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CURITIBA
2009
KARL ROGERS GONÇALVES MÜLLER
CURITIBA
2009
Agradecimentos
À minha querida namorada Lívia, que por várias vezes cedeu momentos do
seu descanso para me ajudar, tanto na estruturação inicial, quanto na sua correção
final.
ii
RESUMO
Esse trabalho apresenta uma proposta de catálogo doa arranjos para coral
elaborados por Sérgio Deslandes. Referente a definição de arranjo, uma importante
distinção é apresentada, mostrando as diferenças entre arranjos popular e clássicos,
usando como referência o artigo escrito por Paulo Aragão “Considerações sobre o
conceito de arranjo na música popular”. Sendo Deslandes um arranjador voltado à
música popular, este trabalho apresenta quatro sugestões de catálogo, elaborados a
partir do mesmo material coletado. Essas sugestões permitem a análise superficial
da vida musical do arranjador Deslandes, através da análise dos resultados obtidos
com a elaboração de gráficos.
iii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 1
1. CATALOGAÇÃO ............................................................................................................................ 12
1.1 FORMAS DE CATALOGAÇÃO ............................................................................................. 12
1.1.1 Catalogação por ordem alfabética do título da obra ................................................... 17
1.1.2 Catalogação por ordem alfabética por compositor ..................................................... 22
1.1.3 Catalogação por ordem cronológica de elaboração do arranjo ................................ 26
1.1.4 Catalogação por número de vozes exigidas ................................................................ 31
1.2 COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES SOBRE OS RESULTADOS OBTIDOS ................ 36
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 42
3. REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 46
ANEXO I............................................................................................................................................... 48
iv
1
INTRODUÇÃO
cantados por esse coral, que era regido pela Prof.ª Haydée Gorosito. Enquanto
que era difícil de encontrar peças prontas para essa formação. As poucas peças
editadas que cantamos eram importadas, geralmente dos EUA. A maior parte do
cediam durante os festivais que a Prof.ª Haydée participava. Dentre os arranjos que
com mais freqüência, dentre eles, o de Sérgio Deslandes, que mais tarde lecionou a
disciplina de Arranjos Vocais para a minha turma. Após concluir o curso, ingressei
surpresa, cantei muitos outros arranjos de sua autoria. Foi então que perguntei a
Deslandes quantos arranjos ele já havia feito e para minha surpresa novamente,
repertório disponível para coro, como o que ocorreu durante o coral da Licenciatura,
ainda, para aqueles que procuram determinadas obras. Sendo assim, o objetivo
2
geral deste trabalho é a catalogação dos arranjos para coral feitos por Sérgio
Deslandes. Como objetivos específicos, esse trabalho vem contribuir para o acesso,
formação coral.
compositor tem feito obras para diversas formações, como quarteto de cordas, grupo
de flautas, peças para violão, peças para coro, dentre outras formações. Sua
principal composição é o balé “Os Ipês”, que conta a histórias dos ipês da Praça
[...] entre 1993 e 1997, atuou na dupla caipira Dois de Paus, que resgatava
o repertório caipira de humor dos anos 1930 e 1940, tendo apresentado
shows no Paraná e Santa Catarina, além de apresentar-se por três vezes
no programa "Viola minha viola", de Inezita Barroso na TV Cultura de São
Paulo. DICIONARIO ALBIN (2008).
do então maestro Gerardo Gorosito. Foi com o maestro Gorosito que Deslandes
iniciou sua atuação como regente, atuando como maestro auxiliar do Coral de
desenvolver a função de copista do coro e foi durante as diversas cópias que fazia,
Foi através dessas pequenas correções que o levou a aprofundar seus estudos de
como coralista, decidiu começar a elaborar arranjos, dando início a sua carreira
Deslandes foi regente e fundador do grupo vocal Madrigal da Madrugada, grupo que
de arranjos organizados por estilo. São quatro volumes no total, sendo o primeiro
Arranjos Vocais – Sambas (2008, v.2, prefácio), Deslandes afirma: “Estes volumes
se propõe a suprir uma necessidade que sofrem os corais por este Brasil afora com
especializado para coral aqui no Brasil. Percebe-se que em outros países, como nos
EUA, por exemplo, o repertório publicado para coral é extenso, quase que infindável,
o que não acontece por aqui. Isso permite que os coros americanos trabalhem com
um repertório especializado.
para essa necessidade dos grupos corais, detectada pelo autor, que é exatamente a
utilizadas e suas siglas são as seguintes: “S” para soprano, “Mz” para mezzo-
soprano, “A” para contralto, “T” para tenor, “Bt” para barítono e “B” para baixo. Tendo
arranjos disponíveis. Essa separação dos arranjos por número de vozes visa facilitar
melhor se adapte para a formação do seu coral, auxiliando tanto nas finalidades
apenas essa forma de visualização - dificilmente outro dado poderia ser extraído de
tal catálogo. Foi pensando nessa limitação, e buscando em outros referenciais, que
que sejam relevantes a essa formação. Além da classificação dos arranjos por
título e ordem alfabética por compositor da obra, que poderão ser úteis em
pesquisas futuras, podendo ainda mostrar qual foi o critério de escolha de obras e
compositores que Deslandes usou para elaborar seus arranjos. Também foi
repertório para seu coro de acordo com o seu conhecimento e a sua própria
experiência. É fundamental para o regente ter essa noção no momento em que opta
um baixo rendimento e não obter o êxito artístico tal como desejado, além de
educacional na prática do coral não é somente uma forma de revelar músicos, mas
de arranjo na música popular, ARAGÃO (2001) comenta que, neste sentido, “[...] o
arranjo passa a ser um processo inerente a música popular”. Desta forma, o trabalho
voltada para o coral, o que, por conseqüência, torna o canto coral um pouco
catalogação permite com que todo um acervo seja disponibilizado para pesquisas
futuras, e neste caso, esse trabalho está direcionado aos arranjos de músicas para
que deseja executar uma obra qualquer de J. S. Bach. De acordo com o catálogo
oficial das obras de Bach (BWV) não encontramos peça escrita originalmente para o
original, um bom arranjador utiliza de sua criatividade para colocar a obra numa
com o verbete Arrangement, escrito por Malcom Boyd (2006), para o New Grove
Dictionary of Music:
1
The word ‘arrangement’ might be applied to any piece of music based on or incorporating pre-
existing material: variation form, the contrafactum, the parody mass, the pasticcio, and liturgical works
based on a cantus firmus all involve some measure of arrangement. In the sense in which it is
commonly used among musicians, however, the word may be taken to mean either the transference
of a composition from one medium to another or the elaboration (or simplification) of a piece, with or
without a change of medium. In either case some degree of recomposition is usually involved, and the
result may vary from a straightforward, almost literal, transcription to a paraphrase which is more the
work of the arranger than of the original composer
8
será a base do arranjador, sendo que não existe uma partitura original de
será que não existe um original ao qual possamos recorrer? Entramos agora numa
música popular.
isso a diversos dicionários de música, e que, por falta de conteúdo da maioria deles,
todo o artigo acaba embasado em duas fontes importantes no meio musical, como o
já comentado New Grove Dictionary of Music, com verbete escrito por Malcolm Boyd
e o New Grove Dictionary of Jazz, com verbete escrito por Gunther Schuller. Com
repertório, como no caso das inúmeras peças adaptadas por Segovia para violão.
Segundo o autor existe ainda mais uma categoria de arranjo, aquelas voltadas para
elaborados, como os usados nas big bands de Duke Ellington e Count Basie.
existe um ‘original’ da mesma maneira que na música clássica, cabendo esse papel
simples, como os arranjos para voz e violão. O intérprete, no caso, não deixa de ser
um arranjador, por mais que ele não tenha pensado previamente num arranjo
propriamente dito. Podemos dizer que a execução passou por um arranjo porque
provavelmente a versão original de tal música não foi escrita somente para voz e
violão, ou ainda, a progressão harmônica poderá ter sofrido alguma alteração por
que ela seja executada em diversos meios, como num grupo como a Banda
arranjos específicos para determinados meios, que nosso caso é o canto coral, onde
puderam ser levantadas em virtude das várias catalogações elaboradas, que serão
considerações finais.
12
1. CATALOGAÇÃO
selecionamos 80 arranjos, que correspondem aos arranjos para coro, sem distinção
entre a quantidade de vozes, complexidade e etc.; arranjos que utilizam a voz como
necessário uma revisão do referencial teórico. Como primeiro passo para a busca de
citamos a obra de BIZARRO (2000), num catálogo que apresenta peças para
trombone. Não há como saber quais foram os critérios adotados por esse autor, já
fraco no que diz respeito a origem dos dados, sua organização e sua catalogação.
Outro trabalho similar é o apresentado pelos autores FELIPE & MEDEIROS (1999),
13
José Penalva organizada por temas (catálogo temático) e com uma metodologia
CARNEIRO (1998), que apresentam uma relação das obras existentes para violão e
clarinete, respectivamente. Ambos utilizam uma metodologia bem clara, que inclui a
SILVA JUNIOR (1998), e numa posterior conversa com o autor, que descobrimos um
14
2
A thematic catalogue is an index to a group of musical compositions that incorporates citations of
their opening notes (incipits), or principal melodic features (themes), or both. These citations may be
given in various forms, such as conventional notes, neumes, tablatures, syllables, numbers, letters or
computer codes.
15
dessa definição detalhada por BROOK (2006), que trata desses diversos caminhos
que poderão originar uma catalogação, trataremos aqui das questões que parecem
original. Essas, portanto, são duas idéias de catalogação, dentre as muitas que
BROOK (2006) sugere, e que são aplicáveis ao nosso trabalho. Contudo, essa
definição apresentada pelo dicionário é genérica e muito abrangente, que nos exige
instrumento.
(1950-1988), elaborado por GANDELMAN (1998), idéias que serão úteis na nossa
catalogação. A forma com que a autora organiza seu catálogo, mesmo sendo
2
The organization of a thematic catalogue will vary in accordance with what it covers. Ideally it should
include (as suggested by Hyatt King) the following elements: (a) title, opus or other identification
numbers, references to standard and complete editions, author or other source of text, date and place
of composition; (b) incipits of each movement, noting the number of bars in each movement where
applicable and indicating variants among sources; (c) full description, location and shelf-mark of
autographs; (d) description of significant copies, their shelf-marks, dates and important differences or
special markings; (e) bibliographical description of first editions, including date, imprint, price and plate
number, and of all subsequent editions or arrangements published in the composer’s lifetime or
reflecting changes made or sanctioned by him; (f) references to contemporary diaries, memoirs and
newspapers, thematic and non-thematic catalogues; and (g) references to significant citations in
scholarly studies. With the burgeoning of musical source studies since King’s article, in many
situations (e.g. voluminous major composers or surveys of large repertories) this ideal cannot result in
traditional publication.
16
voltado a obras para piano, nos permite fazer um paralelo com a catalogação de
cronológica de autor. Isso nos dá duas sugestões, que batem com as duas já
extraídas do Grove: catálogo por ordem cronológica e por ordem alfabética de autor.
obras dentre a época selecionada por ela (1950-1988) e separada por compositores,
catalogação, como uso do teclado, tonalidade utilizada, utilização dos pedais e etc.,
que são acrescentados em forma resumida, logo após o título de cada obra.
Entretanto, esse detalhamento não nos interessou, em vista que não é a intenção
catálogo simples, porém prático, que disponibilize os títulos das obras já arranjadas
por Deslandes.
alguma característica que fosse relevante nessa formação. Dentro dessa formação a
quantidade de vozes exigidas na peça é uma das primeiras etapas de escolha que
ocorre. Foi por esse motivo que no levantamento do material existente na biblioteca
9. Choro Bandido – Edu Lobo e Chico Buarque (SABt + Mezzo soprano solo +
cello +cifras)
10. Choro Bandido – Edu Lobo e Chico Buarque (SABt + vocal solo + cifras)
15. Curitiba prá 2001 – Sidail Oliveira e Luis Reich (SATB + solo)
18
16. Dancin’ Days – Nelson Motta e Ruban (voz fem, voz masc + cifras)
21. Eu sei que vou te amar – Tom Jobim e Vinícius de Moraes (SABt + cifras)
31. I Say a Little Prayer – Burt Bacharach e Hal David (voz fem, voz masc e voz
solo)
32. Imagine – John Lennon, arr. Deslandes e Luciana Real (voz masc, voz fem +
piano)
42. Mudança de Estação – Paulo Leminski (SATB + flauta, violão, sax e percussão
ad lib.)
43. Na Estrada – Carlinhos Brown, Nando Reis e Marisa Monte (voz fem e voz
masc)
45. Não Posso Ver - Paulo Leminski e Ivo Rodrigues (T1 T2 Bt B + solo)
47. New York, New York – John Kander e Fred Ebb (SMzC + piano)
48. O Barquinho – Roberto Menescal e R. Boscoli, adaptação, (voz fem e voz masc
+cifras)
50. O Passo do Elefantinho – Henry Mancini, versão Ruth Blanco (coro infantil a 2
vozes)
59. Peixe com Côco – Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco (SABt + cifras)
61. Prá Não dizer que não falei das flores – Geraldo Vandré (SmzA)
62. Quase sem querer – Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Renato Terra (voz fem
e voz masc)
76. Sonífera Ilha – Branco Mello, Marcelo Frommer, Toni Belotto, Carlos Barmak e
77. Suíte Tom Jobim: Triste, Ai quem dera, Só em teus braços – Tom Jobim,
Tom Jobim e Mariano Pinto, Tom Jobim (SATB) (inacabada até a conclusão
deste trabalho)
cifras)
7. Burt Bacharach e Hal David - I Say a Little Prayer – (voz fem, voz masc e voz
solo)
8. Charles Gavin, Toni Belotto, Sergio Brito, Paulo Miklos - Flores – (3 vozes
iguais + cifras)
14. Carlinhos Brown, Nando Reis e Marisa Monte - Na Estrada – (voz fem e voz
masc)
percussão)
23
20. Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Renato Terra - Quase sem querer –(voz
23. Edu Lobo e Chico Buarque - Choro Bandido – (SABt + Mezzo soprano solo +
cello +cifras)
24. Edu Lobo e Chico Buarque - Choro Bandido – (SABt + vocal solo + cifras)
34. Geraldo Vandré - Prá Não dizer que não falei das flores – (SmzA)
39. Helena Kolody e Daniel Faria - Cantiga de Inverno – (duas vozes infantis)
24
40. Henry Mancini - O Passo do Elefantinho –, versão Ruth Blanco (coro infantil a
2 vozes)
41. John Kander e Fred Ebb - New York, New York – (SMzC + piano)
50. Nelson Motta e Ruban - Dancin’ Days – (voz fem, voz masc + cifras)
percussão ad lib.)
54. Paulo Leminski e Ivo Rodrigues - Não Posso Ver - (T1 T2 Bt B + solo)
63. Roberto Menescal e R. Boscoli - O Barquinho –(voz fem e voz masc +cifras)
25
65. Sérgio Brito e Torquato Neto - Go Back –(voz fem e voz masc)
66. Sidail Oliveira e Luis Reich - Curitiba prá 2001 – (SATB + solo)
73. Tom Jobim e Mariano Pinto - Suíte Tom Jobim: Triste, Ai quem dera, Só em
75. Tom Jobim e Vinícius de Moraes - Eu sei que vou te amar – (SABt + cifras)
1990- Peixe com Côco – Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco (SABt + cifras)
percussão ad lib.)
1992- Não Posso Ver - Paulo Leminski e Ivo Rodrigues (T1 T2 Bt B + solo)
1994- Prá Não dizer que não falei das flores – Geraldo Vandré (SmzA)
masc +cifras)
1997 O Passo do Elefantinho – Henry Mancini, versão Ruth Blanco (coro infantil a 2
vozes)
1998- Choro Bandido – Edu Lobo e Chico Buarque (SABt + Mezzo soprano solo +
cello +cifras)
1998- Choro Bandido – Edu Lobo e Chico Buarque (SABt + vocal solo + cifras)
1998- Curitiba prá 2001 – Sidail Oliveira e Luis Reich (SATB + solo)
1998 Go Back – Sérgio Brito e Torquato Neto (voz fem e voz masc)
1998 Quase sem querer – Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Renato Terra (voz fem
e voz masc)
1999- Eu sei que vou te amar – Tom Jobim e Vinícius de Moraes (SABt + cifras)
1999 Na Estrada – Carlinhos Brown, Nando Reis e Marisa Monte (voz fem e voz
masc)
29
1999- Sonífera Ilha – Branco Mello, Marcelo Frommer, Toni Belotto, Carlos Barmak e
2000 Dancin’ Days – Nelson Motta e Ruban (voz fem, voz masc + cifras)
2000- I Say a Little Prayer – Burt Bacharach e Hal David (voz fem, voz masc e voz
solo)
2001- New York, New York – John Kander e Fred Ebb (SMzC + piano)
2002 Imagine – John Lennon, arr. Deslandes e Luciana Real (voz masc, voz fem +
piano)
2003 Cantiga de Inverno – Helena Kolody e Daniel Faria (duas vozes infantis)
2009 - Suíte Tom Jobim: Triste, Ai quem dera, Só em teus braços – Tom Jobim, Tom
Jobim e Mariano Pinto, Tom Jobim (SATB) – (conclusão prevista para 2009, pois até
4. Dancin’ Days – Nelson Motta e Ruban (voz fem, voz masc + cifras)
8. Imagine – John Lennon, arr. Deslandes e Luciana Real (voz masc, voz fem +
piano)
10. Na Estrada – Carlinhos Brown, Nando Reis e Marisa Monte (voz fem e voz
masc)
12. O Barquinho – Roberto Menescal e R. Boscoli, adaptação, (voz fem e voz masc
+cifras)
13. O Passo do Elefantinho – Henry Mancini, versão Ruth Blanco (coro infantil a 2
vozes)
32
15. Quase sem querer – Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Renato Terra (voz fem
e voz masc)
18. Eu sei que vou te amar – Tom Jobim e Vinícius de Moraes (SABt + cifras)
26. Choro Bandido – Edu Lobo e Chico Buarque (SABt + Mezzo soprano solo +
cello +cifras)
32. I Say a Little Prayer – Burt Bacharach e Hal David (voz fem, masc e solo)
36. New York, New York – John Kander e Fred Ebb (SMzC + piano)
41. Peixe com Côco – Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco (SABt + cifras)
43. Prá não dizer que não falei das flores – Geraldo Vandré (SmzA)
50. Sonífera Ilha – Branco Mello, Marcelo Frommer, Toni Belotto, Carlos Barmak e
56. Choro Bandido – Edu Lobo e Chico Buarque (SABt + vocal solo + cifras)
59. Curitiba prá 2001 – Sidail Oliveira e Luis Reich (SATB + solo)
69. Mudança de Estação – Paulo Leminski (SATB + flauta, violão, sax e percussão
ad lib.)
71. Não Posso Ver - Paulo Leminski e Ivo Rodrigues (T1 T2 Bt B + solo)
78. Suíte Tom Jobim: Triste, Ai quem dera, Só em teus braços – Tom Jobim,
Tom Jobim e Mariano Pinto, Tom Jobim (SATB) – (inacabada até a conclusão
deste trabalho)
Foram elaborados três gráficos, referentes aos catálogos 1.1.2 (catálogo por
elaboração de arranjo) e 1.1.4 (catálogo por número de vozes exigidas). Através dos
abaixo:
É importante salientar que Deslandes tem por hábito colocar o nome de todos
primeiros nomes se referem a uma das maiores duplas da história da música popular
nova, sem dúvida. Dentre os seguintes, encontramos mais quatro nomes que
também advêm da música popular brasileira: Caetano Veloso, Chico Buarque, Edu
(60%), confirmando que a maior parte dos arranjos de Deslandes são voltados a
música brasileira.
musical, mas sim ao cenário literário paranaense: Paulo Leminski. Leminski foi um
obras em parceria com Caetano Veloso e o grupo “A Cor do Som” entre 1970 e
1989, atuando em parceria também com músicos paranaenses, como Osvaldo Rios
Sérgio Brito e Toni Belotto. John Lennon, grande nome da música internacional, vem
com certeza seu nome não apareceu por acaso, já que provavelmente Deslandes
aparecem no nosso gráfico. A dupla Sérgio Brito e Toni Belotto representa o cenário
do rock nacional, já que fazem parte da banda Titãs, umas das mais antigas bandas
38
ainda ativas no Brasil, que também vêm influenciando diversas gerações. Uma
pelo qual esses foram os nomes mais presentes dentre os arranjos listados. Essa
mistura as palavras ‘talvez’ + felicidade’ em inglês, tendo sido criada pelo próprio
Leminski), que foi criado com a intenção de homenagear este que foi um dos
duplicado, mudando apenas a formação de três, para quatro vozes e para título de
4
Entrevista concedida em 31 de janeiro de 2009, p.1.
39
comenta:
Certa vez aprendi com uma regente de coro, que coral não precisa cantar
apenas músicas antigas, aquelas “coisas de velho” [destaque meu]. Eu
também sempre fui contra essa idéia. E para mostrar como pode ser
bacana participar de um coral, percebi que ela fazia seu coro cantar
arranjos de músicas que as pessoas ouviam no rádio, as que estavam na
moda. Passei a adotar essa filosofia em meus corais, e por isso acho que
nomes do cenário do pop-rock nacional e internacional estão presentes nos
5
meus arranjos.
produzidas por ano. Nesse item as peças foram classificadas por ano de elaboração
5
Idem, p.1.
40
2000, que concentra 53,75% de todo o acervo levantado. Essa demanda pode ser
justificada em função de um novo coral que Deslandes possa ter assumido em tal
período, ou ainda, algum outro evento que exigisse um trabalho extra. A respeito
nos anos de 2007 e 2008 (apenas um arranjo), que acordo com a explicação de
Delandes7, é justificada por ser esse o período em que Deslandes esteve cursando
seu mestrado.
Referente agora ao item 1.1.4, catalogação por número de vozes exigidas, foi
6
Ibidem, p.1.
7
Ibidem, p. 2
41
Deslandes trabalhou por alguns anos. A formação tradicional a quatro vozes SATB é
difícil de ser aplicada a um coro de adolescentes. Isso acontece por uma razão
para a região mais grave. Por estarem numa fase de mudança, os rapazes ainda
2. CONSIDERAÇÕES FINAIS
de repertório coral no Brasil - foi o ponto de partida para uma primeira catalogação
como resultado deste trabalho uma relação dos arranjos produzidos por Deslandes
para canto coral já catalogadas para acervo. Dentro das formas utilizadas para
descobri como seria difícil extrair dados ou conclusões tendo em mãos apenas um
Deslandes.
discussão o que, no trajeto deste trabalho, foi encontrado como dado nos acervos e
dúvidas e surpresas que este percurso trouxe a partir do meu interesse em iniciar
obras do Padre Penalva, feita pela Prof.ª Elisabeth Prosser, ou o catálogo das obras
de violão, feito pelo professor Mario da Silva, pois estes além de apresentarem uma
Gandelman, mesmo sendo voltado a peças para piano, foi fundamental para a
elaboração do meu trabalho, vista que dele foi possível a extração de idéias,
catálogo isolado me pareceu um pouco vago, sendo esse um dos motivos aos quais
decidi buscar outras maneiras de organizar esse mesmo material (além dessa
sobre a vida musical desse arranjador. O catálogo por ordem alfabética do título da
trabalhamos, além de tornar simples a pesquisa quando se procura por uma obra
44
seus arranjos. Ficou demonstrado como sua produção foi influenciada pelo gosto
dos alunos do seu coral de adolescentes. Essa forma de catálogo permite acesso
fácil a escolha das obras e se conhecer qual o material disponível por compositor –
praticamente metade de sua produção. Mais uma vez fica comprovado como fatores
catálogo por número de vozes exigidas, foi possível a confirmação de uma produção
utilizado em corais de adolescentes, que como foi visto, carecem da voz masculina
ocorre exatamente nessa faixa etária. Essa é uma catalogação importante do ponto
de vista específico do canto coral, pois a quantidade de vozes do seu coro é que vai
determinar quais arranjos poderão ser utilizados, podendo esse ser o ponto de
partida para pesquisas por parte de regentes e cantores. Como vimos, foi possível
visualizar através dos gráficos alguns dados que contribuíram para melhor explicar a
inédito (ao menos na biblioteca da Escola de Música)? Outra questão ainda seria
Deslandes mostrou ser voltado quase que exclusivamente a esta música) já que
Tendo essas questões em mãos, foi então que utilizei da idéia proposta por Aragão,
popular (para coral, neste caso), como na divulgação do trabalho de Deslandes, que
em face dos resultados obtidos neste trabalho, comprovam que ele parece ser um
3. REFERÊNCIAS
BIZARRO, Roberto. Catálogo das obras brasileiras para trombone do século XX.
2000. Monografia (Especialização em Música). Escola de Música e Belas Artes do
Paraná.
BOYD, Malcolm. Arrangement. In: The New Grove Dictionary of Music and
Musicians. Editado por Stanley Sadie. 2a Edição. New York: Oxford University
Press, 2001.
BROOK, Barry. Thematic Catalogue. In: The New Grove Dictionary of Music and
Musicians. Editado por Stanley Sadie. 2a Edição. New York: Oxford University
Press, 2001
Referências eletrônicas:
Referência de entrevista:
ANEXO I
1) Por que você acha que muitos dos seus arranjos foram de músicas da dupla
Tom Jobim e Vinicius de Moraes?
3) Qual é o motivo que você acredita ter levado sua produção a um pico nos
ente 1997 e 2000?
4) Como você justifica a produção quase que inexistente entre os anos de 2007
e 2008?