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PARA COMEÇAR...

O ato de ler e escrever


deve começar a partir
de uma compreensão
muito
abrangente do ato de
ler o mundo, coisa que
os seres humanos
fazem antes
de ler a palavra.
PARA COMEÇAR...
Até mesmo historicamente, os
seres humanos primeiro
mudaram o mundo,
depois revelaram o mundo e
a seguir escreveram as
palavras.

http://eduquenet.net/letramento
.htm. acesso 14.05.2009.
TEMA DA AULA

OS GÊNEROS TEXTUAIS
ACADÊMICOS
Conteúdos

O resumo;
A resenha.
O RESUMO
O Resumo

 Segundo Savioli e
Fiorin, o resumo “É
uma condensação fiel
das idéias ou dos fatos
contidos no texto.
Resumir um texto significa reduzi-lo ao seu
esqueleto essencial, sem perder de vista três
elementos:

 Cada uma das partes essenciais do texto.


 A progressão em que elas se sucedem.
 A correlação que o texto estabelece entre cada
uma dessas partes”.
Resumo indicativo ou
descritivo;
Resumo informativo
ou analítico;
Resumo crítico ou
recensão.
Tipos de resumo

Resumo indicativo ou descritivo:

 encontram-se apenas referências às partes


principais do texto;
 frases curtas que geralmente correspondem
a cada elemento fundamental do texto;
Tipos de resumo

Resumo indicativo ou descritivo:

 quanto à extensão, deve ficar em torno de 15


a 20 linhas;

 O resumo indicativo não dispensa a leitura


integral do texto original.
Tipos de resumo

Resumo informativo ou analítico:

 de maneira geral reduz o texto 1/3 ou ¼ de sua


extensão original;
 gráficos, exemplificações abundantes são
abolidas;
 manter apenas a estrutura e os pontos
essenciais do material a ser resumido;
Tipos de resumo

 Apresentar de maneira sucinta o assunto da


obra;
 Respeitar a ordem das ideias e fatos
apresentados;
 Empregar linguagem clara e objetiva;
Tipos de resumo

 Evitar transcrição de frases do original;


 Apontar a conclusão do autor;
 Dispensar consulta ao original para a
compreensão do assunto.
Tipos de resumo

Resumo crítico ou recensão:

 tipo de resumo que, além de apresentar uma


versão sintetizada do texto, incorpora
julgamentos de valor e opiniões de quem o
elabora.
Vamos à prática?
Indústria cultural e cultura de massa

A partir da segunda revolução industrial no século


XIX e prosseguindo no que se denomina agora
sociedade pós-industrial ou pós-moderna (iniciada
nos anos 70 do século passado), as artes foram
submetidas a uma nova servidão: as regras do
mercado capitalista e a ideologia da indústria
cultural, baseada na idéia e na prática do consumo
de “produtos culturais” fabricados em série.
As obras de arte são mercadorias, como tudo o
que existe no capitalismo. Perdida a aura, a arte
não se democratizou, massificou-se para
consumo rápido no mercado da moda e nos
meios de comunicação de massa,
transformando-se em propaganda e publicidade,
sinal de status social, prestígio político e controle
cultural.
Sob os efeitos da massificação da indústria e
consumo culturais, as artes correm o risco de
perder três de suas principais características: 1.
de expressivas, tornaram-se repetitivas; 2. de
trabalho da criação, tornarem-se eventos para
consumo; 3. de experimentação do novo,
tornarem-se consagração do consagrado pela
moda e pelo consumo.
A arte possui intrinsecamente valor de exposição
ou exponibilidade, isto é, existe para ser
contemplada e fruída. É essencialmente
espetáculo, palavra que vem do latim e significa:
dado à visibilidade. No entanto, sob o controle
econômico e ideológico das empresas de
produção artística, a arte se transformou em seu
oposto: é um evento para tornar invisível a
realidade e o próprio trabalho criador das obras. É
algo para ser consumido e não para ser
conhecido, fruído e superado por novas obras.
As obras de arte e de pensamento poderiam
democratizar-se com os novos meios de
comunicação, pois todos poderiam, em princípio,
ter acesso a elas, conhecê-las, incorporá-las em
suas vidas, criticá-las, e os artistas e pensadores
poderiam superá-las em outras, novas.
A democratização da cultura tem como
precondição a idéia de que os bens culturais (no
sentido restrito de obras de arte e de pensamento
e não no sentido antropológico amplo, que
apresentamos no estudo sobre a idéia de Cultura)
são direito de todos e não privilégio de alguns.
Democracia cultural significa direito de acesso e
de fruição das obras culturais, direito à informação
e à formação culturais, direito à produção cultural.
Ora, a indústria cultural acarreta o resultado
oposto, ao massificar a Cultura. Por quê?
Em primeiro lugar, porque separa os bens culturais
pelo seu suposto valor de mercado: há obras “caras”
e “raras”, destinadas aos privilegiados que podem
pagar por elas, formando uma elite cultural; e há
obras “baratas” e “comuns”, destinadas à massa.
Assim, em vez de garantir o mesmo direito de todos
à totalidade da produção cultural, a indústria cultural
introduz a divisão social entre elite “culta” e massa
“inculta”. O que é a massa? É um agregado sem
forma, sem rosto, sem identidade e sem pleno
direito à Cultura.
Em segundo lugar, porque cria a ilusão de que
todos têm acesso aos mesmos bens culturais, cada
um escolhendo livremente o que deseja, como o
consumidor num supermercado. No entanto, basta
darmos atenção aos horários dos programas de
rádio e televisão ou ao que é vendido nas bancas
de jornais e revistas para vermos que, através dos
preços, as empresas de divulgação cultural já
selecionaram de antemão o que cada grupo social
pode e deve ouvir, ver ou ler.
No caso dos jornais e revistas, por exemplo, a
qualidade do papel, a qualidade gráfica de letras e
imagens, o tipo de manchete e de matéria publicada
definem o consumidor e determinam o conteúdo
daquilo a que terá acesso e tipo de informação que
poderá receber. Se compararmos, numa manhã,
cinco ou seis jornais, perceberemos que o mesmo
mundo – este no qual todos vivemos – transforma-
se em cinco ou seis mundos diferentes ou mesmo
opostos, pois um mesmo acontecimento recebe
cinco ou seis tratamentos diversos, em função do
leitor que a empresa jornalística pretende atingir.
Em terceiro lugar, porque inventa uma figura
chamada “espectador médio”, “ouvinte médio” e
“leitor médio”, aos quais são atribuídas certas
capacidades mentais “médias”, certos
conhecimentos “médios” e certos gostos “médios”,
oferecendo-lhes produtos culturais “médios”. Que
significa isso?
A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la,
deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzi-
lo e agradá-lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-
lo pensar, fazê-lo ter informações novas que o
perturbem, mas deve devolver-lhe, com nova
aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez. A
“média” é o senso comum cristalizado que a
indústria cultural devolve com cara de coisa nova.
Em quarto lugar, porque define a Cultura como
lazer e entretenimento, diversão e distração, de
modo que tudo o que nas obras de arte e de
pensamento significa trabalho da sensibilidade,
da imaginação, da inteligência, da reflexão e da
crítica não tem interesse, não “vende”.
Massificar é, assim, banalizar a expressão
artística e intelectual. Em lugar de difundir e
divulgar a Cultura, despertando interesse por
ela, a indústria cultural realiza a vulgarização
das artes e dos conhecimentos.
RESUMO ANALÍTICO

CHAUÍ, Marilena. Indústria cultural e cultura


de massa. In. Convite à Filosofia. 8ª ed.São
Paulo: Ática, 1997. p.329-30.
RESUMO ANALÍTICO/
INFORMATIVO

As obras de arte e pensamento, a partir da


segunda revolução industrial, passaram a ser
produzidas como mercadorias, transformando-se
em instrumento de controle social, porque
passou a servir a ideologia capitalista do
mercado de consumo. Assim, perdeu suas
características e não se democratizou,
massificou-se,...
RESUMO ANALÍTICO/
INFORMATIVO

... passou a ser propaganda e sinal de status social


obscurecendo a realidade, uma vez que trabalha
a informação como entretenimento, quando
deveria propor reflexão crítica.
RESUMO CRÍTICO

CHAUÍ, Marilena. Indústria cultural e cultura


de massa. In. Convite à Filosofia. 8ª ed.São
Paulo: Ática, 1997. p.329-30.
RESUMO CRÍTICO

Segundo Marilena Chauí (1997), as obras de


arte, a partir da segunda revolução industrial,
passaram a ser produzidas como mercadorias,
transformando-se em instrumento de controle
social, porque passou a servir a ideologia
capitalista do mercado de consumo.
Isso é possível ser constatado quando
observamos o tipo de informação veiculada
pelos meios de comunicação de massa, que
imprime na sociedade, através das novelas e
programas...
...sensacionalistas modas e valores sociais,
uma vez que ratifica a informação
relacionando-a a divertimento e violência, a
exemplo disso, temos o programa BBB ou a
miséria social apresentada Na Mira. A autora
afirma que as obras de arte perderam suas
características e ao invés de democratiza-
rem-se, massificaram-se, passaram a ser
propaganda e sinal de status social.
 A RESENHA
A Resenha

 É um gênero que apresenta a relação das


propriedades de um objeto, enumera
cuidadosamente seus aspectos relevantes e
descreve as circunstâncias que o envolvem.
Resenha
“É um texto que, além de resumir o objeto, faz
uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando
os aspectos positivos e negativos. Trata-se,
portanto, de um texto de informação e de opinião,
também denominado de recensão crítica”.

http://www.pucrs.br/gpt/resenha.php. Acesso em
14.05.2009.
Resenha
Devem constar em uma resenha:
O título;
A referência bibliográfica da obra ;
Alguns dados do autor da obra
resenhada;
O resumo ou síntese do conteúdo;
A avaliação crítica;
Indicação da obra.
Resenha

CHAUÍ, Marilena. Indústria cultural e cultura de


massa. In. Convite à filosofia. São Paulo. 8ª ed.
Ática, 1997. p.329-30.
Resenha

Marilena Chauí é brasileira, filósofa, professora da


USP, autora de vários livros, dentre os quais
destaca-se o volume único - “Convite à Filosofia”.
É reconhecida, não só pela produção acadêmica,
como também pela participação efetiva no
contexto do pensamento e da política do Brasil.
Resenha

A filósofa inicia o texto “Indústria Cultural e Cultura


de massa” nos convidando a refletir sobre a
subserviência da obra de arte e de pensamento
ao mercado e às ideologias da indústria cultural, o
que transforma a arte em instrumento de
massificação e controle, não de democratização.
Resenha

Theodor W. Adorno e Max Horkheimer (1986),


ambos alemães, previram o mau uso da
indústria cultural no auge da segunda guerra,
pois era considerada, por esses teóricos, um
meio de comunicação de massa fabricado para
atender ao mercado.
Resenha

Segundo um outro autor, Edgar Morin (2003)


essa indústria é uma padronização do mercado
voltada para o consumo de produtos culturais.
Conforme suas idéias, essa segunda
industrialização, a do espírito, se processa nas
imagens e nos sonhos e acaba penetrando na
alma humana.
Resenha
Seguindo essa linha de pensamento, Chauí
evidencia no corpo do texto que o sistema de
controle seleciona as informações direcionadas às
classes sociais e ressalta que existe uma classe
que pensa e a outra que recebe o conhecimento
como entretenimento. Isso porque essa indústria
cria um leitor, ouvinte e espectador médio, logo com
gostos médios, e este degusta a informação sem
reflexão crítica.
Resenha
A autora nos situa que a indústria cultural
determina que a obra de arte deve atender a
classe dominante, que visa estabelecer o
consumo desenfreado dos produtos culturais,
como forma de alienação e não de difusão da
arte para reflexão crítica. Contudo, ela
generaliza, quando deixa entendido que toda
informação chega ao povo, única e
exclusivamente, através dessa indústria.
Resenha
Na contemporaneidade, sabemos que existem
outras formas de acesso a informação,
sobretudo por conta da consciência política
identitária, mesmo que incipiente. Esta se
fortalece a cada dia e a cultura se adéqua aos
diversos grupos, reconhecidos como
minoritários, mas constituídos. Temos como
exemplo: o movimento negro; o feminista; as
favelas; o regionalismo e outros.
Resenha

Em contrapartida, a autora é muito feliz quando


trata sobre a grande massa alienada produzida
pelo sistema de controle, este representado pela
classe dominante, que cria a ilusão de que todos
têm acesso a informação da mesma forma.
Resenha

Aqui, o pensamento da autora é bastante


pertinente, todavia como foi sinalizado
anteriormente, esquece que, na atualidade, por
mais que os sujeitos sociais não queiram,
independente da classe a que pertençam, são
expostos a outras fontes de informação que
fogem a da indústria cultural.
Resenha

Fazendo uso do método dedutivo, a grande filósofa


contemporânea desperta a visão reflexiva dos
leitores ao destacar no texto exemplos do
cotidiano, com os quais convivemos e que são de
fácil compreensão para o entendimento do
processo da expansão alienante.
Resenha

Também apoiada nos estudos históricos e


filosóficos, nos posiciona no tempo e espaço
quando aponta o início do trabalho desse
sistema de controle com a segunda revolução
industrial.
Resenha
É possível perceber que a autora utiliza uma
linguagem simples, apresentando, com objetivi-
dade e clareza, o posicionamento que ocupa com
relação ao tema em discussão. Deixa claro que
esta produção é dirigida a todas as áreas do
conhecimento como provocação a discussão so-
bre o poder da indústria cultural no processo de
formação dos sujeitos sociais.
 O FICHAMENTO

DE TEXTO
Fichamento de texto

 É basicamente o arquivo do texto que se


registram as informações bibliográficas
completas, anotações, citações diretas, juízos
valorativos a respeito da obra, resumo do texto.
Fichamento de texto

 Enquanto a ficha bibliográfica contém apenas


as informações bibliográficas, necessárias para
localizar um livro, as fichas de leitura contêm
todas as informações sobre um livro ou artigo.
PARA PENSAR...

O resumo é um texto de base para


produção do texto científico.
REFERÊNCIAS

CHIAPPINI, L. Aprender e ensinar com textos de


alunos . V. 01. Col. Aprender e Ensinar com
Textos. São Paulo: Cortez, 1997.

GARCEZ, Lucilia H. do Carmo. Técnicas de


redação: o que é preciso saber para bem
escrever. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a
prática de fichamentos, resumos, resenhas. 4ª ed.
São Paulo: Atlas, 2000.
PRESTES, M.L.M. Leitura e reescritura de textos:
subsídios teóricos e práticos para o ensino. São
Paulo: Respel, 1999.
RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para
eficiência nos estudos. São Paulo: Atlas, 1996.
SAVIOLI, F.P. & FIORIN, J.L. Para entender o
texto. 7 ed. São Paulo. Ática. 1993.

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