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Estria de amor real (dcada de 80)

Amaram em tantas tardes frias


a dor de Ser a cada instante
e por mais relevante que fosse o cu ou a brisa
amaram, amaram
por ela estar longe e ele estar distante

E eram corpos bailando tantas melodias
que por mais que se pensasse, no havia explicao
ela, louca, rodava pela noite fria
ele, tinha rugas no semblante

At que enfim chegou soturna numa chuva fria
a Dor que assombra a todos os semelhantes
e ela disse Dor da fina chuva fria:
- No posso deixar meu amante.

J ele, entretanto, falava ao Verbo
que reinava em absoluta hegemonia
que se dependesse dele, nada mais, de nada realmente
vivo, pela terra restaria

Donde ento, tira-se como concluso,
dessa estria de taras e melancolias,
que sempre enquanto um quer amanhecer
beijando a relva
o outro pouco ou nada se importa em saber
se vento, chuva, sol, frio, noite, neve ou dia.

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