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NR 36 – SAÚDE E

SEGURANÇA NOS
FRIGORÍFICOS
NORMA Regulamentadora 18

Objetivos
36.1- O objetivo desta norma é estabelecer os
requisitos mínimos para avaliações, controle e
monitoramento dos riscos existentes nas atividades
desenvolvidas na indústria de abate e
processamentos de carnes e derivados destinados ao
consumo humano,a saúde e qualidade de vida no
trabalho,sem prejuízo da observância do disposto
nas demais Normas Regulamentadoras- NR do
Ministério do Trabalho e Emprego.
A precariedade das condições de trabalho no setor
frigoríficos brasileiros gerou uma elevada
prevalência de doenças ocupacionais que , estima-se
acomete cerca de 20% dos trabalhadores neste
setor.
Inspeções realizadas em dois dos maiores
estabelecimentos do pais, situado em Uberlândia/MG
e Rio Verde/GO, ambos com 8 mil funcionários,
constataram que a cada um mês uma média de 800
a mil empregados são afastados por distúrbios osteo
musculares(Cid grupo M).
Doenças que apresentam, por lei, presunção no nexo
causal com atividade econômica desenvolvida no
CNAE 1012
Segundo os quadros epidemiológicos do NTEP a
prevalência de transtornos mentais e transtornos
dos tecidos moles ( Bursite,Tendinite,Tenossinovite )
em frigoríficos é superior em 341% e 426%
respectivamente.
As principais inadequações são o ritmo intenso,
insuficiência de pausa, jornadas exaustivas, horas
extras habituais, prorrogação de jornadas em
atividades insalubres, condutas médicas
inadequadas, mobiliário inadequado e a ausência de
proteção de maquinas e equipamentos.
A NR 36 traz uma série de melhorias, mas por ser
fruto de uma construção tripartite, deixou de avançar
em alguns pontos de grandes importância para a
proteção da saúde dos trabalhadores em frigoríficos.
Entre as melhorias destacam –se
*A instituições de pausa de recuperações
psicofísiológica de 60 minutos ao dia.
* O sistema de gerenciamento de riscos com base em
métodos adequados, permitindo a utilização de
importantes ferramentas para avaliações de riscos
em atividades repetitivas (ISSO 11.228 e EM 1005).
*A adequação das condições relativas ao transporte
e
Movimentação de cargas, a prevenção ao uso de
amônia e níveis de concentração de dióxido de
carbono nos ambientes(limites de 1.000 ppm) e o
relatório final do PCMSO com registro das queixas e
afastamentos por setor e local de trabalho.
O caso da previsão de assentos ergonômicos é um
deles, na medida em que estabelece uma falsa
alternância baseada em modelos matemáticos ( no
mínimo uma cadeira para 3 colaboradores) e não na
adequação dos postos de trabalho, como previa a nr
17.
* Outro caso diz respeito à possibilidade de
utilização de uma pausa de recuperação
psicofísiológica para a realização de ginástica
laboral.
A realização de exercícios sem avaliações
específicas de cada colaborador pode gerar grandes
prejuízos à saúde.Embora a previsão de pausas
regulares para recuperação psicofisiológica
represente um enorme avanço , a redação
empregada pode conduzir ao falso entendimento de
que seria possível a prorrogação habitual de
jornadas em frigoríficos, conduta vedada pelo art.60
da CLT.
As medidas incluem a recomendações de que o
eventual período de ginástica laboral não seja
computado para os fins de pausas de recuperação
psicofisiólogica , a vedação de horas extras
habituais e horas extras em atividades insalubres;
Pausas de 50 minutos em jornadas de até 7h20mim;
Emissão de CAT na hipótese de suspeita ou
confirmação de doenças ocupacionais, e
dimensionamento adequado de assentos.
As pausas e todas as medidas previstas terão
eficácia reduzida sem a observância desse fatores.
É necessário que as empresas tenham clareza que,
no modelo constitucional Brasileiro, o desejo de
lucro não pode se sobrepor à saúde, à vida digna, ao
trabalho decente e à adequação do meio ambiente,
nele compreendido o do trabalho.
A indústria de abate e processamentos de carnes e
derivados está estruturada de tal maneira que o
processo produtivo e os métodos de trabalho são
potencialmente agressivos para a saúde e a
segurança dos colaboradores.
Lembrando que o trabalho é um meio de ganhar, e
não de perder a vida.
Riscos da atividades no setor
A rotina de trabalho na indústria de abate e
processamento de carnes e derivados expõe os
colaboradores a riscos variados como:
DOENÇAS DE LER/DORT
Atividades fixas e pouco variáveis, sujeitas à cadência
imposta pela maquina e pela organização da produção,
além da pressão do tempo, levam a uma alta
repetitividade de movimentos, que pode ser agravada
por fatores como postura corporal e a utilização de força
nas tarefas.
Baixas temperaturas
O trabalho permanente em ambiente frio, entre 9°C e
12°C, alem do manuseio de produtos em torno de 4°C,
provoca vasoconstrição, perda da sensibilidade tátil e
diminuição da destraza.Outros fatores combinados
podem dar origem à síndrome do túnel do carpo.
Contaminação por agentes biológicos
Condições insalubres também estão presentes, como a
umidade e o contato permanente com carnes, glândulas,
vísceras, sangue e osso.
Doenças psíquicas
A falta de controle do colaborador sobre o seu próprio
trabalho, tarefas monótonas e a iluminação do contato
humano favorecem reações de estresses, insatisfação e
depressão, como perturbações psicossomáticas e aumento da
tensão muscular.
Perda auditiva
A exposição contínua a níveis de ruído acima de
80dB(A)provoca perdas auditivas e gera graus importantes de
estresse,com a contração dos vasos sanguíneos e aumento
da tensão muscular.Em ambientes ruidosos, as atividades que
exigem destreza são realizadas com um esforço maior.
Posição estática
O trabalho realizado exclusivamente em pé, em posto
fixo com espaço exíguo, que impede a livre
movimentação,acarreta fadiga, varizes e outros
agravos a saúde.
E.P.I. INDICADO
Luva de Malha de aço
Avental de Vinil e Malha de
aço
Sapatilhas Sola Lona e Sola
Lona antederrapante
Luvas Alta Temperaturas
250°C
Jaqueta Térmica e Calça
Térmica
Capacetes Casquinha
E.P.I Os Equipamentos de Proteção
Individual, EPIs, tem como
objetivo a garantia da saúde e da
segurança do trabalhador em
seu ambiente de trabalho. Esses
equipamentos, além de estar em
perfeitas condições de uso,
também devem ser fornecidos
gratuitamente pelas empresas
aos seus trabalhadores, assim
como o respectivo treinamento e
orientação para correta
utilização e conservação.

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