QUE PODE SER DESENVOLVIDA. AS HISTÓRIAS SÃO BASTANTE ÚTEIS PARA TRABALHAR… Carácter As histórias têm muitas vezes heróis, lições de vida, fábulas em que o bem prevalece sobre o mal; estes conteúdos acabam por ser importantes para as crianças absorverem. Através das histórias, as crianças defrontam-se com situações fictícias e percebem as várias alternativas que elas oferecem, podendo antever as consequências que cada uma trará. Desta forma, adquirem vivência e referências para construírem os seus próprios valores. Raciocínio As histórias mais elaboradas e de enredos intrigantes, agitam o raciocínio das crianças e fazem com que as próprias se interroguem sobre a forma como agiriam. Imaginação Com as histórias podemos transitar pelo tempo e pelo espaço; fazemos viagens à pré-história, voamos pelas galáxias… Numa história, tudo é possível. Imaginar é um exercício mental e traz grande proveito para as crianças, pois as mesmas têm uma grande necessidade de o fazer. As fantasias não são somente um passatempo, elas ajudam na formação da personalidade na medida em que possibilitam fazer suposições, combinações, visualizações: “como seria se fosse desta ou de outra forma?!” Criatividade Uma vez que a criatividade é directamente proporcional à quantidade de referências que cada um possui; quantas mais “viagens” a imaginação a criança fizer, maiores serão as suas vivências ou referências e, consequentemente, será também a criatividade. As emoções semeiam imaginação e estimulam a criatividade. Senso-crítico A cada dia que passa são cada vez menos as pessoas que se questionam, que têm as próprias ideias, que seguem modas e massas. É de extrema importância que as pessoas consigam perceber o que as cerca, podendo assim identificar e incentivar as atitudes que levam à prosperidade e reprimir as danosas. As histórias actuam como ferramentas de grande valia para a construção do senso-crítico, porque através delas os alunos tomam conhecimento de situações alheias à sua realidade, uma vez que podem “navegar” em diferentes culturas, classes sociais, raças e costumes. A visão de outras realidades fará com que vejam “os dois lados da mesma moeda” gerando assim tomadas de posição e construindo uma personalidade interventiva. Disciplina
Normalmente a disciplina é entendida
como aceite e praticada espontaneamente quando o adulto pede.
Quando as crianças trabalham algo que
gostam e sentem que foi preparado intencionalmente para elas, as probabilidades de terem uma postura atenta e participativa aumentam. NARRAR HISTÓRIAS Disposição Os ouvintes deverão sentar-se em círculo. O narrador deverá fazer parte deste círculo, sentando-se junto com os ouvintes. É absolutamente desaconselhável ficar de pé quando a plateia está sentada no chão ou vice-versa. Poderá acontecer de o narrador estar de pé caso os ouvintes estejam sentados em cadeiras ou em escadas. Deverão sempre ficar ao mesmo nível dos olhos, isso será o ideal. Local A escolha é fundamental para o sucesso da narrativa. A historia deverá começar só quando os ouvintes estiverem calmos e bem acomodados. Deves evitar-se ruídos vindos do exterior ou coisas que distraiam, pois as crianças têm um poder de concentração pequeno e qualquer coisa fora do normal desviará a sua atenção. Horário A história pode ser contada após algum momento de agitação ou de jogo movimentado pois assim as crianças terão descarregado as energias. 1 Fazer a escolha cuidadosa da “sua” história. Procurar aquela que se identifica com os seus valores pessoas, que incita a imaginação e que lhe dá prazer em trabalhar. 2 Estudar a história, lendo-a atentamente. 3 Identificar os momentos importantes da história, nomeadamente, introdução, enredo, ponto culminante e desfecho. Anotar se possível as personagens, as suas características 4 Preparar os materiais que vão fazer parte da história: cenários, fantoches, entre outros. 5
Contar a história para si em voz
alta, de preferência diante do espelho. Ter em atenção para adequar o tamanho história e tempo da narração à idade dos ouvintes. 6 Treinar a entoação de voz; Dar voz própria aos personagens; Os gestos também devem ser exercitados; 7 Pedir silêncio e dar uma introdução sobre o que se dirá. “Olhinhos bem abertos, ouvidinhos bem limpinhos, vamos todos sossegar para a história escutar”. (bis) Entregar-se à história, sendo fiel ao que foi ensaiado. 8 Falar sobre a história no fim, para saber se as crianças estiveram atentas e se a entenderam. Reflectir sobre a história. Fazer um actividade que complemente: desenho, pintura, entre outras. Para se contar uma história, muitas vezes, não adianta estar só preparado, é preciso que a audiência entenda as palavras que são ditas. O raciocínio pode estar perfeito, todos os detalhes vivos, a sequência das ideias sincronizada, mesmo assim pode acontecer que por diversas razões, o público não consiga entender o que está a ser dito. Há algo que é indiscutível, para se falar em público, mesmo que seja simplesmente contar uma história para um pequeno grupo de crianças, não se utiliza a voz da mesmo forma como quando se está a ter uma conversa informal entre duas ou três pessoas. Deve- se ter em conta de que a voz está a ser usada para comunicar com um grupo. Isso faz com que a atenção seja outra, a distância entre pessoas maior e o objectivo a ser alcançado ser outro.