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Estética Da Fome - Glauber Rocha
Estética Da Fome - Glauber Rocha
Eztetyka da Fome
europeu,
os
processos
de
criao
artstica do
mundo
universitrias:
concursos, os ttulos.
as
famosas
revistas
literrias,
os
Caixas primitiva?
Do Cinema Novo: uma esttica da violncia antes de ser primitiva e
revolucionria, eis a o ponto inicial para que o colonizador compreenda a
existncia do colonizado: somente conscientizando sua possibilidade nica, a
violncia, o colonizador pode compreender, pelo horror, a fora da cultura
que ele explora. Enquanto no ergue as armas, o colonizado um escravo: foi
preciso um primeiro policial morto para o francs perceber um argelino.
Porto das Caixas, mata o marido, a Dandara de Ganga Zumba foge da guerra
para um amor romntico; Sinh Vitria sonha com novos tempos para os
filhos, Rosa vai ao crime para salvar Manuel e am-lo em outras
circunstncias; a moa do padre precisa romper a batina para ganhar um
novo homem; a mulher de O Desafio rompe com o amante porque prefere
ficar fiel ao seu mundo burgus; a mulher em So Paulo S.A. quer a
segurana do amor pequeno-burgus e para isso tentar reduzir a vida do
marido a um sistema medocre.
J passou o tempo em que o Cinema Novo precisava explicar-se para
existir: o Cinema Novo necessita processar-se para que se explique
medida que nossa realidade seja mais discernvel luz de pensamentos que
no estejam debilitados ou delirantes pela fome.
O Cinema Novo no pode desenvolver-se efetivamente enquanto
permanecer marginal ao processo econmico e cultural do continente latinoamericano; alm do mais, porque o Cinema Novo um fenmeno dos povos
colonizados e no uma entidade privilegiada do Brasil: onde houver um
cineasta disposto a filmar a verdade e a enfrentar os padres hipcritas e
policialescos da censura, a haver um germe vivo do Cinema Novo. Onde
houver um cineasta disposto a enfrentar o comercialismo, a explorao, a
pornografia, o tecnicismo, a haver um germe do Cinema Novo. Onde houver
FIM