Você está na página 1de 24
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUCAO CIVIL NOTAS DE AULAS CONSTRUCAO DE EDIFICIOS I INSTALAGOES SANITARIAS Profa, Tereza Denyse P, de Araiijo Outubro 2003 Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 224 INSTALAGOES SANITARIAS INTRODUCAO, PARTES DA INSTALACAO DE SGOTO FAO VENTILACAO SANITARIA MATERIAL wo I= Be we FOSSAS SEPTICAS Ip LIOGRAFIA COMPLEMENTAR, i 1. INTRODUGAO ‘A instalaco predial de esgotos tem a finalidade de encaminhar 4guas servidas, para fins higiénicos, a lugares adequados, afastando-as da edificagao. Para tanto, faz uso de aparelhos itérios, tubulacdes € outros dispositivos, que devem realizar este trabalho de forma eficaz. Algumas consideragdes devem ser feitas para que 0 projeto das instalagdes cumpra alguns deveres como: ripido escoamento dos esgotos, ficeis desobstrugdes, evitar vazamento € escapamentos, impedir a poluicdo da gua potivel, 0 que se pode conseguir com a correta utilizacZo € com o dimensionamento apropriado de tubulagdes, conexdes, assim como os outros componentes do sistema de esgoto. Outro problema que deve ser considerado & passagem de gases e ani 4 0 interior da edificacdo, mas que é facilmente resolvido com 0 uso de sifdo © fecho hidrico. O projeto hidréulico deve seguir algumas etapas: 0 planejamento, o dimensionamento, os desenhos € memorial descritivo. A NBR-8160/99 adota a simbologia para dispositivos, aparelhos, indicada na Figura 1 lizagdes € colunas ‘A instalacdo do sistema de esgoto depende do tipo de edificagio que 0 receberd. A complexidade de um projeto arquiteténico pode interferir nas definigdes do projeto de hidrdulica, assim como 0 contrétio também ocorre, por este motivo, ao se pensar em algumas edificacdes especificas, certas particularidades devem ser consideradas: ‘© Escolas - localizar os componentes do sistema fora da area de uso para facilitar inspecdo manutengao. Utilizar solugdes padronizadas para diminuir os custos. ‘© Hospitais - afastar as caixas do sistema da drea de uso do ambiente também para facilitar a manutengdo e inspegdo e garantir as condigdes de assepsia ‘+ Estidios e Sanitérios piblicos - Embutir tubulagdes para evitar vandalismos. © Conjuntos redugdo de custos. icionais - adotar solugdes padronizadas também com o motivo de Construgdo de Eadifcios 1 Instalagées Sanitérias 324 * i Fossa SIMBULUGIA cael rzaczes pisrasrttvas ESGOTO PRIMARIO o— RaLo Escota secunneRra magi caren venriacan G- sms covunas Q— cava ne cornu \ yuna auc Descc ‘o @—catsa ae nshecan TUBD VENTILADOR Figura 1. Convengio grifiea de e bes € ico de esgoto, Outro grave condicionante arquitetdnico gerado pela instalagio de esgoto sanitirio € nas instalagées hidriulicas em geral ¢ 0 ruido nas tubulagées, causados por defeitos na tubulago fou mesmo pelo seu funcionamento normal, que’ sio inevitgveis. Por isso, © projeto arquitetOnico deve pensar maneiras de solucionar este problema. O que pode ser feito com a distribuiggo correta dos cOmodos, utilizagaio de materiais resistentes nas paredes onde hai tubulagces embutidas, ete. O destino do esgoto sanitirio, deveria ser um sistema piiblico, onde a jgua poluida seria tratada, evitando danos & natureza. Mas, como isso nem sempre acontece, algumas solugies fio adotadas, para se evitar a exposiggio de esgoto a céu aberto. A solucio mais conhecida ¢ a fossa séptica. Esta fossa ¢ um recipiente onde o liquido proveniente do esgoto sofre decantaciio, com a retirada desta parte s6lida que se acomoda no fundo da fossa, a parte liquida desse esgoto, que & menos poluente, ¢ facilmente filtrada pelo solo, 2. PARTES DA INSTALACAO DE ESGOTO. Os elementos componentes do sistema de esgoto (Figura 2) sZio muitos, dentre eles podem ser destacados: desconectores ¢ caixas, aparelhos sanitirios, ramais de descarga e esgoto, tubo de queda, caixa retentora de gordura, caixa de inspecio, subcoletor e coletor predial. 2.1, Instalagio Primaria de Esgoto Conjunto de tubulagies © dispositivos que tém acesso os gases provenientes do coletor piiblico ou da fossa. Compreende: Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 424 COWUNABE WENTILAGAO > Fupe oe cuca ‘igura 2, Componentes da instalagio priméria e secundaria de esgoto, © Coletor predial ~ tubulaczo entre a iiltima insergo de subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga e 0 coletor piblico ou fossa. + Subcoletor ~ tubulago que recebe efluentes de um ou m: esgoto. tubos de queda ou ramais de ‘© Caixas de inspegio — destinada a permitir tubulagies, inspecgio, limpeza e desobstrugiio das ‘© Tubo de queda ~ tubulaczio vertical, existente nos prédios de dois ou mais andares, que recebe os efluentes dos ramais de esgoto dos ramais de descarga. ‘+ Ramal de descarga ~ tubulagio que recebe diretamente efluentes de aparelhos sanitiios, de de: ‘© Ramal de esgoto —tubulagiio que recebe efluentes de ‘+ Tubos ventiladores — siio tubos destinados a possibilitar o escoamento de ar da atmosfera para o interior da instalagio de esgoto e vice-versa, com a finalidade de protegé-la cont possiveis rupturas dos fechos hidricos dos conectores (caixas sifonadas, vasos sanitjrios), € devendo ultrapassar 0 telhado em no mynimo 30 em. Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 5.24 2.2, Instalagio Secundaria de Esgoto Conjunto de tubulagées € dispositivos onde no tém acesso gases provenientes do coletor piiblico ou da fossa. Sdo os ramais dos aparelhos ou conjuntos de aparelhos, com excecio de vasos sanitérios € mictérios. Também fazem parte desta instalaciio os tubos de esgotamento de pias de cozinha (tubos de gordura), de tanques e de m;quinas de lavar roupa. Siffio & o aparelho separador destinado a impedir a passagem dos gases do interior das tubulagces para o ambiente sanitrio. Este impedimento & possivel quando o siffio & dotado de fecho hidrico, que consiste na camada liquida que veda a passagem dos gases. Os diversos tipos de sifes podem ser vistos na Figura 3 thy Ups e Tipos TipoP Gorrafa Caixa Sifonada Figura 3 Tipos de sifio, Alguns fenimenos podem afetar 0 bom funcionamento do fecho hidrico dos sifves. Estes fengimenos sfo: ‘© Sifonagem — conjunto de fenéimenos que determinam a reduggo total ou parcial da coluna d“ggua em um sito; ‘© Evaporacio — & fungao do periodo de uso dos aparelhos sanitiirios; da velocidade de evaporagao da sigua; e das. caracteristicas do local e da zirea de exposicio. ‘© Auto-sifonagem ~ reduciio do fecho hidrico pelo escoamento do aparelho sanitério através do sifio (Figura 4), ores P|) OFA Figura 4, Autosifonagem, Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 624 Sifonagem induzida — aco de descargas simples ou combinadas nos fechos hidricos dos aparelhos ngo utilizados durante estas descargas (Figura 5). pesmnaane Juve sce oa sara nen Figur fonagem induzida, Pressio positiva — aco de descargas simples ou combinadas que geram presstio positiva nos fechos hidricos ligados a trechos de tubulacgo préximos a mudangas de diregio do tubo de queda. 4. VENTILAGAO SANITARIA As instalagées de esgoto devem ser apropriadamente ventiladas (Figura 6), a fim de que os gases emanados dos coletores sejam encaminhados convenientemente para a atmosfera, acima das coberturas, sem a menor possibilidade de entrarem no ambiente interno dos edificios, € também para evitar a ruptura do fecho hidrico dos desconectores, por aspirag3o ou compressio. O sistema de ventilacao ¢ formado pelos seguintes elementos: * Coluna de ventilagio (CV): & a coluna vertical destinada a ventilagiio dos desconectores situados em pavimentos superpostos. A extremidade superior ¢ aberta & atmosfera, ou ligados ao tubo ventilador primgrio ou ao barrilete de ventilaco. ‘+ Ramal de ventilacao (RV): ¢ 0 tubo ventilador interligando 0 desconector ou ramal de descarga ou de esgoto de um ou mais aparelhos sanitirios a uma coluna de ventilacgio ou a um ventilador primgtio. ‘+ Tubo ventilador primario (VP): ¢ 0 tubo ventilador em prolongamento do tubo de queda acima do ramal mais alto a ele ligado, tendo uma extremidade aberta situada acima da cobertura do prédio. ‘© Tubo ventilador (TV): & a tubulacZo ascendente destinada a permitir 0 acesso de ar atmosférico ao interior das canalizagies de esgotos ¢ a saida dos gases dessas canalizagies, bem como impedir a ruptura do fecho hidrico dos desconectores. ‘© Tubo ventilador secundario (VSey: ¢ 0 tubo ventilador tendo a extremidade superior ligada a um tubo ventilador primgrio, a uma coluna de ventilaggo ou a outro tubo ventilador secundiirio, © Tubo ventilador individual (VI): ¢ 0 tubo ventilador secundiirio ligado a0 desconector ou ao ramal de descarga de um aparelho sanitzro. Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 724 couuna ars 4 me Gens nal J. a E A | | | Figura 6, Diagrama vertical de instalagio de esgotos e ventilagio, A ventilagio da instalagio predial de esgotos primirios ¢ feita, de modo geral, da seguinte ‘maneira: > Em prédios de um s6 pavimento, por, pelo menos, um tubo ventilador primgirio de 100 mm ligado diretamente & caixa de inspegio, ou junto com o coletor predial, subcoletor ou ramal de descarga de um vaso sanitiio prolongado acima da cobertura do prédio; se 0 prédio for residencial e tiver, no méximo, trés vasos, 0 tubo ventilador pode ter didmetro de 75 mm (Figura 7); > Em prédios de dois ou mais pavimentos, os tubos de queda serio prolongados até acima da cobertura, sendo que todos os desconectores (vasos Sanitirios sifonados, siftes, ralos € caixas sifonadas) serio provides de ventiladores individuais ligados & coluna de ventilagio (Figura 8); Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 824 feo un (f 8:908m SearMaiuategazets cow ane ove Figura 7, Ventilagio em edificio de um pavimento, > Ventilaczo em circuito (VC) ¢ adotada quando os vasos sanitirios, instalados em série ou bateria, si0 do tipo auto-sifonado, devendo-se ligar a coluna de ventilage ao ramal de esgoto na regio entre o tltimo e peniltimo VS (Figura 9). O tubo ventilador primzirio a coluna de ventilagiio deverso ser instalados verticalmente e, sempre que possivel, em um (inico alinhamento (reto). O trecho que fica acima da cobertura do edificio deverg medir, no mjnimo: 30 cm no caso de tethado ou simples laje de cobertura; 2,0 m nos casos de lajes utilizadas para outros fins, ak'm de cobertura. A extremidade aberta de um tubo ventilador situado a menos de 4,0 m de distancia de qualquer janela, mezanino ou porta, deveri elevar-se pelo menos 1,0 m acima da respectiva verga. ‘A ligago de um tubo ventilador a uma canalizagio horizontal deversi ser feita, sempre que possivel, acima do eixo da tubulagio, elevando-se o tubo ventilador verticalmente, ou com 0 desvio mgximo da jgua no mais alto dos aparelhos servidos, antes de desenvolver-se horizontalmente ou ligado a outro tubo ventilador. Nas passagens dos ventiladores pelas coberturas (telhas), deverdo ser previstas telhas de chapa metilica para prevenir contra a infiltragdo de sigua de chuva ao longo do tubo ventilador. MATERIAIS ‘Numa instalagio hidrgulica, os materiais so classificados em tubos, conexies € vglvulas, os quais abrangem uma grande variedade de tipos, dada a diversidade de fluidos encontrados e as, amplas faixas de pressiio temperatura com que podem vir a operar. Por isso, serio abordados aqui os mais comumente usados, sugerindo que, para maiores detalhes, sejam consultados os catjlogos dos fabricantes, Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 924 Figura 8, Ventilagio em edificio de maltiplos pavimentos, 5.1. Tubos e Conexées Os tubos e conexces podem ser de ferro fundido, de ago galvanizado, de chumbo, ceramica vitrificada, cimento-amianto ¢ PVC. Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 10-24 COBERTURA : er COLUNA DE VENTILAGAO — + $—TUBO VENTILADOR PRIMARIO. TUBO VENTILADOR DO CIRCUITO ATE 8 VASOS Figura 9, Ventilagio em cireuito, Sale PVC Os tubos de PVC para esgotos s{io fabricados nos seguintes tipos: © Ponta e bolsa, nos didimetros de 50, 75 € 100 mm, em comprimentos de 1,2 3 m; ‘© Pontas lisas (sem bolsas), com comprimento de 6m. ‘S20 comumente empregados nas instalagdes de esgotos primsirios, secund:tios € ventilaclo. A Figura 10 mostra algumas conexiies em PVC para rede de esgotos. Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 124 Figura 10, Conexdes em PVC. 5.1.2. Ferro Fundido Os tubos ¢ conexies de ferro fundido sg0 usados enterrados ou ao longo de paredes, ou sobre suportes para garantir um perfeito alinhamento, SZo fornecidos com revestimento betuminoso, tinta asfiltica e tinta epdxica. 5.2. Aparelhos Sanitirios ‘Sto aparelhos conectados i instalagZo predial e destinados ao uso da gua para fins higiénicos, ou a receber dejetos e dguas servidas. Incluem-se, neste {iltimo caso, os vasos sanitjrios e oS mict6rios, os quais so feitos de material ceramico-vitrificado. ‘+ Vasos sanitarios (bacias sanitirias) — so aparelhos sanitirios dotados de fecho hidrico € que recebem dejetos humanos. Podem ser de dois tipos © Comuns ou nio aspirantes ~ se caracterizam por obter o arrastamento dos despejos somente pela ago da jigua de lavagem. Podem ser de siffo externo (Figura 11) e de siffio interno. Figura 11, Vaso sanitério comum com siffo externo, © Auto-aspirantes ou auto.sifonado — se caracterizam por obter o arrastamento dos despejos pela ago da gua de lavagem © por uma aspiracio ocasionada pela disposigdo de canais intemnos ao vaso (Figura 12), no possuindo abertura para ligacao de tubo ventilador. Podem ser com canal dianteiro (Figura 13) com canal posterior (Figura 14). Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 1224 # calxa DE cescanca SILENGIOSA, ACOPLADA 20 vaso Figura 14, Vaso sanitério auto-sifonado, canal posterior, Os vasos sanitirios auto-sifonados so de construc simples, com passagens internas mais amplas, reduzindo a possibilidade de bloqueio, no caso de uso inadequado. Tem um fecho hidrico mais profundo do que o dos vasos comuns, dispensando a ventilacio externa. ‘© Mictorios — podem ser de duas categorias: © Para uso individual (Figura 15) ~ neste caso, existe o tipo parede, que pode ser de louca, ferro fundido esmaltado ou ago inoxidzvel, € 0 tipo pedestal, que pode ser de ouca. © Para uso coletive ~ sao calhas feitas de ago inoxidsivel (Figura 16), ou canaletas de alvenaria revestidas com material resistente 2 urina, como a cerimica grés vitrificada Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 124 ‘ou azulejos. E instalado em fiibri instalagdes modestas. , S> Figura 16, Mictirio para uso coletivo, S, restaurante de categoria discutivel e em outras = Figura 15, Mictorio para uso individual, 5.3. Aparelhos de Desearga ‘Sio aparelhos para os vasos sanitiirios e podem ser dos seguintes tipos, abaixo indicados: Figura 17, Caixas de descarga, Figura 18, Cai de embutir~ perfil, © Caixa de desearga — pode ser de ferro fundido, pintada ou esmaltada, porcelana icada, ou cimento-amianto plistico reforgado. Deve ter um dispositive siftnico, icar a descarga ou a ligacio direta pelo fundo do tubo que leva a gua para Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 124 © vaso sanitirio, € uma capacidade de 10 a 12 litros, no minimo, Existem caixas de descarga de formato achatado (Figura 17), de cimento-amianto, que se adaptam & parede, com o fundo a uma altura acima do piso igual a 1,25 ou até 1,65 m. © Caixa embutida — ¢ uma caixa de espessura tal que possa ser colocada no interior da alvenaria (110 mm - Figura 18). E fabricada em cimento-amianto e o sistema de alimentago ¢ também embutido. A descarga ¢ acionada por meio de um botio que, apertado, desloca uma alavanca, elevando um obturador que veda a sajda de Zgua ao vaso, permitindo que essa escoe (Figura 19). A caixa é colocada com sua parte inferior a, pelo menos, 0.75 m do piso. Figura 19, Caixa de embutir— frontal, © Caixa sileneiosa ~ ¢ uma caixa externa & parede, adaptada ao vaso sanitério, 4 altura do bordo superior do vaso ou & parede, cerca de 50 em acima do piso (Figura 20). A capacidade minima ¢ de 15 litros, podendo ser de porcelana vitrificada ou de cimento amianto. Para reduzir 0 rujdo da {gua ao entrar na caixa, 0 tubo G de alimentagio da caixa mergulha na gua (Figura 21), Figura 20, Vaso sanitirio com caixasilenciosa, ‘ 4omm(11/2") 1a 21, Caixa de descarga silenciosa, © Vilvula de descarga ~ & uma vélvula de acionamento por botio, placa ou alavanca (Figura 22), de fechamento automético, instalada no sub-ramal de alimentagio de Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 15.24 bacias sanitirias ou de mictérios, destinada a permitir a limpeza dessas pegas utilizando ‘gua. a4 Figura 22, Vilvulas de descarga, S54, Sistemas Coletores dos Despejos Os despejos de lavaterios, bids, banheiras, chuveiros e tanques de lavagem so coletados por coletores colocados em andar tgrreo ¢ instalados em posigées adequadas. Estes coletores si0 ralos sifonados com gretha, ligados, sempre que possivel, diretamente a uma caixa de inspec, ou, entZo, em jungio com uma canalizagio primria, SAI. Sifoes Podem ser feitos de chumbo, ferro fundido, ferro malesivel, cobre, bronze, lato, cimento- amianto, cerimica vidrada ou concreto € devem ter fecho hidrico independente de partes méveis ou de divisies internas, com altura entre 50 € 100 mm. A Figura 23 mostra alguns tipos de sifves em PVC. Figura 23, Sifves, 5442. Ralos Sifonados e Caixas Sifonadas ‘So equipamentos que possuem um “septo” que forma um fecho hidrico (Figura 24 e Figura 25). A desobstrugio dos mesmos se faz por uma tampa removivel no interior do ralo. Recebem gua de lavagem do piso e afluentes da instalacgio de esgoto secund;rio dos aparelhos, com exceciio do vaso sanitjrio, de um mesmo pavimento, fazendo parte do esgoto primaitio. S30 fabricados em lato, cobre, ferro fundido, PVC, fibrocimento, cerdmica vitrificada e concreto. Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 16-24 Figura 24, Ralo sifonado, eS Figura 25, Caixas sifonay s. 54.3% Ralo Seco Nao possui siftio (Figura 26) e ¢ utilizado para coleta de gua de terraco ou zireas de servico, permitindo um ripido escoamento das gguas. Pode ser em cerimica vidrada, concreto ou alyenaria revestidos ¢ impermeabilizados internamente, cimento-amianto, ferro fundido, ferro ‘malesvel, cobre, bronze, latio € PVC, devendo ter um orificio de saida com digmetro, no ‘miimo, igual ao do ramal de descarga correspondente. A grelha pode ser de ferro fundido, cobre, bronze, lato ou material igualmente resistente, fixa, mas de fil remogio. Figura 26, Ralo seco, 5.5. Esgotos de Gordura Os despejos domgsticos que contiverem residuos gordurosos, provenientes das pias de copas € cozinhas, so conduzidos para caixas de gordura (Figura 27). Estas caixas evitam 0 depcsito de gordura nas paredes internas da tubulagio, provocando a diminuiggo do diimetro da ‘mesma, Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 17.24 ‘igura 27, Caixa de gordura, Em geral, as caixas de gordura si instaladas nas sireas descobertas do andar térreo, intemas, ou externas, nas garagens dos edificios ou, excepcionalmente, nas passagens ou recuo do prédio. E desaconselhyivel instalj-la nas priprias cozinhas dos apartamentos, devido aos problemas de falta de higiene que acarreta Em andares superpostos, as pias de cozinha devem descarregar em tubo de queda de ferro fundido, revestido intemamente de tinta de base epénica, que conduzira os despejos para as caixas de gordura. ‘As caixas de gordura podem ser construidas em concreto, alvenaria de tijolos ou ferro fundido, sendo hermeticamente fechadas com tampa de ferro removivel. Blas podem ser: © Pequena, cilindrica, para uso em apenas uma pia de cozinha residencial; ‘© Simples, cilindrica, para uso em uma ou duas pias de cozinha; ‘© Dupla, cilindrica, para uso em 2 a 12 pias de cozinha; © Especial, prismiitica, de base retangular, para uso acima de 12 pi ainda para cozinhas de restaurantes, escolas, hospitais, quarts, etc. de cozinhas, ou 5.6, Ramais de Desearga Podem ser executados em tubos de ferro galvanizado, ferro fundido ou PVC. Os ramais de descarga de lavatirios, banheiros, bidés, ralos e tanques podem inserir-se em desconector; as pias em caixas de gordura ou tubo de queda em caixas de gordura. Bacias sanitirias, mictirios € pias de despejo em canalizaczo primiiria ou caixa de inspecio, devendo sempre ter inicio em sifio com 0 fecho hidrico devidamente protegido. Adotam-se para ramais de descargas os difimetros minimos indicados na Tabela Ie fixando a declividade ‘mfnima de 2 % nos trechos horizontais. Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 5.7. Ramais de Esgoto Todos os ramais de esgoto devem comegar em desconector, siffio sanitério ou caixa sifonada, Poderdo ser executados em tubos de barro vidrado, ferro fundido, ferro galvanizado ou PVC rigido, ‘Tabela 1, Didmetro nominal Aparetho Naimero de u [Banheiro 0 [Bebedours 35 Bide 30 Tuer 0 [Cavancvio 0 Mictsrio com vavula IMicicrio com dese, Autom 0 [Miciro com calha, pr met Pia 0 RRato 30 gue 30 [Bacia samen 1007 Quando executados sobre lajes de concreto armado, que deversi ter um rebaixo de 30 em para melhor execuciio, os ramais de esgoto poderiio ser de ferro fundido (40 mm), ferro galvanizado (40 mm) ou em PVC rigido (40 mm) Quando enterrados (pavimento térre0), sergjo de barro vidrado com difimetro minimo de 75 Os ramais de esgoto que receberem efluentes de mictitio, ngo podergo ser ligados j caixa sifonada, Adotam-se os dimetros minimos, para os ramais de esgoto, mostrados na Tabela 2, com as respectivas declividades minimas. ‘Tabela 2, Didmetro nominal minimo e deeli idade minima dos ramais de esgoto, Namero de unidade de s Declividade ‘locaras Didmetro minimo (mm) — | Desivides T 70 0 7 30 3 7 oo, 24 75 Tz 100 32 13s, 7a 150 5.8 Tubos de Queda Os tubos de queda deverio ser verticais e, se possivel, com uma tinica prumada. Havendo necessidade de mudanca de prumada, usam-se conexes de raio longo, devendo ser prevista inspecgo com visita, com tubo radial na extremidade inferior do tubo de queda. Todo tubo de queda deve prolongar-se verticalmente, até acima da cobertura, constituindo-se um ventilador primgio. Podergo ser executados em tubos de ferro fundido ou PVC rigido. Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 19.24 Nenhum tubo de queda podeni ter difimetro inferior ao da maior canalizacgo a ele ligado, exigindo-se um dimetro mnimo de 100 mm para as canalizagCes que recebem despejos de bacias sanitirias. Os dimetros minimos permitidos so mostrados na Tabela 3. Tabela 3, Didmetro nominal minimo dos tubos de queda, Em um pavimento © 10 1 00. 230 20, 6, FOSSAS SEPTICAS ‘As fossas sépticas siio unidades de tratamento priméirio de esgotos domésticos que detém os despejos por um perjodo que permita a decantagio dos slides e a retencio do material graxo, transformando-os em compostos estveis. Elas permitem exclusivamente a separaciio entre os ‘ateriais sclidos € os liquidos, tornando-os menos poluidos. Estas fossas sfio usadas em sireas nj favorecidas por redes de esgotos piblicos. Esse tipo de fossa nada mais & do que um tanque enterrado que recebe os esgotos (dejetos € Aguas servidas), retém a parte sélida e inicia 0 processo biol’gico de purificagiio da parte Iiquida (efluente). Mas ¢ preciso que esses efluentes sejam infiltrados no solo para completar © processo biokigico de purificaciio ¢ eliminar os riscos de contaminacgo. ‘As fossa sépticas njjo devem ficar muito perto das moradias (par evitar mau cheiro) nem ‘muito longe (para evitar tubulagées muito longas, que so mais caras € exigem fossas mais profundas, devido ao caimento da tubulagio). A distincia recomendada é 15 m. Elas devem ser construjdas ao lado do banheiro, para evitar curvas nas canalizagces. Também devem ficar ‘num nivel mais baixo do terreno ¢ longe de pocos ou de qualquer outra fonte de captacio de sigua (no mjnimo, a 30 m de disténcia), para evitar contaminagdes, no caso de um eventual vazamento, tamanho da fossa séptica depende do njimero de pessoas da moradia. Ela & dimensionada em fung3o de um consumo médio de 200 titros de :igua por pessoa, por dia. Sua capacidade, entretanto, nunca deve ser inferior a 1000 litros. A norma prevé 0 emprego dos seguintes tipos de fossas sépticas: ‘+ De cAmaras sobrepostas — so aquelas em que os despejos e 0 lodo digerido si0 separados em cfmaras distintas, nas quais se processam, independentemente, os fenjmenos de decantacgio e digestio (Figura 28). © De efmara tniea — sio as constituidas de um sé compartimento, no qual se processam, conjuntamente, os fenimenos de decantaciio e digestio (Figura 29). 2024 Instalagdes Sanitérias Construgdo de Eadifcios 1 Figura 28, Fossa séptica de edimara sobreposta, sauobe_ of ronment eames 4 H a 5 E j nt ofl 1100» £2500 nn 4 ra 2 SPPAL runs ee umense Tres oe renner 0 Figura 20, Fossa séptica de cimara dni as constituidas de dois ou mais compartimentos e © De cdmaras em série — interligados, nos quais se processam, conjuntamente, os fenémenos de decantag! digestio. Elas podem ser pré-moldadas ou feitas no priprio local. Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 2124 6.1, Fossas Séptieas Pré-Moldadas ‘As fossas sépticas pré-moldadas podem ser adquiridas diretamente dos seus fabricantes, os quais também dio cotagdes sobre a sua montagem no local. Ao compriclas, sempre dé prefertneia jquelas fabricadas segundo as Normas Técnicas Brasileiras, pois as que ni0 Seguem essas normas ngo funcionam bem. Elas t¢m formato cilindrico e s{0 encontradas, no ‘mercado, em dois tipos, independentemente de sua capacidade: ‘© Inteirigas, as quais so constitujdas de uma tinica pega; ‘+ De anéis, com encaixes tipo macho e femea, para sobreposicgo. ‘A instalacZo de uma fossa séptica pré-moldada comeca pela escavacio do buraco onde ela vai ficar enterrada no terreno; em seguida, 0 fundo do buraco deve ser compactado, nivelado & coberto com uma camada de 5 cm de conereto magro. Nas fossas de angis sobrepostos, & preciso fazer uma laje de 7 em de conereto armado no fundo do buraco, sobre a camada de conereto magro. Finalmente, a fossa pré-moldada ¢ colocada no lugar. ‘A tubulago que liga a caixa de inspegio (da rede de esgoto da moradia) 2 fossa sptica deve ter um caimento de 2 %, no mfnimo, ou seja, 2 cm por metro de tubulaco. Para tanto, © topo do buraco da fossa deverg ficar num nivel inferior ao da sajda da caixa de inspegio. 6.2. Fossas Sépticas Feitas no Local ‘As fossas sépticas feitas no local tm formato retangular, sendo que para um bom funcionamento, elas devem ter as seguintes dimensies: ‘Tabela 4, Dimensdes de fossas sépticas retangulares, ‘Namero de |_—Dimensbes intermas Teapacidades pessoas |ComprimentolLargura]Altura| ae z oo [15 ate 10 25 09 [15 ate 4 25 09 [15 ater 27) 12 [0s ate 24 32 1 Dis ‘A execucio desse tipo de fossa também comeca pela escavaczio do buraco, onde a fossa vai ficar enterrada no terreno; o fundo do buraco deve ser compactado, nivelado € coberto com uma camada de 5 em de conereto magro; faz-se uma laje de conereto armado de Tem de espessura. Uma maneira fgeil e econimica de construir esse tipo de fossa ¢ usar blocos de concreto € placas pré-moldadas de conereto. As paredes feitas com blocos de concreto tém de 15 em ou de 20 cm de largura. Durante a execuc3o da alvenaria, jai devem ser colocados os tubos de limpeza (esgotamento), de entrada ¢ de saida da fossa e deixadas ranhuras para encaixe das placas de separacZo das cmaras ‘As paredes internas da fossa devem ser revestidas com argamassas 2 base de cimento. As paredes internas das cfimaras (chicanas) e a tampa da fossa sfo feitas com placas pré- ‘moldadas de conereto. Para a separacio das ciimaras, so necessiias cinco placas: duas de entrada e trés de saida, tendo cada uma 4 cm de espessura e armadura em forma de tela. A tampa ¢ subdividida em duas ou mais placas, dependendo do tamanho da fossa para fa Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 22.24 sua execucio e até a sua remogzo, em caso de necessidade. Essas placas tem 5 cm de espessura ¢ a sua armadura também ¢ feita em forma de tela. A concretagem das placas deve ser feita sobre uma superficie bem lisa, revestida de papel, para evitar a aderéncia do concreto a0 piso onde € feita a coneretagem, uma vez que as formas no tm o painel de fundo. As placas prontas das chicanas sf encaixadas nas ranhuras deixadas nas paredes da fossa. As da tampa so simplesmente apoiadas sobre as paredes da fossa. 6.3. Ligagdo da Rede de Esgoto a Fossa A rede de esgoto da moradia deve passar inicialmente por uma caixa de inspecio (Figura 30), que serve para fazer a manutengéio periGdica da tubulacio, facilitando o desentupimento, em caso de necessidade. Legenda Isumidour G- Caba de Goraura t- cara de insiegso PL Pia Lsvatorio VS" Varo Sanitsrio RS Rata Sitonaco. Intemo (ao 20} Figura 30, Ligagio da fossa a rede de esgoto, Essa caixa de inspecgo deve ter 60 em x 60 cm e profundidade de 50 cm, devendo ser construjda a cerca de 2 m de distncia da casa, num buraco de 1m x Im, com profundidade de 0,5 ma Im. O fundo dese buraco deve ser bem compactado e receber uma camada de conereto magro. As paredes da caixa podem ser feitas com blocos de concreto de 10 cm de largura. O fundo ¢ as paredes dessa caixa devem ser revestidos com uma argamassa i: base de cimento (Figura 31). A caixa de inspecio é coberta com uma placa pré-moldada de concreto com 5 cm de espessura. A ligagio da rede de esgoto da moradia & fossa séptica deve ser feita com tubos de 10 em de difimetro, assentados numa valeta e bem unidos entre si. O fundo da valeta deve ter caimento de 2%, no sentido da caixa de inspecdo para a fossa séptica, ser bem nivelado e compactado. Figura 31, Construgio da eaiva de inspeeio, Construgdo de Eadifcios 1 Instalagdes Sanitérias 64, Distribuigao dos Efluentes no Solo H& duas maneiras de distribuir os efluentes no solo: por valetas de infiltragio € sumidouros. A escolha entre um € outro vai depender do tipo do solo (mais poroso ou menos poroso) ¢ dos recursos disponiveis para a sua execucio. Gale Valas de Infiltragio Esse sistema consiste na escavacio de uma ou mais valetas, onde sio colocados tubos que permitem, ao longo do seu comprimento, escoar para dentro do solo os efluentes provenientes, das fossas sépticas (Figura 32). ‘ovemcahosmiiéos / rtmisace ¢ [10

Você também pode gostar