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A RELAÇÃO ENTRE A MULHER INDÍGENA E A EDUCAÇÃO NO BRASIL E

EM MATO GROSSO DO SUL: DESEFETIVAÇÃO DO ORDENAMENTO


JURÍDICO NACIONAL E INTERNACIONAL
Bruno Alves LOURENÇO(1), José Paulo GUTIERREZ(2),
Luyse Vilaverde Abascal MUNHÓS(3)
(1) Direito/UFMS, (2) Direito/UFMS, (3) Direito/UFMS

Grande área do conhecimento: ANTROPOLOGIA E SOCIOLOGIA

LINK DA APRESENTAÇÃO DO VÍDEO: ____________________________

INTRODUÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO


O presente plano de trabalho está inserido no projeto de Reconhece-se, ao longo do projeto, a característica sistemática do
pesquisa (Ñandesy e o Oguatá Porã - estudo antropológico das ordenamento jurídico sendo, portanto, necessário para a interpretação
dos direitos educacionais da mulher indígena abordar os mecanismos
mulheres Kaiowá e Guarani no contexto da mobilidade e
jurídicos em conjunto, expondo como partes de um mesmo sistema.
fronteira), e pretende analisar a educação aplicada às mulheres
indígenas sul-mato-grossenses em contraste com o ordenamento A Constituição Federal, Capítulo VIII – “Dos Índios” – relativo aos
jurídico, através de uma visão multidisciplinar do Direito com a direitos atribuídos aos povos originários, os indígenas, reconhece-lhes,
Antropologia, Sociologia, Política, dentre outras disciplinas das por intermédio do artigo 231, o direito a manutenção de “[...] sua
ciências humanas e sociais. organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos
Não obstante, o Brasil possuí como forma de integração aos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam [...]” (BRASIL,
tratados internacionais dos Direitos Humanos, em seu 1988).
ordenamento jurídico, mecanismos propícios à preservação destes
A Declaração Universal dos Direitos Humanos que, no art. 26, inciso I,
direitos na Constituição Federal (1988) – relativo aos direitos
diz que “toda a pessoa tem direito à educação. [...] O acesso aos estudos
fundamentais individuais (Art. 5º) e sociais (Art. 6º).
superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do
seu mérito” (ONU, 1948).
Dessa forma, este projeto busca responder a seguinte
questão: como se dá a efetivação do direito à educação no caso O Estatuto do Índio: art. 48, “estende-se à população indígena, com
das mulheres indígenas no Brasil e, em conjunto, no Estado de as necessárias adaptações, o sistema de ensino em vigor no País”; art. 49,
Mato Grosso do Sul? “a alfabetização dos índios far-se-á na língua do grupo a que pertençam, e
em português, salvaguardado o uso da primeira” (BRASIL, 1973).

Ao decorrer do projeto, as entrevistas virtuais foram realizadas com


quatro mulheres indígenas da etnia Terena, matriculadas na Universidade
METODOLOGIA Federal de Mato Grosso do Sul, partindo de um questionário
A construção desta pesquisa deu-se por intermédio de uma semiestruturado e resultando na coleta dos dados.
abordagem indutiva, partindo de pressupostos particulares em
direção à generalização probabilística e, para tal, utilizou-se
procedimentos documentais de fontes primárias – elaboração e
coleta de questionários e entrevistas – e secundárias – normas do CONCLUSÃO
A princípio, pode-se afirmar que o ordenamento jurídico nacional e internacional, no plano
ordenamento jurídico, como a Constituição Federal de 1988, a dos Direitos Humanos, possuí uma série de normas voltadas a auxiliar a mulher indígena durante
Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 e o Estatuto sua jornada acadêmica.

do Índio de 1973 – a fim de adquirir os resultados pretendidos. Entretanto, em contraste ao plano do “dever-ser” presente no direito escrito, a realidade
evidencia que, ao menos para as estudantes entrevistadas, tais pressupostos foram, muitas vezes,
negligenciados, prejudicado a sua educação e refletindo no desrespeito normativo.
Outrossim, utilizou-se durante as entrevistas virtuais um
questionário semiestruturado com perguntas pré-estabelecidas Outrossim, a imensa distância geográfica das instituições de ensino, a falta de insfraestutura
adequada em ambiente escolar, do ensino de idiomas indígenas, de um currículo escolar
como parâmetro, mas não fixas, para revelar a presença de uma culturalmente adaptado, do baixo apoio econômico para a permanência estudantil, da
realidade análoga a exposta no direito escrito sobre a educação insegurança sentida durante a permanência na universidade pelo fato de ser mulher, junto à
manutenção do racismo e da discriminação de gênero, como nos casos apresentados, ferem, e
em relação às estudantes indígenas da Universidade Federal de muito, todo o ordenamento jurídico supracitado.
Mato Grosso do Sul – Cidade Universitária.
Em síntese, a realidade acadêmica da mulher indígena na educação não condiz com a utopia
apresentada pelo ordenamento jurídico no contexto dos Direitos Humanos; urge, portanto, a
necessidade do governo brasileiro incentivar a produção científica na área, a fim de esclarecer a
temática, facilitando, desse modo, a tomada de medidas públicas que propiciem o
desenvolvimento educacional da mulher indígena.

REFERÊNCIAS
[1] BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 4 set. 2022.

[2] BRASIL. Estatuto do Índio. 1973. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm. Acesso em: 28 ago. 2022.

[3] ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. UNICEF. 1948. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos.
Acesso em: 28 ago. 2022.

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