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Devemos analisar a curva característica do Motor elétrico com a curva da carga para
verificar se o Motor Elétrico vai conseguir acionar a carga. Para tanto é necessário que os
valores Cp>Cr e Cmáx seja o maior possível para que o Motor Elétrico vença eventuais picos
de carga como pode ocorrer em certas aplicações como por exemplo : Britadores, Calandras,
Misturadores e outras além de não “travar”, isto é, perder bruscamente a velocidade quando
ocorrerem quedas de tensão exces sivas momentaneamente.
Para motores elétricos de indução de gaiola, trifásicos, para tensão nominal > 600 V, qualquer
potência, conjugado de partida normal e partida direta valem os seguintes valores mínimos de
conjugados :
Cp/Cn = 0,6
Cmín/Cn = 0,5
Cmáx/Cn = 1,60
3) Momento de Inércia ( J )
O Momento de Inércia é uma medida da resistência que um corpo oferece a uma mudança em
seu movimento de rotação em torno de um dado eixo.
O momento de Inércia da Carga acionada (Jc) é uma das características fundamentais para
verificar, através do tempo de aceleração, se o motor consegue acionar a carga dentro das
condições exigidas pelo ambiente ou pela estabilidade térmica do material isolante.
Quando o momento de inércia da carga tiver em rotação diferente da do motor como nos
casos em que o acoplamento não for direto (polias e engrenagens) este deverá ser referido a
rotação nominal do motor de acordo com a fórmula :
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Se for disponível a velocidade linear da massa poderemos reduzi-la ao eixo do motor elétrico
pela fórmula :
Jr = 91,2 m (V²/N²)
Onde :
V = velocidade linear (m/s)
N = rotação do motor (rpm)
m = massa (kg)
Jr = momento de inércia reduzido ao eixo do motor (kgm²)
Onde :
ta = tempo de aceleração em segundos (s).
Jm = momento de inércia do motor (kgm²)
Cméd = conjugado médio de aceleração do motor (kgm²)
Cr = conjugado de aceleração da carga (kgm²)
RPM = rotação nominal do motor (rpm)
Jc = momento de inércia da carga (kgm²)
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5) Regime de Serviço
Onde :
tf = funcionamento em carga constante (s)
tr = tempo de repouso
Outros dois fatores que influenciam a escolha do motor estão a temperatura ambiente e a
altitude aonde o motor elétrico vai trabalhar. O motor elétrico normal foi projetado para
trabalhar numa temperatura ambiente de 40º C e altitude de 1000 m , se o motor elétrico for
operar numa temperatura maior ou menor do que
40º C e altitude maior que 1000 m deveremos usar o fator de multiplicação de tabela
específica além de fabricar o motor elétrico especialmente.
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Se o Motor elétrico for trabalhar em temperatura ambiente < - 20º C de verá possuir como
acessórios : resistência de aquecimento e graxa para baixas temperaturas nos mancais.
Se o Motor elétrico for trabalhar em temp. > 40 º C deveremos sobredimensioná-lo e usar
classe de isolação H, graxa especial, rolamento com folga C3.
7) Classe de Isolamento
Atualmente o material isolante mais utilizado em motores elétrico tem classe de temperatura
B. Isto significa que estes materiais, instalados em locais onde a temperatura ambiente é no
máximo 40º C, podem trabalhar com uma elevação de temperatura de 80 K continuamente
sem perder suas características isolantes. Quando o Motor Elétrico for trabalhar com
Inversor de Freqüência a classe de isolamento deverá ser no mínimo F. Abaixo estão os
valores da temperatura para as classes de isolamentos A,E,B,F e H :
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8) Proteção Elétrica
O principal fator para determinação da confiabilidade do serviço, bem como para a vida útil
do motor elétrico recai na escolha do tipo de proteção a ser utilizada.
Existe basicamente dois tipos de proteção, uma dependente da corrente (fusíveis, relés
bimetálicos de sobrecarga e relés eletromagnéticos) e outra que depende diretamente da
temperatura do enrolamento do motor elétrico (termistores e termostatos).
Os fusíveis somente protegem os motores elétricos contra curto- circuitos mas não os
protegem contra sobrecarga. Os relés bimetálicos de sobrecarga oferecem somente proteção
para o motor em serviços contínuos e com poucas ligações por hora, aceleração de curta
duração e corrente de rotor bloqueado (Ip) de baixo valor, esta proteção para serviços
intermitentes não é confiável.
Os termistores e termostatos operam diretamente no local onde a temperatura do
enrolamento está elevada , por isso são mais eficientes. Os termostatos são formados de
pequenos contatos bimetálicos e portanto interrompe o circuito sem o auxílio de reles, o único
inconveniente é que se forem submetidos a uma corrente excessiva podem “colar” os seus
contatos não sendo mais eficientes. Os termistores são semicondutores que possuem sua
resistência ôhmica variáveis com a temperatura, não são dispositivos que interrompem o
circuito logo, necessitam operar em conjunto com um relé adequado mesmo assim são os
preferidos para usar na proteção dos motores elétricos, poderemos usar dependendo da classe
de isolação do motor elétrico e sua aplicação para alarme e desligamento.
Deveremos citar também um tipo de proteção térmica que é a resistência calibrada tipo RDT
que varia linearmente com a temperatura (PT 100) que pode ser solicitada ao fabricante de
motores elétricos quando for necessária sua aplicação.
A norma NBR 6146 define os graus de proteção dos equipamentos elétricos por meio de letras
características IP seguidos por dois algarismos :
1º) algarismo : indica o grau de proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos e
contato acidental :
0 – sem proteção;
1 – proteção contra corpos estranhos de dimensões acima de 50 mm;
2 – proteção contra corpos estranhos de dimensões acima de 12 mm;
4 – proteção contra corpos estranhos de dimensões acima de 1 mm;
5 – proteção contra o acúmulo de poeiras prejudicial ao equipamento;
6 – proteção total contra a poeira.
Para a maioria das aplicações são suficientes motores elétricos com grau de proteção IP54
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10.1) Fator de Serviço : é um multiplicador que quando aplicado à potência nominal do motor
elétrico, indica a carga que pode ser acionada continuamente sob tensão e freqüência
nominais e com limite de elevação de temperatura do enrolamento. Porém os valores de
rendimento ( ), fator de potência (fp) e velocidade podem diferir dos valores nominais, mas o
conjugado e a corrente de rotor bloqueado mais o conjugado máximo (Cmáx) permanecem
inalterados. A utilização do fator de serviço implica uma vida útil inferior àquela do motor
com carga nominal. O fator de serviço não deve ser confundido com a capacidade de
sobrecarga momentânea que o motor pode suportar geralmente até 60 % da carga nominal,
durante 15 segundos.
10.4) Tensão de Alimentação : Se o motor elétrico for usado partida estrela-triângulo uma
tensão deverá ser 3 a outra ou seja : 220/380 V ou 440/760 V se o mesmo for para partida
série/paralelo uma tensão deverá ser o dobro da outra ou seja:220/440 V ou 380/760 V.
10.5) Forma Construtiva : Deverá ser de acordo com a NBR 5031. Geralmente o fabricante
fornece na forma construtiva B3, para funcionamento em posição horizontal com pés. Sob
consulta o fabricante poderá fornecer o Motor elétrico com flange e eixo com características
especiais.
B3E = Carcaça Com pés, Ponta de Eixo à esquerda, Fixação Base ou trilhos.
B3D = Carcaça Com pés, Ponta de Eixo à direita, Fixação Base ou trilhos.
B35E = Carcaça Com pés, Ponta de Eixo à esquerda, Fixação Base ou flange FF.
B35D = Carcaça Com pés ,Ponta de Eixo à direita ,Fixação Base ou flange FF.
V1= Carcaça Sem pés, Ponta de Eixo para baixo, Fixação Flange FF.
10.6) Motores à Prova de Explosão : quando o motor elétrico for trabalhar em ambientes
contendo materiais inflamáveis ou explosivos (como na indústria petroquímica) a norma NBR
exige que o motor seja especialmente construído para estas aplicações. Não se trata
propriamente de grau de proteção, pois os requisitos do motor elétrico não se destinam a
protege-lo, mas sim proteger as instalações contra eventuais acidentes causados pelo motor
elétrico.
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Espero que com estas informações e um exemplo numérico foram melhor esclarecidos os
critérios para dimensionamento dos Motores Elétricos, já que na WEB, as informações são
muitos escassas.
Fonte : http://membro.intermega.globo.com/motoreletrico/index.html
http://www.soto.com.br/motorespec.htm 30/7/2008
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