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Imigrações europeias nas Américas século XIX

A partir de meados do século XIX, a Europa é marcada por grandes processos


emigratórios, resultantes de transformações econômicas e demográficas.

A emigração transformava-se em alternativa de muitos europeus para escapar da


falta de oportunidades nos limitados mercados de trabalho, da falta de acesso às
terras agricolas nos países de origem, da fome, das guerras e das perseguições
religiosas entre outras razões para emigrar.

Calcula-se que toda a Europa ocidental (excluindo-se Rússia, Hungria, os Bálcãs e


a Grécia) tenha sofrido uma perda populacional de aproximadamente 35 milhões
de habitantes entre 1841 e 1915.

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As Américas foram grandes receptáculos destes fluxos populacionais
europeus por uma série de fatores confluentes:


Politicas de embranquecimento racial das populações americanas promovendo
a chegada massiva de europeus, ainda que pobres e analfabetos na sua maior
parte.

A abundância de terras férteis, especialmente agrícolas, por terem sido
esvaziadas pela expulsão de povos originários previamente na etapa colonial
(SXVI-XIX) e logo após de acontecidas a maior parte das independências dos
países latino-americanos ao longo do século XIX,

A relocalização dos afrodescendentes libertados (alforriados) durante o
século, que foram localizados em outras áreas rurais e urbanas de menor
atrativo produtivo e residencial.

Melhora na tecnologia dos transportes marítimos que facilitaram o cruce do
Oceano Atlântico e dentro das Américas

O crescimento da malha ferroviária que possibilitou a criação de muitos povos
e vilas no interior dos territórios dos novos países latino-americanos.
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Etapas
O fluxo de imigrantes aumenta sobretudo a partir de 1880, mantendo-se em ritmo
acelerado até o princípio da I Guerra Mundial que os países europeus retém
potenciais emigrantes para serem enviados como soldados ao front.
Neste intervalo, que marca o auge do processo migratório europeu
rumo às Américas, cerca de 31 milhões de pessoas chegaram às Américas
(Klein,1999:25). Conforme Klein (1999: 25), os Estados Unidos foram os principais
receptores, absorvendo cerca de 70% deste volume, seguidos da Argentina (4,2
milhões de imigrantes), do Brasil (2,9 milhões) e do Canadá (2,5 milhões).
Estes quatro países destacam -se pela absorção de grandes volumes de imigrantes
espontâneos, atraídos pelas facilidades de acesso às terras e ao trabalho e
subsídios oferecidos especialmente para serem inseridos nas lavouras do café no
Brasil e do trigo na Argentina, entre outras culturas menos significativas e também
na crescente obra pública nas grandes cidades.
Outros países latino-americanos também passam a receber também muitos
imigrantes de origem europeia neste período porém em menor quantia respeito
dos sinalizados antes. 4
Ao longo do século XX

As imigrações europeias rumbo ás Américas até o início da primeira
guerra mundial foram massivas.

Depois disso seguirão acontecendo, especialmente no período de
entreguerras, em forma menos expressiva.

Se somam aos europeus outros contingentes imigrantes,
especialmente asiáticos, para trabalhar na expansão da malha
ferroviária (coolies) principalmente, assim em outras obras de
infraestrutura e no comércio (árabes), ainda que não alcançaram a
massividade que tiveram os imigrantes europeus desde finais do
século XIX até a primeira guerra mundial na segunda década do S.XX.

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Referências

KLEIN, Herbert. Migração internacional na história das
Américas. In: FAUSTO, Boris. (org.). Fazer a América : a
imigração em massa para a América Latina. São Paulo:
Edusp, 1999. p. 13-31.


ANDREWS, George R. Imigração. In: América Afro-
latina, 1800-2000. São Carlos: EDUFSCAR, 2007,p.
170-177.

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