mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta”.
(VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1993, p.7)
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda ÉTICA é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. ÉTICA
Conjunto de princípios e valores que
guiam e orientam as relações humanas. Devem ter características universais, precisam ser válidos para todas as pessoas e para reger as relações das pessoas. Exemplo: - não matar - é um princípio que deve ser universal, deve fazer parte do senso comum. Se fosse permitido matar, o canibalismo, a guerra, os genocídios também estariam autorizados e o caos se estabeleceria. Então a sociedade ficaria inviável, porque não há possibilidade de convivência sem o respeito a certos princípios.
1º Código de Ética de que se tem notícia para
quem tem formação católica ou cristã são os dez mandamentos. Regras como: não matar e não roubar são apresentadas como propostas fundadoras da civilização ocidental e cristã. MORAL Refere-se mais a determinados campos da conduta humana. Ex.: moral sexual, moral comercial, etc... O seu campo é a prática, é o modo de agir de um comportamento bem ou mal, certo ou errado, sendo que é a sua consciência que dirige suas atitudes. A infração decorrente de uma ação dita “imoral” poderá resultar numa sanção, na maioria dos casos, imposta pela nossa própria consciência. “Quando a ética desce de sua generalidade, sua universalidade, fala-se de uma moral” Diferenciação entre ética e moral :
1. Ética é princípio, moral são aspectos de
condutas específicas; 2. Ética é permanente, moral é temporal; 3. Ética é universal, moral é cultural; 4. Ética é regra, moral é conduta da regra; 5. Ética é teoria, moral é prática. A origem da palavra ética vem do grego “éthos”, que está ligado à filosofia moral e quer dizer o modo de ser, o caráter. Também está ligado a “ êthos”, a ciência dos costumes. Os romanos traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” (ou no plural “mores”), que quer dizer costume, de onde vem a palavra moral. Tanto “ethos” (caráter) como “mos” (costume) indicam um tipo de comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que é “adquirido ou conquistado por hábito”. Éthos, segundo Aristóteles, expressa um modo de ser,uma atitude psíquica,aquilo que o homem traz dentro de si na relação consigo próprio,com o outro e com o mundo.Indica as disposições do ser humano perante a vida. Ser ético é muito mais que um problema dos costumes,de normas práticas, supõe a boa conduta das ações, a felicidade pela ação feita e o prêmio ou a beatitude pela alegria da auto-aprovação diante do bem feito no dizer de Aristóteles. (Código de ética profissional do Psicólogo,resolução CFP n.002/87) No mundo filosófico existe um certo caos terminológico neste respeito. Especialmente na tradição teológica: o que os protestantes chamam de ética, os católicos chamam de moral. Em geral, procura-se seguir a seguinte distinção: enquanto a moral é uma ciência descritiva (descreve como os seres humanos de uma determinada cultura de fato agem) a ética é normativa (ele determina como eles deveriam agir). Exemplo: sair nu pela Avenida seria imoral (em geral não se faz isso), mas não anti- ético (afinal, não se está fazendo mal a ninguém!). Mas observe: nem todos os filósofos fazem tal distinção: o grande Kant, por exemplo, tende a usar „moral“ no sentido que aqui explico como „ética“! Além disso, as coisas não são tão fáceis como na distinção proposta: o que em geral não se faz numa sociedade pode ser prejudicial e assim talvez automaticamente anti-ético (a nudez na Avenida poderia estar pervertendo adolescentes, levando-os para um „mau caminho“, por exemplo, e isto já seria anti-ético). Chama-se ética, em geral, diferindo novamente da moral, a ciência que trata apenas do conhecimento natural (não aquele revelado por Deus na Bíblia) sobre o Bem e o Mal. Ou seja, um ateu deveria por si só, sem crer na Bíblia, saber o que é Bem e o que é Mal. A ética se basearia portanto apenas na capacidade individual e natural da razão. “Nenhum homem é uma ilha”. Esta famosa frase do filósofo inglês Thomas Morus, ajuda-nos a compreender que a vida humana é convívio. Para o ser humano viver é conviver. Na convivência, na vida social e
comunitária, que o ser humano se
descobre e se realiza enquanto um ser moral e ético. É na relação com o outro que surgem os problemas e as indagações morais: o que devo fazer? Como agir em determinada situação? Como comportar-me perante o outro? Diante da corrupção e das injustiças, o que fazer? Abordar a reflexão sobre a moral e a ética diante do contexto contemporâneo é no mínimo contraditório. Problemas práticos e concretos da nossa vida em sociedade e que dizem respeito às nossas decisões, escolhas, ações e comportamentos - os quais exigem uma avaliação, um julgamento, um juízo de valor entre o que socialmente é considerado bom ou mau, justo ou injusto, certo ou errado, pela moral vigente. O problema é que não costumamos refletir e buscar os “porquês” de nossas escolhas, dos comportamentos, dos valores. Agimos por força do hábito, dos costumes e da tradição, tendendo à naturalizar a realidade social, política, econômica e cultural. Com isto, perdemos nossa capacidade crítica diante da realidade. Em outras palavras, não costumamos fazer ética, pois não fazemos a crítica, nem buscamos compreender e explicitar a nossa realidade moral. Encontramos vários exemplos que a realidade brasileira nos coloca diante de problemas éticos bastante sérios. Contudo, já estamos por demais acostumados com nossas misérias de toda ordem. Naturalizamos a injustiça e consideramos normal conviver lado a lado as mansões e os barracos, as crianças e os mendigos nas ruas; achamos inteligente e esperto levar vantagem em tudo e tendemos a considerar como sendo otário quem procura ser honesto. Na vida pública, exemplos é o que não faltam na nossa história recente. Não sem motivos fala-se numa crise ética, já que tal realidade não pode ser reduzida tão somente ao campo político-econômico. Envolve questões de valor, de convivência, de consciência, de justiça. Envolve vidas humanas. Onde há vida humana em jogo, impõem-se necessariamente um problema ético. O homem, enquanto ser ético, enxerga o seu semelhante, não lhe é indiferente. O apelo que o outro me lança é de ser tratado como gente e não como coisa ou bicho. Neste sentido, a Ética vem denunciar toda realidade onde o ser humano é coisificado e animalizado, ou seja, onde o ser humano concreto é desrespeitado na sua condição humana. Referências Código de ética profissional do Psicólogo/Resolução CFP Nº.002/87 VALLS, Álvaro L.M. O que é ética. 7a edição Ed.Brasiliense, 1993 FERREIRA, Aurélio B.H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa,1999