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• Revolução Francesa
• Revolução Industrial
⇒ as massas urbanas
⇒ o gosto burguês
O nacionalismo
Romantismo
Dados marcantes para o Romantismo na
Europa
Canção do Exílio
Minha terra tem Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu
palmeiras, cá;
Onde canta o sabiá; Em cismar - sozinho, à noite
As aves, que aqui -
gorjeiam, Mais prazer encontro eu lá;
Não gorjeiam como lá.
Minha terra tem palmeiras,
Nosso céu tem mais Onde canta o Sabiá.
estrelas, Não permita Deus que eu
Nossas várzeas têm morra,
mais flores, Sem que eu volte para lá;
Nossos bosques têm
mais vida, Sem que desfrute os
Nossa vida mais primores
amores. Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as
Em cismar, sozinho, à palmeiras,
noite, Onde canta o Sabiá.
Mais prazer encontro eu
A Tempestade
Quem porfiar contigo... ousara / Da glória o poderio; / Tu
que fazes gemer pendido o cedro, / Turbar-se o claro rio? O sol desponta
(A. HERCULANO ) Lá no horizonte,
Um raio Doirando a fonte,
Fulgura E o prado e o monte
No espaço E o céu e o mar;
Esparso, E um manto belo
De luz; De vivas cores
E trêmulo Adorna as flores,
E puro Que entre verdores
Se aviva, Se vê brilhar.
S’esquiva
Rutila, Um ponto aparece,
Seduz! Que o dia entristece,
O céu, onde cresce,
Vem a aurora De negro a tingir;
Pressurosa, Oh! vede a procela
Cor de rosa, Infrene, mas bela,
Que se cora No ar s’encapela
De carmim; Já pronta a rugir!
A seus raios Não solta a voz canora
As estrelas, No bosque o vate alado,
Que eram belas, Que um canto d’inspirado
Têm desmaios, Tem sempre a cada aurora;
Já por fim.
É mudo quanto habita
Da terra n’amplidão.
Bem como serpentes que o frio
A coma então luzente
Em nós emaranha, — salgadas
Se agita do arvoredo,
As ondas s’estanham, pesadas
E o vate um canto a medo
Batendo no frouxo areal.
Desfere lentamente,
Disseras que viras vagando
Sentindo opresso o peito
Nas furnas do céu entreabertas
De tanta inspiração.
Que mudas fuzilam, — incertas
Fantasmas do gênio do mal!
Fogem do vento que ruge
As nuvens aurinevadas,
E no túrgido ocaso se avista
Como ovelhas assustadas
Entre a cinza que o céu apolvilha,
Dum fero lobo cerval;
Um clarão momentâneo que brilha,
Estilham-se como as velas
Sem das nuvens o seio rasgar;
Que no alto mar apanha,
Logo um raio cintila e mais outro,
Ardendo na usada sanha,
Ainda outro veloz, fascinante,
Subitâneo vendaval.
Qual centelha que em rápido instante
Se converte d’incêndios em mar.
Um som longínquo cavernoso e ouco
Rouqueja, e n’amplidão do espaço morre;
Eis outro inda mais perto, inda mais rouco,
Que alpestres cimos mais veloz percorre,
Troveja, estoura, atroa; e dentro em pouco
Do Norte ao Sul, — dum ponto a outro
corre:
Devorador incêndio alastra os ares, Remexe-se a copa dos troncos altivos,
Enquanto a noite pesa sobre os mares. Transtorna-se, tolda, baqueia também;
E o vento, que as rochas abala no cerro,
Nos últimos cimos dos montes erguidos Os troncos enlaça nas asas de ferro,
Já silva, já ruge do vento o pegão; E atira-os raivoso dos montes além.
Estorcem-se os leques dos verdes
palmares, Da nuvem densa, que no espaço ondeia,
Volteiam, rebramam, doudejam nos ares, Rasga-se o negro bojo carregado,
Até que lascados baqueiam no chão. E enquanto a luz do raio o sol roxeia,
Onde parece à terra estar colado,
Da chuva, que os sentidos nos enleia,
O forte peso em turbilhão mudado,
Das ruínas completa o grande estrago,
Parecendo mudar a terra em lago.
Inda ronca o trovão retumbante, Cresce a chuva, os rios crescem,
Inda o raio fuzila no espaço, Pobres regatos s’empolam,
E o corisco num rápido instante E nas turvas ondas rolam
Brilha, fulge, rutila, e fugiu. Grossos troncos a boiar!
Mas se à terra desceu, mirra o tronco, O córrego, qu’inda há pouco
Cega o triste que iroso ameaça, No torrado leito ardia,
E o penedo, que as nuvens devassa, É já torrente bravia,
Como tronco sem viço partiu. Que da praia arreda o mar.
SONETO
O Livro e a
América
Filhos do sec'lo das luzes!
Filhos da Grande nação!
Quando ante Deus vos
mostrardes,
Por uma fatalidade
Tereis um livro na mão:
Dessas que descem de
O livro — esse audaz
além,
guerreiro
O sec'lo, que viu Colombo,
Que conquista o mundo
Viu Guttenberg também.
inteiro
Quando no tosco estaleiro
Sem nunca ter Waterloo...
Da Alemanha o velho
Eólo de pensamentos,
obreiro
Que abrira a gruta dos
A ave da imprensa gerou...
ventos
O Genovês salta os
Donde a Igualdade voou!...
mares...
Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto —
As almas buscam beber... Vós, que o templo das
Oh! Bendito o que semeia idéias
Livros... livros à mão cheia...
Largo — abris às multidões,
E manda o povo pensar!P'ra o batismo luminoso
O livro caindo n'alma Das grandes revoluções,
É germe—que faz a palma, Agora que o trem de ferro
É chuva—que faz o mar. Acorda o tigre no cerro
E espanta os caboclos nus,
Fazei desse "rei dos ventos"
—Ginete dos pensamentos,
—Arauto da grande luz!...
(Castro Alves)
Que belas as margens do rio
possante,
Que ao largo espumante campeia
sem par!...
Ali das bromélias nas flores
doiradas
Há silfos e fadas, que fazem seu
O BAILE lar...
E, em lindos cardumes,
NA Sutis vaga-lumes
Acendem os lumes
FLOR P’ra o baile na flor.
E então nas arcadas
Das pét’las doiradas
(Castro Os grilos em festa
Começam na orquestra
Alves) Febris a tocar...
E as breves
Falenas
Vão leves,
Serenas,
Em bando
Girando,
Valsando,
Voando
Publicação em 1865. “Poema em Prosa”.
Completando o
monumento, sentado
está seu esposo
Martim, que segura
aos braços o filho
Moacir, não faltando
o cão Japi.
Inaugurada em 2002
na praia de
Formosa, é obra do
escultor Descartes
Gadelha, prima pela
simplicidade e
presença feminina
da virgem índia.
Obra de Zenon Barreto, feita de bronze, é conhecida como "Iracema Guardiã",
inaugurada na Praia de Iracema em 1996. Nela o estilo arrojado retrata uma figura com a
perna direita ajoelhada e a esquerda apoiando-a, cabisbaixa segura um arco dobrado em
forma de meia lua.
“Poema em Prosa”.
Capítulo 1:
PERSONAGENS
1) Iracema – anagrama de “América” (segundo Afrânio Peixoto). Ira (mel) e
Tembe (lábios).
2) Martim - o seu nome na língua indígena significa "filho de guerreiro".
POTI (PITIGUARAS)
Representam a nação litorânea que será futuramente catequizada pelos
jesuítas portugueses, aliando-se a esses no processo de colonização da
terra. Poti serve como exemplo do indígena dócil e fiel, que aceita
passivamente a superioridade dos guerreiros brancos.
MARTIM (EMBOABAS)
Martim e sua raça, chamados emboabas, representam o branco português
colonizador, astucioso e predestinado a cumprir a ousada tarefa de
colonizar um mundo novo.
IRACEMA
É a natureza, a terra-mãe, que seduz o europeu por sua beleza selvagem
e o acolhe com vigor, entregando-se docemente a ele.
TABAJARAS
Representa a tribo que reage à invasão portuguesa, tornando-se inimigo
destes em várias batalhas.
IRAPUÃ
É o elemento guerreiro que responde pela defesa das tradições tabajaras,
que busca preservar os ritos e a cultura de seu povo, respondendo
com ira à invasão dos portugueses. Ama a Iracema (a terra-mãe) e
enfurece-se ao vê-la dominada pelo estrangeiro.
MOACIR
O primeiro brasileiro (cearense), fruto da união entre portugueses e
nativos, é a alegoria do Brasil-nação. A etimologia de seu nome vem
de “moacy” (dor) e “ira” (saído de), ou seja, “filho do sofrimento”, alusão
às dificuldades registradas no processo de construção da nova nação.
É necessário que a terra-mãe se sacrifique para permitir que uma nova
raça aqui se instale.
SILVIANO SANTIAGO
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1997.
_____ . Dialética da Colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
PROENÇA FILHO, Domício. Estilos de Época na Literatura. São Paulo: Ática, 1995.