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Exemplo de actividade prática para abordar explicitamente a ortografia

O LEILÃO

OBJECTIVOS:

Aprender as faltas de ortografia, gramática e léxico mais frequentes e difíceis, que os


alunos continuam a utilizar;

Reflectir sobre a aplicação de algumas regras de gramática em itens concretos do


funcionamento da língua.

PROCEDIMENTOS:

Durante as aulas, preparar uma lista dos erros (faltas) mais repetidas e gerais aos

alunos. Podem ser palavras, ou fragmentos com erros de ortografia, gramática ou

léxico que os alunos não aprendem.

Preparar uma lista com 20 ou 25 faltas escolhidas do modo seguinte:

Metade na forma correcta, a outra metade na forma incorrecta.

Numerar cada item de 1 a 25 fotocopiar ou copiar para acetato.

REGRAS DO JOGO

Leiloam-se 20/25 expressões, correctas e incorrectas. O jogo consiste em comprar o


maior número de itens correctos com a menor quantidade de dinheiro possível.

DIRECTOR DO LEILÃO / PROFESSOR(A)

Apresenta cada item a leilão sem se pronunciar se está correcto ou incorrecto. Se


algum item não for vendido, passa-se ao seguinte.

REALIZAÇÃO DO JOGO

Explicar aos alunos os objectivos e mecânica do jogo. Formar grupos heterogéneos


com 3 ou 4 alunos cada. Identificar cada grupo com uma letra.

Apresentar a lista de itens que vais ser leiloada. Cada grupo decide que números lhe
interessam comprar.

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LEILÃO.

O professor actua como o leiloeiro.

Terminado o jogo, rever cada item explicando se é correcto ou não (primeiro os


alunos) recordando regras gramaticais. No final determinar o grupo vencedor.

SIM

Amplia este parágrafo com mais duas ideias.

Resume esta parte.

Formula com poucas palavras esta ideia.

Revê os acentos dos ditongos.

NÃO

Parágrafo confuso.

Excessiva informação.

Ideia confusa

Cuidado com a ortografia

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Acerca do ditado
Escrito a partir da leitura e tradução livre de

CASSANY, D., LUNA, M. e SANZ, G. (2000). Enseñar lengua. Barcelona: Editorial Graó

Segundo estes autores, os ditados são muito utilizados para avaliar a ortografia
dos alunos. O ditado mais frequente, ao qual chamam de tradicional, é aquele em
que o professor dita lentamente partes de textos e os alunos escrevem.

As regras a observar neste tipo de ditado são de todos, bem conhecidas.

No entanto, esta não é a única forma de utilizar a técnica do ditado.

Apresentamos em seguida 10 maneiras diferentes de fazer ditados, menos


conhecidas que a anterior:

1- Ditado a pares: formam-se pares de alunos. O aluno A de cada par tem


uma folha com alguns fragmentos do texto, com lacunas. O aluno B tem uma
folha com o texto completamente oposto ao colega, ou seja, os seus fragmentos
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correspondem às lacunas do colega. Começa a ditar aquele que tiver o início do
texto e dita até lhe aparecer a sua primeira lacuna. Começa a ler o outro colega e
assim sucessivamente. No final, cada aluno corrige o seu ditado a partir do texto
do colega. Trata-se de um ditado muito rentável e activo, porque o aluno não só
transcreve o texto, como também exercita a sua leitura em voz alta e pronuncia.
Para se preparar este ditado devem escolher-se textos completos e curtos.

Aluno A

Certa tarde, o cão da minha vizinha ouviu um ruído. ________________________

___________________________________________.

No dia seguinte, repetiu-se o mesmo barulho. ___________________________

____________________________________________.

Aluno B

__________________________________________. Levantou-se de um salto mas

como tudo ficou em silêncio adormeceu novamente.

_____________________________________________. O cão, valente, decidiu ir


até ao local de onde saía o ruído.

2- Ditado de secretário: os alunos são secretários que têm que tomar nota
de uma carta (ou outro tipo de texto). Por isso, o professor lê o texto a uma
velocidade normal, sem paragens, e os alunos escrevem as notas que conseguem
(o professor pode ler 2 ou + vezes). Depois, formam-se grupos de 3 ou 4 alunos
para tentarem reconstruir o texto com base nas notas de cada um. A
reconstrução tem que conservar, no mínimo, a informação mais relevante do
texto. É um bom exercício de memória e escrita de textos a partir de um rascunho
inicial

3- Ditado de memória: o professor escolhe uma parte do texto para ditar e


fotocopia-a na parte superior da folha. Os alunos têm um determinado tempo
para lê-la e tentar memorizar a grafia das palavras difíceis. Depois dobram a folha
de forma a que não vejam o texto. O professor dita por partes e, no final, faz a
leitura integral. Os alunos escrevem na metade inferior do papel. A correcção é
automática, basta desdobrar a folha.
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4- Ditado/redacção colectivo: o professor apresenta uma motivação (ex.
foto de pessoa) e formula questões: Quem é? O que faz? Do que gosta? Onde
vive? (...). Cada aluno inventa e escreve 3 frases de resposta. 10/12 Alunos ditam
uma das suas frases. Os colegas escrevem pela ordem ditada. Para terminar cada
aluno tem que fazer uma composição a partir das frases ditadas e das suas, que
escreveu inicialmente. Pode modificá-las, trocar a ordem, acrescentar, mas não
pode eliminar nenhuma informação ditada. No final faz-se a correcção individual.

5- Ditado colectivo: cada aluno tem que escrever 5 frases sobre um tema.
Formam-se grupos de 4 alunos e faz-se um ditado entre os membros de cada
grupo: cada aluno dita as suas frases aos outros. No final, corrigem-se e
comentam-se os erros surgidos. Para tal, os alunos consultam dicionários,
gramáticas e/ou pedem ajuda ao professor. Também se pode pedir que façam
uma redacção final a partir das frases ditadas.

6- Meio ditado: é um ditado tradicional em que, de vez em quando, o aluno


tem que acrescentar algumas palavras/frases inventadas por ele (ex. o professor
dita “estava um dia de sol por isso os cinco ___________ decidiram
_______________”). No final, podem ler-se alguns dos textos resultantes.

7- Ditado fonético: ditam-se algumas palavras difíceis e desconhecidas para


os alunos e que apresentam problemas de ortografia (ex. pra/par; b/v…). O
professor dita uma palavra de cada vez e só a repete se algum aluno a disser em
voz alta. De seguida, o professor faz de computador fonético e vai repetindo cada
palavra sempre que se diz em voz alta. Com este exercício dá-se ênfase à audição
e à pronúncia de sons e palavras difíceis. No final corrigem-se as palavras no
quadro e comentam-se as dificuldades.

8-Ditado telegráfico: o professor só dita nomes, verbos, adjectivos… e sem flexão


morfológica, como se fosse um telegrama e o aluno tem que escrever a frase
completa acrescentando as palavras em falta (artigos, preposições…) e fazendo os
ajustes necessários. Desta forma dá-se ênfase à componente morfossintáctica do
texto. Por exemplo o professor dita: “João comeu maçã pêra tarde.” e eles
escrevem “O João comeu uma maçã e uma pêra à tarde” ou “O João comeu a
maçã e a pêra durante a tarde”. No final, podem comparar-se os textos escritos.

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9-Ditado para modificar: o professor dita frases que os alunos devem transformar
logo que vão escrevendo, de acordo com critérios previamente definidos: no
plural, no feminino, no tempo futuro, com diminutivos, com antónimos (ex. com
antónimos: o professor dita “a mãe deu a meia à menina”, o aluno escreve “o pai
deu a meia ao menino”). É um ditado criativo principalmente em relação ao
léxico.

10-Ditado cantado: este ditado reproduz uma situação real já que muitas vezes
queremos a letra de uma canção e ela não vem escrita no manual que
acompanha o CD ou cassete. O professor escolhe uma canção que os alunos
escutam e tentam escrever a letra. Podem fazer uma marca quando “perdem”
partes significativas (ex. uma frase inteira) e deixar espaços em branco. Uma
segunda audição servirá para preencher esses espaços e confirmar as restantes
palavras. Depois, em pares ou peque-nos grupos, os alunos completam o que lhes
falta comparando com o que os outros escreveram. Para esta actividade é bom
escolher canções em que se repitam fragmentos e haja espaço com música para
que eles tenham tempo de ir escrevendo o que retêm na memória.

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