigênito,
para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterná' (Jo 3.16).

Certa jovem me disse que não conseguia falar com Deus. Parecia-lhe
que as palavras batiam em muralha de pedra. Não se lembrava de uma
única vez em que Deus houvesse respondido a uma oração dela.
Enquanto
orávamos juntos, percebeu que costumava retratar a Deus como se ele fosse
seu pai terreno, um homem bom e honesto, mas quieto e tímido

Ele jamais
dissera aos filhos que os amava e raramente conversava com eles. Ao
admitir que o pai havia sido fraco e falhara ao educá-la, a moça foi capaz de
perdoá-lo e, enfim, de aceitá-lo como ele era. Esse reconhecimento deu início
a uma dimensão inteiramente nova no relacionamento dela com Deus.
Ela dispunha de mais fé ao orar porque entendeu que Ele a ouvia.
Logo veio a sentir a orientação divina, a presença de Deus em sua vida.

Se você acredita ter sido prejudicado em seu relacionamento com


Deus por causa de uma carência, quer em uma área do amor paterno, quer
materno, diga ao Senhor como você se sente e peça-lhe ajuda. Você precisa
decidir por si mesmo que vai perdoar a quem o magoou, seja lá quem for.

Se não perdoar, a amargura vai consumi-lo, e você não vai encontrar paz com
Deus. Se você acredita ter sido prejudicado em seu relacionamento com
Deus por causa de uma carência, quer em uma área do amor paterno, quer
materno, diga ao Senhor como você se sente e peça-lhe ajuda. Você precisa
decidir por si mesmo que vai perdoar a quem o magoou, seja lá quem for. Se
não perdoar, a amargura vai consumi-lo, e você não vai encontrar paz com
Deus.

Do mesmo modo, entenda que você não está sozinho. Jamais


encontrei uma pessoa perfeita... nem um pai nem mãe que nunca tivessem
cometido erros. Somente Deus é o Pai perfeito. Ele sempre disciplina em
amor. É fiel, generoso, bondoso e justo, e almeja passar bastante tempo com
você.
Seu Pai celeste quer que você receba o seu amor e saiba que você é especial
e singular aos olhos dele.
A Bíblia nos fala de modo especial da necessidade de curarmos as
emoções feridas, mostrando essa cura como parte do processo
de
santificação. No livro de Isaías, o profeta nos aponta a época futura em que
Deus enviará um Salvador que liberte as pessoas do pecado e do
egoísmo.
Isaías descreve esse Salvador como "homem de dores e experimentado no
sofrimento" (53.3). Esse texto do Antigo Testamento prossegue dizendo que
"ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas
doenças... e pelas suas feridas fomos curados" (v. 4,5).

A despeito de tudo o que o Senhor nos oferece, muitos ainda o vêem


como um Deus sentado no céu, alheio à dor e à dura realidade deste mundo
decaído.
"Por que ele nos criou e em seguida nos abandonou?", perguntam, com
amargura. Deus, entretanto, não é a causa de nossos problemas, tampouco
nos abandonou em nosso sofrimento.
Ele veio morar conosco. Tornou-se homem.
Suportou tudo o que sofremos, e mais ainda.
O próprio nascimento de Jesus foi questionado, e a reputação da
sua mãe, aviltada. Ele nasceu em pobreza.
A linhagem dele caiu no ostracismo, e a sua cidade natal foi
ridicularizada.

O pai terreno faleceu provavelmente quando o menino tinha pouca idade, e


nos seus últimos anos Jesus perambulou pelas ruas e cidades sem ter um lar.
O seu ministério foi mal interpretado e ele, abandonado à morte. Tudo isso
sofreu por mim e por você.
Ele o fez a fim de identificar-se conosco em nossas fraquezas:

Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se


das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por
todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim, aproximemo-nos do
trono da graça com toda a confiança, a fim de receber misericórdia e
encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade
A síndrome
de Saul
Era um homem alto, de porte extraordinário.

Tratava-se de um líder de líderes.


Pelo menos, era o que todos pensavam.
Todavia, aqueles ombros avantajados de um líder
alto e de aparência magnífica escondiam um
coração repleto de ciúme e medo. Tão profundas
eram as inseguranças, tão incertos os alicerces
da personalidade, que ele considerava todo
indício de grandeza nas pessoas ao seu redor um
sinal de grave ameaça à própria posição dele no
país.
A maior parte de seus seguidores se achava tão encantada com a habilidade
de Saul de mobilizar e comunicar-se, que não percebia o desejo fanático do
governante de exercer controle total.

Alguns homens mais perspicazes, contudo, começaram a alimentar dúvidas.


A perícia de Saul na estratégia bélica e sua extraordinária habilidade na
tomada de providências corretas, no momento oportuno, convenciam os
seguidores mais distantes da grandeza desse líder, mas confundiam as
pessoas mais próximas dele.

"Ele deve ser o ungido do Senhor", elas pensavam.


"Sempre parece estar certo."
Não queriam admitir o óbvio:
Saul violava princípios, não tinha espírito de serviço, não admitia a promoção
de outras pessoas, era vítima de ira e impaciência — tudo isso reunindo
fatores que aparentemente o desqualificavam para exercer a função de rei.
Na verdade, tais pessoas ficavam profundamente
confusas e envergonhadas diante dos secretos
acessos de raiva de Saul e de seus mergulhos na
melancolia e depressão.
Finalmente, surgiu alguém que já não alimentava dúvidas
acerca do caráter desse rei: o profeta Samuel, que o
havia ungido para o ofício real.

Chegou então a Palavra de Deus para o profeta:


“Arrependo-me de ter posto Saul como rei, pois ele me
abandonou e não seguiu as minhas instruções” (1ºSm
15.11). Em breves instantes de terrível confronto, o
desastre aconteceu:
a autoridade do rei lhe foi arrancada.
Ele permaneceu no cargo, mas isso não era
garantia de autoridade.
O poder, algumas vezes, advém da posição,
mas a autoridade advém do caráter, da
obediência e da unção de Deus.
Um estudo minucioso da vida de Saul revela
um padrão determinado, um ciclo terrível e
inconfundível de inferioridade e emoções
feridas... a “síndrome de Saul”.
Lemos em 1º Samuel 15.17
E disse Samuel: Porventura, sendo tu
pequeno aos teus olhos, não foste por
cabeça das tribos de Israel? E o Senhor te
ungiu rei sobre Israel.

O que o profeta estava dizendo é que, embora


Saul se considerasse inferior e menosprezasse
a si próprio, ainda assim continuava responsável
por suas más ações diante de Deus.
Os sentimentos de inferioridade não são
desculpa para a desobediência.
“eu tenho autoestima” ou “eu não tenho autoestima”.

Afinal, todos têm a tal da estima própria, querendo ou


não. O problema está quando esta estima — valor dado
a si próprio — está denegrida. De acordo com o
dicionário, autoestima é a valorização própria. E, de
acordo com a Bíblia, a coisa é mais profunda do que
parece ser. Deus nos mostra que a única forma de
amarmos a nós mesmos é parando de pensar só em
nós mesmos. Como assim? Isso não seria uma
contradição? Não. É que a sabedoria dEle transcende a
lógica humana. “E ele morreu por todos, para que os
que vivem não vivam mais para si, mas para aquele
que por eles morreu e ressuscitou” (2 Coríntios 5:15).
O interessante é que não encontramos na Bíblia
nenhum texto que fala sobre autoestima. Sabe por quê?
Porque o amor-próprio é algo muito óbvio para Deus,
sendo um reflexo indiscutível do amor que sentimos por
Ele. “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque
Deus é amor” (1 João 4:8).
Nunca pensou nesse texto no âmbito pessoal?
Pois comece a pensar.
Então, para Deus é claro que você vai se amar se amá-Lo
primeiro.
Aí está a importância de tirar o foco de si mesmo e olhar
para cima, pois essa é a única forma de erguer a cabeça
sem ficar com o nariz empinado.
Alguns dizem que baixa autoestima é o que o
orgulhoso sente ao não ser aplaudido. Acho essa
uma ótima definição. Viver à espera de
reconhecimento e elogios é cavar um buraco para
si mesmo e ser enterrado com montes de
decepção. Aplausos não devem ser o caminho
nem o objetivo, mas, sim, apenas um brinde
espontâneo na linha de chegada. Para Deus, eles
também são óbvios. “A mulher [e com certeza o
homem também] que teme ao Senhor será
elogiada” (Provérbios 31:30). Simples assim!
Quem eu sou versus o que eu faço.
Autoestima vs autoconfiança

Autoconfiança tem a ver com o que você acredita acerca das suas
habilidades, competências, ou seja com as coisas que você faz.

Então se você tem uma habilidade bem desenvolvida – como falar em


público, cantar, tocar um instrumento, dançar – provavelmente a sua
confiança nessa habilidade é alta. E se você não a tem bem
desenvolvida, provavelmente a sua autoconfiança deve ser baixa.

E isso é bom. Ter confiança em uma habilidade mal desenvolvida pode


ser perigoso. Enquanto que uma baixa autoconfiança em uma habilidade
bem desenvolvida gera insegurança e baixa performance.
A autoestima por sua vez não deve variar conforme a sua habilidade, ou
competência.
Mas deve ser constante, seguindo a condição de imagem e semelhança
de Deus.

Como cristão que confessa Jesus Cristo, você foi feito filho ou filha de
Deus. E isso é dom – ou seja, foi dado por Deus. Não depende das suas
ações, e nem das suas capacidades. Percebe?

O que você faz não altera a sua condição humana ou cristã.

Não estou dizendo que você pode pecar, ao contrário, deve viver para
Cristo. Veja o que Paulo diz em Romanos 6:

“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja


mais abundante? De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o
pecado, como viveremos ainda nele?”
●No capítulo 15 de 1º Samuel temos uma lista das características
da personalidade de Saul:
●Teimosia e independência:
"A rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o
mal da idolatria' (v. 23).
●Orgulho: "Saul foi para o Carmelo onde ergueu um monumento
em sua própria honra” (v. 12).
●Medo do homem: "Pequei. [...] Temi ao povo, e dei ouvidos
à sua voz" (v. 24; ).
●Desobediência:
"Por que você não obedeceu ao SENHOR? [...] A
obediência é melhor do que o sacrifício" (v. 19,22).
Demonstrando de forma simples, a síndrome de Saul tem a
seguinte aparência:
Diferença entre autoestima x autoconfiança

Autoestima é estimar a si
mesmo, gostar de si mesmo, se
valorizar.
Autoconfiança é confiar em si. Na prática tem relação
com confiar que podemos fazer uma determinada
atividade. Nesse sentido, auto-eficácia e autoconfiança
são uma coisa só.

Autoconfiança em termos simples significa confiança em si mesmo. Para


inspirar confiança aos outros, é necessário aprender a ter confiança em si.

Pessoas autoconfiantes são decididas, sem serem arrogantes ou


defensivas, apresentam-se de maneira segura, têm facilidade de
expressar suas opiniões, enfrentar desafios, dominar novos
trabalhos e tomar decisões sensatas mesmo sob pressão.
Um problema leva a outro.
Se não tratarmos nossas feridas à maneira de Deus, elas nos
conduzirão à independência de Deus, o que, por sua vez, gera
o orgulho.

O orgulho diz respeito muito mais ao que as pessoas pensam de


nós do que àquilo que Deus pensa de nós, e isso nos leva a ter
medo do homem.

O temor do homem inevitavelmente conduz à desobediência.


Podemos ainda fazer muita coisa por Deus, mas estaremos
praticando uma religião de obras mortas.
Para ajudar a identificar a síndrome de Saul, descrevo algumas
características que, com freqüencia, aparecem em nossa vida cotidiana:

1.Afastamento ou isolamento. A síndrome de Saul nos instiga a


afastar-nos de vez das demais pessoas. O afastamento pode
tornar-se um meio de encobrir ou justificar nossa recusa em
perdoar as pessoas que nos magoaram ou em nos
comprometer com aqueles de quem discordamos.

Possessividade. É egoísta a mentalidade do tipo


"meu ministério", "meu grupo", "minha opinião",
"meu emprego" ou "meu lugar na igreja", pois é
derivada de uma atitude de independência.
A Bíblia ensina que "a rebeldia é como o pecado
da feitiçaria" (1 Sm 15.23); tem origem no inferno.
Essa atitude de "primeiro eu" é pecado.
3. Mentalidade de "nós contra eles" : Quando somos pegos pela
síndrome de Saul, começamos a pensar da perspectiva de "nós"
contra "eles", aqueles com quem concordamos contra aqueles
de quem discordamos. Esse padrão de pensamento demonstra
que não apenas estamos em desacordo com outras pessoas,
mas também as estamos julgando e criando facções na igreja.

Manipulação. As pessoas orgulhosas e independentes


tentam por vezes manipular os outros, recusando-se
a cooperar, exigindo que se faça sua vontade,
criticando maldosamente ou julgando sem parar o
que os demais estão fazendo. Sem dúvida,
espiritualizamos nossas razões, e é esse o motivo
pelo qual nossa manipulação pode ser muito mais
perigosa.
Incapacidade de aprender. A síndrome
de Saul faz com que permaneçamos
fechados diante de outras pessoas.
Recusamo-nos a aceitar a correção e a
instrução. Tornamo-nos endurecidos,
indiferentes.
Atitude crítica e condenatória.
Nós a justificamos de muitas
maneiras, todavia se resume nisto:
desmoralizamos e tratamos com
desprezo os motivos dos outros.
Impaciência.
Consideramos que nosso método é melhor e nos
recusamos a esperar por outras pessoas que
discordam de nós ou não nos entendem.

Desconfiança.
A síndrome de Saul resulta em desconfiança.
Acusamos os outros de não confiarem em nós,
mas muitas vezes se trata de projeção de nossa
própria desconfiança. Reflete nossa
independência e se relaciona muito mais com
nossas necessidades do que com as do próximo.
Deslealdade. Essa característica manipula as dúvidas, as
feridas ou as necessidades do próximo para recrutá-lo
para nosso grupo, ganhando-o para nosso próprio ponto
de vista, em vez de procurar edificar a unidade, o amor,
o perdão e a reconciliação.

Ingratidão. Focalizamos a atenção


naquilo que imaginamos que deveria
ser feito por nós, em lugar de enfatizar
tudo o que já foi feito por nós.
Idealismo doentio.
Idolatramos um método, um padrão ou um programa e,
então, o colocamos acima das pessoas, principalmente
aquelas de quem discordamos.
Os ideais se tornam mais importantes do que a unidade ou
as atitudes corretas.
Embora a síndrome de Saul seja, com freqüencia, um sintoma de sentimentos feridos ou
não resolvidos de rejeição, ainda é egoísta e errada.
Assim, precisa ser extirpada impiedosamente.

Se você foi apanhado pela síndrome de Saul, permita-me dizer que


jamais se livrará desse mal enquanto não aceitar a responsabilidade de
arrepender-se das atitudes erradas.

De nada adiantará lançar a culpa dos próprios problemas sobre terceiros,


tampouco apresentar desculpas para seus pecados.
Humilhe-se diante de Deus e dos outros. Clame ao Pai em oração fervorosa.

Libertação do temor das pessoas


Jamais seremos verdadeiramente livres para amar a nosso Deus-Pai se
estivermos dominados pelo temor das pessoas.

A Bíblia diz que o temor do homem é uma armadilha, um laço. Tornamo-nos


prisioneiros do medo,
•sempre preocupados com o
que os outros pensam,
dominados pelas ações
alheias em vez de obedientes
à Palavra de Deus.

•É importante perguntar:

•você se sente como se


estivesse continuamente
olhando para trás,
tentando descobrir por
que não foi incluído, ou se
preocupa, pensando no
que as pessoas falam a
seu respeito?
Ou ainda: você está escolhendo “O temor do Senhor é fonte de vida, e
as próprias ações com base na afasta das armadilhas da morte.” —
quantidade de aprovação que Provérbios 14.27
obterá de outras pessoas, em vez
de agradar a Deus?

Se assim for, você está atado


pelo temor do homem.

O remédio contra o medo do


homem é o temor de Deus!

O temor de Deus não é


um medo emocional, ou
receio da ira divina.

A Bíblia define o temor


de Deus de modo bem
específico.
1.O temor de Deus é o ódio ao pecado.
Provérbios 8.13 diz: "Temer o SENHOR é odiar o mal".

2.A amizade e intimidade com Deus são equiparadas ao


temor de Deus.
Lemos em Salmos 97.10:
"Odeiem o mal, vocês que amam o SENHOR"; e em Salmos
25.14: "O SENHOR confia os seus segredos aos que o
temem".

3.O temor do Senhor é profundo respeito e reverência para


com Deus. Em Salmos 33.8, temos: "Toda a terra tema o
SENHOR; tremam diante dele todos os habitantes do
mundo".

4.O temor do Senhor é o começo da sabedoria e do


conhecimento. Provérbios
O temor do Senhor não se demonstra mediante certa
aparência de santidade no rosto da pessoa, nem é detectado
em determinado tremor de voz quando se ora.
Não é revelado no modo pelo qual a pessoa se veste nem no
elevado número de regras a que obedece.
Ter o temor do Senhor significa simplesmente amar a Deus, de
tal maneira que a pessoa odeie tudo o que ele odeia.

Esse tipo de ódio não nasce de neurose religiosa, tampouco é


reflexo da cultura.
Ele vem do fato de estarmos tão perto do Senhor, tão afinados
com o caráter divino, que amamos o que ele ama e detestamos
o que ele detesta.
O temor do Senhor não vem à nossa vida ao acaso.
Ele habita nosso íntimo porque escolhemos procurá-lo (cf. Pv
1.28,29; 2.1-5) e aceitamos fazer dele nossa prioridade máxima.
Ele vem porque
estamos fartos de ser
manipulados e
controlados pelo temor
do homem, e cansados
de ser dominados por
nossos medos e
inseguranças.

Ele vem porque


clamamos por ele, nós
o procuramos e nos
desesperamos por ele.
A síndrome de Saul pode ser quebrada.
você pode libertar-se, mas há um preço a pagar.

Se você deseja experimentar a cura interior e conhecer o


amor do Pai, precisa escolher o temor do Senhor.
Provérbios 14.26 diz:

"Aquele que teme o SENHOR possui uma fortaleza


segura".

É a humildade e o temor do Senhor que nos levam à


intimidade e à comunhão com o coração paterno de
Deus, proporcionando-nos inteireza e auto-estima.
Como Deus cura os
corações feridos
Não temos de viver com dor emocional permanente.

Por causa do amor que o Pai celestial tem por nós, e


porque Jesus sofreu em nosso lugar, não temos de
carregar nossas próprias feridas a vida toda.

Podemos receber a cura e ser libertos para viver


e desfrutar a alegria do imensurável amor
paterno de Deus.
No entanto, devemos estar dispostos a pagar o
preço.
Algumas pessoas pensam que, pelo fato de a Palavra de Deus nos
chamar de pecadores, Deus está nos rejeitando.

Isso não é verdade, de modo nenhum.

Ele está simplesmente nos ajudando a entender nosso problema


mais básico e a forma de vencê-lo.

Entretanto, não somos apenas pecadores.


Há aqueles que também pecam contra nós, quer com intenção maldosa
ou por egoísmo, quer sem nenhuma intenção — pois ninguém é perfeito.

As pessoas fazem coisas que nos magoam profundamente e, quando se


comete pecado contra nós, não somos desculpados se reagirmos
negativamente.
No entanto, a injustiça que nos infligem, ajuda-nos a compreender a nós
mesmos e as pessoas que lutam para reagir da forma correta quando
maltratadas ou feridas.
Como Deus cura nossas feridas emocionais

Primeiro passo - Reconheça sua necessidade de cura

Para a maioria, isso não representa um problema.


No entanto, se estamos feridos ou magoados e não reconhecemos nossa
necessidade, há pouca oportunidade para cura ou ajuda em nossa vida.

Ser capaz de admitir a necessidade é sinal de boa saúde mental e prova de


honestidade pessoal.

Todos nós precisamos de cura e crescimento nas emoções e na


personalidade.
Não pense que você é exceção.
Trata-se de atitude propícia ao aprendizado e à humildade
que permitirá o início da cura.
Algumas pessoas relutam, não desejando expor suas
necessidades por medo de rejeição.
Todavia, o oposto disso é verdadeiro: quando admitimos nossas
necessidades, as pessoas nos respeitam mais por causa de
nossa honestidade.

Provavelmente, todos nos lembramos de uma ocasião ou outra


em que nos tornamos vulneráveis e, em seguida, fomos feridos
por alguém que não reagiu a nós com amor ou sabedoria.
Contudo, não podemos permitir que essas experiências nos
impeçam de receber a cura que Deus deseja conceder.

Rejeições do passado não deveriam ter permissão para definer


ações ou atitudes no futuro.
O futuro não é igual
ao seu passado a
menos a menos que
você reviva ele.
Comece assumindo uma atitude de honestidade com Deus.

Ele o conhece intimamente e não vai rejeitá-lo.

Na verdade, ele anseia por isso e espera que você seja honesto para que
possa receber seu amor e ajuda.
Conte-lhe suas feridas, temores, desapontamentos — tudo.

Se maltratou algumas pessoas, você precisa ir até elas e acertar as


contas. Isso significa uma parte do que é reconhecer nossas necessidades.
Nós o fazemos não afim de sermos perdoados por Deus, mas porque fomos
perdoados.

O fruto de um relacionamento correto com Deus é o desejo de


restabelecer relacionamentos quebrados com outras pessoas.

Sobre esse assunto, o famoso teólogo anglicano John Stott


apresenta algumas advertências valiosas.
Ele discute o círculo da confissão aberta:
são esses os passos para a cura e inteireza espiritual, no que se refere à
honestidade quanto às nossas necessidades:

1.Admita suas necessidades e pecados.


A honestidade libera a graça de Deus em nossa vida.

2. Receba a graça de Deus.


A graça é a dádiva de Deus de amor, aceitação e perdão para nós, que nos
torna seguros nele. Essa segurança produz fé.

3. Confie no Senhor e nas pessoas.


A fé resulta em confiança e faz com que seja possível manter
comunhão íntima com Deus e relacionamento com as pessoas.

4.Estabeleça relacionamentos de coração para coração com Deus e com as


pessoas.
Esses relacionamentos são possíveis quando nos humilhamos a nós mesmos.
Assim, Deus pode canalizar amor e perdão em nós, pessoalmente, e em nossos
corações para com os outros.
O oposto desse processo leva a mais dor e ferida emocional:

Relacionamentos quebrados.
Quando os relacionamentos se rompem, achamos muito difícil confiar nas pessoas.

Legalismo.
Quando nosso relacionamento com outras pessoas está errado,
temos a tendência de nos tornar juízes e críticos. Passamos a viver segundo a "lei",
e não segundo a graça de Deus. Isso nos leva a desconfiar do próximo.

Falta de confiança.
Quando não confiamos no próximo, muitas vezes
deixamos transparecer essa desconfiança e as pessoas, por sua vez, deixam de confiar
em nós. Então, cria-se uma atmosfera de crescente rejeição e vão surgindo muralhas
entre nós e os outros.

Muralhas.
O que as muralhas produzem é separação, o oposto dos relacionamentos de
coração para coração.
Ao considerarmos a honestidade a respeito de nossas necessidades, é
importante que observemos a diferença entre pecado, ferida e
escravidão.

Para o pecado é necessário haver perdão,


para a ferida deve haver cura, e
para a escravidão espiritual, libertação.

Por vezes, precisamos de ajuda nas três áreas.


Você não deve confessar uma ferida, como se ela fosse um pecado,
pois ferida não é pecado.
Entretanto, se por conseqüencia de ter sido ferido você adquiriu uma
atitude ou reação pecaminosa, mesmo que a culpa seja de outras
pessoas, Deus ainda o responsabiliza pela reação negativa.
Na verdade, Deus não vê a questão como se a outra pessoa fosse 80%
culpada e você apenas 20%.
Você e a outra pessoa têm culpa e são 100% responsáveis pelas
próprias ações.

Enquanto você não assumir total


responsabilidade pelas próprias atitudes e ações, a cura é impedida. Por
quê?
Se sua atitude for de ressentimento, amargura, ou de falta
de perdão, a cura e o perdão de Deus são bloqueados.

Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial


também lhes perdoará.
Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não
lhes perdoará as ofensas (Mt 6.14,15).
O trabalho feito para Deus e para outras pessoas deveria fluir
de nossa segurança, de nosso senso de bem-estar, e não de
uma compulsão para provar algo a nós mesmos ou por causa
de uma necessidade
de "ser alguém'.

Se perseverarmos, seremos capazes de nos aproximar mais e


mais do nosso Pai amoroso e nos sentiremos bem conosco;
teremos maior alegria em nosso trabalho.

E nos tornaremos uma bênção maior para as outras pessoas se


dedicarmos tempo a acolher a inteireza e a cura interior.
1.Reconheça sua necessidade de cura. Admita sua necessidade de ajuda. Seja
honesto com seu Pai. Ele é capaz de orientá-lo e guiá-lo.

2.Confesse suas emoções negativas - sentimentos de ira, medo, amargura,


decepção, ressentimento etc. Não apresentar nenhuma emoção pode ser tão
prejudicial quanto ter uma emoção negativa. Sempre converse com Jesus
primeiro e, depois, se for necessário, com outros.

3.Perdoe aqueles que o magoaram. Geralmente isso é um processo, não um ato


instantâneo.

4.Receba perdão. Peça e receba o perdão do Pai por suas práticas erradas e/ou
atitudes para com os outros.

5.Receba o amor do Pai. Desfrute um tempo na presença do Pai.


5. Pense os pensamentos de Deus - não pensamentos negativos,
defensivos, egoístas. Quebre os antigos padrões de pensamento sobre
si mesmo. Quando começar a pensar de forma negativa, pare e
declare a verdade de Deus sobre esse pensamento e encontre um texto
das Escrituras para reforçá-lo.

6. Resista. Abandone os sentimentos negativos que o tornam


vulnerável. Leia e memorize Filipenses 1.6.

Uma boa idéia é fazer uma lista das coisas específicas que você está
confessando. Então você provavelmente descobrirá um padrão em
sua vida que, quando reconhecido e confessado para
arrependimento, pode ser alterado por Deus-Pai.
Lembre-se - a cura emocional é quase sempre um processo.
Leva tempo.

O Pai celestial é o único capaz de curá-lo completamente. Ficamos decepcionados


quando queremos que, em sua inabilidade, as pessoas façam por nós o que somente
Deus pode realizar.

Em seu livro Dont Waste Your Sorrows [Não desperdice suas


lágrimas], Paul Billheimer ressalta que as decepções e desilusões podem ser fonte
de grandes bênçãos, se reagirmos a elas da forma correta.
Nada poderá nos magoar emocionalmente, a menos que nos faça reagir com atitude
errada.

As circunstâncias causadoras de decepção passarão, mas as reações da pessoa a elas


determinam escolhas morais e espirituais que podem influenciar para sempre a sua
vida.
Aprendendo a comer em paz

Os cristãos que aprendem a amar e aceitar uns aos outros se parecem com irmãos e
irmãs que aprendem a comer juntos pacificamente.
Algumas de nossas decepções se originam das expectativas imaginárias que temos
uns dos outros.

O fato de se tornar cristão não significa perfeição instantânea.

Precisamos aprender a amar nossos irmãos e irmãs, da mesma forma que


aprendemos a "comer em paz”.

Quando se sentir decepcionado com as ações de um irmão, não o "desligue" nem


o exclua da comunhão.

É bem possível que Deus o tenha trazido à sua vida para ensinar a você preciosas
lições.
Disse o salmista Davi:

"Por tua fidelidade me castigaste" (SI 119.75).


As pessoas que consideramos de difícil relacionamento
poderão constituir uma "aflição" amorosa da parte do
Senhor.

Se você e eu fossemos tão amorosos como muitas


vezes imaginamos que
somos, não teríamos problemas para reagir bem diante
de pessoas "de difícil

convívio". Acredito que Deus permite, e às vezes determina,


experiências duras em nossa vida para expor as fraquezas de
caráter, as atitudes erradas, de maneira que possa resolvê-las.
Vencendo o orgulho
Davi foi obrigado a tratar de sua decepção quando Uzá perdeu a vida, o que
custou ao rei um ato grandioso de humildade.

Ele poderia ter endurecido o coração no orgulho, culpando a Deus pelo


acontecido. Ao contrário, buscou ao Senhor para saber o que fizera de
errado e quais lições Deus tinha para ele. Davi aprendeu a humilhar-se, a
fim de descobrir os propósitos de Deus nessas circunstâncias tão trágicas.

O orgulho vê os erros dos outros, mas jamais se identifica com as fraquezas deles.

Quando nosso próximo erra, poderíamos reagir assim:

"Muito bem, eu mesmo já cometi essa bobagem"; ou "Entendo o que aconteceu;


se não fosse pela graça de Deus eu teria feito o mesmo".

Em geral, o orgulho não admite o erro nem a responsabilidade pessoal.


• Quando admite, é para desculpar o erro ou arranjar uma explicação
plausível, e não há pesar pelo erro cometido.
• O orgulho lança a culpa nos outros, criticando e demonstrando por
que estão errados.
• O orgulho produz endurecimento, arrogância, auto-suficiência e
independência doentia.
• O orgulho está mais interessado na aceitação aos olhos das pessoas
do que em estar em perfeita harmonia com os padrões de Deus.
• O orgulho se interessa mais em vencer discussões do que em manter
amigos.
• O orgulho jamais pronuncia as palavras: "Estou errado. A culpa é
minha. Você me perdoa?".
• O orgulho gera atitude de exigência. Ressalta o que não foi feito por
nós, em vez do que foi feito. Cobiça o passado, ou o futuro, e jamais
se satisfaz com o presente.
• O orgulho divide. Diz: "Meu" grupo ou "minha" igreja ou
denominação contém mais verdade do que as outras.
• O orgulho leva a pessoa a julgar as situações conforme o
que significam para o homem, e não para Deus. O orgulho
não vê da perspectiva divina.
• O orgulho faz intrigas, estraçalha índoles, arruína
reputações e tem prazer em
• espalhar boatos sobre fracassos e pecados.
• O orgulho põe a culpa em Deus e em outras pessoas
quando as coisas vão mal.
• O orgulho arranja desculpas para a amargura e o
ressentimento.
• O orgulho induz à autopiedade, exigindo cada vez mais autocomiseração.
• O orgulho afirma que qualquer pessoa pode atingir um nível tal de
espiritualidade, que por fim fica livre do próprio orgulho. Ele põe toda a sua
segurança em uma forma grotesca de retidão de si próprio, e não na cruz de
Jesus Cristo.

Coração humilde
Davi humilhava-se continuamente.
A Bíblia diz que ele era um
"homem segundo o coração de Deus".
Foi Davi quem escreveu no salmo 51:
"Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado
e contrito, ó Deus, não desprezarás" (v. 17).

Para Davi, contrição não significava desespero nem total ausência de esperança,
tampouco estar ferido.
Significava humildade, o oposto de orgulho.

Em razão disso, Davi aprendia com cada decepção em sua vida.


Quando Jesus se ajoelhou sozinho para falar com o Pai, naquela
noite
dolorosa no jardim do Getsêmani, seu coração estava pesado.
Ele enfrentava a última provação — a morte. Deus-Pai lhe havia
pedido algo muito difícil, mas Jesus não estava sendo obrigado a
agir contra a sua vontade.

Aceitou o plano do Pai porque o conhecia e nele confiava.


Disse Jesus: "Não seja como eu quero, mas sim como tu queres" (cf.
Mt 26.39,42).
Visto que ele conhecia o coração de Deus, obedeceu-lhe
incondicionalmente.
Não se tratava de uma reação forçada a um Pai intransigente, mas
de uma resposta confiante a um amor conhecido.
A seguir, uma relação de perguntas simples que
aprendi a fazer a mim mesmo e, comprovadamente,
valiosas no trato de nossas decepções:
l. Senhor, o que é que queres ensinar-me nesta situação?
Que atitude devo tomar?
Qual deve ser minha reação? Se for o caso, que princípios
bíblicos violei nesta situação?
2.Teria havido alguma desobediência de minha parte
quanto a alguma ação, horário, pessoas envolvidas ou
procedimento?
3.Senhor, tenho de perdoar a alguém neste
desapontamento?
A seguir, uma relação de perguntas simples que aprendi a fazer a mim mesmo e,
comprovadamente, valiosas no trato de nossas decepções:

l. Senhor, o que é que queres ensinar-me nesta situação? Que atitude devo tomar? Qual deve ser
minha reação? Se for o caso, que princípios bíblicos violei nesta situação?
2.Teria havido alguma desobediência de minha parte quanto a alguma ação, horário, pessoas
envolvidas ou procedimento?
3. S e n h o r , tenho de perdoar a alguém neste desapontamento?
4.Será que preciso procurar aconselhamento com um crente piedoso, que me ajude nesta situação?
Poderias tu, Senhor, conceder a tal pessoa uma visão de minha vida, necessidades e reações, o que
me ajudará a aprender o que queres ensinar-me?
5. Senhor, estou espiritualizando demais esta situação e, por isso, perdendo
algumas lições práticas que preciso aprender?
6.Senhor, quais são os ajustes e mudanças que preciso introduzir em minha vida? Ajuda-me
a dar os passos necessários para crescer.
7. A quem eu deveria servir agora, em vez de ficar remoendo os problemas?
Algumas vezes é muito difícil "interiorizar" as lições da vida.
Se fomos criados sem o exemplo de pais piedosos, ou sem disciplina
sábia e amorosa; aplicar as lições ministradas pelas dificuldades e
decepções pode ser complicado e até ameaçador.

Se esse for o caso, você pode estar com a


tendência de se sentir rejeitado, dominado por autoridade de "mão
pesada', ou muito temeroso, em uma situação criada por Deus com o
propósito de ajudá- lo a crescer.

Pelo visto, você precisará de ajuda para entender como crescer e


aprender com os desapontamentos.
A maneira pela qual tratamos a decepção e reagimos àquilo que
Deus deseja fazer em nossa vida revela, talvez muito mais
claramente do que qualquer outra coisa, quão seguros nos sentimos
com o amor de Deus e quão perto estamos do coração paterno do
Senhor

É fácil fazer perguntas acerca da justiça de Deus, contudo, se


queremos viver como seus filhos e conhecer o seu coração paterno,
precisamos examinar nossa reação diante do mal e do sofrimento.

Será que reagimos tão profundamente quanto Deus ao mal no mundo, ao


mal em nossas próprias vidas?

Partilhamos a tristeza divina quanto ao pecado e à


destruição que o acompanha por onde passa?
Creio que jamais experimentaremos cura completa para
nossas feridas emocionais, nem receberemos por inteiro o
amor do Pai, a não ser que compartilhemos a sua tristeza
com relação ao pecado e ao egoísmo.

A Bíblia ensina a existência de diferença entre a tristeza piedosa


e a tristeza mundana, no tocante ao pecado.

Paulo escreve aos coríntios:


Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram
entristecidos, mas porque a tristeza os levou ao
arrependimento.
Pois vocês se entristeceram como Deus desejava, e de
forma alguma foram prejudicados por nossa causa.
A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento
que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte (2Co
7.9,10).

O arrependimento não é apenas sentir-se pesaroso, triste, mas


suficientemente pesaroso para desistir.
A tristeza piedosa (segundo Deus) exige mais do que simples confissão
de pecados.

Se confessamos nossos pecados, mas continuarmos a praticá-los, não


experimentaremos verdadeiramente a tristeza segundo Deus.

A tristeza segundo Deus se baseia em como o pecado fere a Deus e aos


outros.

A tristeza segundo Deus produz mudança de atitude diante do


pecado.
Começamos a odiar o pecado e passamos a amar a bondade.
A tristeza segundo Deus gera também novo respeito para com o Senhor e
para com as suas leis.
As leis divinas são racionais quando bem analisadas — não matarás, não furtarás, não
dirás falso testemunho, não tomarás a esposa ou o marido do teu próximo e assim por
diante.

Obedecer a essas leis significa, simplesmente, viver da maneira como fomos criados para
viver.

Deus nos criou para que nos amemos uns aos outros, para sermos bondosos, generosos,
perdoadores, honestos, leais ao cônjuge, e para reconhecermos a Deus e vivermos em
comunhão com Ele.

O verdadeiro sentido de nossa vida reside em amar a Deus e obedecer a Ele.


Quando amamos a Deus, vem naturalmente o desejo de
cumprir as suas leis.

Não devíamos nos esforçar para o respeitar as leis de Deus apenas com o objetivo de
seguir para o céu, escapar do inferno, ser respeitados ou ganhar alguma coisa do Pai.
Devíamos obedecer às leis de Deus porque Ele nos ama e porque desejamos responder ao
seu amor sendo-lhe agradáveis com palavras e ações.

A obediência deve ser uma reação amorosa à ação de Deus.

Muitas vezes pecamos porque estamos feridos, porém o sofrimento não


nos desculpa.
Analisar nossas reações dentro de uma estrutura psicológica de
racionalização não produzirá crescimento espiritual.

Quando sabemos que estamos errados, temos de permitir que Deus faça a
sua obra em nosso coração.

Não podemos passar um verniz no pecado, não importa quão pequeno


possamos achar que ele é.
Pais no Senhor
O mundo está repleto de órfãos emocionais e espirituais.

A necessidade de pais e mães no Senhor.


Muitas pessoas se encontram órfãs não apenas dos pais biológicos, mas de
todo tipo de herança espiritual ou emocional sadia.
as necessidades que muitos sentem de cura.

Empurrados para a margem da sociedade, pelas feridas e pela rejeição, sentem-se


solitários no mundo.

A igreja também está repleta de órfãos.


Eles aceitaram Jesus
Cristo, mas não receberam alimento para sua fé.
Seja por causa da falha deles
mesmos, seja pela falha de outros,
ainda não se tornaram membros da família espiritual.
Precisam que a igreja seja como lar, um lugar a que pertençam.

Essas pessoas necessitam desesperadamente de cuidado pastoral.

Precisam do ensino da Palavra de Deus. Precisam de aconselhamento baseado em


princípios bíblicos sólidos. Precisam da exortação e do estímulo de uma pessoa madura na
fé. Precisam de uma figura espiritual paterna, que as ajude a crescer no Senhor.

Outros clamam por um "novo pai", isto é, que se dê a eles o tipo de exemplo que somente
um pai sábio e estável pode prover.

Se a pessoa não recebeu cuidado paterno, físico, espiritual, ou de ambos os tipos, durante
os anos de sua formação, ela vai precisar de alguém que lhe sirva de exemplo, agora.
Esse relacionamento não deveria girar em tomo de recriminações, mas
oferecer um modelo que incentive o crescimento.

Exemplos bíblicos
Pedro exortou os presbíteros:
"Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados" (1 Pe 5.2).

O apóstolo Paulo disse aos crentes de Corinto:


Embora possam ter dez mil tutores em Cristo, vocês não têm muitos pais. [...] Por essa
razão estou lhes enviando Timóteo, meu filho amado e fiel no Senhor, o qual lhes trará à
lembrança a minha maneira de viver em Cristo Jesus, de acordo com o que eu ensino por
toda parte, em todas as igrejas (1Co 4.15,17).

E Paulo ainda lembrou aos tessalonicenses que:


... fomos bondosos quando estávamos entre vocês, como uma mãe
que cuida dos próprios filhos. Pois vocês sabem que tratamos cada
um como um pai trata seus filhos, exortando, consolando e dando
testemunho, para que vocês vivam de maneira digna de Deus (1Ts
2.7,11,12
Ser um pai ou uma mãe no Senhor não se limita àqueles que exercem o
pastorado, ou aos líderes espirituais.

Há também a necessidade crucial de outras pessoas espiritualmente maduras,


interessadas no próximo e capazes de agir como "pais" e "mães" de outros crentes,
igualmente carentes.

João fala das pessoas que são pais no Senhor porque conhecem "aquele que é desde
o princípio" (1Jo 2.14).

Os jovens gostam de combater a Satanás, mas os pais conhecem o Pai.

Mediante sua simples presença, conseguem ministrar às pessoas ao seu redor


por causa da maturidade e da profundidade de seu conhecimento de Deus.

Precisamos espalhar pela igreja inteira esses "pais", para serem o que são.
Sempre estando à disposição, tendo tempo suficiente para as pessoas e com um lar aberto,
a vida deles pode constituir instrumento valioso de cura e amor.

A necessidade de equilíbrio

Como ocorre em todas as áreas, a ênfase na "paternidade espiritual" pode ser


levada ao extremo.
A última coisa de que as pessoas necessitam hoje é de abuso de autoridade.

A Bíblia fala de igualdade, autoridade e ministério, no entanto é importante que se faça


distinção entre esses três conceitos.

Muita confusão tem sobrevindo ao corpo de Cristo por falta de uma


distinção adequada.
Os pais piedosos desejam servir aos outros e tratar a todos como seus iguais.

As ações deles procedem de uma atitude de igualdade, e não de autoridade, pois


estão muito mais interessados em servir do que em governar.

Quando a pessoa parte de uma atitude de autoridade, é


inevitável que o resultado seja uma atitude de superioridade, ou um tipo de paternalismo
que pode degenerar-se em domínio sufocante.

O quadro a seguir ajuda a distinguir os dois métodos: A autoridade


bíblica jamais é tomada; ela é oferecida.
Não reside em alguma posição ou algum direito.
É fruto do que somos, e não de um cargo que ocupamos ou de
um título pendurado à porta.

Vem da unção do Espírito de Deus, significando


a soma total do caráter da pessoa, sua
sabedoria, seus dons espirituais, sua atitude de
servo.
A autoridade bíblica jamais é tomada; ela é
oferecida.

Não reside em alguma posição ou algum


direito.

É fruto do que somos, e não de um cargo que ocupamos ou


de um título pendurado à porta.

Vem da unção do Espírito de Deus, significando a soma total


do caráter da pessoa, sua sabedoria, seus dons espirituais,
sua atitude de servo.
Pais dominadores Pais no Senhor Recebendo dos pais no Senhor

É preciso humildade para receber auxílio de alguém.


Quando Deus traz uma pessoa à nossa vida para nos ensinar algo, precisamos assumir a
atitude correta, de tal maneira que possamos nos beneficiar de tudo o que Deus quer real' em
nós por intermédio dessa pessoa.

Para nos tornar um "pai" ou uma "mãe" no Senhor não significa que devemos iniciar um
relacionamento formal e bem definido com um cristão maduro na fé. Às vezes, significa
tão-somente observar a vida desse crente fiel.

Em outros casos, significa fazer-lhe perguntas ou buscar aconselhamento.

Jesus assumiu a"paternidade" dos discípulos em quatro estágios:


Ele trabalhava e eles observavam.
Ele trabalhava e eles ajudavam.
Eles trabalhavam e ele ajudava.
Eles trabalhavam e ele partiu!
A seguir, assinalamos alguns ingredientes que contribuem para um clima de amor
e confiança.
•Criamos um clima de crescimento espiritual mediante o amor e a
confiança que partilhamos com as pessoas.
•Criamos um clima ao qual as pessoas sentem que pertencem, quando as
incluímos nas tomadas de decisões importantes.
• Criamos um clima de responsabilidade, quando confiamos nos outros.
• Criamos um clima de compaixão mediante cortesia e bondade.
•Criamos um clima de piedade e realidade espiritual ao meditarmos
regularmente na Palavra de Deus e ao adorarmos pessoalmente a
Deus.
• Criamos um clima de fé e visão quando enxergamos as necessidades
alheias e
discernimos a reação de Deus a essas necessidades.
•Criamos um clima de generosidade quando damos ou nos
dedicamos a outras pessoas.
Criamos um clima de retidão quando reconhecemos o poder de Deus
em cada
situação.
•Criamos um clima propício ao desenvolvimento do valor e dignidade, ao reservarmos
tempo para ouvir as pessoas.
• Criamos um clima de auto-estima ao afirmarmos o valor das pessoas e encorajálas.

Criamos um clima de consolação ao demonstrarmos interesse no sofrimento das pessoas.


• Criamos um clima propício à unidade do grupo ao desejarmos sinceramente
envolver outros no ministério, orando e pedindo que o trabalho das outras pessoas seja
maior do que o nosso.
• Criamos um clima de alegria e paz ao expressarmos nossa gratidão e apreciação
a Deus, em cada situação.
•Criamos um clima de segurança ao reconhecermos o bem e o potencial existentes nos
outros.
• Criamos um clima de obediência a Deus ao valorizarmos os padrões divinos
mais do que os dos homens.
• Criamos um clima de lealdade quando jamais criticamos os outros.
• Criamos um clima de fé quando falamos da grandeza de Deus.
•Criamos um clima de honestidade ao admitirmos nossa fraqueza e pedirmos perdão por
nossos pecados.
Se nós, como pais ou líderes espirituais, temos magoado nossos filhos ou as
pessoas a quem lideramos, devemos orar com máxima seriedade pela
oportunidade de restauração, de reparar nossa falha.
Essas pessoas precisam ouvir-nos dizer que sentimos muito pelo que fizemos, que
estamos arrependidos.

Ao mesmo tempo, nós precisamos ouvi-las dizer que


estamos perdoados.
Não basta deixar que "o passado fique no
passado".
Quando nos humilhamos dessa maneira, muitas
vezes abre-se a
porta para a cura e a reconciliação, e somos conduzidos a um
relacionamento e compreensão muito mais profundos.

Que herança maior do que essa podemos oferecer às pessoas?


À medida que concedemos os dons da compaixão e da
humildade, nossa vida se torna demonstração da verdade
da Palavra de Deus. Criamos um clima de graça e
construímos uma estrada de amor, que une nosso coração
ao coração do próximo.

Nossa prontidão para sermos usados como vasos de Deus


pode transformar o brando coração paterno de Deus em
gloriosa realidade neste nosso mundo ferido.

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