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Teoria Geral dos Contratos
Um contrato é um negócio jurídico bilateral ou
plurilateral que visa à criação, modificação ou extinção
de uma relação jurídica de conteúdo patrimonial.
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Princípios Contratuais
• Autonomia da Vontade (liberdade contratual)
• Relatividade dos Efeitos Contratuais
• Obrigatoriedade (pacta sunt servanda)
• Boa-Fé Objetiva
• Equilíbrio Econômico
• Função Social do Contrato
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Visite o empreendimento e
converse com os gestores
Conhecer a legislação é importante mas, tão
importante quanto é conhecer a atividade, entender
como se dá a operação do empreendimento. Entender
o planejamento do negócio também é de suma
importância.
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“
Conhecer os
objetivos e
interesses
das partes e
do negócio é
fator crucial na
elaboração de
bons contratos.
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Contratos típicos do setor minerário
A atividade minerária compreende uma
diversa gama de atividades e transações
inter-relacionadas, tais como a aquisição
de propriedades, transações de minérios
e títulos minerários, construção da
infraestrutura de minas, barragens e
outras estruturas relacionadas etc.
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Os contratos típicos do setor são:
• Contrato de cessão do direito minerário.
• Contrato de Transporte.
• Contrato de Fornecimento.
Mas cuidado! Não se perca na hora de redigir o instrumento. Tenha foco nos objetivos e
interesses envolvidos!
Inicialmente defina o objeto do contrato a ser elaborado e seja específico nas previsões.
Não deixe lacunas! Aborde todas as hipóteses, seja detalhista, mas escreva somente o
necessário. Seja objetivo!
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Contrato de Cessão e Transferência
Conforme previsão constitucional, os títulos minerários são passíveis de cessão e transferência,
total ou parcial, tratando-se de modo extraordinário e secundário de aquisição.
Para efetivar a transferência dos títulos minerários é essencial anuência da União, uma vez que
as jazidas e os recursos minerais são de seu domínio e de interesse nacional, havendo, assim,
que resguardar o controle pela Administração Pública. Os atos de cessão e transferência só
terão validade após averbados pela ANM.
Cabe à União controlar a forma de exercício do título minerário, garantindo que o título seja
transferido para aquele que detenha as características exigidas pela lei, sob pena de colocar em
risco uma atividade estratégica para o desenvolvimento nacional.
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A anuência da União é uma análise vinculada, pois uma vez satisfeitos os pressupostos legais
para transferência e cessão, não poderá a Administração Pública negá-las. Ainda que a
justificativa para o indeferimento seja a possível ausência de interesse público, tratando-se de
uma regra aberta, a decisão deverá ser devidamente fundamentada.
É possível realizar a transferência parcial ou total, desde que o fracionamento não comprometa
o uso racional da jazida e que fiquem evidenciadas a viabilidade técnica e a economicidade do
aproveitamento autônomo.
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Quais direitos posso transferir?
A legislação minerária admite a cessão e
transferência dos seguintes títulos e direitos:
Atenção!
• Alvará de Pesquisa
• Registro de Licença
• Permissão de Lavra Garimpeira Requerimento de
pesquisa, de licença
• Direito de requerer a Lavra
e de lavra garimpeira
• Requerimento de Lavra
não podem ser
• Concessão de Lavra cedidos e transferidos.
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Atenção para os documentos que devem
acompanhar seu requerimento.
Não podem faltar:
• Documentos previstos nos art. 226 a 240
e 243 a 245 da Portaria 115 do DNPM.
Pode ser ajustado como pagamento, a transferência, no todo ou em parte, do produto da lavra.
Poderá, ainda, ser pactuada a transferência de compra do produto mineral pelo titular.
Para o exercício regular da atividade pelo arrendatário é essencial obter prévia anuência e
averbação pela ANM.
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Contrato de Arrendamento - Solidariedade
O arrendatário assume a responsabilidade de recuperar a área minerada.
Atenção:
A solidariedade deve constar do contrato de arrendamento, sob pena de indeferimento do
pedido de anuência e averbação após formulação de exigência.
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A anuência e averbação do contrato de arrendamento
pode ser indeferida nos seguintes casos:
• Houver exercício de lavra ilegal na área arrendada.
• Dívida relativa à CFEM.
• Arrendamento de outros direitos minerários que não o de concessão de lavra ou manifesto
de mina.
• Subarrendamento.
• Requerimento não estiver devidamente instruído na forma e com os documentos de que
tratam os art. 133 e 134 da Portaria 115 do DNPM.
• Não acolhimento da justificativa técnico-econômica.
• Erro na indicação das poligonais da área.
• Área esteja fora, total ou parcialmente, da área titulada.
• Não for cumprida exigência.
• Arrendatário não preencher os requisitos legais; ou
• Interesse público assim o exigir.
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Contrato de Arrendamento
• Prazo máximo: 30 anos.
• Admite prorrogação, sendo possível alterar apenas aspectos referentes a preço, formas de
pagamento e prazo, sob pena de indeferimento.
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Contratos Imobiliários
Conforme disposto na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (art. 176),
as jazidas e recursos minerais possuem propriedade distinta do solo e subsolo, integrando o
patrimônio da União, ainda que se encontrem em terras privadas.
Para concretizar a atividade minerária de pesquisa ou lavra mineral, o minerador precisa, por
óbvio, acessar o imóvel relacionado à poligonal de seu título minerário.
Além disso, não raras vezes, o minerador precisará de acesso e posse de imóveis para atividades
acessórias à lavra, através, entre outras, da instituição de servidão minerária para instalação de
barragens de rejeitos, minerodutos, linhas de transmissão de energia elétrica, entre outros.
Dessa forma, caso o titular do direito minerário não seja proprietário do solo, será necessário
regular o uso do solo com o proprietário da terra.
O superficiário faz jus ao recebimento de renda pelo uso da terra, indenização pelos danos
causados pela atividade minerária e participação no produto da lavra.
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O contrato firmado entre superficiário e minerador possui natureza privada e não depende de
anuência e averbação do órgão minerário.
Caso não consigam resolver de forma amigável, deve seguir o procedimento descrito no art. 27
do Código de Minas (Decreto Lei 227/67 ), para que o valor da renda e da indenização sejam
definidas no judiciário.
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Contrato de Compra e Venda de Minério
Conforme disposto no Código Civil de 2002, pelo
contrato de compra e venda, um dos contratantes
se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o
outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Mercado à Vista
A compra e venda pode ter por objeto coisa atual
ou futura, ficando sem efeito o contrato se esta não Mercados Futuros
vier a existir, salvo se a intenção das partes era de
concluir contrato aleatório.
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Mercado Futuro Mercado Spot
Compra e venda de uma determinada Compra e venda imediata com o
quantia em data futura. pagamento à vista.
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Streaming Arrangement
Fornecimento continuado de minério com o pagamento antecipado.
Trata-se de um contrato atípico, que funciona como um contrato futuro, pois pactua a venda do
minério a longo prazo, mas com pagamento imediato e continuado; ainda carente de disciplina
legal específica.
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Contrato de Transporte
O transporte dos recursos minerais pode ser realizado pelo próprio produtor (caso disponha
desse serviço) ou por terceiros contratados. Independente da forma adotada pelos contratantes
é importante se atentar às disposições legais e adotar as cautelas necessárias.
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É importante adotar procedimentos para entrega do minério, caracterizando a natureza, valor,
peso e quantidade, e o mais que for necessário para que não se confunda e para eventual
responsabilização por danos causados.
Também é importante, em algumas transações, que o transportador exija que o remetente lhe
entregue, devidamente assinada, a relação discriminada das coisas a serem transportadas, em
duas vias, uma das quais, por ele devidamente autenticada, ficará fazendo parte integrante do
conhecimento.
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Referência para citação deste e-book
SION, Alexandre Oheb. Introdução aos Contratos na mineração. 1ª edição. Belo Horizonte.
Publicação Instituto Minere. 2019.
Referências bibliográficas
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. Vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2008. P. 30
FIUZA, Cesar. Direito Civil curso completo. Belo Horizonte. Del Rey. 2006.
JUNIOR, José Ângelo Remédio. Direito Ambiental Minerário. Rio de Janeiro. Lumen Juris. 2013.
RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Código Civil. Rio de Janeiro. Editora Forense. 2005.
SION, Alexandre Oheb (Coord.). Empreendimentos de infraestrutura e de capital intensivo: desafios jurídicos. Belo
Horizonte: Del Rey, 2017.
SERRA, Silvia Helena. Mineração: doutrina, jurisprudência, legislação e regulação setorial / Silvia Helena Serra;
Cristina Campos Esteves e Fernando Herren Aguilar, coordenador. São Paulo: Saraiva, 2012. (Coleção direito
econômico)
Ministério de Minas e Energia (BR). Departamento Nacional de Produção Mineral (BR). Portaria nº 155, de 12
de maio de 2016. Disponível em: http://www.anm.gov.br/acesso-a-informacao/legislacao/portarias-do-diretor-
geral-do-dnpm/portarias-do-diretor-geral/portaria-dnpm-no-155-de-2016/view
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Sobre o Autor
Alexandre Sion
Sócio-fundador da Sion Advogados. Pós-doutorando em Direito pela
Universidade de Salamanca na Espanha. Doutorado em Direito pela
Universidade Autónoma de Lisboa, Portugal (créditos concluídos). Mestre
em Direito Internacional Comercial (LL.M) pela Universidade da Califórnia,
Estados Unidos. Especialista em Direito Constitucional. Pós-graduado em
Direito Civil e Processual Civil (FGV). Advogado com formação em Direito e
Administração de Empresas. Profissional com sólida experiência no apoio à
implantação e operação de grandes empreendimentos de capital intensivo e
infraestrutura no Brasil, assessorando empresas nacionais e internacionais em
diversas áreas do direito. Alexandre Sion e Sion Advogados figuram entre os
escritórios e os advogados mais admirados do Brasil segundo, entre outras, as
publicações Chambers Global; Chambers Latin America; Análise Advocacia
500; The Legal 500; Who’s Who Legal; IFLR1000; Leaders League e Best
Lawyers. Segundo a Análise 500, Alexandre Sion e/ou Sion Advogados
figuram ou já figuraram, na categoria escritório Abrangente, nas seguintes
posições: Ambiental (1º lugar Brasil), Construção e Engenharia, Siderurgia
e Mineração (1º lugar Brasil), Energia Elétrica (2º lugar Brasil); Contratos
Comerciais e no segmento de Transporte e Logística (3º Lugar Brasil).
Escritório e Advogado mais Admirados de MG, independentemente da área.
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