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Sacrament Of Wilderness

No incio viviam humanos e demais seres vivos em harmonia. Partes, no mais nem
menos, do jardim de Gaia. Dentes unssonos na grande engrenagem do tempo, elos sncronos
e ressonantes da grande corrente csmica de matria e energia.
Certa vez, porm, os humanos, atormentados pela curiosidade, decidiram aprender a
sabedoria das montanhas distantes. No podiam, porm, deixar de caar com o mundo
selvagem do qual dependiam. Fez-se ento, entre humanos e demais terrqueos um acordo.
Ao redor de uma fogueira, em meio melodia das harpas lficas e s florestas arcanas, fez-se
uma promessa entre os indomados e os portadores de ferramentas. Comeou a jornada a
partir das cavernas. Nasceu um pacto imemorial.
Os humanos declararam seu desejo de aprender a sabedoria das montanhas distantes,
sem se esquecer, porm, de que precisavam ainda caar em meio ao mundo selvagem. Os
demais seres vivos, fraternos, assentiram. Todos juntos, construram um monumento, um anjo
de neve como smbolo de seu compromisso.
Os outros terrqueos concordaram em no impedir os sapientes em sua nova
odisseia, mas exigiram uma promessa: todos manteriam os rios fluindo, para todos os filhos
dos filhos de seus filhos. Todos honrariam o anjo na neve. O acordo, selado, foi abenoado
pela prpria natureza, a deusa Gaia. A jornada intelectual da humanidade comeou.
Passaram-se os sculos, porm, e os humanos esqueceram o pacto. Violaram o corpo
de Gaia o quanto puderam, arrasaram o jardim como bem lhes pareceu. Expulsaram do jardim,
para sempre, inmeros outros cls de terrqueos. Rompeu-se o pacto, quebrou-se o equilbrio;
Gaia se entristeceu, e o anjo de neve derreteu-se em lgrimas.

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