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A Ciência Imaginária

O ser inteligente, que conhecemos sob a denominação específica de


ser humano, é uma individualidade cósmica, ou seja, um ser inteligente que
não é único no Universo. Este ser, em seu esforço para construir o
Conhecimento Científico, fazendo uso de sua inteligência cria modelos que
idealiza como sendo a expressão da realidade. Modelos que configuram
uma Ciência Imaginária. Mas à medida que o conhecimento científico se
avoluma, o homem vai dependendo menos desses modelos e suas
idealizações vão ganhando a forma de projetos possíveis – a imaginação
começa então pender para modelos mais concretos, pois passa a utilizar os
recursos da ciência concreta.

Os incovenientes do pensar uma Ciência Imaginária como expressão


da verdade, vão se tornando evidentes. Jean Sendy, na década de 1970,
pregando o fim da ilusão humanista, aponta as dificuldades causadas pela
ficção científica e nos convoca a examinar mais detidamente uma questão
provocante: a imagem que se faz dos alienígenas, geralmente configurados
como seres medonhos, a despertar um mister de medo e asco. Ele
recomenda: “... ponha-se na pele de um autor de ficção científica, imagine
visitantes do Cosmo que não sejam extraterrestres, mas seres galaxianos de
tal maneira adiantados em relação a nós que eles viajem de Sírius até
Próxima de Alpha Centauri, tão facilmente quanto você de Paris a
Deauville. Até aí, não há problema, pois você tem o primeiro capítulo de
seu livro de ficção científica. E depois? Depois é que os problemas se
apresentam, problemas que logo se revelam insolúveis: o que galaxianos ao
mesmo tempo semelhantes a nós e mais adiantados do que nós teriam
vindo fazer na Terra? Trazer-nos a solução para as nossas atuais
dificuldades, que seus ancestrais há muito tempo já resolveram? Qual a
solução?”

“E eis aqui o nosso autor de ficção científica na situação difícil que


Richard Feynman chama de “tentativa de elevar-se ao ar puxando os
cordões de seus sapatos”: se ele tivesse a solução para nossas dificuldades,
nosso autor de ficção científica não precisaria mais escrever livros de
ficção científica, ele ganharia o prêmio Nobel ... como Richard Feynman,
que obteve o Nobel por ter descoberto a resposta a problemas incrivelmente
difíceis de Física Teórica, a solução que os galaxianos poderiam dar aos
nossos problemas.”
Como você faria se estivesse no lugar do autor de ficção científica
citado por Jean Sendy? O autor do exemplo, segundo Sendy, renunciaria a
descrever os galaxianos, e se resignaria a produzir uma história de
extraterrestres. E, então, passaria a descrever extraterrestres
necessariamente hibridos e aterrorizantes com sua técnica insuperável; mas
sua inteligência não pode em nenhum caso superar a do autor que lhes
empresta atos e atenções. Não podemos esquecer que, em qualquer ficção,
os personagens são todos criações de seu autor, portanto lhes são em tudo
inferior, pois a criação não pode superar seu criador. A ficção científica
onde intervém seres extraterrestres não é nunca ficção científica
verdadeira, das duas uma: ou é um conto filosófico, ou a ficção gratuita,
baseada numa ciência imaginária.

Há quem defenda a ficção como a capacidade de antecipar o futuro e


de elaborar planos de acordo com essa antecipação no contexto do
ambiente social complexo, como uma das propriedades fundamentais do
funcionamento do cérebro humano, segundo Damasio (2003). De acordo
com Haenz Gutiérrez Quintana, em seus discursos da ciência na ficção, “A
ficção científica enquanto modalidade narrativa e discursiva se aproxima
desse funcionamento. A narrativa de ficção científica permite que discursos
sobre a ciência e/ou avanços científicos sejam formulados de uma maneira
particular, constituindo um tipo específico de interação, podendo ser
realizada em um leque de midias diferentes.

Para os nossos estudos sobre os Exilados de Capela, Philip K. Dick,


traz uma contribuição valiosa quando afirma: “O deslocamento conceitual
seria a essência da ficção”. Vejamos o que isto significa: de acordo com o
autor, os mundos das obras de ficção científica são mundos que NÃO
EXISTEM de fato, mas que seriam decorrentes do mundo concreto dos
autores de ficção científica. Mundo que serviria de ponto de partida não
para antecipar quando estaremos abordando mundos interplanetários ou, até
mesmo, mundos intergalácticos, muito menos está a apontar quando
desenvolveremos tenologia que possibilitará a criação de seres artificiais
inteligentes e afetivos, sob a forma de andróides ou de clones humanos.
Mas para especular sobre porquê o homem deseja fazer essas coisas e sobre
como as conseqüências dessa possibilidade poderia afetar a vida em nosso
planeta. Vejo ainda por trás de tudo isso, um desejo cravado numa
profundidade psiquica que arremete espírito humano a questionar sua
origem espiritual: o desejo de saber de onde veio. Ser exilado de Capella,
traria uma resposta se não verdadeira, pelo menos serviria para aquietar por
algumas existências seu anseio íntimo.
O homem procura sua origem nas estrelas. E assim vai imaginando
sinais de uma vida extraplanetária em que possa se apoiar, vida que não
duvido existir. Estou apenas exercitando minha compreensão das pessoas
que se entregam a “fazer ficção, notamente a científica” e de milhões de
outras que aceitam essa ficção, contruindo uma ciência imaginária, onde
nada impede, por exemplo, que um cosmonauta supere a velocidade da luz,
ou vença a barreira das dimensões espaço-tempo, para viajar
instantaneamente de um ponto a outro da galáxia, ou que supere as
distâncias galácticas para chegar a pontos extremos do universo. Para
aquele que descreve extraterrestres com três pés, de baixa estatura, ou
gigantes colossais, portando armas devastadoras ou cobertos de escamas
não fica difícil conceber mundos que não existem povoá-los com uma
civilização admiravelmente superior a da Terra e criar e recriar sagas para
exaltá-los em suas virtudes ou aceitar essas histórias como cientificamente
prováveis como verdades incontestáveis.

A ficção científica, conforme ja deixamos bem entender, “é um dos


tipos ou subgêneros da literatura narrativa – conto, novela ou romance-, ou
mesmo dramática em que, para a composição do enredo e de seus
personagens, da ambiência social e das circunstâncias históricas, as
investigações científicas e o uso de tecnologias avançadas, normalmente
mais desenvolvidas que as existentes no mundo contemporâneo exercem
importância para o desenvolvimento e o sentido do texto ficcional.”
(Editora videotexto.tv).

A falta de uma leitura adequada pode levar a um conhecimento falso,


a um conhecimento que se obtém de uma ciência imaginária e para negá-lo
é preciso descobrir novos meios de leitura, o que só é possivel com a
realização de experimentações que comprovem o falso. Por algum tempo
muitos ufólogos acreditaram que os estranhos círculos, conhecidos como
Geoglifos ou Crop Circles, que surgiam nas plantações em diversar partes
do mundo, da noite para o dia, eram criações alienígenas. Mas tudo não
passava de brincadeira de espertalhões que se divertiam com a crença
alheia, conforme ficou suficiente e amplamente demonstrado por
pesquisadores atentos.

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Os círculos das plantações - muitos atribuem este fenômeno à
aterrissagem de OVNI`s como o caso de Langenburg, Canadá em 1 de
setembro de 1974 que envolveu não só uma testemunha fidedigna, Edwin
Fuhr, 36 anos, como fotografias e investigações da Polícia Real das
Montanhas do Canadá e Ted Phillips, pesquisador do Centro de Estudos de
OVNI. Efeitos físicos como náuseas, acompanhada de dor de cabeça e
extrema fadiga, todas de curta duração, são associados à aproximação dos
círculos e podem ser resultados do medo despertado pela simples
possibilidade de seres alienígenas ter pousado no local, uma vez que
sempre tiveram contato com uma leitura que exibe criaturas apavorantes
como extraterrestres. Algumas pessoas têm relatado alguma interferência
em aparelhos eletrônicos em várias ocasiões, mas não se colheu ainda
provas de que realmente algo assim tenha ocorrido.

Por outro lado existem algumas questões intrigantes: por que seres
extraterrestres fariam tais círculos? Por divertimento? Para demonstrar sua
arte? Que utilidade teria? Essas perguntas procedem, uma vez que nenhum
alienígena faria uma viagem de seu mundo distante dezenas, centenas ou
milhares de anos-luz se não tivesse uma inteligência portentosa e
dominasse uma tecnologia extraordinária. Não se admite a explicação que
muitos ufólogos têm dado para justificar os desenhos: serviriam para
orientar ou demarcar a posição, o que convenhamos seria uma técnica
demasiadamente bizarra para seres tão evoluídos.

O investigador de qualquer fenômeno precisa tomar muito cuidado


com os prestidigitadores que, infelizmente são muitos e estão sempre
aguardando uma oportunidade para
enganar as pessoas. Eu mesmo, para
testar a credibilidade de algumas delas
consegui uma foto de um UFO que na
verdade era um efeito óptico que obtive
com dois objetos bem simples,
fotografados em uma posição que
favorecia o efeito da luz sobre os
mesmos. As pessoas somente deixaram de acreditar depois que demonstrei
como a foto foi feita. Certamente não enganaríamos um especialista, mas
estes não se contam em grande número.

O local "preferido" dos Crop Circles foi em Wiltshire, Inglaterra,


mas desde o primeiro relato em 1647 já foram registrados mais de 2000
círculos em todo o mundo. (De acordo com o depoimento do ufólogo
inglês David Kingston).
As pesquisas dos chamados fenômenos Crop Circles (Circulos nas
Plantações) levaram alguns pesquisadores a reproduzir as formações
cumprindo na íntegra um tempo que não ultrapassava o de uma noite.
Conseguiram criar alguns desenhos até mais complexos. A crença humana
não tem limites e isto prejudica muito o desenvolvimento das ciências. Veja
do que é capaz os escultores das plantações. A foto acima não é uma
montagem, a escultura foi realizada pelos Circlemakers. A complexidade de
muitos desenhos impressiona, mas quando vi a técnica que utilizam, não
tive dúvida alguma de que é humanamente possível: usando trenas e
rebaixadores de madeira, de posse de um desenho previamente elaborado e
com ajuda de algumas poucas pessoas, desenhos incríveis podem ser feitos
em poucas horas de trabalho. Não é preciso usar tratores. Geralmente as
plantações de trigo são as mais fáceis de trabalhar. Existe um consenso de
que não passa de fraudes ou como o leitor preferir: concepções artísticas
nas plantações. Nada de forças psiquicas, nada de UFOS. Incrivelmente o
Crop Circles foi elevado à categoria de um dos Grandes Mistérios da
Humanidade por um significativo número de pessoas.

Doug Bower e Dave Chorley, dois agradáveis cidadãos de


Southampton, em 1991, confessaram que vinham construindo figuras nas
plantações como intuito de se divertirem com os camponeses da região.

Usavam, no início, uma barra pesada de aço


que servia a Bower como tranca de porta em
sua loja de molduras. Mais tarde passaram a
utilizar também algumas pranchas e cordas.
Não demorou até que os cículos se tornaram
populares e muitas histórias foram surgindo.

Doug e Dave foi aperfeiçoando a técnica até


que conseguiu formas cada vez mais curiosas e
artísticas. E só resolveram confessar a
brincadeira porque haviam se cansado – afinal já estavam com quase
sessenta anos, mas não sem antes acumular fama e fortuna, com a
arrecadação que conseguiam junto àqueles que pagavam para visitar e
fotografar a plantação. A arte tem sido imitada por muitos outros em várias
partes do mundo.
Geoglifos

Uma curiosidade sobre os Circulos das Plantações: aconteceu na


Inglaterra e foi notícia em Hartford-Shire no dia 22 de agosto de 1678.
Considerado verídico o relato de um fazendeiro que pechinchava com um
ceifador muito humilde da região sobre a encomenda do corte de três acres
e meio de uma plantação de aveia. O cortador lhe pediu um preço muito
elevado pelo serviço e o fazendeiro muito aborrecido, jurou que o Demônio
deveria cortar a safra de aveia ao invés dele. Naquela mesma noite, o
campo de aveia mostrou-se como se fosse uma só chama: mas na manhã
seguinte estava tão cuidosamente ceifado pelo Demônio, ou algum Espírito
Infernal, como mortal algum o faria tão bem. E a aveia foi depositada
arrumada no campo, mas seus proprietário ou não teve forças ou não teve
coragem para colhê-la. Talvez aí tenha nascido a febre dos Círculos das
Plantações.
A fantasia ou potência imaginativa depende muito do temperamento
que temos. Por esta razão, as imaginações das coisas que nos cercam, que
estão fora de nós, se revestem da natureza do temperamento e se
configuram com a mesma aparência que este. Resulta daí a fantasia que nos
conduz a erros dos mais primários. Vemos uma multidão de pessoas,
carregadas de diplomas, com um currículo pomposo, que erguem os
ombros quando convidados ao exame das crenças que sustentam. Acionam
o espírito dogmático que possuem aparentemente adormecidos, expõem-se
ao ridículo quando se posicionam em defesa do indefensável – seus
argumentos são em sua maioria do domínio de uma ciência imaginária.

A fantasia pode nos enganar ainda de outro modo. As imaginações


são muitas vezes confundidas com as sensações que temos. As sensações,
como sabemos, são fenômenos primitivos que resultam da ação das formas
de energia sobre os órgãos dos sentidos. Algumas vezes entendemos as
sensações como sendo o ato de recolher as impressões do mundo físico
externo. A sensação é a consciência amorfa e indiferenciada da presença
pura do objeto; a ela se segue a percepção, que é o conhecimento ou
reconhecimento complementar do objeto. Quando, por exemplo,
observamos um UFO ou acompanhamos um relato sobre esse objeto,
ficamos com uma experiência potencial: sua imagem – este é o resultado de
uma percepção. Segue-se, em muitos casos, um desvio da realidade quando
a excitação recebida por um órgão sensorial qualquer (a visão ou a audição,
por exemplo) desperta associações ou relações, ao ser enriquecida por um
conteúdo consciencial. Nosso cérebro armazena imagens que a qualquer
tempo podem ser deslocadas dando uma configuração diferente da
realidade que temos diante de nós. A “fraqueza” de nossa alma, sua
inabilidade, a torna menos hábil para discernir entre imaginações e
sensações reais. Há um segundo ponto a considerar: a fantasia que se
mistura em toda as nossas cogitações, faz com que ou não possamos
entender as coisas abstratas e as coisas imateriais, ou quando estamos
empreendendo diligências para as entender, as conheçamos como
realidades materiais, ou seja, configuramo-las como corpo. É costume
corporificar a imaginação. Como vimos, podemos incorrer em erros graves
quando julgamos da natureza das coisas unicamente pelas idéias dos
sentidos, uma vez que os sentidos podem nos enganar. Não se justifica
assim dar tanto crédito, por exemplo, a uma obra que se apresenta como
inspiração deste ou daquele Espírito. A inspiração é uma idéia subjetiva.

Quem já não ouviu falar das alucinações dos grandes místicos?


Muitos podem atribuir às alucinações a presença de um Espírito ou ao
efeito de uma sua intervenção no mundo corporal. Em alguns casos
descartam-se as alucinações depois de um cuidadoso estudo. Em muitos
outros, as alucinações são aceitas como expressões da realidade. É
importante o que aconselha, em semelhantes casos, a Psicologia
Experimental: “A analogia dos erros psicossensoriais em circunstâncias
fortuitas, nas psicoses evolutivas e nos êxtases inspirados e místicos,
impõe-se, segundo o princípio de Morgan, para explicar ou compreender
um fato psiquico, devemos assimilá-lo à ocorrência mais conhecida e
frequentemente, antes de o teorizar independenemente. No caso dos
místicos, esses grandes inspirados não padecem de perturbações psiquicas
evolutivas, e sim de episódicas exaltações afetivas- chamados vulgarmente
de êxtases. Caracteriza-se o êxtase pela imobilidade e diminuição de todas
as funções de relação e de nutrição; e do ponto de vista efetivo, pelo
sentimento de felicidade, de inefável satisfação, de fé e sentimento de
santidade, a dominar todas as operações mentais.

Eliminando-se todas as possibilidades de manifestações da própria


alma, na ocorrência fenomênica, sobra então espaço para as considerações
sobre a ocorrência da mediunidade. Segundo explicita Ernesto Bozzano
referindo-se aos chamados fenômenos supranormais: “são efeitos de uma
causa única: o espírito humano, quando se manifesta em momentos
fulgases durante a existência”.
Sabemos que os fenômenos psiquicos compreendem aqueles que se
podem classificar em dois grupos: um como as manifestações espíritas ou
mediúnicas propriamente ditas; o outro, como as puramente anímicas,
independentes da ação de qualquer espírito. Allan Kardec preferiu usar as
denominações “sentido espirituais” e “sentido psiquico” para uma e outra,
respectivamente. Abrimos um espaço para considerarmos outro tipo de
fenômeno psiquico que vem sendo usado pelos sensitivos psiquicos: a
ocorrência de comunicações atribuídas à ação de extraterrestres que não
sabemos em que condições se encontram: se encarnados ou desencarnados
– tais comunicações têm sido pensadas como telepatia entre terráqueos e
personalidades galácticas.

Créditos: imagem do site Missão na Terra

Contatos Telepáticos

“A comunicação mental com os extraterrestres, feita


a longa distância não pode ser chamada
simplesmente de telepatia. A telepatia é para nós, a
comunicação direta terrestre de um ser humano para
outro, que pode ainda estender-se até as barreiras
espaciais existentes em torno da Terra.”

O que se atribui à comunicação direta entende-se como transmissões


mente a mente, com uso dos recursos internos do cérebro. Os pesquisadores
ufólogos preferem chamar de “comunicação direta ultradimensional”, pois
a comunicação, segundo explicam, não se daria somente em nosso próprio
espaço: o extraterrestre poderia estar em espaços-tempos paralelos. Não
temos nenhuma evidência comprovativa da existência desses “universos
paralelos” e se existirem de fato, neles não se aplica as propriedades do
universo que conhecemos. A dicotomia kardeciana me parece até agora a
mais razoável: na Introdução da primeira edição do livro “A Gênese”
publicada em janeiro de 1868 extraimos: “Dois elementos ou, se quiserem,
duas forças regem o Universo: o elemento espiritual e o elemento material;
da ação simultânea desses dois princípios nascem os fenômenos especiais
que são naturalmente inexplicáveis, se se faz abstração de um deles,
absolutamente como a formação da água seria inexplicável se se fizesse
abstração de um dos dois elementos constitutivos: o oxigênio e o
hidrogênio”.

Por hora prefiro tratar as comunicações extraterrestres, uma vez


comprovadas sua autenticidade, nos domínios de um ou de outro elemento.
Se algum dia ficar comprovada a existência de expaços-tempos paralelos,
pela ciência, uma tricotomia e não uma dicotomia deverá ser aceita, pois
um terceiro elemento precisaremos então definir.

Temos ouvido falar da manifestação de extraterrestres em alguns


centros espíritas, coisa que precisa ser verificada com cuidado. É um erro
crasso se pensar que o Espiritismo foi codificado completo por Kardec,
quando este mesmo afirmou ser a Doutrina Espírita uma doutrina aberta e
que sua codificação teria continuidade. É falso pensar que tudo que
precisava ser conhecido e dito em matéria de Espiritismo já se fez conhecer
por Kardec, isto aniquilaria por completo o caráter científico da doutrina e
a tornaria tão dogmática quanto qualquer outra que se apresenta fechada a
qualquer discussão. Não vejo nada de mais numa comunicação de um
extraterrestre, desde que tenha passado pelo mesmo crivo que se deve
aplicar a qualquer comunicação que se atribua à mediunidade, coisa que, no
Brasil, jamais se fez uso em relação às comunicações atribuídas aos
Espíritos. Aceitar pura e simplesmente as mensagens como autênticas, sem
o exame meticuloso, é que vai o grande perigo: é um passo estreito à
adoção de uma Ciência Imaginária ou mais o que seria adequado, uma
pseudociência a nos induzir o erro. Mas a grande contradição está em se
aceitar as mensagens atribuídas a Emmanuel, inseridas no livro “A
Caminho da Luz”, sustentando a hipótese dos “exilados de Capella” e
rejeitar completamente as mensagens dos galácticos, se não forem
examinadas pelos mesmos critérios sugeridos pelo Espírito Erasto, que
foram colocados em prática por Kardec, demonstrado sua preocupação com
a racionalidade e com a lógica que precisam ser utilizadas em tais casos.
Por certo não é fácil verificar a autenticidade de uma comunicação, seja ela
mediúnica ou animica. Como saber que uma mensagem é de fato telepática
e se for comprovadamente telepática, como confirmar a identidade de quem
a transmite? Outro fato importante: ainda se exige a universalidade: os
mesmos símbolos, a mesma codificação da linguagem, precisam ser
transmitidas a diversos sensitivos e examinadas por pesquisadores de vários
pontos, simultaneamente e sem nenhum contato entre eles. Convenhamos,
são critérios difíceis de colocar em prática, mas únicos capazes de
confirmar e dar autenticidade. Por exemplo, no caso espírita, não houve de
modo algum confirmação pelo controle kardeciano, das mensagens
publicadas no movimento espirita que pregam a reencarnação em caráter de
exílio de Espíritos egressos de Capella. Também no Espiritismo à
Brasileira, encontramos adeptos de uma Ciência Imaginária.

Não ignoramos que o caminho mistico do conhecimento está


riogorosamente delimitado e que seus perigos, pouco a pouco vão ficando
conhecidos. E não é de hoje. O que não se admite é a ignorância da
fronteira que demarca o limite entre o conhecimento imaginário ou místico
e o conhecimento verdadeiro, por parte dos cientistas, dos espiritas, e
exobiólogos, cujos conhecimentos foram e deverão continuar sendo,
codificados com o caráter científico. Assim, não deve trazer perplexidade
este tipo de discussão onde negamos a possibilidade da existência de seres
capelinos, e apresentação que fizemos mostrando Capella como um sistema
estelar e sem planetas. Afinal a literatura produzida no hemisfério norte do
planeta está repleta de lendas a respeito desse astro.

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