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Ética Profissional

Profa. MARIA SARA DE LIMA DIAS

Aula dia 18/07 às 10:00 horas


O que é ética?

 A ética é daquelas coisas que todo


mundo sabe o que são, mas que não
são fáceis de explicar, quando alguém
pergunta”.

(VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1993, p.7)


Segundo o Dicionário Aurélio
Buarque de Holanda
ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação
que se referem à conduta humana
susceptível de qualificação do ponto de
vista do bem e do mal, seja relativamente
à determinada sociedade, seja de modo
absoluto”.
ÉTICA

 Conjunto de princípios e valores que


guiam e orientam as relações humanas.
Devem ter características universais,
precisam ser válidos para todas as
pessoas e para reger as relações das
pessoas.
Exemplo:
 - não matar - é um princípio que deve ser
universal, deve fazer parte do senso comum. Se
fosse permitido matar, o canibalismo, a guerra,
os genocídios também estariam autorizados e o
caos se estabeleceria. Então a sociedade ficaria
inviável, porque não há possibilidade de
convivência sem o respeito a certos princípios.

 1º Código de Ética de que se tem notícia para


quem tem formação católica ou cristã são os dez
mandamentos. Regras como: não matar e não
roubar são apresentadas como propostas
fundadoras da civilização ocidental e cristã.
MORAL
 Refere-se mais a determinados campos da conduta
humana. Ex.: moral sexual, moral comercial, etc...
 O seu campo é a prática, é o modo de agir de um
comportamento bem ou mal, certo ou errado,
sendo que é a sua consciência que dirige suas
atitudes.
 A infração decorrente de uma ação dita “imoral”
poderá resultar numa sanção, na maioria dos
casos, imposta pela nossa própria consciência.
 “Quando a ética desce de sua generalidade, sua
universalidade, fala-se de uma moral”
Diferenciação entre ética e moral :

1. Ética é princípio, moral são aspectos de


condutas específicas;
2. Ética é permanente, moral é temporal;
3. Ética é universal, moral é cultural;
4. Ética é regra, moral é conduta da regra;
5. Ética é teoria, moral é prática.
 A origem da palavra ética vem do grego “éthos”,
que está ligado à filosofia moral e quer dizer o
modo de ser, o caráter. Também está ligado a
“ êthos”, a ciência dos costumes.
 Os romanos traduziram o “ethos” grego, para o
latim “mos” (ou no plural “mores”), que quer
dizer costume, de onde vem a palavra moral.
Tanto “ethos” (caráter) como “mos” (costume)
indicam um tipo de comportamento
propriamente humano que não é natural, o
homem não nasce com ele como se fosse um
instinto, mas que é “adquirido ou conquistado
por hábito”.
 Éthos, segundo Aristóteles, expressa um
modo de ser,uma atitude psíquica,aquilo
que o homem traz dentro de si na relação
consigo próprio,com o outro e com o
mundo.Indica as disposições do ser
humano perante a vida.
 Ser ético é muito mais que um problema
dos costumes,de normas práticas, supõe a
boa conduta das ações, a felicidade pela
ação feita e o prêmio ou a beatitude pela
alegria da auto-aprovação diante do bem
feito no dizer de Aristóteles.
(Código de ética profissional do Psicólogo,resolução CFP n.002/87)
 No mundo filosófico existe um certo caos
terminológico neste respeito.
 Especialmente na tradição teológica: o
que os protestantes chamam de ética, os
católicos chamam de moral.
 Em geral, procura-se seguir a seguinte
distinção: enquanto a moral é uma ciência
descritiva (descreve como os seres
humanos de uma determinada cultura de
fato agem) a ética é normativa (ele
determina como eles deveriam agir).
 Exemplo: sair nu pela Avenida seria imoral
(em geral não se faz isso), mas não anti-
ético (afinal, não se está fazendo mal a
ninguém!). Mas observe: nem todos os
filósofos fazem tal distinção: o grande
Kant, por exemplo, tende a usar „moral“
no sentido que aqui explico como „ética“!
 Além disso, as coisas não são tão fáceis
como na distinção proposta: o que em
geral não se faz numa sociedade pode ser
prejudicial e assim talvez
automaticamente anti-ético (a nudez na
Avenida poderia estar pervertendo
adolescentes, levando-os para um „mau
caminho“, por exemplo, e isto já seria
anti-ético).
 Chama-se ética, em geral, diferindo
novamente da moral, a ciência que trata
apenas do conhecimento natural (não
aquele revelado por Deus na Bíblia) sobre
o Bem e o Mal.
 Ou seja, um ateu deveria por si só, sem
crer na Bíblia, saber o que é Bem e o que
é Mal.
 A ética se basearia portanto apenas na
capacidade individual e natural da razão.
“Nenhum homem é uma ilha”. Esta famosa
frase do filósofo inglês Thomas Morus,
ajuda-nos a compreender que a vida
humana é convívio. Para o ser humano
viver é conviver.
 Na convivência, na vida social e

comunitária, que o ser humano se


descobre e se realiza enquanto um ser
moral e ético.
 É na relação com o outro que surgem os
problemas e as indagações morais: o que
devo fazer? Como agir em determinada
situação? Como comportar-me perante o
outro? Diante da corrupção e das
injustiças, o que fazer?
 Abordar a reflexão sobre a moral e a ética
diante do contexto contemporâneo é no
mínimo contraditório.
 Problemas práticos e concretos da nossa
vida em sociedade e que dizem respeito
às nossas decisões, escolhas, ações e
comportamentos - os quais exigem uma
avaliação, um julgamento, um juízo de
valor entre o que socialmente é
considerado bom ou mau, justo ou injusto,
certo ou errado, pela moral vigente.
 O problema é que não costumamos refletir
e buscar os “porquês” de nossas escolhas,
dos comportamentos, dos valores.
 Agimos por força do hábito, dos costumes
e da tradição, tendendo à naturalizar a
realidade social, política, econômica e
cultural.
 Com isto, perdemos nossa capacidade
crítica diante da realidade.
 Em outras palavras, não costumamos
fazer ética, pois não fazemos a crítica,
nem buscamos compreender e explicitar a
nossa realidade moral.
 Encontramos vários exemplos que a
realidade brasileira nos coloca diante de
problemas éticos bastante sérios.
 Contudo, já estamos por demais
acostumados com nossas misérias de toda
ordem.
 Naturalizamos a injustiça e consideramos
normal conviver lado a lado as mansões e
os barracos, as crianças e os mendigos
nas ruas; achamos inteligente e esperto
levar vantagem em tudo e tendemos a
considerar como sendo otário quem
procura ser honesto.
 Na vida pública, exemplos é o que não
faltam na nossa história recente.
 Não sem motivos fala-se numa crise ética,
já que tal realidade não pode ser reduzida
tão somente ao campo político-econômico.
 Envolve questões de valor, de convivência,
de consciência, de justiça. Envolve vidas
humanas. Onde há vida humana em jogo,
impõem-se necessariamente um problema
ético.
 O homem, enquanto ser ético, enxerga o
seu semelhante, não lhe é indiferente.
 O apelo que o outro me lança é de ser
tratado como gente e não como coisa ou
bicho.
 Neste sentido, a Ética vem denunciar toda
realidade onde o ser humano é coisificado
e animalizado, ou seja, onde o ser
humano concreto é desrespeitado na sua
condição humana.
Referências
Código de ética profissional do Psicólogo/Resolução CFP Nº.002/87
VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1993
FERREIRA, Aurélio B.H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa,1999

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