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L I C E N C I AT U R A E M F O C O

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

» UNIDADE 02
A escola inclusiva, enquanto espaço de interação social, tem um importante papel no que tange
às relações que se processam em seu meio, através da convivência entre pares, pois ela
possibilita que alunos, independentemente de sua etnia, cor, sexo, religião, ou se possui alguma
deficiência, convivam em harmonia, construindo assim trocas e desafios que auxiliam no
processo de construção da aprendizagem e, consequentemente, no desenvolvimento de todos os
alunos.
Nesse sentido, os alunos devem ser vistos como sujeitos capazes de apropriar-se dos meios de
produção cultural, e para tanto é fundamental que a sala de aula desenvolva uma dinâmica social
baseada na troca entre pares, sendo necessário que o professor organize as relações estabelecidas.
UNIDADE 02
Políticas públicas podem ser definidas como um conjunto de ações do governo destinadas a atender determinada
demanda ou problemática. Nesse caso, estamos falando de políticas públicas destinadas à educação, cujas medidas
do Estado garantem recursos que contribuem para o desenvolvimento do ensino.
1988 – Constituição da República Federativa do Brasil
1989 – Lei nº 7.853/89
1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069/90
1990 – Declaração Mundial de Educação para Todos
1994 – Declaração de Salamanca
1994 – Política Nacional de Educação Especial
1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/96
1999 – Decreto nº 3.298 que regulamenta a Lei nº 7.853/89
• 2001 – Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
• (Resolução CNE/CEB nº 2/2001)
• 2001 – Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001
• 2001 – Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil
pelo Decreto nº 3.956/2001
• 2002 – Resolução CNE/CP nº1/2002
• 2002 – Lei nº 10.436/02
• 2003 – Portaria nº 2.678/02
• 2004 – Cartilha – O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e
Classes Comuns da Rede Regular
• 2004 – Decreto nº 5.296/04
CRONOLOGIA • 2005 – Decreto nº 5.626/05
• 2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos
• 2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE
• 2007 – Decreto nº 6.094/07
• 2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva
• 2009 – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
Fonte: https://goo.gl/F8NBVs
• 2011 – Plano Nacional de Educação (PNE)
• 2012 – Lei nº 12.764
A inclusão é ainda uma conquista. Para alcançá-la é necessário alterar os currículos, preparar os
professores e todos os envolvidos com a educação, inclusive os pais e a comunidade. Para que
aconteça verdadeiramente a inclusão nas escolas, é preciso romper o preconceito instaurado na
sociedade, e esse é um desafio de todos e para todos.
A partir de toda a reflexão proposta na presente obra, depreendemos que é preciso fazer sair do
papel, e dos discursos, a verdadeira cidadania, pois o processo de inclusão nada mais é que uma
questão de respeito e humanidade.

Fonte: https://goo.gl/cmvg3y
Nessa perspectiva, o processo de inclusão deve ser percebido pela escola
no seu aspecto mais amplo, como sendo um instrumento favorecedor do
acesso e da permanência nas classes comuns do sistema regular de ensino
de todos os alunos que possuem algum tipo de deficiência.

A inclusão é um desafio, que ao ser devidamente enfrentado pela

escola comum, provoca a melhoria da qualidade da Educação

Básica e Superior, pois para que os alunos com e sem deficiência

possam exercer o direito à educação em sua plenitude, é indispensável


que essa escola aprimore suas práticas, a fim de atender às diferenças.

Fonte: https://goo.gl/TbLBvx
• OS EDUCADORES E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A inclusão de alunos com deficiência no ensino regular precisa ter como um dos principais objetivos
assegurar o pleno desenvolvimento deles, no que tange aos aspectos: cognitivo, social e afetivo, constituindo-
se num grande desafio para toda escola inclusiva
Conforme expõe Carvalho (2000, p. 170), “as escolas inclusivas são escolas para todos, o que implica num
sistema educacional que reconheça e se prepare para atender às diferenças individuais, respeitando as
necessidades de todos os alunos”.

Fonte: https://goo.gl/BSJesn
Acredita-se que as decisões articuladas no coletivo colaboram para o rompimento dos preconceitos e auxiliam
a prática da inclusão. E a escola precisa estar preparada para oferecer condições adequadas, no intuito de
atender às características individuais dos alunos.
Nesse sentido, para que se possam desencadear resultados favoráveis, deve-se buscar dentro desses espaços
educacionais uma prática pedagógica construída a partir da reflexão e do envolvimento de todos os
profissionais inseridos nesse contexto, com isso destacamos a importância do trabalho realizado de forma
conjunta.

Fonte: https://goo.gl/kN6qpn
• A educação inclusiva tem representado um desafio constante
para educadores quanto à forma de viabilizá-la. Esse desafio é
ainda maior quando se impõe a exigência de que sejam
processadas modificações substanciais na escola, para que
sejam atendidas e respeitadas as peculiaridades apresentadas
pela diversidade.
• Nesse sentido, percebe-se como um princípio indispensável o
fortalecimento de uma rede de apoio construída a partir de
relações entre os órgãos especializados, como o SAEDE
(Serviço de Atendimento Educacional Especializado) e a
escola regular. Essa prática traria benefícios à condução do
processo de inclusão escolar.
• A comunidade escolar como um todo (professores gestores,
alunos e familiares) precisa ser orientada e amparada para que
seja possível o desenvolvimento de um trabalho que
contemple os pressupostos da inclusão.
A partir da valorização de todos esses aspectos, o professor conseguirá
perceber e considerar as diferenças e as particularidades apresentadas
pelo seu grupo de alunos.
Para a efetivação de uma prática pedagógica inclusiva, o professor
precisa desafiar seus alunos constantemente, oportunizando o contato
O foco das práticas com atividades atraentes e motivadoras, apoiando-os em suas
pedagógicas conduzidas dificuldades e intervindo sempre que for necessário.
pelos professores estar
baseado nos preceitos da
interatividade, na partilha de
saberes, nas trocas
de experiências e no respeito
às diferenças.

Fonte: https://goo.gl/rq5fwf
Aprender é uma habilidade de todo ser vivo, sendo que o ser
humano evolui progressivamente de geração em geração,
elaborando esquemas para interagir no mundo, afetando e sendo
afetado pelo macrossistema das relações que o cerca.
As pessoas não são iguais, todos temos singularidades que fazem
com que, embora sejamos semelhantes a outras pessoas em
vários aspectos, tais como ideias, princípios, valores, cor dos
olhos, cor da pele etc., somos essencialmente diferentes.
Nesse sentido, é fundamental atores educativos manter-se
atentos e proporcionar estímulos ambientais constantes em prol
de uma escola inclusiva que coopera para a superação das
atividades, bem como tornar possível um ambiente que acolhe a
diversidade.

PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA DIVERSIDADE E NECESSIDADES EDUCACIONAIS


ESPECIAIS
Toda pessoa é capaz de se desenvolver e de aprender,
considerando apenas as especificidades com relação ao ritmo e à
forma de aprender. Segundo Ferreira (1995, p. 17), “a
aprendizagem é um processo vincular, ou seja, acontece no
íntimo de um vínculo humano, cuja matriz se constrói nos
primeiros vínculos do filho com a mãe, com o pai, com os
irmãos”.
Apoiado nisso, o histórico de vida pessoal e das relações sociais
que permeiam nossa existência é fundamental nas características
individuais de aprendizagem de cada sujeito. Aliado aos fatores
sociais e experienciais, os componentes biológicos também são
responsáveis por essa construção e trazem aspectos importantes
no processo de aprendizagem, sendo ambos complementares e
indissociáveis.

APRENDIZAGEM NUMA CONCEPÇÃO INCLUSIVA: ESTRATÉGIAS DE


RESPOSTAS À DIVERSIDADE
De acordo com a concepção construtivista de aprendizagem, há
que se considerar que existem dois elementos fundamentais para
que ela aconteça: o ser que ensina e o ser que aprende, aliado ao
vínculo existente entre ambos.
O construtivismo teve sua concepção fundamentada pelo biólogo
suíço Jean Piaget (1973). Este enfatiza que a aprendizagem
ocorre quando o sujeito adquire uma visão específica do mundo
que o cerca, possibilitando a ele um estado de adaptação e
equilíbrio com relação às situações que vivencia.

APRENDIZAGEM NUMA CONCEPÇÃO INCLUSIVA


Estágio sensório-motor (0 a 2 anos, aproximadamente): caracteriza-
se pela fase em que o bebê, nos primeiros dois anos de vida, interioriza
e organiza as informações obtidas através dos sentidos e devolve
respostas de acordo com os estímulos que recebe no ambiente.
Estágio pré-operatório (2 a 7 anos, aproximadamente): próximo do
segundo ano de desenvolvimento intelectual, a criança já fez uso e se
apropriou dos esquemas sensório-motores, a partir daí inicia a
capacidade de representar um objeto por outro, tendo alcançado a
construção e o uso das funções dos esquemas simbólicos.
Estágio operatório concreto (7 a 11 anos, aproximadamente): em
torno dos sete anos de idade a criança já consegue realizar operações
mentais, assim, podemos dizer que ela se encontra no estágio
denominado operatório. Nesse período, a criança analisa e considera
vários aspectos de uma mesma situação para construir seu
posicionamento.
Estágio operatório formal (a partir dos 12 anos): nesse estágio do
desenvolvimento já se têm definidos e internalizados muitos conceitos,
assim sendo, o sujeito já é capaz de criar e defender hipóteses através
do uso da linguagem.
Inclusão
É necessário ressaltar que a pessoa com deficiência intelectual também passa pelos mesmos estágios do
desenvolvimento, porém essas etapas se processam de modo mais lento e, dependendo da intensidade da
deficiência, o sujeito não consegue atingir todos os estágios descritos.
No caso da aprendizagem dos indivíduos com deficiência intelectual, há que se considerar como ponto
indispensável para sua concretização a busca pelo desenvolvimento da autoimagem e da autoconfiança, assim
sendo, a pessoa com deficiência esforça-se para atingir os objetivos que foram propostos inicialmente.
Para que o processo educacional da pessoa deficiente intelectual aconteça de modo satisfatório é fundamental
que se inicie um trabalho que aborde conceitos e operações simples e concretas, possibilitando de forma gradual
a construção de ações mais complexas e abstratas.
O elogio pelas conquistas obtidas, o incentivo constante e o desafio para a construção de novos conhecimentos
são fatores indispensáveis quando se pretende intervir de forma positiva no processo de aprendizagem da pessoa
com deficiência intelectual.
INCLUSÃO

Para que a inclusão escolar de uma criança com alguma deficiência física ou sequela motora se efetive,
necessita-se de ambientes acessíveis que permitam a circulação e a permanência da cadeira de rodas, mesa com
medidas compatíveis à cadeira de rodas, utilização de tecnologias assistivas para a realização das atividades em
sala de aula.
Para atender às diferenças socioculturais, especialmente dos sujeitos surdos, é fundamental construir um projeto
pedagógico que mude a realidade e que o currículo seja flexível, atendendo às convivências linguísticas, as
diferenças, o respeito à aprendizagem, o ritmo e as avaliações que priorizem o envolvimento do aluno surdo e
dos professores.
No caso das pessoas com deficiência visual, estas adquirem o conhecimento do mundo e constroem sua
percepção de mundo por meio de outros sentidos, como o tato, a audição e o paladar, além da
convencionalidade da leitura e da escrita, via sistema de leitura e escrita braile ou de equipamentos
informatizados, assim como por meio de recursos didáticos ampliados ou adaptados.
A AVALIAÇÃO E OS DESAFIOS NA DIVERSIDADE E NECESSIDADES
ESPECIAIS

Pesquisas demonstram que “95% dos alunos


encaminhados aos serviços especializados com
problemas de aprendizagem, na verdade, são frutos de
problemas de ensino” (COLLARES, 1996, apud
VASCONCELLOS, 2010, p. 68).
Assim, as políticas públicas, os órgãos de gestão
educacional e a escola precisam pensar em
alternativas para minimizar o problema da não
aprendizagem, entre eles, pensar em aulas de reforço,
aulas no contraturno, classes de aceleração, professor
de apoio, atendimento individualizado, monitorias e
parcerias através de profissionais.
Para entendermos melhor o processo de avaliação no seu contexto histórico,
vamos acompanhar a perspectiva segundo alguns autores:

Ausubel (1968) Busca permanente de dados para


proporcionar feedback.
Piaget (1967): Rejeita a avaliação somativa. A
avaliação é um processo de construção permanente.
Skinner (1996) Um exercício que visa reproduzir,
com exatidão, o comportamento em direção ao
objetivo a ser alcançado.
Freire (1980) É um processo inserido no método de
formação. É um processo de construção permanente.
Para entendermos melhor o processo de avaliação no seu contexto
histórico, vamos acompanhar a perspectiva segundo alguns autores:

Freinet (1978) É um processo que envolve técnicas de


acompanhamento em direção ao objetivo pretendido.
Dewey (1967) É a prática que proporciona dados em
vista a constatar se o objetivo está sendo alcançado.
Bruner (1976) É um processo de acompanhamento na
construção do desenvolvimento
Gagné (1980) É um conjunto de estratégias para
verificar resultados.
Rogers (1976) Avaliação é um exercício de liberdade
do indivíduo.
Como vemos, o conceito de avaliação está relacionado com a postura filosófica, a tendência educacional
adotada e ao momento histórico no qual está inserido. Além disso, a forma de avaliar reflete a atitude do
professor, sua interação com a turma, seus princípios educacionais e pedagógicos.
“O olhar do professor precisará abranger a diversidade de traçados, provocando-os a seguir em frente”
(HOFFMANN, 2001, p. 47).
POLÍTICAS EDUCACIONAIS: LDB, PPP, PNE

Educação e sociedade estão em constante transformação. Contudo, as mudanças na educação devem ocorrer
sempre, obrigatoriamente, com embasamento legal e se adequando às exigências que orientam o sistema de
ensino.
LEI DE DIRETRIZES E BASES – LDB - UM POUCO DE SUA HISTÓRIA
[...] Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho (CF/88).
A Constituição Federal de 1988 traz em seu contexto dez artigos específicos e estruturais com relação às
políticas educacionais, abortando linhas fundamentais para a educação no Brasil.
A educação do Brasil tem dois pontos marcantes em sua história: a Constituição Federal de 1988 e a Lei de
Diretrizes e Bases. Para alguns autores, a reformulação da LDB foi uma das exigências impostas pela
Constituição. Para tanto, é imprescindível, principalmente aos educadores, conhecer e entender suas principais
resoluções.
Em 1961 surge a primeira versão da Lei de Diretrizes e Bases - LDB. Uma nova versão foi aprovada em 1971 e
a terceira e ainda vigente no Brasil foi sancionada em 1996, como Lei n. 9.394/96.
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO - PPP

O Projeto Político-Pedagógico - PPP - é peça-chave no planejamento das instituições de ensino em todos os


aspectos, sua construção deve acontecer de forma coletiva, unindo todos os “atores” que fazem parte da
instituição escola. É o PPP que irá ditar o que a escola pretende para o ano letivo, quais seus objetivos, metas e
quais os caminhos a serem trilhados.
Nos dias atuais, a escola está inserida no contexto da comunidade na qual desempenha um papel importante,
como uma das maiores formadoras de personalidades de caráter no convívio social e humanitário, sendo
necessário que não esteja inerte além dos seus muros, desenvolvendo assim o seu papel por excelência.
Assim, entendemos que o Projeto Político-Pedagógico é instrumento de comunicação, interação entre a
comunidade escolar e extraescolar, configurando-se também valioso instrumento de intervenção na realidade
escolar.
PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO - PNE

O Plano Nacional de Educação (PNE) determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos
próximos dez anos. O primeiro grupo são metas estruturantes para a garantia do direito à educação básica com
qualidade, e que assim promovam a garantia do acesso, a universalização do ensino obrigatório e a ampliação
das oportunidades educacionais.
Diante do contexto, o Plano Nacional de Educação é a base para os estados e municípios elaborarem seus planos
educacionais com previsão de recursos financeiros, que devem ser aprovados para a sua execução.
Para um melhor alinhamento dos planos de educação foram elaboradas 20 metas para a próxima década, com
políticas educacionais mais amplas no aprofundamento de cada tema.
REFERÊNCIAS
Clara Aniele Schley; Jean Carlos Morell; Patrícia Cesário Pereira Offial : UNIASSELVI, 2016.

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