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Autor: Bàbálórìsà Claudinei de Aganjú

ZUMBI DOS PALMARES

Local e ano do nascimento: Palmares, 1655.


Local e ano do falecimento: Serra Dois Irmãos, 1695.

Foi o líder mais famoso de Palmares, mas tem uma vida envolta em mitos e
discussões. Descendente dos guerreiros imbangalas ou jagas, de Angola, Zumbi
nasceu provavelmente em 1655 em um dos mocambos do quilombo. Com poucos
dias de vida foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e dado ao
padre Antônio Melo em Porto Calvo.
O padre criou o menino, batizando-o como Francisco. Com a educação recebida,
aos 10 anos já sabia latim e português e aos 12 era coroinha. Em uma carta, o
padre refere-se ao menino como dono de um engenho jamais imaginado na sua
raça e que bem poucas vezes encontrara em brancos. Aos 15 anos, o jovem
Francisco fugiu da casa do padre e voltou a Palmares. Lá mudou se nome para
Zumbi. Não sabemos o verdadeiro significado de seu nome, mas alguns disseram
que poderia significar defunto deus da guerra ou até morto-vivo, porém não existe
uma comprovação definitiva sobre o seu significado.
Também se defendeu que, o nome Zumbi era um título de um posto militar nas
forças armadas de Palmares, devido aos inúmeros zumbis que aparecem mortos
nos documentos portugueses. No entanto, os vários zumbis existentes nesses
documentos eram fraudes criadas pelos chefes militares portugueses para
receberem recompensas dos reis de Portugal.
Em 1673, o nome de Zumbi aparece pela primeira vez nos documentos
portugueses quando a expedição de Jácome Bezerra foi desbaratada. Em 1676, em
um combate contra as tropas de Manuel Lopes Galvão, Zumbi foi ferido com um
tiro na perna.
Após a assinatura do acordo de paz em 1678, Zumbi rompeu com Ganga-Zumba e
foi aclamado Grande Chefe pelos palmarinos que não aceitaram o acordo. Sabendo
que sua decisão provocaria uma grande repressão, organizou o quilombo para uma
guerra decisiva.
Em 1694, foi atacado pelas tropas lideradas por Domingos Jorge Velho. Nesse
episódio, caiu em um desfiladeiro, baleado duplamente. Essa queda favoreceu a
criação do mito do herói que se suicidou para evitar a reescravização. Entretanto,
em 1695, Zumbi voltou a atacar povoados em Pernambuco, mostrando que não
havia morrido.
Traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou sua
liberdade pela revelação do esconderijo de Zumbi, foi morto em 20 de novembro de
1695 (Dia da Consciência Negra). A cabeça de Zumbi foi decepada e levada para
Recife e pendurada em local público até a total decomposição.

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