Você está na página 1de 11
SH weew~~ 96.2685 Julio Groppa Aquino Organizodor 1987) Dindmica da violéncia, Sao Paulo: Ed. Revista dos ~ (1984) A conguista do presente. Rio de Jancito: Rocco. 2) La maffia: note sur la socialité de base. Cahiers Internatio. ies de France, v.LXXI |) A violéncia toralitéria: ensaio de antropologia politica. Rio de Janeiro: Zahar, 80) Le rituel es de vie. Cahiers taires de France, v.LXIX, pp.341-349. 82 5 do senso comum (nem sempre de bor amedida em que. escassos, Neste artigo! ich Vygotsky, autor interessado em compreender a génese do psiquismo humano em seu contexto histérico-cultural. Sem pretender apresentar uma sintese que faca justiga a complexidade ¢ a abrangéncia obra p. Aucora de na come pro- fessora, coordenadora ediretora pagogicaem excolts de educagaa infantil, de primero «segundo graus. Atualmente¢professora da UNS 1, Astaecemos & Profs, Dra. Marta Kohl de Otiveira pela valios teiturs erica os origina deste text. 83 buir em suas teses um lugar central a nogdo de construgdo social do su- jeito permite que fagamos algumas relagdes com o plano educacional. Mais do que responder as intimeras questdes relacionadas a este com- plexo tema, os postulados vygotskianos instigam algumas i ma em foco. O primeiro ques que 4 nogdo de indi se refere & tentativa de analisar os pressupostos subjacentes as idéias e explicagées sobre o fenémeno da indisciplina geralmente presentes no meio educacional, Afinal, 0 que entendemos por indisciplina e quais sio as suas causas? as idéias acerca da indisciplina esto se deve nio somente & complexidade a de pesquisas que co namento do estudo deste problema, mas também & mul terpretagdes que o tema encerra. préprio conceito de indi mo toda criacao cultural, ndo € estético, uniforme, nem tampouco uni- versal. Ele se relaciona com o conjunto de valores ¢ expectativas que variam ao longo d entre as diferentes culturas e numa mesma sociedade: nas diversas classes sociais, nas diferentes instituigdes e até mesmo dentro de uma mesma camada social ou organismo. Também no plano individual a palavra indis ue dependerdo das vivéncias de cada Conforme jé mencionamo: ina que pautam somo os critérios adotados para ado, ndo somente se transfor- mam ao longo do tempo como também se diferenciam no interior da dinmica social Ao chamarmos atengao para 0 processo dindmico de formagdo transformagio do conceito de indisciplina na histéria humana e as di- versas conotagdes que 0 termo pode sugerir na sociedade atual, ndo es- tamos postulando, obviamente, a impossibilidade de admitir um miicleo relativamente estavel de aspectos ¢ relagdes que designam a nocio de indisciplina, compartilhavel por todas as pessoas que a tilizam. Entre- 4 , mesmo este nuicleo comum esta sujeito a intimeros enfoques, in- terpretagdes ¢ redefinigdes. Por esta razdo, consideramos relevante re- mos sobre os significados geralmente atribuidos na nossa socieda~ de, especialmente no meio educaci palavra indi a ‘Segundo o dicionério o term disciplina pode ser defini gime de ordem imposta ou livremente consentida, Orden inado € aquele que “se insur- ra, 1986, p.595). nterprctadas de diversas Formas. fEpes- indvel € aquele que se deixa sub- , de modo pass a0 conjunto de prscrigoes aor ‘compreender a in como um comportamento inadequado, um sinal de rebeldi ‘gencia,-desacato, traduzida na “falta de educagdo ou de respel autoridades”, na bagunca ou agitagdo 1 pelas ra. Como uma espécie de (0 de prescrigdes ¢, principalmente, como roveitamento do que € oferecide na es- is a0 desejado ordenamento, 10 e da classe como um to- fa, qualquer manifestapao . conversa ou desatensa cola. Nessa visio, as regras sao ajustamento, controle e coergio de cada do. E curioso observar que, nesta persp lade, 0 siléncio, a docilidade, a passi de tal forma que nao haje nada nelas nem fora delas que as possa dis- 5 air dos exer lavra, ios passados pelo professor, nem fazer sombra & sua pa- po da educagao & a de asso- va de elaboraydo de pardme- de diretrizes € vista como pratica autoritari madora ou restritiva, que ameaga berdade e espontaneidade das criangas ¢ jovens. A disciplina assume uma conotagio de opressdo e enquadramento. Portanto, todas as regras ¢ normas existentes na escola devem ser subvertidas, abolidas ou ignora- das. Sendo assim, apresentar condutas indiscipl do como uma fiar os padres vigentes, de se opor & cotidiano escolar. Entendemos, todavia, que estes temas poder pretados de uma outra maneira, ja que, vista sob a ras © preveitos capazes de nortear as relagdes, pos: cooper avdo ea troca entre membros deste grupo soci ma sociedale complexa com: precisa de regras ¢ normas or viveneia entre 6s diferentes elementos que nela atuam. Nesse sentido, as normas deixam de ser vistas apenas como prescrigées castradoras, um a ser compreendidas como condigdo necessaria ao convivio S0- |. Mais do que subservi determinadas regras pode levar ‘como conseqilénci sociais. Neste paradigma, 0 disci ardmetros ¢ estabelece A indisciplina, nesta ética, passa a ser vista como uma atitude de desrespeito, de intolerancia aos acordos firmados, de intransigén no cumprimento de regras capazes de pautar a conduta de um duo ou de um grupo. Como analisa La T ) eriangas precisam sim aderir a regras (que implicam valores e formas de conduta)e e somente podem vir de seus educadores, pais ou lamento e da con- suas relagdes inador & aquele que educa, oferece escola, ¢ a sociedade como um todo. autor) 86 Partindo destas premissas, no plano educative, um aluno indisci- ai ido como aguele que questiona, pergunta, se in- ‘mas sim como aquele que nao tem li- io ¢ sentimentos alheios, que apreseata 984), que nao consegue comparti- cooperativo com seus pares, Neste 1a ndo & compreendida como mecanismo de repressao controle, mas como im co | t08 ou em conjunto 0 aproveitamento escolar, & encarada como ‘exclusivo) da prética educativa realizadia na escola, Aanilise destes tr ge de ser diletantismo, pode nos sugerir importantes aspectos fecem ser examinados na discussio sobre clementos da comunidade escolar (professores, t€cnivos, pais € alunos) sobre asc indisciplina, Entendemos que & necessério ‘03 pressupostos subjacentes as expl geralmente manifestas pelos educadores, que acabam por revel: da que de mancira implicita, determinadas visOes sobre 0 procesto de desenvolvimento e aprendizagem do individuo e, como decorréncia, 0 papel desenvolvido pela escola (Rego, 1995b). + 08 educadores, aturdidos ¢ perplexcs com 0 © pouco aprofundado, explicagdes para a’ Muito frequentemente véem rqueentendemos que, no processo de constugo de cones ‘os devam tr partcipacdo ativa. Sendo asim, as inquiry \\ndo era essa bagunga de hoj revelando uma certa saudade das ps jue ndo davam margem a desobs gas € adolescents: “No ; ele era respeitado ndo sé na es ‘Eu sou da época em q | Nesse caso, parecem ignor | autoridade era conseguida, muitas vezes, através de pi royo (1995) faz um agudo qui ‘que ele define como “um sau: icado? Se depen- \do. Nao 0 passa- da hist6ria social desse da concepeao pedag: do real, mas 0 passado ic € politica como o ieal do conv mente a TV. Ni alunos sio 0 Acescola se vé, deste modo, impotente diante do aluno, principalmente i suralmente desfa- “comportamento int assim como a di gem um criagho fi te autontaria, por esta saz0 nfo consegue viver em ambientes democraticos' proprios pais néo sabem di eu & que no vou dat parte dos meus alunos vem de lares desestruturados, sto / separados, por isso apresentam este comportamento tao agressivo””. Ou ainda a falta de interesse (ou possi le) dos pais em conhecer e acom- panhar a vida escolar de seus fillios: ““O problema da indisciplina esta '3. Oscomentirios dos educadores apresentados neste artigo foram coltados em ini- rmerassituag&es que vivencci ao longo de mink vida proissional: em reunides pedag6ei- ‘cas, em curios de formacdo de professores ee. 88 questionadores, egocentradas, por isso apres gras e necessidades do grupo! fidade do professor, de seu O problema parece se redu 9 como aplicar medidas punitivas,mais ou menos rigorosas.‘ Nem é pre~ imo de ordem, submis- lade se confunde com au- Ho presente nas relagdes escolares, mas s, da maneira que os hordrios € os espa 60s so organizados, do pouco tempo de reereio, da quantidade de ma- térias incompreensiv vas e desinteressantes, da as- pereza de determinado professor, do espontaneismo de outro, da falta de clareza dos educadores, das aulas mondtonas, da obrigagao de per manecerem horas sentados, da escassez de materizis e propostas desa- fiadoras, da auséncia de regras claras etc. escola. Apesar destas diferengas, predomina, entre a maior parte dos ‘envolvidos no processo educativo, um olhar parcial e pouco fundamen- tado sobre o problema. As complexas relagdes entre 0 individuo, a es- jedade ndo parecem suficientemente debatidas e aprofundadas. ficativas, além de pouco criticas ¢ abrangentes, se mostram impregnadas de meias-verdades, de explicagGes do senso co- logizacdo” das questoes educacionais e pedagdgicas). Em segundo lugar, gostariamos de chamar a atencdo para o fato de que, na busea dos determinantes da indisiplina, a influéncia de fa- lores extra-escolares no comportamento dos alunos, na visio de muitos educadores, parece ocupar o primeiro plano. O comportamento do alu inado ou no) ndo tem nenhuma relagdo com 0 que é vi 5} que as caracteristicas individuais (rebeldia, passividade, 4. curioso notar que, muita vezes, os pals apresentam muita dificuldade em en- tender o papel educative da fanflia, bastante comum delegarem escola, especialmente fo profervar. uma srie de responsablidades eanseios quanto & educagdo de seus fils, sdes recebidas mi a soluedo para o problema da indis educadores.® educacional trazet conseq| a ))reforcam a idéia de um determinismo prévio idas), que acarreta uma espécie de perplexi Entendemos que estas posigdes devem cages, mitos ¢ crengas sobre o fendmeno da in« jo educacional, além de acarretarem preocupantes im: ica pedagégica, se embasam em pressty jos ¢ equivocados sobre as bases psico! sio prises duradouras, mas nao pre ‘a sempre”. Vygotsky e 0 desenvolvimento humano igo humana ainda seja objetode po- da Psicologia, podemos afirmar que, Embora a questo da consti talistas,8 baseadas nas teses da cenfatizar os Fatores externos no processo de desenvoll 6 sujeito como sendo um mero resultado da modelagem e condiciona- mento social), esto praticamente superadas ‘A psicologia contempordnea, apesar de comportar uma pl de enfoques te6ricos e uma grande variedade de métodos de investiga- 6. Apesar de alguns profisionais da etucagao e yas admitrem s po elagio entre a postara do edueadore incidénela da indsciplina na sala de aula € poss. bastante simpli | ‘cdo sobre o assunto, tende a admitir que as caracteristicas de cada indi a0 mesmo tempo que internaliza as formas culturais, as transforma € imeervém no universo que o cerca. A teoria histérico-cultural elaborada por Vygotsk: em. co nhecida como abordagem s6cio-interacionista ou sécio-histdrica, se in- sere neste paradigma. Fiel as teses do marxismo dialético, Vygotsky concebe a cultura, a sociedade ¢ o individuo como sistemas complexos € dinmicos, submetidos a ininterruptos e reciprocos processos de de- senvolvimento ¢ transformacao. Sendo assim, considera fundamental analisar © cesenvolvimento humano em seu contexto ct cfpio originou o seu programa de pesquisa que obj zar os aspeztos tipicamente humanos do comportamento ¢ elaborar hi- éteses de como estas caracteristicas se formaram ao longo da hi humana ¢ de como se desenvolvem durante a vida d es, apesar de terem sido formuladas hd mais de sessenta anos, so extremamente contempordneas, j4 que Vygotsky nao sé postula a interagao ind ra explicar como se di este processo étalvez a principal razio para ¢1 despertando avalia Valsiner: cemergéncia de no vas formas na psyché humana sob orie ” (Valsiner, 1993, p.7, grifos do autor) 3e dedicou, dentre outros aspectos, ao estudo das chama- das fune6es psicoldgicas superiores, que caracterizam 0 modo de fun- ente seu programa de pesquisa devide A complexida (morreu aos 37 ares, vitima de wber- tinciando 66 peo Sato de ele ter sido cionamento psicol6gico tipicamente humano, tais como o controle cons- ciente do comportamento, a capacidade de planejamento ¢ previ alengdo ¢ meméria voluntéria, pensamento abstrato, raciocinio deel Vo, imaginagdo etx.fsses processos mentais so considerados su ‘Tonseientemente controladas, processos voluntarios duo @ possibilidade de independéncia em relago &s caracteristicas do momento ¢ espaco presente. Segundo Vygotsky, estes processos psico- ligicos complexos se originiim nas relagdes entre individuos humanos “ese desenvolvem ao longo do processo de internalizagao de formas cul- turais de compo {¢5805 psicol6gicos elt Ples,.que-sio-de-origem.biol6gica ‘As caracteristicas do funcionamento psicoldgico assim como o com portamento de cada ser humano sio, nesta perspectiva, construidas ao longo da vida do individuo através de um processo de interagto com 0 seu meio social, que poss iagdo da cultura elaborada pelas geragdes precedentes aprende a ser usn homer, © que a natureza Ihe da quando nasce nao basta para viver em socieda- de, E Ihe preciso adquitir 0 0 do desenvolvi mento hist6rico da sociedade do autor) O desenvolvimento is tante de uma “*propriedade” no sujcto (definidas por razdes divinas ou bioldgicas), nem como puro reflexo de condicionamentos externos, ndo é imutdvel ¢ universal, nem tampouco independente do desenvolvimento hist6ri ciais da vida humana. A cultura é, neste par quicas historicamente determinados e culturalmente organizados. Ao ‘mesmo tempo que internaliza o repertério social, o sujeito 0 modifica ¢ intervém em seu meio. Neste proceso bidirecional de influéncias, 0 individuo € capaz, a cultura. Bimportante sublinhar que a cultura nao é, portanto, **pensada por Vygotsky como algo pronto, um sistema estético ao qual o individuo se submete, mas ‘como uma espécie de “paleo de negociagdes’, em que seus memibros es- tao num constante movimento de recria¢ao ¢ interpretagao de informa- ‘gOes, conceitos e significados”” (Oliveira, 1993, p.38). ‘Vygotsky esclarece que a relacdo do homem com o mundo nto é uma relagdo direta. Sao os instrumentos técnicos € os sistemas de sig- ros, construfdos historicamente, assim como todos os elementos presentes 2 : 93 no ambiente humano impregnados di ‘a mediagdo dos seres humanos entre si ¢ deles com 0 mun¢ 10 mediador por exceléncia, pois ela carrega em izados e elaborados pela ct jumana que per ‘comunicacao entre os individuos, 0 estabelecimento de significados co- muns aos diferentes membros de um grupo social, a percepeao ¢ inter- pretacao dos objetos, eventos ¢ situagSes do mundo circundante. Ele chama a atenclo também para o importante papel mediador exercido por outras pessoas nos processas de formagao dos conhecimen- 0s, habilidades de raciocinio e procedimentos comportamentais ce ca- . De acordo com este paradigma, o desenvolvimento indi ‘Vygotsky explica que po! bros imaturos da espécie humana vao de modo tamento eda e de seu grupo cultural Quando i izados, estes processos passam a ocorrer sem & termediagdo de outras pes a atividade que ar um proceso volunt (Vygotsky, 1984. 1987). Em sintese, ao necidas pela cultura, a erianga e 0 adolescente reconstroem indivi ‘mente 08 modos de aco realizados externamente ¢ aprendem a organizar (05 préprio processos mentais, a controlar e dirigir seu comportamento (autogoverno) ¢ a agir neste mundo. O individuo deixa, portant se basear & ‘temnalizado: processe de absorgo passiva, mas de processo é, para Vygotsky, um preendidos no estudo do ser Conforme é possivel notar, imprescindivel no desenvolvimento das ca- dividuais: informagées, v: exemplo, mais ou menos indisciplinadas), resultam de um processo com- partilhado com pessoas ¢ outros elementos de sua cultura."' Diferente- _ Podemos encontrar ofundamento desa posicdo naguilo que Vygotsky chamou de “zona de desenvolvimento proximal” que deseeve o expayo ene as onan " ‘uirdas pel eranca (agullo que ee j& sabe, que € capar de realizar sozinha) ¢ aquelas 4 efixadas em seu cOdigo get dos membros da espéci organizag se processo” Podemos concluir qu cebida na familia, na escola, perspectiva de Vygotsky, ae jedade de um modo geral) cumpre ‘um papel primordial na constituigao dos sujeitos, Apesar de se ref & educagao num sentido ampl da obra de Vygotsky pet identificar, em varias passagens, a ateng&o especial que dedica & educa- go escolar. Segundo ele, a escola representa o elemento imprescindivel, para a realiza¢do plena dos sujeitos que vivem numa sociedade Letrada, jd que, neste contexto, as criangas sao desafiadas a entender as bases isemos o ferndmeno wgmentirio do que spira uaa visio jue atwam na da (in)discip! © geralmente difundido n abrangente, integrada ¢ formagao do comportamento e des :peodem da partsipagdo de elementos mais experientes da cul- ‘de desempenhar, mas preasa ‘specalmente Oz maak expe: 9s (comportamento, fungdes psi lados ao aprendizado, & apropriagao (por as caractel Podemos concluir que, de um lad« vada na escola a fatores inerentes & juno ou de sua faixa etéria represent guém fao inatas, e nem “todo adolescente sera necessariamente indisci i que é impossivel postular um comportamento padrao ¢ un nado nao resulta de fatores isol da educagio familiar, idade do professor, da viol de inf seu desenvolvimento. 8 important as influéncias nao sio unidirecionai ependente, nem tampouco sfo recebidas de modo passivo na medida ¢ possivel afirmar que um comportamento mais o sxdes acerca do res € escolares) no processo de aprei entendida como 0 primeiro contexto de socialzagao, exer- ac oadolescente, ida linguagem ¢ outros mediadores) dlo legado de seu grupo ‘as de representagdo, formas de pensar eagir etc.). Dé iduo dependera de suas ex jor sa vez, sempre terd relagbes com se insere. inado it Min parte das familias ‘Chamam de comunicativos e afet tivos quanto ao nivel de exig ir de rigorosos padrdes preestal \s por eles det neste paradigma, um grave eq) inado”, j4 que estas caracteristicas ndo nasce rebelde ou dis ‘agio da vida presentes no meio educ: somo, por exemplo, exclusivamente neias que recaem sobre a nao agem de forma isolada ou in- 0 afeto, Sdo pais que tém enorme di 10 de controle sobre a crianga. Conseqiientemer ‘em que o in modo ativo e singular) 0 repertério Sete cae oa z indulgentes en Ge sen grupo cultural. Sendo assim, no seu processo deconstituigdo, atra- impulsos infant mNornaimee, dante de ma fae dele ‘Vés das imimeras interagbes sociais, receberd informagdes e influencias temocte on “birt nde eabelcoem Hiss partmetros._A os diferentes elementos (entendidos como importantes mediadores) que ccosuns aca ds ane patsse ponents berber ee cay nortear as ages co- compoem este gruy mos, avés, vizinhos, colegas de escola, amigos dar Vygotsky ressaltam claramente 0 papel crucial que 2 educagio tem so- bre o comportamento eo desenvolvimento de fungées psicolégicas com: mnissas, podemos inferir, portanto, que 0 problema da (in)disciplina ndo ain deve le determinadas pessoas (pais, mes, irmdos, pri- tidianas da crianca, tais como: professores € 0u- acabam sendo definidas por elas mesmas), esses pa (como, por exemplo, da fa mente a TV) ¢ dos i inquedos ¢ outros objetos) disponiveis em seu ambiente imente, como pudemos observar, os postulados defendidos por ver TV etc. (que ndo costumam Tle nodo consent, deliberado, de autogovernar-e ¢). Ei outras palavras, 0 do ¢ aprendido, Baseando-nos nestes re- edceo sera gueeceram dene rmmearado como alheio a farnilia nem tampouco & escola, j& que, Beepapal educatvo,opands, nnta au de mod seoectaiade, las sto as principals agéncias educaivas, Por essa civeago do prec guano a arti tos que as afetam. Apesar de demonstrarem flexi compreender o ponto de vista de seus filhos, conseguem ¢s claros (cujos motivos sao freqitentemente explicad igdes ¢ possibilidades das cri ‘Segundo as autoras, as conseqiéncias de cada um destes estilos comportamento da ci bastante significativas: as que revebern ‘uma educagdo familiar re OULTOS as imidez, apreen- ‘Como sao privadas de entender as jostas, tendem a orientar transformagies e de desencade: nportamento, -bes da psicogenst flexdo pedagégica de thos de pais permissivos, apesar de {que recebem uma educagao autor role de seus pais, tendem a apresentar sivo ¢ imaturo, assim como dificuldade em assumir responsal Ja os que recebem uma educagdo demoerdtica, além de apresentar sig- nificativo autocontrole, auto-estima, capacidade de iniciativa, autono- facilidade nos relacionamentos, tendem a demonstrar que 08 va- € que os ra (como por exemplo, ito aos seus Colegas e professore 9s € nfo pelo temor Eimpossivel negar, portanto, a cago familiar tem (do ponto de vs 6 individuo, Entretanto, seu poder nao ab: ‘sa € aceitar que o que ocorre no ambiente fi tra, bastante diferente, é acredit 1 é vimos, de acordo com a perspectiva hi comportamento humano so bem mais imagina. Os tragos que caracterizarao @ 1a € © jovern ao longo de ‘seu desenvolvimento nao dependerao exclusivamente das experiéncias vivenciadas no interior da familia, mas das indmeras aprendizagens que See eS eS eter contents soctalzadors, como Ma case ej tingid (vis a inportancia da nguagen ont os uma relagao entre professores ¢ alunos baseada no Ea Oe Oe eee eats controle excessivo, na ameaga ¢ na punigao, ou na tolerancia permissi- oe tica baseada nestes prin também provocar4 reagdes e uma dindmica bastante ‘0: nas situagBes qi inspirada em principios democraticos. « ¢ tomar decisdes por inferir que mesmo as ciangas provenientes de “lates com- prometidos”, cujo ambiente familiar é desprovido de adequados esti- pry paced aha Inulos eorientagao, terdo condigdes de superar estas adversidades caso Pall eekreera aetaapeur=i armen " tena a oportunidede de ven, em outros contexos educativos, ee eo ae eee um modelo diferente de educagao. Neste sentido, a escola, entendida ca aprende (Vygotsky, 1984). ie reguladores de sua conduta (agGes voluntariamente controla- ‘das, na linguagem de Vygotsky). Para que isto ocorta, a escola € 0s educadores precisam aprender a suas exigén 0 impacto que a edu- afetivo e moral) sobre ‘mais do que obedecer ese conformar com as regras esta as, devido ao rectio de puni- $85 © ameacas (nota baia, adverténcia para 0s pais assinare pensio das aulas etc.), precisam ter a oportunidade de conhecer com certeza, 98 a 9 Por outro lado, as idéias de Vygotsky nos sugerem que, caso a in ia instaurada em determinada pratica, suas causas, assim solugdes para este fenémeno, devam ser buscadas tam- palavras, mais do qi mentar os tragos cor sar na escola, nt ‘como ponto de partida e, principalmente, facam uma andlise aprofun- dada e conseaiiente dos fatores responsdveis pela ocorréncia da indisct- lina na sala de aula. Estudo recente (Galv4o, 1992) demonstra c jicas tur s de aula (como, por exemplo, eleva perso, descontrole emocional, falt am, entre ‘outros aspectos, os equivocos da escola em face das necessidades, inte resses e possibilidades do aluno. Segundo esta pesquisa, 0 comportamento indisciplinado estd diretamente relacionado a uma cessiva ventralizago na figura do professor (visto como tinico detentor do saber) e, conseqiientemente, pouco incentivo & autonomia e as inte- ragbes entre os alunos, constante uso de sangdes € ameagas visando a0 silencio da classe, pouico didlogo etc. ‘Talvez, neste processo de avaliarao interna, provavel que a escola 2.05 educadores descubram que os motivos geralmente alegados pelos chamados ‘alunos indisciplinados” sao bastante procedentes! liogratin ARROYO, M.6. (1995) Educago ¢ exclusdo da cidadania. In: BUFFA. ARROYO, MA: NOSELLA P. Educa e edadanis: quem educa 0 ciao? 5° ef, poca, V. mria da lingua portuguesa, Rio de Ja- ite. Jornal da Escola da Vila. Sio Paulo: LeonTEN, A, (1978) © desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Horizonte Universitario, M,C: CUBERO, R ) Relagbes Socials nos anos pré- COLL, €; PALACIOS, 1; MARCHES! Psicologia Ev to Alegre: MOSES, MAA: C po en esos carceles. David yGo- Ciencias Sociais, n-16, 749, co-cultural da educego pa na visio dos edueado- es pedagdzicas do modelo histéri- In: OLIVEIRA, M.K. Vpgotsky. Aprendizado e de- ne, Pp.6- \pdes do catdter, In: Psicologia ¢ educa stampa 0 na infiincia. Lisboa: 103

Você também pode gostar