PerCeBer
Partido Comunista Brasileiro www.pcb.org.br
. N° 209 – 19.05.2011
para.
Caos na saúde
Falta dinheiro, o povo adoece
a toa, a gestão é falha, não há
prioridade, precisa eleger mais
vereadores? Onde está o nó?
Má vontade, desculpas esfarrapadas, estruturas físicas sem
condições, falta de equipamentos, desrespeito à população
Onde é que realmente dói?
Sem compreender que a causa do des-
respeito às demandas populares está na
ideologia capitalista dominante será di-
fícil para a população agir para recla-
mar soluções. Queixar-se aos mesmos
prefeitos, vereadores e deputados com-
prometidos com o sistema dominante –
PT e PSDB repartem o poder, um con-
trolando a União e o outro os principais
estados – produz o mesmo efeito: pro-
messas, paliativos, muitos discursos e
poucas soluções.
Quando muito, os cidadãos mais críticos
culpam em primeiro lugar os prefeitos e
vereadores, que certamente possuem seu
importante quinhão de responsabilidade,
mas são os que menos têm condições e
poder de iniciativa para realmente en-
caminhar soluções duradouras.
Informes da Revolução
As queixas pipocam de todos os la-
dos:
“Caos na saúde do Mato Grosso”
“Caos na saúde do Maranhão”
Vitória da Conquista (BA) está der-
rotada pela precariedade da estrutu-
ra de saúde. Nem santo resolve, pois
São Sebastião (DF), junto ao centro
do poder, também está em pandare-
cos no tocante à saúde.
No Paraná, as queixas se acumu-
lam, nas cidades grandes, médias e
pequenas.
Ingenuamente, os cidadãos de cada
local não entendem que a precarie-
dade dos serviços prestados pelo Es-
tado é fruto do controle completo
dos governos e dos palácios pelos
interesses capitalistas. Acreditam
que basta trocar o gestor e tudo se
resolve. Trocam, mas o caos perma-
nece. Por que?
Quando o prefeito é o alvo das queixas,
poupa-se o governador e mais distante
ainda fica o Palácio do Planalto, de on-
de partem as decisões que enfraquecem
os municípios: para o governo federal, a
prioridade não está nas necessidades da
população, mas no pagamento de uma
dívida pública astronômica, candidata a
bater ao redor de 2 trilhões de reais até o
fim do ano.
Uma dívida cuja maior parte é falsa e
artificial, inflada propositalmente para
enriquecer banqueiros e especuladores
que se aproveitam das altas taxas de ju-
ros. O peso desses juros recai mais sobre
os cidadãos brasileiros pobres ao con-
sumir produtos encarecidos pela infla-
ção e uma carga tributária regressiva –
ou seja, quanto mais pobre é o cidadão,
maior o percentual de sua renda tomado
para o pagamento de impostos.

Responsáveis:
os partidos
capitalistas
no poder
PT e PSDB e os satélites de
cada um (PMDB. PDT,
PCdoB de um lado e DEM,
PPS de outro) sustentam as
mesmas políticas neolibe-
rais nefastas aos interesses
do povo brasileiro. O di-
nheiro público que deveria
ser investido diretamente na
saúde está sendo sugado
por entidades, ditas sem
fins lucrativos, denomina-
das como Organizações So-
ciais (OS), Organizações da
Sociedade Civil de Interes-
se Público (OSCIP), Fun-
dações Estatais de Direito
Privado e Empresa Brasilei-
ra de Serviços Hospitalares,
cuja natureza é a mesma:
mascarar o processo de pri-
vatização e precarização
dos serviços públicos que
estão em curso no País.
Essas organizações possu-
em engenhosa estrutura ju-
rídica e empresarial que
lhes garantem, inclusive,
não prestar contas de seus
gastos aos tribunais de con-
tas e de dispensar licita-
ções, tornando os serviços
públicos um grande balcão
de negócios, que beneficia
os esquemas de financia-
mento de campanhas e as
máfias da saúde.
Isso já ocorre no Estado do
Rio de Janeiro com o go-
verno Sérgio Cabral
(PMDB, PT, PCdoB entre
outros) e em boa parte das
prefeituras que buscam,
com a privatização, se li-
vrar da responsabilidade de
gerir e custear a saúde e
demais serviços públicos
para a população. Os ata-
ques contra o Sistema Úni-
co de Saúde (SUS) não pa-
ram por aqui: na Cidade de
São Paulo, por exemplo,
vigora desde o início do
ano uma lei que reserva
25% dos leitos e serviços
para os planos de saúde
privados.
Para os usuários
e trabalhadores
do SUS,
a privatização
só traz perdas!
O acordo firmado pelo go-
verno com essas organiza-
ções considera o que for
conveniente e lucrativo pa-
ra ambos, contra as neces-
sidades do povo, sem ga-
rantias da prestação dos
serviços de saúde para
quem mais precisa das dife-
rentes modalidades de a-
tendimento. O objetivo é o
lucro e a piora na qualidade
dos serviços, com metas de
atendimento com a redução
do tempo das consultas.
Com os trabalhadores de
saúde terceirizados, há
constantes mudanças e falta
de profissionais, o que pre-
judica a continuidade dos
tratamentos dos pacientes.
Além disso, esses trabalha-
dores são desrespeitados
com baixos salários e des-
respeito às leis trabalhistas,
além do assédio moral e da
pressão que sofrem para
não denunciar as irregulari-
dades que passaram a ocor-
rer nas unidades, após as
privatizações.
Desrespeitar direitos sociais
e tratar os serviços públicos
como mercadoria é próprio
do sistema capitalista. A
saúde e o bem-estar dos
trabalhadores jamais serão
prioridades para os gover-
nos serviçais do capital.
Somente com forte pressão
popular nas ruas é que dete-
remos esse perverso mode-
lo de privatização e con-
quistaremos a qualidade
dos serviços públicos que,
para a classe trabalhadora, é
uma questão de sobrevi-
vência.
O PCB se une aos movi-
mentos e entidades popula-
res que constroem nos Es-
tados, importantes instru-
mentos de luta como os Fó-
runs Populares de Saúde e a
combativa Frente Nacional
contra a Privatização da
Saúde.
Cartaz em hospital cubano: “Vale mais a vida de um ser
humano que todo o ouro do homem mais rico do mundo”
Assinado: Che Guevara

O PCB é contra Isso exige uma uni-

qualquer forma de
privatização e luta
para que as empre-
sas e os serviços pú-
blicos sejam estatais
para que os próprios
trabalhadores exer-
çam, de fato, seu
controle e atendam
suas necessidades.
dade de ação para a
defesa do SUS e para
que se desenhe no
horizonte a constru-
ção de uma Frente
Anticapitalista e An-
ti-imperialista vi-
sando à superação
do sistema capitalis-
ta e a construção do
Socialismo.
Abaixo as
privatizações!
Em defesa do SUS e
pela saúde plena para
todos!
Pela estatização de
todos os serviços
públicos, com controle
popular!
Avancemos rumo ao
Socialismo!

A Saúde cada tantes e com expectativa de Com certeza em breve che-

chegar aos 200 mil eleitores
vez mais doente em 2012 ver uma situação
Miguel Joaquim das Neves*
dessas?
Como pode uma cidade em
que as eleições passadas
resultaram em 6 deputados,
que em pouco tempo passa-
rá de 15 para 21 vereadores,
com estrutura industrial,
comercial e agrícola mode-
Leitos em corredores dos hospitais lar ter uma organização na
é cena comum em todo o País área de saúde precária e
desprovida de responsabili-
Como pode uma cidade cu- dade quanto ao respeito pa-
ja estimativa de habitantes ra com o cidadão, o ser
já beira aos 300 mil habi- humano?
garemos aos 300, lembran-
do o filme Trezentos, cujos
heróis lutaram ate o fim
sem desistir dos seus so-
nhos.
Mas não estamos falando
de filmes e mitologia. Es-
tamos falando de 300 mil
habitantes, muitos da classe
menos favorecida, que co-
mem o pão que o diabo a-
massou quando precisam de
atendimento médico nos
postos e PACs desta gran-
diosa cidade.

Essas pessoas levantam ce-
do de seus lares e com do-
res são obrigadas a ficar em
enormes filas. E como se as
moléstias não fossem sufi-
cientes, muitas vezes têm
que permanecer embaixo de
chuva, vento, frio, para
conseguir uma ficha e ser
atendidas na outra semana.
Isso acontece nos postos de
saúde. Quando a situação é
grave, aí mandam o cidadão
para o PAC. Se chega lá às
8h da manhã, às 16h da tar-
de pode ser que tenha sorte
de ser atendido. Pode estar
com dor, pode morrer lá
que não há uma preocupa-
ção emergencial para ajudar
essas pessoas.
Na maioria das vezes nem
médico tem para dar aten-
dimento. E o pior é que isso
não acontece de vez em
quando. É sempre e muitos
pacientes quando são aten-
didos recebem receitas de
medicamentos que têm de
ser comprados em farmá-
cias em valores exorbitan-
tes chegando ao preço de
até 50 reais.
No dia 13 de maio de 2011
à tarde não havia médico
clínico geral na unidade do
PAC 1, mas existiam segu-
ranças fortes e bem treina-
dos que deveriam estar cui-
dando da segurança da so-
ciedade em outros setores e
não impondo aos moribun-
dos a coação de ter que en-
golir a falta de melhor as- dos por tão vergonhosa
sistência. conduta administrativa?
Quando se fala em PIB cas-
Havia pessoas lá desde a cavelense, percebe-se que a
manhã chorando e pedindo cidade vem crescendo da
que alguém as ajudasse noite para o dia, transfor-
com suas dores. Foram ori- mando-se num gigante com
entadas a atravessar a cida- crescimento invejável a
de para o outro PAC, sem grandes estados e até mes-
saber se seriam atendidas mo países.
lá, pois o outro PAC tam-
bém é sempre cheio. A imagem de Cascavel,
graças à população em ge-
Agora o povo virou bola de ral, é parabenizada no âm-
ping-pong. Na falta de me- bito dos negócios do Brasil
lhor possibilidade de aten- e do mundo, como África,
der, os médicos dos postos Venezuela, Japão entre ou-
tentam ajudar as pessoas as tros. Não é justo que uma
mandando para o PAC. cidade que é espelho em
Quando chegam ao PAC, vários cantos do Brasil e do
os médicos de lá, na mesma mundo, onde há empresas
situação dos médicos dos de grande porte que expor-
postos, mandam as pessoas tam para o mundo todo, que
de volta para os postos de geram empregos para mais
onde vieram. de 2 mil funcionários, uma
A imprensa estava lá fazen- infraestrutura de dar inveja
do seu papel. A Prefeitura a grandes metrópoles, tenha
em contrapartida responde que ver a saúde em risco.
sempre as mesmas palavras Assim, também denigrem a
banais e descabidas: faltou nossa imagem até interna-
médico por “motivo de do- cionalmente porque a inter-
ença”. net é uma rede de informa-
Um Município que soma ção global e com certeza
um bom PIB municipal não em algum lugar alguém es-
está nem aí em colocar um tará vendo um noticiário
testa de ferro para dizer ta- como esse e ouvindo as
manha besteira. Se faltou respostas tão irresponsáveis
médico, será que a organi- de pessoas que parecem
zação da saúde tem um QI nem estar aí com os pro-
de ameba para não ter um blemas dos cidadãos que
projeto emergencial para sofrem na espera de melhor
que haja uma substituição atendimento da Secretaria
responsável e hábil? de Saúde.
Ou será que o sistema de Esta cidade não merece a
saúde esta falido, deixando pouca vergonha de ver as
a classe médica, os assis- imagens de seus semelhan-
tentes sociais, os atendentes tes chorando e pedindo so-
a ver navios? Não existe corro enquanto os respon-
punição, não existem leis sáveis não se cansam de
responsabilizando os culpa- pregar as mesmas mentiras
deslavadas.

Aquela agricultora que do- vergonha. Pois cada um de- alguém competente para
ou todo o tempo da sua vi-
da lutando sol e chuva na
roça para fazer chegar à
mesa do brasileiro o arroz,
o feijão, o pão, estava lá no
PAC chorando de dor e pe-
dindo socorro ao repórter.
Como se ele fosse um anjo,
que ele exibisse suas lágri-
mas e alas comovessem e
fizessem os insensíveis ve-
rem o quanto a classe frágil
está sendo massacrada, o
quanto apanha e é humilha-
da.
Se perguntasse a ela, com
toda a certeza ela diria,
mesmo chorando, que tem
Visitas honrosas de
amigos democráticos
Recebemos e agradecemos as
visitas do advogado Rui da
Fonseca, conselheiro da
OAB/Cascavel, e do líder sindi-
cal Antonio Trombini, do Sinte-
oeste entidade que reúne os
trabalhadores da Universidade
do Oeste.
Rui da Fonseca é bem conheci-
do na comunidade cascavelen-
Se eles não têm vergonha em de-
negrir a imagem do Município,
com certeza cada cascavelense que
sai cedo de casa, cada filho de
Cascavel, homem ou mulher, cida-
dão da terceira idade ou jovem que
sofre esse tipo de pouco caso, tem.
les deu sua parcela de con- não deixar nossos irmãos
tribuição para esta cidade. cascavelenses chorando na
fila do tudo que sempre
Que haja mais respeito pa- lhes dá o nada.
ra com o povo e para com a
imprensa que luta no dia a Então, com certeza, maté-
dia. rias desse tipo serão apenas
relíquias em um velho mu-
Eles continuam enrolando a seu ou acervo para jovens
imprensa, o povo e a todos estudantes retratar uma é-
que esperam um pouco de poca em que o progresso e
ética, dignidade e princi- o amor de um povo superou
palmente responsabilidade. o mal.
Vamos exigir que Cascavel ________
*Miguel Joaquim das Ne-
venha a ser vista com mais
ves – Poeta e ator poetami-
respeito quando se falar em
guel@bol.com.br
saúde. Com certeza haverá
um novo dia, em que haja
se por suas posições democrá-
ticas, tendo longa militância na
esfera política local.
Toninho do HU, como Trombini
é conhecido, tem se destacado
na defesa dos cascavelenses
que precisam de uma estrutura
de saúde à altura de suas ne-
cessidades. Como a edição de
hoje está centrada no tema Sa-
úde, dedicamos a ele esta edi-
ção.
Especial para a Terceira Idade
Um espetáculo especial para a terceira idade
no Sesc/Cascavel seguido de poesias e canções
PCB de Cascavel tem
novo Comitê: missão
é propor a unidade
local anticapitalista
Rosana
Katia
Nazzari
, será propor um debate sobre os
Cascavelense nata, professo-
ra da Unioeste e cientista políti-
ca, Rosana Katia Nazzari foi
indicada na tarde de sábado pa-
ra substituir o eletrotécnico
Gilberto Carlos de Araújo na
Secretaria Política do Comitê
Municipal do Partido Comunis-
ta Brasileiro (PCB) em Casca-
vel.
Ao contrário de outros parti-
dos, que possuem um presiden-
te com mando pessoal, no PCB
a direção é exercida por um co-
letivo (o Comitê) composto por
trabalhadores e intelectuais.
O novo Comitê Municipal do
PCB ficou formado, além de
Rosana, por Yves Consentino
Cordeiro (Organização), Jona-
than Spagnolli (Finanças), Yuri
Fagundes (União da Juventude
Comunista), Marley Kniphoff
(Feminino) e Alceu Sperança
(Comunicação).
A principal tarefa de Rosana
rumos de Cascavel. O PCB su-
gere que a cidade troque a atual
hegemonia dos interesses capi-
talistas de algumas poucas fa-
mílias, que vem se mantendo
por várias décadas, por uma
participação ampla da socieda-
de.
Para os comunistas, a popu-
lação tem sido mantida de fora
das decisões, o que significa
pouca democracia. Nem mesmo
os segmentos universitário e
sindical, onde há maior massa
crítica e capacidade de organi-
zação, são ouvidos na formula-
ção das políticas municipais.
Para resolver o problema da
pouca democracia, o novo Co-
mitê Municipal do PCB vai
propor a unidade de todos os
partidos e forças políticas pro-
gressistas e de esquerda em tor-
no do Poder Popular na Prefei-
tura e na sociedade.
Esse Poder Popular, para o
PCB, precisará ter caráter anti-
capitalista, considerando que as
crises, as dívidas governamen-
tais, a pobreza e a destruição do
meio ambiente são produzidas
intencionalmente pelos capita-
listas para aumentar seus lu-
cros, como se vê no caso dos
bancos.

A missão
de Rosana
Alceu A. Sperança*
Olga
Olga Benário Prestes, em
sua última carta, escreveu:
“Lutei pelo justo, pelo bom.
Eu lutei. Lutei pelo melhor
do mundo”.
Também lutaram Anita
Garibaldi, Clara Zetkin, Ro-
sa Luxemburgo e, para não
dizer que não falei de san-
tos, Santa Engrácia, que de-
fendia os escravos contra a
opressão romana.
Em Cascavel, cada vez
mais visivelmente, há um
batalhão de mulheres que
mostram garra e energia em
tudo o que empreendem. É o
caso da professora Rosana
Katia Nazzari, que tem de-
dicado seus estudos e pes-
quisas ao grande desafio de
um Brasil que envelhece a
olhos vistos: a juventude.
Quanto mais Rosana es-
tuda a juventude, mais cres-
ce nela a convicção de que
algo precisa ser feito para
que a atual geração não se
perca.
Para não se perder, de
nada serve embrutecer os
jovens rebeldes em prisões,
executá-los em poças de
sangue ou a ingenuidade de
que basta uma desintoxica-
ção e rezas para a cabeça
juvenil ficar nova em folha.
Só uma revolução porá
abaixo o padrão de esma-
gamento do ser humano e da
natureza que desespera a
juventude, envelhece preco-
cemente os adultos e não
permite um futuro melhor às
crianças.
Uma revolução generosa,
que não atire nem tire nada
de ninguém, mas que acres-
cente muito aos que nada
têm. A revolução, enfim, da
educação política e comuni-
tária.
Rosa
.
É preciso um novo pen-
samento, em que os acadê-
micos não fiquem só tranca-
dos nos muros dos campi
universitários, bolando so-
fisticadas pesquisas sobre
exclusão, mas distantes e
temerosos dos bolsões de
pobreza e ignorância, sem
ação resolutiva.
Tais bolsões são contro-
lados pela face mais canalha
do capitalismo: a do tráfico
de drogas e mercadorias em
geral, que explora o ser hu-
mano em sua mão-de-obra,
saúde e espiritualidade. Aí
está o verdadeiro inimigo.
A missão a que a profes-
sora Rosana se propôs é unir
a comunidade de Cascavel
para cumprir aquilo que
Charles Chaplin sonhou na
pele do pequeno barbeiro de
O Grande Ditador:
“Vós, o povo, tendes o
poder. (...) O poder de criar
felicidade! Vós, o povo,
tendes o poder de tornar esta
vida livre e bela... de fazê-la
uma aventura maravilhosa.
Portanto - em nome da de-
mocracia - usemos desse
poder, unamo-nos todos nós.
Lutemos por um mundo no-
vo... um mundo bom que a
todos assegure o ensejo de
trabalho, que dê futuro à
mocidade e segurança à ve-
lhice”.
Construir um Poder Po-
pular que junte intelectuais
progressistas com as forças
populares organizadas é um
desafio, mas também é ex-
tremamente promissor.
Quando a “Cidade Uni-
versitária” de Cascavel mos-
trar o melhor de si, mirando
incorporar as massas à vida
com qualidade, a “Cidade da
Pobreza” será varrida do
mapa urbano.
Clara
Isso acontecerá quando a
consciência crítica da aca-
demia participar do esforço
para romper os grilhões que
prendem a massa da perife-
ria à ignorância e à engabe-
lação “política”.
Essa é a missão grandio-
sa que a professora Rosana
Nazzari assumiu. A missão
de estender o conhecimento
aos que desconhecem, mos-
trar direitos aos que os igno-
ram, sair da mera doação de
agasalhos num doentio in-
verno para a conquista de
um saber capaz de aquecer a
todos, saudavelmente, em
todos os invernos.
Alguns a boicotarão,
porque as aves de rapina
estão sempre à espreita, mas
muitos vão participar desse
esforço concreto pela juven-
tude, que não pode mais
continuar se perdendo.
Para chegar a isso, as cri-
anças e jovens têm que se
tornar adultos conscientes e
poderosos, donos de seu
destino, o que só vai aconte-
cer com estudo, conheci-
mento e trabalho.
Assim, os pobres de hoje
serão os ricos de amanhã,
deixando de ser vítimas de
exploradores, traficantes,
religiosos caça-níqueis e
mercadores de votos.
**
*Alceu A. Sperança – Escri-
tor. Texto publicado no Hoje
 Cidade, emprego, ambiente, juventude:
por um programa revolucionário
Nenhum direito a menos,
só direitos a mais
Ajude um desempregado: reduza a
jornada de trabalho para 40 horas

Lula, o palestrante de luxo dos "uma inovação histórica"e vinha para li-
vrar a classe trabalhadora da condição de
banqueiros e das multinacionais "massa de manobra dos políticos da bur-
Frei Marcos guesia". Dizia que o sindicato é a ferra-
Sassatelli* menta adequada para melhorar as relações
entre o capital e o trabalho, mas que o
No discurso partido existe para ir além: "Queremos
da primeira que os trabalhadores sejam os donos dos
convenção meios de produção e dos frutos de seu
nacional do trabalho". Afirmava que "o mundo cami-
PT, em 1981, nha para o socialismo" e que o PT, com
Lula afirma- sua mística radical, não tinha como obje-
va que o par- tivo "buscar paliativos para as desigual-
tido então dades do capitalismo".
criado era
 Reparem: quando Lula vai ao exterior,
viaja quase sempre em jatinho particular.
Como custa caro o ex-operário, ex-
sindicalista e ex-presidente Lula! Parece o
mais valioso mascote dos detentores do
poder econômico mundial! É inacreditá-
vel que ainda existam pessoas dispostas a
ouvir as baboseiras do Lula, falando de si
mesmo (se auto-elogiando), dos feitos de
seu governo e do aumento da presença
(que tipo de presença?) do Brasil no cená-
(Cf. Leo Lince. Lula, a metamorfose que rio dos "donos" do mundo.
ambula,14/04/11:
http://www.correiocidadania.com.br). Sempre segundo notícias da imprensa,
Lula, quem te viu e quem te vê! Lula aceitou também o convite da multi-
Em fevereiro, escrevi um artigo com o nacional LG para fazer palestra na Coreia
título "Lula, um ex-operário deslumbrado do Sul, com cachê de US$ 500 mil (cerca
pelo poder" (Cf. Diário da Manhã, Opini- de R$ 790 mil). Se confirmado o evento
ão Pública, 07/02/11, p. 18). Hoje acres- na Coreia do Sul, em três ou quatro me-
cento que Lula é também um ex- ses, a receita do Lula em moeda estran-
presidente - ex-sindicalista e ex-operário - geira chegará a US$ 1,2 milhão. Trata-se
obcecado pela fama. Como o ex- realmente de uma afronta aos trabalhado-
presidente Lula pode ser tão oportunista e res (ex-companheiros de Lula) e de um
renegar sua própria história; como pode pontapé na cara dos pobres. Trata-se de
ser tão ambicioso e tão ganancioso, até o um dinheiro que é fruto da exploração dos
ponto de - como palestrante de luxo a trabalhadores pelas multinacionais e, por-
serviço dos interesses dos banqueiros e tanto, de um roubo legalizado. O pior é
das multinacionais - vender sua própria que Lula sabe disso.
dignidade humana, traindo seus ex-
companheiros? É realmente um compor- A assessoria de Lula não confirma o valor
tamento repugnante e totalmente antiéti- do cachê das palestras do ex-presidente e
co. Paulo Okamoto - sócio do novo empresá-
rio petista Lula na empresa LILS - diz ci-
Vejam só que absurdo: Lula, o novo em- nicamente que "é segredo de Estado" (Cf.
presário e o novo rico, tornou-se o pales- Folha de S. Paulo, 04/05/11, p. A9).
trante mais caro do Brasil. Segundo noti- Que desrespeito para com o povo, que
ciou a imprensa, o ex-presidente cobra vergonha!
por uma palestra cachê que vai de R$ 200
mil a cerca de R$ 790 mil (por enquan- Esses fatos são mais que suficientes para
to!). Em março, a multinacional LG foi a provar que Lula - como diz o sociólogo
primeira a contratar o Lula para uma pa- Leo Lince - é "a metamorfose que ambu-
lestra no Brasil, com cachê de R$ 200 la". Pessoalmente acho que, desde a cam-
mil. A multinacional Telefônica convidou panha para o primeiro mandato de presi-
o Lula para uma palestra em Londres, dente da República, quando quis ganhar
com cachê de cerca US$ 300 mil. Lula foi as eleições a qualquer custo e com qual-
também a Washington, a convite da Mi- quer meio, Lula traiu os trabalhadores,
crosoft, e a Acapulco, a convite da Asso- seus ex-companheiros, aliou-se aos deten-
ciação dos Bancos do México. No dia 4 tores do poder econômico mundial e usou
de maio, em palestra em São Paulo, a sua popularidade (melhor seria dizer, seu
convite do Bank of América Merril Lyn- populismo) a serviço dos interesses deles.
ch.

Permito-me sonhar! Como seria diferente
se Lula, em suas palestras, fosse aliado e
porta-voz dos trabalhadores, denunciando
a exploração das multinacionais e dos
banqueiros (que, diga-se de passagem, no
governo Lula tiveram o maior lucro já
conseguido até o presente), as estruturas
de injustiça e a iniquidade do atual siste-
ma econômico mundial.
Nesse caso, seriam os movimentos popu-
lares e os sindicatos autênticos dos traba-
lhadores a convidar Lula para proferir pa-
lestras, e não os banqueiros e as multina-
cionais. Lula não ganharia cachês milio-
nários, mas ganharia um cachê muito
mais valioso que seria a felicidade de ser-
vir gratuitamente. Nada vale mais que a
felicidade e a alegria da missão cumprida.
Lembre-se: em Cascavel,
nós somos a Revolução!
Em todo esse contexto, é mais do que o-
portuna a advertência do apóstolo Tiago,
também para os novos ricos como Lula:
"E agora vocês, ricos: comecem a chorar
e gritar por causa das desgraças que estão
para cair sobre vocês. Suas riquezas estão
podres, suas roupas estão roídas pela tra-
ça; o ouro e a prata de vocês estão enfer-
rujados; e a ferrugem deles será testemu-
nha contra vocês, e como fogo lhes devo-
rará a carne. Vocês amontoaram tesouros
para o fim dos tempos. Vejam o salário
dos trabalhadores que fizeram a colheita
nos campos de vocês: retido por vocês,
esse salário clama, e os protestos dos cor-
tadores chegaram aos ouvidos do Senhor
dos exércitos" (Tg 5, 1-4).
Lembremos: não são os milhões de dóla-
res que fazem o ser humano feliz e reali-
zado!
__________________________
*Frei Marcos Sassatelli – Frade Domini-
cano, doutor em Filosofia (USP) e em
Teologia Moral (Assunção - SP) e mem-
bro da Comissão Dominicana Justiça e
Paz do Brasil / PUC-GO, Vigário Episco-
pal do Vicariato Oeste da Arquidiocese
de Goiânia e administrador paroquial da
Paróquia Nossa Senhora da Terra.
 Participe: diga-nos
o que Cascavel
precisa para se
tornar um
Município mais
justo
Este espaço está sempre aberto para artigos
e manifestações da comunidade

Na Internet, acompanhe o blog do PCB de Cascavel:

http://pcbcascavel.wordpress.com
Veja também o blog da Juventude Comunista de Cascavel:
http://ujccascavel.blogspot.com
Twitter:
PCB do Paraná: http://twitter.com/pcbparana
Juventude Comunista de Cascavel: http://twitter.com/#!/j_comunista
ORKUT:
PCB de Cascavel
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Comunidade:
http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=54058996

Vídeos revolucionários:
Veja a emocionante homenagem a Che Guevara, pela cantora
Nathalie Cardone:
http://www.youtube.com/watch?v=NdRip7nmTTo
Os Eremitas e a origem do trabalho:
http://www.youtube.com/watch?v=QEfQhhHNEOE

A seguir, um dos capítulos da cartilha de Marxismo

e uma página colecionável de O Capital em quadrinhos
 1

Curso Básico de Marxismo

A ação dos homens é decisiva
12 Quando as relações feudais se tornaram um
entrave para as forças produtivas, surgiu a
necessidade material de lhes pôr um fim.
Essa necessidade teve sua expressão nas
ações revolucionárias da burguesia e do
campesinato, que sofriam a opressão das
relações feudais.
A luta revolucionária dessas classes varreu o
regime feudal.
Na França, os soldados da revolução, com
energia e bravura formidáveis, assaltaram a
Bastilha e defenderam o novo regime da
contrarrevolução feudal.

A vitória da Revolução Francesa

A classe derrotada sempre tenta reagir, e alguma vezes consegue voltar,
como ocorreu na URSS em 1991, quando um golpe mafioso de direita
derrubou o presidente Gorbatchóv.
Sem a luta revolucionária – sem a ação dos homens, portanto – o regime
feudal não teria desmoronado nessa época e por longo tempo ainda
continuaria prejudicando o desenvolvimento da sociedade.

Isso prova que as leis da História não

atuam automaticamente. Os homens fazem sua
própria história, atuando de acordo com as
circunstâncias que os rodeiam, cujo fator
principal é a necessidade econômica.
Essa necessidade determina os interesses de
cada classe: a exploradora pretende continuar
explorando, a oprimida tenta se libertar!
Mas nem toda a gente oprimida em
determinada sociedade luta por mudanças
progressistas.
Mikhail Gorbatchov, ex-presidente da URSS
 2
Por inconsciência de classe, atraiçoam suas famílias, amigos e colegas de
trabalho permitindo que a exploração se mantenha, por omissão ou
submissão ao explorador.
Por sua vez, as forças reacionárias – cuja missão é reagir, negar e impedir
as transformações – atuam severamente contra os trabalhadores, que
ameaçam o seu poder, ao exigir Justiça e melhores condição de vida.
A atuação das forças reacionárias não pode deter o progresso social, mas
pode retardá-lo por algum tempo, desviá-lo do rumo direto e mais fácil para
um caminho doloroso ou em zig-zag.
Como fazer para marchar no caminho
certo ou melhor?
Em primeiro lugar, compreender o que é o
Capitalismo, a última formação econômico-
social baseada na exploração do homem.
Charles Fourrier e outros socialistas
utópicos criticaram profundamente o
Capitalismo. Mas nem eles, nem os
economistas políticos burgueses
conseguiram resolver a tarefa principal
dessa compreensão: revelar o mecanismo da
exploração do trabalho: como ela acontece.
Engels e Marx
Essa tarefa só foi realizada pelos fundadores do Socialismo Científico:
Karl Marx e Friedrich Engels.
O Capitalismo, apontaram eles, caracteriza-se pelo predomínio absoluto da
produção mercantil (mercadoria).
A mercadoria é o produto do trabalho destinado à troca. Entende-se por
produção mercantil uma organização da economia social em que os produtos
não se destinam ao consumo próprio, mas à venda, ao lucro, à acumulação de
capital.
A produção mercantil capitalista nasceu no seio da sociedade feudal. O
reforço da divisão social do trabalho entre os ofícios artesanais e a
agricultura (entre a cidade e o campo) arrastou cada vez mais a economia
feudal para as relações de mercado, caindo sob o poder do dinheiro, que a
destruiu.

A seguir: Pensam mais em dinheiro que na família

 Lições de Comunismo
número 12

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