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MAN RAY Paul Eluard; trad. Fernando Oliveira, A rosa pblica, 1993.

Man Ray (1890-1976), Sem ttulo (Photomontage with Nude and Studio Light), 1933

A agitao dum vestido que tomba Depois um corpo simples sem nuvens Venha assim confiar-me os seus charmes Voc que teve a sua parte de felicidade E que muitas vezes chora o sinistro fado daquele que a fez feliz

Voc que no tem vontade de pensar Que nunca soube edificar um homem Sem amar um outro

Nos espaos de mars dum corpo que se desnuda mama que se afigura ser crepsculo O olho passeia sobre as dunas distradas Onde as fontes guardam as unhas de mos nuas

Vestgios da vanguarda nua face plida sob as celhas do horizonte Uma breve lgrima noiva do passado Saber que o claro foi frtil Infantis andorinhas julgam que a terra o cu

O quarto negro onde todos os calhaus do frio esto afiados No me digas que no tens medo O teu olhar est ao nvel do meu ombro

s bela demais para exaltar a castidade

No quarto negro onde mesmo o trigo Nasce da gulodice

Ficas imutvel Ests s.

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