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Resumo
Este artigo examina formas de cidadania associadas ao urba‑
nismo contemporâneo. Concentra‑se em três espaços paradigmáticos: o enclave fechado, a ocupação regulamentada e o
campo. Os autores argumentam que a paisagem formada pela cidadania urbana é crescentemente fragmentada e dividi‑
da. Essas geografias são constituídas por soberanias múltiplas e concorrentes que, quando exercidas sobre o território,
dão origem a feudos de regulação ou a zonas “sem lei”. A fim de entender essas práticas, os autores empregam o quadro
conceitual da “cidade medieval”. O uso da história como teoria joga luz em tipos particulares de cidadania urbana, tais
como a “cidade livre” ou o “bairro étnico”, presentes em diferentes momentos do medievalismo e que guardam seme‑
lhanças com processos atuais.
Palavras‑chave: Cidade medieval; Enclave fechado; Ocupação
regulamentada; Campo.
ABSTRACT
This paper examines forms of citizenship associated with
contemporary urbanism. Focusing on three paradigmatic spaces: the gated enclave, the regulated squatter settlement
and the camp, the authors argue that the landscape of urban citizenship is increasingly fragmented and divided. These
geographies are constituted through multiple and competing sovereignties which, when territorially exercised, produce
fiefdoms of regulation or zones of “no law”. In order to understand these practices, the authors employ the conceptual
framework of the “medieval city”. This use of history as theory sheds light on particular types of urban citizenship, such
as the “free town” or the “ethnic quarter”, that were present at different moments of medievalism and that are congruent
with current processes.
Keywords: Medieval city; Gated enclave; Regulated squatter settlement;
Camp.
Introdução
Enclaves fechados
A ocupação regulamentada
O campo
Ministro John Paul Stevens: Sr. Olson, supondo que a guerra tivesse aca‑
bado, você poderia continuar a manter essas pessoas detidas em Guantánamo, e
haveria, então, jurisdição?
Sr. Theodore Olson: Nós acreditamos que não haveria jurisdição.
Ministro John Paul Stevens: Então a existência da guerra é, de fato, irre‑
[93] New York Times, 21 abr. 2004, levante para o sistema legal, não é?93.
p. A20.