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Informativo GEED

GRUPO DE ESTUDOS “EDUCAÇÃO EM DEBATE” - Edição 5 – Maio de 2011

(e-mail: fsaprofessor@gmail.com - Blog: http://geedfsa.blogspot.com)

E AGORA JOSÉ? DEPOIS DA MICARETA O QUE


FICOU PARA A EDUCAÇÃO?
E agora José? A festa acabou, o trio já passou,
não tem mais celebração, a passagem de ônibus
aumentou; A caderneta digital nos obriga a fazer o
trabalho de cadastro do bolsa-família; Não tem
revisão do Plano de Carreira do Magistério. Aliás, a
única carreira que temos é a dos representantes do
Executivo, que deliberadamente se esquivam em
tocar neste assunto. Em troca, ouvimos o absurdo
anunciado na Jornada Pedagógica de que o problema E por falar em clima micaretesco,
da educação é o da falta de amor na profissão. No percebemos que no ano de 2009 e 2010, os
entanto, disseminam o ódio na categoria, ao dizer recursos do FUNDEB no município
que apenas devamos nos contentar com um ínfimo promoveram um dos mais vergonhosos
reajuste no início de cada ano. E agora José? exemplos de má utilização do dinheiro
Todos os anos o Governo Municipal após a público: a farra digital na compra de lousas e
Micareta – e curiosamente após a Micareta – anuncia bebedouros digitais. Somente de
um pacote de medidas para ajustar a máquina investimentos nesses equipamentos, foram
estatal. A alegação sempre é de que estamos em um contabilizados em torno de 16 milhões de
período de crise e que os trabalhadores devem reais, segundo denúncias de vereadores da
colaborar para a harmonia das ações do governo em base de oposição na Câmara.
prol da sociedade. No ano passado, após 35 dias em Isso sem contar com as reformas com
greve, o Governo apelando para um entendimento aditivos de contratos que não foram poucas.
com o movimento docente se comprometeu em: Isso tudo gera um clima de impunidade,
assegurar o salário dos professores, tendo a correção ainda mais quando presenciamos a
de acordo com o valor do Custo Aluno do FUNDEB (O aprovação das Contas do Município do ano
que daria naquele momento o valor de R$ 1.312, de 2009, mesmo com a argumentação do
56); encaminhar e aprovar a Revisão do Plano de TCM de que existem ressalvas. Também foi
Cargos e Salários; e ainda se comprometeu com as identificado que os recursos do FUNDEB
reformas das escolas. somente esse ano tiveram um aumento de
Passados quase um ano desse acordo, aproximadamente 70% quando comparado
confirmamos o que já imaginávamos: esse governo os meses de janeiro e fevereiro de 2010 e
não é capaz sequer para cumprir com um 2011. E agora perguntamos: haverá outra
compromisso feito perante os professores e a farra digital?
sociedade feirense de assegurar melhorias na área Diante de tantos desmandos, tanta
educacional. Diante disso, estamos propondo uma impunidade, E AGORA JOSÉ? Não podemos
campanha salarial para 2011 cuja finalidade seja ficar calados assistindo esses
reivindicar o resultado das negociações realizadas no acontecimentos. Cabe-nos sim, ao invés de
ano passado. Isso porque nosso salário base inicial ver a banda passar, mais uma vez nos
continua sendo um dos menores da região (R$ organizarmos para neste mês de maio
570,00), além de termos um Plano de Cargos e COLOCAR O NOSSO BLOCO NA RUA.
Salários que ainda remonta a sua construção da
primeira metade da década de 1990. Avançar na luta é preciso!
INFORMATIVO GEED Blog: http://geedfsa.blogspot.com

Mudanças de referências e enquadramentos automáticos, já!!!


O executivo municipal mais uma vez, vem subestimar a capacidade de inteligência dos professores da
rede municipal, ao atentar contra os seus direitos, apelando para a antiga política da barganha, no momento em
que faz uma proposta indecente de reajuste salarial de 5,9%, alegando que só negociará o reajuste atrelado as
mudanças de referências e alterações de carga horária, pois isso vai implicar aumento da folha de pagamento.
Isso mesmo admitindo o aumento considerável do FUNDEB no inicio deste ano de 2011.
Será que o Prefeito Tarcísio Pimenta está pensando que as mudanças de referências são uma concessão
deste governo? Por que agir como se a formação inicial dos professores fosse moeda de troca? A valorização da
carreira do magistério é um direito assegurado em todas as leis nacionais que regem o magistério nos últimos
anos. Esta proposta está ratificada na Lei 11.738/2008 (Lei do Piso). Mas parece que em Feira de Santana a
posição do nosso gestor é prestar um desserviço e atentado contra a valorização dos professores quando coloca
empecilhos ao reconhecimento do esforço que muitos docentes vêm fazendo para se qualificarem, mesmo sem
contar, com qualquer incentivo deste governo.
Veja o que diz uma professora da rede municipal:

“Sou professora da rede há mais de 10 anos. Conseguir concluir minha graduação ano
passado, depois de cinco anos na universidade. Em julho de 2010 já estava com o diploma
de graduação na mão, mas não poderia solicitar a mudança de referência, pois de acordo
com a Lei Complementar 026/2005, imposta pelo prefeito José Ronaldo, (Art. 6º, Inciso I)
nós só podemos dá entrada na mudança de referência na segunda quinzena do mês de
dezembro. Então, dei entrada no final do ano passado. Hoje, já se passaram mais de 10
meses e o pedido ainda não foi atendido. Estou perdendo todos estes meses. E agora, o
prefeito vem com essa conversa de que só dará reajuste se as mudanças entrarem como
barganha. Certamente que se ele tivesse autorizado a mudança no tempo em que demos
entrada, ou seja, gradativamente, não aconteceria este impacto na folha de uma só vez.

Outro ponto que consideramos, no mínimo estranho, é o fato de que o governo não anuncia o número de
vagas reais disponível na Rede. No ano de 2010 ficou explícito o grande número de professores estagiários e de
como muitos professores, inclusive os que já estão atuando 40 horas, sendo vinte no sistema de uma suposta
substituição, na verdade, já ocupam vaga real, contudo, ainda não foram homologados pelo governo. Esse quadro
anunciado pela conjuntura municipal aponta que este governo está caminhando para uma triste estatística: vai
encerrar o seu melancólico mandato sem ter realizado nenhum concurso público para o Magistério Municipal.
Diante disso chegamos a triste constatação de que estamos perdendo duas vezes: Perdemos por ficar
aguardando a publicação das mudanças de referências e enquadramentos, muitas chegando a ficar mais de um
ano sem ser concedida, e perder toda a categoria, quando todo ano o reajuste salarial fica atrelado a política da
barganha. Temos que quebrar este círculo vicioso de barganhar os nossos direitos. Independente, de negociação,
as mudanças de referências devem ser publicadas pelo executivo municipal.
Por isso precisamos retomar a nossa luta, no sentido de garantir mudanças de referências automáticas
com a aprovação do Plano de Cargos e Salários e garantir o reajuste salarial do magistério de acordo ao Piso
Nacional, respeitando o valor nominal igual a R$ 1.597,87 para 40 horas, conforme a Lei 11.738/2008.

MUDANÇA DE REFERÊNCIA NÃO É MOEDA DE TROCA, E NÃO DEVE SER USADO COMO BARGANHA!!!

Que o repasse do FUNDEB teve um aumento de quase 100% para o município de Feira de Santana nos
meses de janeiro (8.589.025,95), fevereiro (8.871.620,95) e março (6.396.674,64) de 2011, em relação ao
Você Sabia ano passado? (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/estados_municipios/municipios.asp);
Que atualmente são investidos poucos mais de 4% do PIB nacional na educação, sendo que para implantar
parte do que propõe Novo Plano Nacional de Educação seria necessário no mínimo 10% do PIB?
http://www.cnte.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7011&Itemid=52;
Que o STF já havia julgado constitucional a parte da Lei 11.738 que vincula o piso nacional aos vencimentos
iniciais das carreiras de magistério de estados e municípios.
http://www.cnte.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7030&Itemid=52
Que o STF julgou constitucional o parágrafo 4º do art. 2º da Lei 11.738, que versa sobre a destinação de, no
mínimo, 1/3 (um terço) da jornada de trabalho do/a professor/a para a hora aula-atividade, no
entanto é necessário que a categoria de professores se mobilizem para fazer com os prefeitos
cumpram a lei?
http://www.cnte.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=7030&Itemid=52

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