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Cédula de Produto Rural Limite de

Crédito em Garantia (CPR-G)


A CPR-G nasceu do pleito de uma grande cooperativa composta
essencialmente de pequenos cooperados. E foi assim que,
munidos do real espírito cooperativo, os dirigentes dessa instituição
encomendaram um estudo buscando melhorias para as
dificuldades burocráticas e financeiras de se conceder crédito aberto
aos pequenos cooperados de maneira mais simples e sem as
exigências cada vez maiores de garantias e registros constantes de
títulos e documentos.
CÉDULA DE PRODUTO
RURAL LIMITE DE CRÉDITO
EM GARANTIA

Ora, o cooperado, ao menos uma vez por ano, realizava compras


maiores de insumos para a condução de suas lavouras. Ocorre
que, no decorrer desse mesmo ano, ele retornava constantemente
à cooperativa a fim de realizar outras compras de pequenas
máquinas, roupas, equipamentos, alimentos, ração para o gado e
outras criações, enfim, era uma relação comercial constante que
carecia de análises de crédito e aprovações de crédito constantes.
Foi assim que surgiu a ideia inspirada nas cédulas de crédito

A partir do referido estudo, conclui-se que o modelo ideal seria o mãe e filhas constantes do Manual de Crédito Rural do

de abertura de crédito rotativo aos cooperados. O problema, Banco Central do Brasil. Mas como somente instituições

porém, estava nos custos e na burocracia da confecção e registros financeiras podem receber Cédulas Rurais por limitação legal

e de escrituras aptas para tal fim. Como então resolver o do Decreto-lei 167 de 1967, emergiu então a solução com a

problema? utilização de CPRs Financeiras.


Pois bem. A solução parecia perfeita, não fosse a novidade trazida pela nova Lei do agro de que todas as CPRs
emitidas no Brasil deveriam, após 2020 e sucessivamente nos anos posteriores, ser registradas em entidade
autorizada pelo Bacen, sob pena de invalidade.

Dessa forma, uma CPRF representando uma garantia de hipoteca mãe, que não representaria utilização de um
crédito, mas tão somente o limite de crédito em garantia a outras CPRFs menores, carinhosamente chamadas de
filhas, deveria ser registrada perante o Bacen e levaria o mercado de crédito em geral ao erro interpretativo de
que um dado produtor poderia já estar com sua capacidade de endividamento comprometida e que portanto não
conseguiria contrair outras dívidas com quem quer que fosse. O que se apresentava como benefício ao
cooperado na realidade seria sua ruína.
Não conformados com a situação, o departamento jurídico e
os dirigentes da cooperativa partiram para reuniões junto ao
MAPA na tentativa de uma solução.

E foi assim que, em 20 de julho de 2022, entrou em vigor a


Lei 14.421/2022, a qual, dentre muitas outras modificações e
inovações, instituiu uma nova modalidade de Cédula de
Produto Rural - a CPR Limite de Crédito em Garantia,
nascida da inserção do § 3º ao art. 5° e do § 7° ao art. 12°,
ambos da Lei 8.929 de 1994.

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Natureza jurídica da CPR Limite
de Crédito em Garantia
A Cédula de Produto Rural, criada pela Lei 8.929/94, caracteriza-se por ser
um título de crédito representativo de promessa de entrega de produtos
rurais, com ou sem garantias constituídas.

Já a CPR com Liquidação Financeira - CPR-F, foi instituída pela Lei


10.200/2001 e tem como principal diferença da CPR Física a sua forma de
liquidação, que no caso da CPR Financeira será em espécie e não mais a
entrega pura e simples do produto, ou seja, o objeto desse título continua
sendo a entrega física de produtos agropecuários desde sua emissão até a
data anterior ao vencimento; somente na data do vencimento do título esta
CPR passa a ser financeira para ser liquidada em espécie.

Posteriormente, no ano de 2021, foi criada a Cédula de Produto Rural Verde


Marcus Vinícius Reis (CPR Verde), instituída pelo Decreto n° 10.828, de 1° de outubro de 2021.

E novamente aqui a diferença entre a CPR-V e as demais CPRs está


justamente no objeto, no tipo de "produto" comercializado.
Enquanto a CPR para entrega física de produtos agropecuários determina a entrega de
commodities como cumprimento de uma obrigação, a CPR Verde, em conformidade com o art. 2°
do Decreto n° 10.828, deve ter como objeto os produtos rurais obtidos por meio das atividades
relacionadas à conservação de florestas nativas e seus biomas, a exemplo de:

Redução de emissões de gases de efeito estufa;

Manutenção ou aumento do estoque de carbono florestal;

Redução do desmatamento e da degradação de vegetação


nativa;

Conservação da biodiversidade;

Conservação dos recursos hídricos;

Conservação do solo; ou

Outros benefícios ecossistêmicos.


Art. 5° A CPR admite a constituição de quaisquer dos tipos de
garantia previstos na legislação, devendo ser observado o
disposto nas normas que as disciplinam, salvo na hipótese de
conflito, quando prevalecerá esta Lei.
[...]
§ 3° A CPR com liquidação financeira poderá ser utilizada como
instrumento para fixar limite de crédito e garantir dívida futura
Como vemos, apesar das diferenças no objeto das cédulas e na concedida por meio de outras CPRs a ela vinculadas.
forma de liquidação dos três títulos acima (CPR Física, CPR com [...]
Liquidação Financeira e CPR Verde), todas elas possuem Art. 12. A CPR, bem como seus aditamentos, para não perder
natureza jurídica semelhante: são consideradas títulos de crédito validade e eficácia, deverá:
híbridos, com características cambiariformes e de contrato civil, à [...]

ordem, líquidos e certos. § 7° As certidões emitidas pelas entidades autorizadas pelo


Banco Central do Brasil a exercer a atividade de registro ou de

Com o advento da Lei 14.421, de 2022, a Lei 8.929/94, ao depósito centralizado de ativos financeiros ou de valores

receber a inserção do § 3° ao art. 5° e do § 7° ao art. 12, inovou a mobiliários deverão indicar a CPR com liquidação financeira

CPR com Liquidação Financeira autorizando que seja utilizada prevista no § 3° do art. 5° desta Lei com registro próprio e as
CPRs a ela vinculadas.
como instrumento para fixar limite de crédito e garantir dívida
futura concedida por meio de outras CPRs a ela vinculadas;

Lei 8.929/94
Aparentemente, as três modalidades inicialmente citadas muito se
assemelham à nova modalidade CPR-G. Mas tais aparências podem
enganar os olhos mais desatentos, pois, comparando-se a CPR
Limite de Crédito em Garantia com suas coirmãs, as discrepâncias se
tornam evidentes, levando-nos à busca da segurança de um estudo
mais aprofundado quanto à sua natureza jurídica e,
consequentemente, quanto ao modo e à forma como o mercado
deverá utilizar-se desse novo título para incremento de seus
negócios.

Pois bem, traçando-se um paralelo com os institutos existentes no


mercado, tem-se que a CPR Limite de Crédito em Garantia possui
natureza jurídica diversa de suas antecessoras CPR Física, CPR
Financeira e CPR Verde, distanciando-se destas por não se tratar de
título de crédito representativo de uma promessa de pagamento de
dívida, mas sim de mero instrumento de fixação de limite de crédito
em garantia, o que a faz aproximar-se, por conseguinte, dos
tradicionais contratos de abertura de crédito rotativo que há muito
encontram guarida em nosso Código Civil.
NATUREZA
JURÍDICA CPR-G

O Contrato de Abertura de Crédito Rotativo, como seu próprio nome


exprime, é um contrato segundo o qual uma instituição comercial ou
financeira coloca à disposição do tomador, um crédito por prazo
determinado ou indeterminado, obrigando-se este a devolver a importância
eventualmente utilizada, acrescida dos juros e ou consectários pactuados

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à época da liquidação do negócio jurídico.

A CPR Limite de Crédito em Garantia portanto, uma vez que não


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representa uma operação de crédito propriamente dita, mas sim mera
composição de garantia, por não preencher os requisitos do art. 586 do
Código de Processo Civil, não representando portanto a certeza, liquidez e
exigibilidade mandatórias a qualquer título de crédito, apresenta natureza
jurídica de contrato civil, por não possuir liquidez, certeza e sequer objeto
para ser considerada um título de crédito propriamente dito.
Assim, a natureza jurídica da CPR em Garantia não poderia ser outra que não a de contrato
civil consensual, oneroso, bilateral, não solene e de execução continuada.

Consensual porque dependente da expressão livre da vontade das partes de maneira


equilibrada; oneroso ou não, porque pode envolver a concessão de um crédito futuro; bilateral,
pois gera direitos e obrigações para ambas as partes; não solene, pois não exige formalidade
legal para sua constituição e de execução continuada ou não, pois pode representar atos
posteriores reiterados.

Corroborando nossa posição, a jurisprudência do STJ entende que este contrato


não perfaz as exigências requeridas ao lastro de uma ação executiva. Ele apenas viabiliza a
abertura de crédito rotativo, ou seja, permite a eventual obtenção de valores
a juros e a prazo. Dessa maneira, não restariam atendidos os requisitos de liquidez
e certeza, posto que não identifica o valor certo a ser pago nem quando, o que por óbvio
nem sequer poderia, visto que prevê a possibilidade de obtenção de recursos
em data futura (STJ, REsp 1955148-DF 2021/0243427-7, rel. Min. Raul Araújo, Data
de Publicação: DJ 05/11/2021).
Na mesma linha de entendimento, o Superior Tribunal de Justiça tratou de pacificar a matéria pela inteligência da
Súmula 233, segundo a qual: "O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta
corrente, não é título executivo.“

Assim, retornando-se à CPR em Garantia, entende-se que este documento não é considerado um título de crédito
por não agregar em si os requisitos essenciais necessários a tanto. Porém, como própria lei menciona, a ela
estariam vinculadas outras CPRs, estas sim caracterizadas como títulos de crédito próprios, pois nelas constarão
especificamente as promessas de entrega de produtos (CPR Física) ou de pagamento em dinheiro (CPR com
liquidação financeira).
O que se buscou com a criação deste novo instituto, na verdade, foi facilitar o registro das
garantias vinculadas às negociações. Sabe-se que, com a promulgação da Nova Lei do Agro
(Lei 13.986/2020), para terem validade jurídica, as cédulas e suas respectivas garantias
precisam ser registradas em instituições autorizadas pelo Banco Central em até 30 (trinta) dias
da sua emissão.

Logo, atendendo aos anseios de cooperativas, em especial dos pequenos cooperados, para
diminuição do custo com confecção e registros de garantias, a CPR em Garantia será
registrada uma vez fazendo constar a garantia do emitente e fixando o crédito a este
disponível.

Esse mecanismo é semelhante ao já utilizado também no meio cooperativo para a captação


de recursos financeiros. Nessa situação, a cooperativa recebe os valores por meio de uma
CPR “mãe” e os distribui entre seus cooperados através de CPRs “filhas”. São chamadas
operações de repasse de crédito.
Mas a ideia foi tão bem recebida pelo legislador que este não se contentou em deixar tamanho benefício
somente às cooperativas, ampliando sua abrangência a todo o mercado de crédito brasileiro. Qualquer
instituição, financeira ou não, pessoa natural ou jurídica, poderá lançar mão da novidade legislativa e conceder
créditos utilizando-se do novo instrumento que veio a minimizar custos e desburocratizar o mercado de crédito
e financiamento do agro.

Dessa forma, à época da realização do negócio em si, sendo estabelecidos os requisitos essenciais das CPRs
"filhas", quais sejam quantidade de produto, local da lavoura, local da entrega, preço da saca, condições de
qualidade etc., estas seriam vinculadas à CPR "mãe" para que aquela garantia já registrada se estenda à CPR
"filha", podendo perfeitamente ser penhorada em uma possível ação de execução em face do tomador.

Por fim, vale lembrar que as entidades registradoras devem se atentar para o fato de que o valor indicado na
CPR em Garantia não pode ser considerado como crédito tomado para fins de cálculo de endividamento do
produtor. Afinal, como explicado anteriormente, a finalidade deste documento é apenas o registro da garantia e
abertura do crédito.
A análise de endividamento do produtor deverá ser feita com
base na emissão das CPRs "filhas", vinculadas à CPR em
Garantia, pois serão essas que realmente representarão as
negociações efetuadas entre credores e tomadores do
crédito.

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Requisitos essenciais da
CPR Limite de Crédito
em Garantia – CPR-G
A Lei da CPR (8.929/94) não foi modificada pela Lei 14.421, de 2022, no que
tange aos requisitos essenciais do instrumento. Vale dizer que, ao contrário
da denominação "financeira", que é obrigatória para as CPRs Financeiras, a
inclusão da denominação “Limite de Crédito em Garantia” ou CPR-G no bojo
da cártula não foi assim determinada como requisito essencial de formação.

Todavia, entende-se válida essa inserção no documento para fins de


diversificação e identificação dos objetivos do pacto, seguindo o exemplo da
CPR Exportação, que assim ficou denominada não por força da lei, mas
pelos usos e costumes da sociedade.
Dessa forma, os requisitos essenciais da CPR-G em conformidade com o art. 3°
da Lei 8.929/94 são:

VI - Descrição dos bens cedularmente


I - Denominação "Cédula de Produto Rural" ou vinculados em garantia, com nome e qualificação
"Cédula de Produto Rural com Liquidação dos seus proprietários e nome e qualificação dos
Financeira", conforme o caso; garantidores fidejussórios;

II - Data da entrega ou vencimento


VII - Data e lugar da emissão;
e, se for o caso, cronograma de
liquidação;

VIII - Nome, qualificação e


III - Nome e qualificação do assinatura do emitente e dos
credor e cláusula à ordem; garantidores, que poderá ser
feita de forma eletrônica;

IV - Promessa pura e simples de


entrega do produto, sua indicação e IX - Forma e condição de
as especificações de qualidade, de liquidação; e
quantidade e do local onde será
desenvolvido o produto rural;

X - Critérios adotados para obtenção do


V - Local e condições da entrega; valor de liquidação da cédula.
Importante ressaltar que os critérios são gerais e totalmente válidos para a CPR Garantia, pois
fiel ao princípio da legalidade, se a lei determina que tais requisitos são condição de validade
para o documento, correta e segura é a posição de preenchimento da cártula com todos os
requisitos a fim de se evitar interpretações pela nulidade do pacto.

Na verdade, o preenchimento da CPR-G em consonância com o artigo 3° da Lei da CPR se


faz menos importante aos conceitos de liquidez, certeza e exigibilidade do título do que o
atendimento aos tópicos sistêmicos dos softwares utilizados pelas entidades autorizadas pelo
Bacen para recebimento e registro das CPRs.

Esse é meu entendimento, pois, na realidade, a CPR-G não atende aos requisitos do art. 783
do CPC e nem foi criada para tanto. Todas as partes constantes no documento têm somente
uma intenção: formalizar e fixar um limite de crédito lastreado em uma garantia para utilização
futura por meio de empréstimos, financiamentos e compras que serão representadas por
outras CPRs que estarão expressamente vinculadas à CPR-G.

De qualquer forma, passaremos a estudar os requisitos essenciais da CPR e sua aplicação


prática à CPRG-G.
Denominação

A denominação se apresenta como um dos mais importantes


requisitos da CPR-G, pois a Lei 14.421, ao inserir o § 3° ao artigo
5°, determinou expressamente que a "CPR com liquidação
financeira” poderá ser utilizada como instrumento para fixar limite
de crédito e garantir dívida futura por meio de outras CPRs a ela
vinculadas, ou seja, a CPR Limite de Crédito em Garantia é uma
CPR Financeira e em se tratando de uma CPR Financeira, a
ausência da expressão “CPR com liquidação financeira", poderá
Requisito I da CPR-G ter o condão de invalidar o título.
Data da entrega ou vencimento
O vencimento na CPR-G deverá corresponder à vigência do crédito rotativo,
ou seja, ao prazo pactuado entre as partes como limite para eventuais
compras, financiamentos ou empréstimos, certo que tal prazo representará a
duração da garantia para contratação de empréstimos, financiamentos ou
compras futuras.

Ainda nesse quesito, que implica no prazo de duração da garantia, caso o


emitente da CPR-G não tenha contraído nenhuma dívida, ou se as dívidas
outrora contraídas estiverem todas quitadas, poderá este pedir a baixa da
garantia em cartório antes do vencimento do título pela óbvia razão de que
este é proprietário do bem e pode utilizá-lo como bem lhe aprouver. Não
havendo dívida, não pode o credor exigir a manutenção da garantia em si.

Outro ponto importante com relação ao prazo da CPR-G está no fato de que
Requisito II da CPR-G enquanto perdurar em aberto uma ou mais operações comerciais entre as
partes envolvendo a garantia pré-estabelecida, mesmo que vencido o título,
a garantia deverá persistir até que não haja nenhuma pendência financeira
entre elas.
Nome e qualificação do credor e
cláusula à ordem

O nome do credor se faz necessário para a identificação deste


perante os direitos futuros inerentes a eventuais créditos
concedidos. Importante frisar que, enquanto a CPR-G estiver
vigente, a garantia nela constante somente gerará direitos ao
credor nela inscrito e a mais ninguém.

Com relação à cláusula à ordem, trata-se de mera formalidade


legal.
Requisito III da CPR-G
Descrição dos bens cedularmente
vinculados em garantia, com nome e
qualificação dos seus proprietários e
nome e qualificação dos garantidores
fidejussórios

Temos aqui o objeto ou o objetivo maior da criação da CPR-G e,


portanto, seu principal requisito essencial: a constituição da garantia,
que poderá ser sobre bens imóveis através da formalização de
hipotecas ou alienação fiduciária de imóveis, bem como sobre bens
móveis, que poderá ser de penhor ou alienação fiduciária de bens e
produtos diversos, inclusive agropecuários.

Com relação ao aval, porém, por entender não se tratar a CPR-G de

Requisito VI da CPR-G um título de crédito, mas sim de um contrato de abertura e fixação de


limite de crédito, faço coro contrário quanto à sua utilização, por crer
mais apropriado, como garantia pessoal apta às hipóteses previstas
à CPR-G, a utilização do contrato de fiança.
Nome, qualificação e assinatura do
emitente e dos garantidores, que
poderá ser feita de forma eletrônica

Requisito importante, pois pela mesma forma que a qualificação


do credor o vinculará aos direitos inerentes à garantia prestada,
mais ainda resta evidente e necessária, correta, completa e
precisa qualificação do prestador da garantia que poderá assinar
o documento de forma eletrônica, lembrando que normalmente os
cartórios registrais sempre exigem a assinatura eletrônica
qualificada pelo ICP Brasil.
Requisito VIII da CPR-G
Requisitos de mera formalidade
legal

• Promessa pura e simples de entrega do produto, sua


indicação e as especificações de qualidade, de quantidade e
do local onde será desenvolvido o produto rural;
• Local e condições da entrega;
• Data e lugar da emissão;
• Forma e condição de liquidação;
• Critérios adotados para obtenção do valor de liquidação da
cédula.
Requisitos de mera
formalidade legal da
CPR-G
Registro das CPRs Limite de
Crédito em Garantia em
entidade autorizada pelo
Bacen
O agronegócio é hoje a locomotiva financeira do Brasil e, como já estudado,
sabemos da sempre premente e imensa necessidade anual de financiamento
que o produtor rural brasileiro necessita para fazer essa locomotiva rodar.

Atento a esses fatores, observou o legislador que tão importante setor não
suportava mais a ineficiência do amparo legislativo. Decidiu, assim, conceder
ao Bacen, por intermédio do CMN, a condição de praticamente legislar sobre
assuntos e títulos relacionados ao crédito rural.
Dessa forma, com o surgimento da Nova Lei do Agro, passaram a competir ao Bacen as
seguintes atribuições (art. 3°- B):

I - Estabelecer as condições para o exercício


de escrituração das CPRs; e

II - Autorizar e supervisionar o exercício das atividades de


escrituração de CPRs, sendo que tais autorizações poderão
ser concedidas por segmento, por espécie por grupos de
entidades que atendam a critérios específicos, dispensando-se
nesses casos as autorizações individualizadas.

Segundo o artigo 3°-E da mesma Lei,

As infrações às normas legais e regulamentares que regem a atividade de


escrituração eletrônica sujeitam a entidade responsável pelo sistema eletrônico de
escrituração, os seus administradores e os membros de seus órgãos estatuários
ou contratuais ao disposto na Lei n° 13.506, de 13 de novembro de 2017.
A entidade autorizada pelo Bacen a realizar os serviços de
escrituração de CPRs deverá expedir, mediante solicitação:

Certidão de Inteiro Teor do Título, inclusive para


fins de protesto, de procedimento extrajudicial ou
de medida judicial, mesmo contra garantidores;

Certidão de registro de cédulas escrituradas


em nome do emitente e garantidor, quando
aplicável.

Essas certidões poderão ser emitidas


em formato eletrônico, observados os
requisitos de segurança que
garantam a autenticidade e a
integridade do documento, bem
como lhe confiram liquidez, certeza e
exigibilidade.
O artigo 3-C da Lei da CPR determinou que o referido sistema de escrituração
eletrônica deverá constar:

I - Os requisitos essenciais do título;

II - As transferências de titularidade realizadas;

III - Os aditamentos, as ratificações e as retificações;

IV - A inclusão de notificações, de cláusulas contratuais e de


outras informações;

V - A forma de liquidação de entrega ajustada no título;

VI - A entrega ou pagamento em até 30 (trinta) dias após suas


ocorrências, e

VII - As garantias do título.


Cumpre observar que as garantias ou quaisquer outros ônus ou gravames outorgados em uma
CPR deverão ainda ser informados no sistema eletrônico de escrituração gerido por entidade
autorizada pelo Bacen a exercer as atividades de escrituração tratadas neste tópico. Tais
garantias, outrossim, deverão ser registradas perante o Cartório de Registro de Imóveis em se
tratando de hipotecas, penhores e alienações fiduciárias, tanto de imóveis quanto de produtos
agropecuários.

Como se vê, a grande preocupação do legislador com a separação entre as CPRs emitidas
para os fins de fixação de limite de garantia e suas coirmãs CPRs Físicas, Financeiras e
Verdes não é infundada.

Assim, caberá às entidades responsáveis pelo recebimento e registro das CPR-Gs todo o
cuidado de localizá-las e gravá-las com o devido rótulo de CPRs destinadas meramente à
constituição de garantia, não correspondendo, portanto, tal operação a um financiamento,
empréstimo ou uma compra que servem de base para análise de graus de endividamento dos
produtores rurais.
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Sobre o autor

Atualmente, CEO e Sócio do escritório Reis Advogados, membro


da Comissão Especial de Direito Agrário e do Agronegócio da
OAB Federal, Membro Honorário do Notório Saber da Associação
Brasileira de Direito do Agronegócio (ABD-AGRO), Advogado
mais admirado do país na categoria Agrário abrangente segundo
Análise Advocacia 2019, 2020 e 2021, escritor e autor dos livros
“Manual Jurídico da CPR – Teoria e Prática da Cédula de Produto
Rural”, “Crédito Rural”. MBA em Gestão Empresarial e MBA em
Direito Empresarial. Professor de Pós Graduação em Direito do
Agronegócio pela PUC Minas, Escola Paulista de Direito e Ipog.
Palestrante nos principais eventos voltados ao Direito do
Agronegócio e atualmente um dos maiores especialistas da área
no país.
Dr. Marcus Vinícius
Reis
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(34) 3239-3001 | marcus@reisadvogados.com
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padronização e modernização do mercado de securitizações – Lei
nº 14.430/2022 e as alterações na CPR e outros institutos da Lei
do Agro – Lei nº 14.421/2022.

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Brasília – Abril/2016 Melhores do Ano 2016
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