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KIMBANDA

KIMBANDA

Pai Branco d’Oxalá

Pai Branco d’Oxalá


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KIMBANDA

ÍNDICE
Introdução da Kimbanda – 05
Exús do inferno – 09
Doutrina Kimbandeira – 11
Desenvolvimento mediúnico – 14
Falanges – 17
Linhas – 19
Assentamentos – 21
Festa Kimbandeira – 24
Entidades – 33
Ogum Megê – 39
Exús Tranca e Destranca-rua – 40
Exú Porteira – 41
Exú Tirirí, Falange do 7 – 42
Tribo de osso, Tata caveira – 43
Exús Caveira, caveirinha e Rosa Caveira – 44
Exús 7 caveiras, J. Caveira e P.g. das almas – 45
Três Marias e Exú do lodo – 46
Exú Capa preta, Exú Omolú e Exú Lucifér – 47
Pai Branco d’Oxalá
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KIMBANDA
Exús Belzebuth e Marabô – 48
Exús ciganos e Exú dos ventos – 49
Exús Animalídeos, Mangueira e Mirins – 50
Exú do dinheiro, Exú Pinga-fogo e Exú Brasa – 51
Pai Thomé da calunga, Exús 7 da lira e duas cabeças – 52
Exús Meia-noite, Veludo, Gira-mundo e 7 saias – 53
Dama da noite, Zé pilintra, Exú pimenta, Rei e Rainha – 54
Exús de praia, Molambo, Catacumbas e Corcunda – 55
Linha do forno e Kiumbas – 56
Almas – 57
Reinos – 58
Mirongas e exorcismo – 60
Balaio das almas – 65
Banho atrativo – 69
Doenças de pele e devolução de demandas – 70
Amarração amorosa – 72
Prosperidade e afastamento de rival – 73
Enfraquecer inimigo – 74
Contra vícios – 75

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Fechamento de corpo – 76
Troca de 4 pés – 79
Desamarração – 80
Quebra de oposição – 83
Matança – 84
Características e simbologias – 85
Imagens – 93
Rei dos talismãs – 153
Pontos riscados – 158
Calçamentos – 159
Ervas – 160

Pai Branco d’Oxalá


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KIMBANDA
KIMBANDA

Deparado com a precária e desnutrida realidade atual de


fundamentos da religião Kimbanda resolvi fazer este
registro dentro dos conhecimentos por mim adquiridos
nestas mais de duas décadas para que aqueles que
chegarem hoje e amanhã possam ter para além uma
referência registrada do ontem, assim resgatando e
expondo aos que tiverem interesse.

Hoje, início das primeiras décadas dos anos 2000,


algumas chamadas linhas/ramificações de culto ao povo
de Exú catiço seguem em abrangência, entre elas a
genuína e tradicional Kimbanda, esta nascida a partir dos
ritos umbandistas ou entendida como culto a Exús de
Umbanda, também chamada de Umbanda cruzada, pois
além dos próprios espíritos de Umbanda que a ela se
associam por caridade, temos os espíritos associados por
evolução mútua, chamados de Exús, formando duas
linhas paralelas em uma mesma; temos a Kimdanda
Musifin e a Kimbanda Luciferiana que são religiões
diferentes da Kimbanda sem ramificações visto que esta
é associada aos guias de Umbanda assim como derivação
de seus fundamentos, não sendo o Exú Kimbandeiro um
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KIMBANDA
trabalhador autônomo, mas contribuinte direto e
imediato das 7 linhas que estruturam a Umbanda e é
desta linha que aqui iremos tratar.
A Umbanda existe desde os tempos remotos, anterior a
idade antiga, pois o conceito básico de Umbanda é a cura
através da natureza por intercessão do amor, do bem e
da caridade como intermediária de um espiritual
superior, ou em outras palavras a cura espiritual através
de elementos naturais, a exemplos de Chás, banhos de
ervas, defumações, emplastros, unguentos e rituais que
sejam direcionados a uma força sobrenatural com o
intuito de banir cargas e entidades contrárias a evolução
espiritual humana; foram estas práticas oficializadas
como seguimentos religioso no ano de 1908 através do
médium fundador Zélio Fernandino de Moraes, que de
acordo a relatos de sua filha sanguínea, Dnª Zelia de
Moraes Lacerda, antes mesmo de ser umbandista e criar
o marco fundador desta religião havia sido curado por
uma entidade chamada ‘Tio Antônio’ através de uma
rezadeira. Ao codificar a Umbanda para melhor
direcionamento das liturgias foram empregados
referencias e sistemas de outras religiões já existentes e
entre elas a católica, o espiritismo e o Candomblé que
com suas referências de Orixás denominaram as 7 linhas
de acordo as atuações dos grupos de espíritos de

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umbanda que formam falanges, título o qual os Espíritos
Kimbandeiros recebem por sincretismo ao Orixá Exú,
ditos então como Exús de Umbanda ou Exús catiços. A
Umbanda oficializada por Zélio de Moraes não prestava
culto a Exú, porém ao longo dos anos a Umbanda foi se
alastrando e com seus diferentes dirigentes foi sofrendo
alterações particulares a cada centro, de acordo a relatos,
as primeiras incorporações de Exús ocorriam aos finais
das sessões de Umbanda, diante os ritos de
encerramento onde presentes eram os médiuns e o guia
chefe da casa que geralmente segurava uma vela acesa
com o pé esquerdo como a iluminar a alma deste Exú que
quando chegava era apenas com o objetivo de limpar o
terreiro das baixas vibrações e energias densas deixadas
pelos consulentes e assistentes, limpando das cargas do
público em geral, estes Exús transfiguravam-se em seus
médiuns de forma bruta e primitiva a se rastejar pelo
chão, com braços e pernas tortas, mãos, pés e corpo
contorcidos, urrando, babando e rosnando com
grunhidos, semblante deformado e desfigurado, após
fazer a limpeza do terreno onde as luzes eram apagadas
e a escuridão era quebrada apenas pelas velas do congá,
acompanhados e direcionados pela vela no pé do caboclo
era este Exú agraciados do lado de fora da porta ou nos
fundos do terreiro com aguardente derramada no chão
bruto onde bebia e comia a vela cedida pelo caboclo, ao
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longo dos anos a aguardente deixou de ser derramada no
chão e passou para dentro do alguidar onde o Exú tomava
ainda abaixado, corcunda e segurando o alguidar com as
mãos tortas foi aos poucos descaracterizando sua
fisionomia original e passando ter presença mais direta
nos rituais de Umbanda, firmando pontos riscados do
lado de fora das portas dos terreiros, com o passar do
tempo do lado de dentro próximo a porta e mais além
sendo firmados abaixo do congá de Umbanda onde
posteriormente foram iconizados por uma firmeza com
imagem de Santo Antônio dentro de uma casinha
vermelha acompanhado de uma tábua para riscar ponto,
ponteira de ferro e um copo de cachaça a compor a
estrutura dos altares da Umbanda para defesa dos
terreiros onde foi associado ao título de Exú Bará pelo
correspondência do Orixá Bará cultuado no Batuque do
Rio Grande do sul com o Orixá Exú do Candomblé, Exú
Bará mais além Destranca-ruas e Exú Destranca-ruas,
firmado na Umbanda devido alguns direcionamentos não
assumidos pelos Caboclos como causas amorosas,
questões financeiras e de negociações materiais; junto a
esse acolhimento por parte dos chefes de terreiro de
forma paralela o Exú com melhores ferramentas de
trabalho ganhou um resto de charuto do Caboclo, quando
então a aproximação de casas de Umbanda com casas de
Candomblé e vice-versa o Exú Kimbandeiro recebeu sua
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primeira feitura de menga através da faca de sacralização
do Orixá Exú, ganhando também um espaço para culto
mais independente, ficando seus assentamentos e
firmezas os quais chamamos de tronqueira ou quando
referente a local o termo ‘casa ou casinha de Exú’, como
um para-raios do lado de fora do terreiro, permitindo
então um culto e invocação dos espíritos Kimbandeiros
além das sessões de Umbanda, permitindo então receber
o marafa no copo e um charuto próprio, com o passar do
tempo essa entidade passou a ser mais presente na forma
de incorporação habituando-se ao físico e material,
erguendo-se a postura ereta e comportamento humano
quebrados apenas pela sabedoria e magia espiritual
assumindo nomes próprios a sua identificação como Exú
Caveira, Pomba gira Mª Padilha entre tantos outros que
mesmo com culto mais específicos seguem na Kimbanda
um paralelo com a Umbanda através de Ogum Megê das
almas, mais direcionado a Kimbanda como Ogum Megê
da calunga.
EXÚS DO INFERNO
Hoje Exú, ontem alma encarnada, essa é a origem do guia
Kimbandeiro, alma originalmente errante que mediante a
desencarnação se depara com as leis de Ogum Megê
onde de acordo ao grau evolutivo do desencarnado pode
ser encaminhado por Exú Caveira para que tenha sua
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essência refinada e doutrinada junto ao povo de Exú, para
que futuramente seja evoluído ao ponto de ser coroado
pelo Exú de Omolú a forma de assumir um cargo dentro
das falanges de Exú; assim diz o ponto cantado: “ Eu tava
cavocando a catatumba do meu pai, de onde o Exú veio,
para onde a alma vai”. Este ponto está se referindo a
missão que o Exú já evoluído encaminha ao Kiumba,
cavocando a cova de dentro para fora a se transformar
dentro do casulo espirítual para vir a terra como Exú.
Sim o Exú vem do inferno, porém não é o inferno do
conceito cristão; consideramos nós umbandistas a
aruanda, aruanda é o além, o plano da vida espiritual e
este tem suas divisões territoriais por graus de evolução
do próprio espírito; a palavra inferno em sua etimologia
(estudo da origem da palavra), Em latim, infernus assenta
pelo que significa da parte de baixo, que está em baixo,
portanto, das regiões infernais ou profundas. E a partir daí
surge a associação quando em comparativo as entidades
de Umbanda, a organização dos firmamentos que
compõe o congá quando o Exú também é firmado abaixo
das demais estruturas ou em segundo plano, quando o
Exú bebia no chão ou tem seu espaço de culto separado
da liturgia imediata das 7 linhas de Umbanda; disposto a
forma de inferior quando em organização de um sistema
com parâmetros superiores, Exú está no inferior,
INFERUS, “o que está abaixo”, de INFRA, “abaixo, sob”.

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Que origina à palavra “inferno” também, já que
antigamente ele ficava debaixo da terra.

“Exú que tem duas cabeças ele faz sua gira com fé, uma é
Satanás do inferno e a outra é de Jesus Nazaré”. Este
ponto se refere ao livre arbítrio de Exú pagão, entidade
estagiaria, o período de subordinado aos Exús de lei mas
já além de alma penada, quando está seguindo ao
caminho do degrau evolutivo para ser coroado Exú de
guia onde ainda associado aos vícios terrenos pode
regredir ao nível de Kiumba, afastando-se do nível
evolutivo de guardião e indo de encontro ao vampirismo
astral; Exú é quem adentra as linhas inferiores ou
infernais para nos livrar desses espíritos quando ainda
estão sintonizados com mesquinharia e asquerosidade,
como indica o fundamento do ponto “Destranca-ruas,
destranque meus caminhos que foram trancados pelo
povo pequenino, destranque meu cruzeiro que foi
trancado pelo povo Kiumbeiro, destranca minha vida que
foi trancada pela alma intrometida; destranca seu
Destranca que o mal aqui não vai ficar, destranca seu
Destranca ponha tudo em seu lugar”.

A DOUTRINA DA KIMBANDA

Relembrando que a Kimbanda genuína é derivada da


Umbanda tradicional, devem os Exús de Kimbanda seguir
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uma conduta relativa as leis de Umbanda, quando
falamos em espíritos de kimbandeiros incorporados em
um médium a doutrina é a mesma, deve este Exú e/ou
Pomba gira se portarem a caráter de honrar as leis de
Umbanda assim como o Caboclo a quem são
subordinados, postura esta firmada por Ogum Megê que
é coordenador da Kimbanda, isto confirmado pelos
fundamentos do mesmo junto a tronqueira de Exús, e em
ritos de sessões confirmado por atos como a abertura dos
rituais com pontos cantados de Ogum Megê e ao decorrer
dos trabalhos com a reverencia dos Exús que retiram seus
chapéus nos mesmos pontos, parando de beber e
conversar, o que antigamente ocorria com maior
seriedade e demonstração de respeito a hierarquia
espiritual pois quando se manifestava Ogum Megê, este
era recebido com os Exús presentes se ajoelhando,
retirando os chapéus e baixando a cabeça. Quando
falamos em organização dentro do sistema de um terreiro
devemos considerar que a primeira hierarquia
estabelecida é a de ordem terrena, sendo assim o chefe
responsável pela casa é o ponto de partida, intermediário
e conclusivo, é a partir dele que as atividades são
conduzidas, o que nada tem em relação com a evolução
espiritual mútua, devemos considerar que quando
falamos de entidades espirituais estamos nos referindo a
uma lei superior aos ritmos mundanos, ou seja, a
entidade de um médium pode ter evolução superior a
entidade de seu chefe de terreiro, inclusive no plano
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imaterial não há impedimentos em a entidade de um
médium ter grau evolutivo superior a entidade de seu
chefe de terreiro, porém quando manifestados em terra
seguem a hierarquia religiosa e não mais espiritual.

É favorável ressaltar que os espíritos se associam aos


médiuns e demais pessoas por serem afins, por afinidade
espiritual, de acordo aos princípios do indivíduo pode ele
ser incorporado por um guia de Umbanda ou não, já
independente destes fatores é a incorporação na
Kimbanda, pois Exú além de terem vários graus evolutivos
também trabalha no equilíbrio linear entre positivo e
negativo, estando presente na densidade dos
sentimentos humanos assim como no caminho do meio
acessível ao acerto e ao erro, alguns Exús, diferente dos
Caboclos que exigem postura de retidão de índole,
caráter e postura de seus médiuns; é aí que adentramos
o assunto evolução de entidade, quais são os indicativos
que podemos observar e avaliar na manifestação de uma
entidade?

• Vocabulário
• Orientações
• Linha ética
• Conduta de incentivo mediúnico
• Atuações em trabalhos
• Condições a preservar a integridade física, moral e
espiritual
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Concluo esta reflexão dizendo que o Exú que
costumeiramente deixa seu aparelho embriagado
atua em uma matéria que na sua vida tem passos em
falso, tal como o Exú insolente terá um médium com a
vida turbulenta, o aparelho incivil será acompanhado
por um Exú vulgar, vibrando o médium em seu ser bem
equilibrado em condutas morais estará sujeito a
canalizar, sintonizar e vibrar com entidades de maior
ascensão, isto o conduzirá a prosperidade espiritual.

DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

Devemos entender que a doutrina espiritual das


entidades cabe aos desígnios de Aruanda, em nosso
meio religioso focamos ao desenvolvimento dos
médiuns o que não reflete quando falamos em
doutrina das entidades pois quando incorporadas
assumem uma condição referente tempo e espaços
além do espiritual onde são direcionadas por diretrizes
religiosas, de ritos e preceitos.

Para que o médium focado tenha um guia firme de


acordo aos seus propósitos espirituais é necessário o
amadurecimento individual, pois embora muitos se
encontram em uma mesma religião cada indivíduo
tem sua religiosidade, então a importância de não
forçar ou incentivar uma incorporação prematura ao
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KIMBANDA
ponto de o médium não ter desenvolvido o mínimo de
maturidade religiosa e entendimento básico religioso,
como visto anteriormente, sintonizamos aos espíritos
de acordo a nossas vibrações e evoluções, se tornando
mais interessante a incorporação do guia em um
aparelho pronto e apto a auxiliar no desenvolvimento
deste vínculo. É então conveniente que o dirigente do
terreiro comece a desenvolver os ritos de
incorporação do médium quando os sinais de
manifestação forem presentes, tais como fluídos
espirituais aparentes, entre eles as primeiras
manifestações da presença da entidade próxima ao
médium, entre elas a sonolência extrema, o suor frio,
o balançar do corpo, tremores, espasmos, entre esses
indícios, todos, mais ou menos são sinais de que o
médium será rodante, aquele que irá incorporar,
então é chegado o momento de desenvolver o
aparelho para receber a entidade. Entendido que na
Kimbanda o Caboclo é primordial ao Exú,
normalmente é desenvolvida a incorporação pela
Umbanda não havendo necessidade de faze-la
específica para Exú ou Pomba gira, pois o Caboclo abre
uma passagem pela aura permitindo acesso futuro a
outras entidades por ele designadas, já nos casos em
que os indícios de incorporação ocorrem apenas nas
giras de Exús pode o médium ser disposto no centro
da corrente mediúnica onde a fim de desprende-lo da
consciência material e temporal é orientado a fechar
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KIMBANDA
os olhos e é conduzido e amparado a girar de forma
horária e anti-horária por vezes necessárias a
desorienta-lo dos padrões racionais facilitando uma
aproximação da entidade, ao longo dos períodos das
futuras sessões as manifestações espirituais vão sendo
mais intensas ao ponto de a entidade se manifestar
sem a necessidade de indução a desorientação de
referências físicas do médium; porém, inicialmente há
uma adaptação desta entidade que vai se habituando
a aura, ao espírito, a energia corporal e mental do
médium e elas entre si com a entidade, onde com o
passar do tempo as incorporações tendem a ser mais
duradouras, trabalho este de desenvolvimento que
não necessariamente ocorre com cambonos e
tamboreiros pois os exercícios de suas atividades e
concentração com os trabalhos já os direcionam
expondo a um contato mais tênue e continuo
direcionado as tendencias de influência espiritual; ao
contrário também acontece, pois o médium que se
afasta de seus exercícios de desenvolvimento com a
espiritualidade pode regredir os estágios de
incorporação a ponto de não mais incorporar
entidades, como também de acordo ao grau evolutivo
do médium e também o grau evolutivo da entidade
podem um se afastar do outro, podendo dar passagem
a outra entidade e em alguns casos a nenhuma.

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FALANGES

Estas estruturas hierárquicas do espiritual se formam


por associações de espíritos em afinidades de atuação,
assim formando grupos que atuam com semelhanças
em mesmos propósitos, a exemplo uma falange de Exú
chamado “7” terá sua composição com outros
inúmeros setes, imagine em uma forma triangular
como cadeia evolutiva “7,7,7,7,7,7 e 7” na base, com
“7,7 e7” nos entremeios e “7” no topo. Devo destacar
que existe o chamado trono astral, que é a conjunção
cósmica regente destas falanges tais como signos
referente ao contorno deste triangulo, regidos pelos
espíritos ancestrais, o que indica também o motivo de
algumas entidades consideradas mais antigas não
mais se manifestarem por incorporação e outras com
maior escassez, tanto por ascensão ao trono quanto
ao passar dos tempos, novas buscas dos homens cada
vez mais ocupados com a materialidade e as demais
ocupações cotidianas foram esses se desconectando
de alguns campos diretos de atuação espiritual
mediúnica, estreitando as pontes de conexão, tais
como Exú das estradas, Exú matança, Pomba gira
mirongueira, Exú poeira, Exú dos ventos, Pomba gira
da figueira, Exú pinga-fogo, Exú tronqueira, Exú
arranca-toco, Exú treme-terra e Exú pimenta, entre
outros... dentro deste assunto conseguimos
compreender os motivos de entidades denominadas
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KIMBANDA
com os mesmos nomes terem comportamentos
distintos, pertencentes a uma mesma falange e
assumindo um mesmo nome com comportamentos
diferentes, pois são entidades individuais em um
mesmo grupo de trabalho, estando diversos em um
coletivo, oque também nos permite compreender a
chamada “evolução” do Exú incorporado já que essas
falanges acolhem espíritos recém desencarnado,
espíritos da atualidade e com diversos níveis de
evolução, que ao desencarne em diferentes períodos
da evolução terrena carregam em suas memórias
questões mais recentes deste plano físico,
distinguindo assim as realidades vividas entre almas
de diferentes lapsos de tempo, o que por vezes acaba
gerando espanto aos religiosos mais velhos que
percebem hoje entidades desconfiguradas aos moldes
retrógrados, já que os com mais experiência podem
fazer o comparativo justificado em épocas, tendo
referências de parâmetros, além da influência de seus
médiuns que interferem por primazia e bel-prazer a
“refinar” questões direcionadas as entidades e seu
comportamental por quem são incorporados, como a
postura física, modo comportamental a exaltar a
vaidade na escolha de vestimentas e acessórios que
muitas vezes destoam da razão fundamentada.

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KIMBANDA
LINHAS DE ATUAÇÃO

Os espíritos Kimbandeiros são compostos por Exús


que são as entidades aparentemente ligadas ao
masculino e em outro polo as Pomba giras que são
apresentadas como entidades femininas, enquanto os
Exús tem suas atividades mais direcionadas ao
desbravamento as Pomba giras são mais ligadas a
consolidação, embora ambos os grupos tem alcance
para intervir, intermediar e atuar em quaisquer
questões, exemplificando é transmitir que enquanto
os Exús quebram as demandas as Pomba giras cuidam
de preservar nosso bom estado, concluindo que tanto
um quanto o outro podem assumir estas funções; em
uma subdivisão estes guardiões atuam em duas
principais linhas que comportam as demais, que são as
chamadas ‘povo das almas’ que atuam mais ligados as
questões mentais, emocionais, de saúde espiritual,
intrínsecas, estando esta linha mais focada no invisível
de nossa existência, em contraste temos o ‘povo dos
cruzeiros’ que são entidades mais ligadas as questões
de nossa vivencia material, como causas amorosas,
financeiras, saúde física e etcs... podendo também
estes povos atuarem de forma mútua em todas as
questões de necessidade, como também
complementarem suas magias. Assim são divididos os
chamados reinos de Exú, lugares físicos onde estão
assentados sua força espiritual como cemitérios,
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KIMBANDA
praias, trilhos férreos, matas, cruzeiros, encruzilhadas
e etcs... Simplificando as principais linhas podemos
dizer que o ‘povo de alma’ são acentuados nos lugares
ermos a comum concepção dos homens, nos
cemitérios, nas matas, nos mares, nas cachoeiras, nos
trilhos e além, o que nos permite uma melhor
concepção de seus arquétipos quanto entidades, de
postura séria, fala arrastada, aparência fechada,
retraída e meditativa, enquanto o ‘povo de cruzeiro’ é
mais atuante, tanto em sua postura boemia,
sorridente, extrovertidos e rápidos quanto em seus
campos de atuação onde os homens são comuns
transeuntes, como encruzilhadas, praças, estradas,
cruzeiros e etcs, ainda temos os espíritos
intermediários entre os povos dos cruzeiros e das
almas, chamadas de entidades do cruzeiro das almas
como alguns pretos velhos que em maioria são
kimbandeiros e Exús mirins atuantes em cruzeiros do
cemitério e/ou cruz mestra(cruz das almas), assim
como o Exú João Caveira que sob a ordenança de
Ogum Megê exerce uma ligação executiva entre a
linha das almas e do cruzeiros, ciganos de almas nas
praças de cemitério ou em suas redondezas, cruzeiro
de praia, cruzeiro de mato e outros, se tornando
favorável constar que toda entidade é uma alma.

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KIMBANDA
ASSENTAMENTO DE EXÚ

O assentamento de Exú específico a guarnição do


médium, ou feitura de Exú do individual normalmente
se dá após a incorporação da entidade em seu
aparelho, a fim de com este ritual trazer um campo de
ligação mais íntimo e imediato no cotidiano de seu
protegido, firmando um elo agora espiritual e físico, a
materializar tal aliança, considerando as
fundamentações anteriores aqui citadas tais qual a
hierarquia espiritual além do plano físico como
também a necessidade de amadurecimento de um
médium a assumir sua vocação em reciprocidade
como sua evolução contínua e constante a sintonizar
de encontro a uma determinada entidade não se faz
sólida a afirmação de que o médium seja antes da
incorporação destinado a uma determinada entidade,
esta deve antes de ser cultuada em assentamento se
manifestar e se identificar com nome, ponto riscado e
ponto cantado, firmando que além de uma entidade
de incorporação servirá de guia nos caminhos da
espiritualidade de determinado médium; além dessas
questões consideramos também médiuns que não
sofrem a incorporação, alguns de forma definitiva,
outros de forma passageira mas que devido a suas
atuações nas atividades ritualísticas do terreiro e em
outros casos até por questões de vulnerabilidade
espiritual acabam com assentar em sua defesa Ogum
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KIMBANDA
Megê ou este acompanhado dos seus Exús de chefia
do terreiro, que são os Exús guardiões do templo ao
qual pratica o exercício de sua religião; caso de forma
posterior este médium venha a incorporar entidades,
essa mesma que assume a guia do médium deve
orientar quais outros Exús compõe o cruzeiro de
proteção do médium, o que normalmente são um
casal de Exús de almas acompanhados por um casal de
Exús de cruzeiro e vice-versa, assim formando a
estrutura de firmamento de tronqueira com 7 Exús,
sendo Ogum Megê e o casal de chefia as raízes que dão
solidez e origem ao sistema de feituras onde são
acompanhados pelos 4 Exús ligados ao médium, é
considerado Exú de frente geralmente aquele que se
manifesta a anterior aos demais, pois geralmente é
este o comandante da tronqueira desse médium,
podendo ser este e seu companheiro ambos de
cruzeiro ou ambos de almas a fim de trabalharem em
equilíbrio energético, deixando os fatores
coadjuvantes aos Exús de fundo que serão ambos de
outra linha que difere dos Exús de frente, ou seja, se
os Exús de frente forem o cruzeiro então os Exús de
fundo serão de alma, já se os Exús de frente forem de
alma então os Exús de fundo serão os de cruzeiro.

Normalmente os assentamentos de Exús recebem


preceitos com maiores intensificações ao longo dos
anos, todos iniciam com o cruzamento de pólvora,
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KIMBANDA
amací (ervas maceradas), pemba e bebidas, alguns
evoluindo para ritual com uma ave, após, alguns para
7 aves, após, outros para obrigação de quadrúpedes e
ainda outros para a obrigação de boi, o que pode levar
décadas; se faz necessário salientar que o grau de
obrigação ofertada aos assentamentos nada tem em
relação com a evolução espiritual da entidade, isto é
muito mais direcionado pela devoção do médium do
que qualquer outra questão, se estendendo as
questões da sacralização também as ferramentas que
compõe os assentamentos, inicialmente o Exú é
representado por ima imagem de gesso e uma
quartinha, ao longo do tempo são acrescentadas
ferramentas representando a expansão desta
entidade na vida do médium ou até mesmo do coletivo
relacionado a uma terreira, esfera de aço,
engrenagens, tridente, ponteiras, representação de
crânio, caixões, moedas, pedras místicas, chaves,
correntes, cruz, cadeados, punhal, navalha, dados,
coroa, baralhos de cartas, leque, espelho, tesoura,
cachimbo, perfume, batom, esmalte, estrela do mar,
cavalo marinho, conchas, pérolas, colares, brincos,
argolas, pulseiras, braceletes, pedaço de telha, caco de
tijolo, ossos, arame farpado, ferradura, cipó, pó de
metais, terra, areia, imã, ponto riscado forjado em
ferro, prato de barro, alguidar, panela ou caldeirão de
ferro, entre outros elementos que compõe o abassê
de Exú de acordo a sua linhagem, que geralmente se
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KIMBANDA
torna considerado completo quando assume a chefia
de uma tronqueira. Concluo dizendo que o
assentamento é uma etapa conclusiva de preceitos,
pois antes de chegar até ele, foram cumpridas
oferendas e rituais nos devidos reinos com o propósito
de despertar e vincular energias, potencializando as
emanações do abassê de Exú.

SOBRE O RITUAL DE FESTA

Curimba, toque de elebó ou festa de Exú são termos


padrões para designar o ritual que geralmente é
aberto a visitação pública durante o período de
reconfirmação ou graduação dos assentamento; cada
vez que se sacraliza para as entidades chefes de
Kimbanda é feita a festa a fim de abrir espaço a família
religiosa, amigos, conhecidos e adeptos para juntos
testemunharem e devotarem mais um período de
confirmação dos votos de exercício da fé como
também mais um ano da manifestação desta entidade
seja por meio de incorporação ou não, o prato
principal que corresponde a obrigação de
derramamento de menga e sempre associada em
decorrência deste preceito, é o ritual de elebó, pois o
mesmo simboliza o compartilhamento de energia e
fortalecimento da união espiritual entre os que deste
compartilham, basicamente é composto por
elementos que representam a linha de cruzeiro como
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bolinhos de carne moída fritos malpassados e
temperados com sal e pimenta; linha das almas com
fígado bovino cru e sem tempero; linha da praia com
peixe assado e temperado com sal, pirão d’água,
frutos do mar e molho vermelho; linha das matas com
raízes e folhas como a alface, cenoura e beterraba
raladas; linguiça com farofa por entoação a linha de
Pretos Velhos Kimbandeiros, milho torrado e cachaça
para todos exús, pipoca e espumante para todas
pombagiras; ovos cozidos para representar a ordem
das entidades animálias como Exú Morcego, Exú
Cobra, Exú Pantera negra, Exú Gato preto, Exú Asa
negra; azeite de dendê; complementos como pimenta
fresca, repolho roxo, pimentão, cebola roxa, azeitonas
geralmente pretas também podem compor os pratos;
É necessário dizer que bolinhos malpassados para o
cruzeiro são dispostos nos alguidares junto a bolinhos
crus para que possam complementar o ritual com o
povo de alma, assim como o fígado cru para o povo das
almas também é disposto junto ao fígado mal passado
contemplando a associação com o povo do cruzeiro,
ao mesmo tempo que um Exú serve a sua própria
linhagem de trabalhos está convidando outras linhas
para junto atuarem, todas entidades manifestadas
comem de tudo que é servido como expressando um
acordo, aceitação, confirmação, participação e
comunhão ao rito, agora também envolvidos nas
causas espirituais desta tronqueira, e por isso os Exús
Pai Branco d’Oxalá
25
KIMBANDA
dos médiuns presentes no momento do ritual de elebó
devem se manifestar, pois do contrário é afirmar que
estão em desacordo ao ritual; após servido e
encerrado o elebó de Exú, a sequência complementar
é realizada pelo povo cigano que distribuem frutas,
flores, chocolates, incensos, patuás, grãos, cereais e
perfumes entre toda assistência presente no ritual. é
como se junto a carne os Exús consumissem as
mazelas e após o povo cigano vem estabelecer a boa
sorte e a prosperidade. Somente a partir do
encerramento do elebó é permitido as entidades dos
médiuns visitantes puxarem seus pontos de
fundamento, pois a partir do elebó é que
legitimamente fazem parte do ritual.

• PONTO CANTADO PARA ELEBÓ:

“ Elebó de Exú, quem quer?

Quem vai querer?

Quem vai comer?

Quem toma lá, dá cá, quem vai tomar xoxô(referência


a sacralização)

Quem dá de beber também bebe e quem dá de comer


também come!”

Pai Branco d’Oxalá


26
KIMBANDA
• PONTO DE ENCERRAMENTO DO ELEBÓ:

“Cadê o ebó que eu plantei na encruzilhada,

Para saudar ao Exú rei (referência ao chefe da


tronqueira),

Rei das 7 encruzilhadas (referência as entidades


associadas ao chefe da tronqueira).”

• PONTO SEQUENCIAL AO ENCERRAMENTO DO


ELEBÓ:

“Caboclo roxo comedor de carne crua,

Firma seu ponto no meio da rua;

Firma com sol,

Firma na lua,

Chegou 7 encruzas no meio da rua.”

*É como dizer que estaremos juntos a qualquer


hora pois espiritualmente somos unidos.

• SEQUÊNCIA FINAL:

Eu vinha vindo devagar,

Pai Branco d’Oxalá


27
KIMBANDA
Meu devagar é bem ligeiro,

Para saudar as falanges dos 7 cruzeiros.

*Traduzo em que, quem tem conexões em todos os


cantos não têm pressa, e mesmo sem correr estará
ao alcance de todos, Exú está entre eles.

• PONTO DE CIGANOS

“Amigos joguem flores e perfume,

Joguem flores e perfume que os ciganos estão em


festa!

Hô hô, hô hô hô, hô hô hô povo cigano...”

POSTURA MEDIÚNICA

É preciso entender que ao médium cabem o interesse


pela prática religiosa, deve ele entender que sua
religiosidade dentro de um terreiro é retificada pelos
mentores materiais e espirituais, cabendo acatar
aquilo que lhe é orientado a prol de desenvolver
harmoniosa rotina junto a suas associações religiosas;
devendo com bom senso compreender que embora
nem todas as dificuldades serão sanadas através das

Pai Branco d’Oxalá


28
KIMBANDA
questões espirituais, sua religiosidade está nos hábitos
cotidianos. Ser um bom médium é assumir seus
compromissos com honra, exercer o bem sempre que
possível, sempre agir com verdade, buscar o
conhecimento religioso de forma contínua e
constante, procurando auxiliar nas questões
pertinentes em que possa de alguma forma auxiliar;
assim relembrando que as entidades, seres de luz ou
contrários estarão dispostos por associações afins, ou
seja, aquele que semeia o bem com o bem estará,
quanto aquele que se corromper com corrompidos se
encontrará; em outras palavras é como dizer que de
acordo a nossas escolhas vamos nos associando a bons
médiuns, bons espíritos ou do contrário ao contrário;
visto que a Kimbanda é extensão da Umbanda e esta
também se compõe por outros conceitos religiosos e
filosofais como os cristões e espíritas, cito alguns
versículos que definem a frase, ‘diga-me com quem
andas que eu te direi quem és.’

Não se deixem enganar: "As más companhias


corrompem os bons costumes".

1 Coríntios 15:33

O que anda com os sábios ficará sábio, mas o


companheiro dos tolos será destruído.

Provérbios 13:20
Pai Branco d’Oxalá
29
KIMBANDA

Como é feliz aquele

que não segue o conselho dos ímpios,

não imita a conduta dos pecadores,

nem se assenta na roda dos zombadores!

Salmo 1:1

Não se associe

com quem vive de mau humor,

nem ande em companhia

de quem facilmente se ira;

do contrário você acabará

imitando essa conduta

e cairá em armadilha mortal.

Provérbios 22:24-25

Pai Branco d’Oxalá


30
KIMBANDA
Não ande com os que

se encharcam de vinho,

nem com os que

se empanturram de carne.

Pois os bêbados e os glutões

se empobrecerão,

e a sonolência os vestirá de trapos.

Provérbios 23:20-21

"Pois estamos tendo o cuidado de fazer o que é


correto, não apenas aos olhos do Senhor, mas
também aos olhos dos homens."

2 Coríntios 8:21

Quem tem muitos amigos

pode chegar à ruína,

mas existe amigo

Pai Branco d’Oxalá


31
KIMBANDA
mais apegado que um irmão.

Provérbios 18:24

É melhor ter companhia

do que estar sozinho,

porque maior é

a recompensa do trabalho

de duas pessoas. Se um cair,

o amigo pode ajudá-lo a levantar-se.

Mas pobre do homem que cai

e não tem quem o ajude a levantar-se!

Eclesiastes 4:9-10

Pai Branco d’Oxalá


32
KIMBANDA
SOBRE ENTIDADES

Expondo que as religiões e dentro delas os dogmas,


cultos e preceitos foram criados pelos homens a fim
de exercer sua fé para através de suas crenças obter
uma maior sintonia com o plano da espiritualidade,
então lógica e racionalmente podemos intuir que ao
longo de implantação de ritos e diretrizes estes
mesmos foram sofrendo aperfeiçoamentos que
provavelmente serão constantes, o que muitos
consideram favorável ao dito progresso, que entendo
como reflexivo de acordo a realidade de cada época
assim como também a índole de quem o flexibiliza;
temos que compreender que o espiritual como um
todo em nenhum ponto tem a necessidade de rituais,
oferendas ou quaisquer que sejam as manifestações,
embora nossos atos religiosos são direcionados pela
devoção e pelo espiritual são reconhecidos como
materialização de fé; sendo assim o mais importante
de nossa parte como médiuns é preservar o âmago, a
essência de forma mais genuína possível, o que
infelizmente está a cada dia mais difícil para a grande
maioria, seja pela escassez material em quantidade,
qualidade ou por questões de carência financeira,
pelas questões éticas, morais e comportamentais que
restringem os médiuns a um constante
aperfeiçoamento mais exigente que os preceitos
físicos, pelas ilusões impostas por parte dos charlatões
Pai Branco d’Oxalá
33
KIMBANDA
e mercenários dá fé que ao público em geral aculturam
com as promessas de que cabe ao espiritual a
providência de sanar todas as questões terrenas, onde
após se sujeitarem a todos os tipos de desgastes e
investimentos acabam decepcionados e desertores do
caminho religioso ou ainda seguindo um novo
caminho com menos devoção, empenho e dedicação.

Oque devemos seguir como direcionamento é o


entendimento de que os espíritos sérios não se
comprazem de sistemas desorganizados, com falta de
boa sintonia. Então para a fluidez dos meios a serem
influenciados pelas entidades se fazem necessários
posicionamentos a cativar vibrações, em âmbitos de
sujeira seja ela moral ou física como o uso de drogas,
promiscuidade, maus sentimentos e pensamentos
negativos, pois neste meio de sintonia se faz
satisfatório apenas aos que com ele vibram, enquanto
a presença das entidades superiores e os elementos a
suas disposições geram o banimento das baixas
vibrações e seus espíritos. O Exú e a Pomba gira não
precisam incorporar para atuarem, inclusive muitas
vezes se projetam de melhor forma quando apenas
em espírito pois não estão eles marginalizados ao
físico de seu médium assim como limitados a mente
humana; quanto mais retrogrado o tempo mais
comum eram as representações de Exús por imagens
de corpos nus, com chifres, rabos, patas de animal,
Pai Branco d’Oxalá
34
KIMBANDA
olhos com traços felinos, de cor amarela e pele
vermelha, na ideologia sem preparo e imediata
seriam, assim como muitas vezes foram associados ao
satânico e demoníaco, onde na verdade intuitiva de
quem os moldou sobre um olhar místico havia uma
simbologia religiosa além da visão comum, onde os
chifres além de representarem defesa por estarem
acima da cabeça representam a sabedoria acima do
racional, o rabo representa o tenacidade e o atinar de
encontro a astúcia, as patas e cascos como um poder
de com a inteligência sobre-humana intervir e
adentrar em caminhos os quais o homem não pisa, os
olhos de silhueta felina e/ou cintilantes como aquele
que é atento na luz e escuridão, a pele vermelha
destacando as características sobrenaturais, caveiras e
ossos representam a existência além da encarnação
enquanto corpos nus simbolizam a quebra de
paradigmas naturais ao povo kimbandeiro, Exú não
tem aparência definida, podemos defini-los
fisicamente como um anjo ou demônio o que em nada
desconfigura a índole de sua alma.

A exemplo temos a imagem de Exú Tirirí, que aparenta


sem um homem de média estatura, com as roupas
puídas e chamuscadas, rosto com testa arredondada e
queixo afinado, orelhas grandes e pontiagudas, dentes
superiores dianteiros sobressalientes como semblante
roaz, de cabelo liso e escorrido, em pé, de pernas entre
Pai Branco d’Oxalá
35
KIMBANDA
abertas, corpo levemente inclinado a frente, braços
estendidos abaixo e para frente, com as palmas das
mãos opostas para fora, punhos com mãos
semifechadas onde o dorso das mãos se encontram.

PONTO DE EXÚ TIRIRÍ

“O Tirirí é belo, é belo;

É um belo Exú.”

Olhando para a imagem de representação de Exú Tirirí


pela compreensão de beleza imediata as aparências,
com respeito, ouso dizer que está entre as
apresentações mais contrárias a beleza quando
comparada as demais entidades, porém, se formos
fazer uma analogia simbólica a roupa chamuscada
desencontra com os cabelos bem alinhados, dando a
entender que mesmo carregando nobreza adentra
campos densos; o corpo inclinado indica o esforço, a
carga da reponsabilidade em simultaneamente como
indica a posição das mãos unir e se associar a duas
linhas que são paralelamente diferentes e aliadas,
entre cruzeiros e almas; por ser um Exú chefe de
falange que adentra por linhas de todos os reinos,
assim entrecruzando sua falange entre outras, sua
boca que representa o comando foi adornada com
dentes de rato, representando a facilidade em
embrenhar sua ordenança nas diversas linhagem da
Pai Branco d’Oxalá
36
KIMBANDA
Kimbanda; orelhas grandes apontando atenção, as
pernas abertas e afastadas confirmam um pé lá e
outro cá, como o caminho de fusão entre as bandas;
pés e unhas grandes como de urso, indicativos de
domínio, força e poder. Pode não ser apreciável aos
leigos, mas é significativamente belo aos olhos que
carregam o fundamento kimbandeiro.

REPARE O ARQUÉTIPO ENTRE AS IMAGENS:

*Observe as semelhantes silhuetas entre a imagem e o


ponto, referência dos tridentes como cabeça e pés, o
Pai Branco d’Oxalá
37
KIMBANDA
símbolo dual e torcido ao centro referente as mãos, é uma
representação mútua em estruturas diferentes, assim
carregando a mesma simbologia e seus respectivos
significados.
**Ressalto esta imagem não ser exatamente fiel as
genuínas, mas sim a mais próxima dentre as que
encontrei.

Outra questão a destacar é a forma de expressão


coloquial utilizada nas nomenclaturas de Exús assim
como para se referir e inúmeras questões da Umbanda
e Kimbanda, estrutura essa pré-estabelecida por
consequências relacionadas a cultura social dos
médiuns “fundadores”, as entidades que em
consequências da incorporação acabam tendo sua
manifestação desconfigurada pelas faculdades físicas
refletindo em suas formas de manifestações e
enunciação como também dialetos próprios ao
terreiro, onde a exemplo de expressões usadas são
‘escrevinhado’ referente a anotar ou escrever;
‘coringando’ o mesmo que observando, ‘cocuruto’
para se referir a cabeça e etcs, assim também termos
que podem se referir a uma única questão ou ter mais
de um significado foram empregados para nomear
campos de atuações e falanges como Tranca-rua para
indicar o que impede acesso de cargas negativas; Mª
Mulambo para a guardiã que cuida do lixo astral

Pai Branco d’Oxalá


38
KIMBANDA
encaminhando as almas para reciclagem moral;
Porteira pra definir portas, acessos, portais, conexões
e passagens; Exú de caveira ou Exú Caveira como
referência aquele que cuida da alma quando não mais
existe o corpo e etcs...

OGUM MEGÊ

Ogum Megê é uma manifestação espiritual de


comando da linha das almas, sua falange é atuante
entre a Umbanda e a Kimbanda como um organizador
que entrecruza de um lado a outro mantendo o
equilibro entre ambos; atuante junto aos Caboclos é
chamado de general, quando junto aos Exús é capitão,
esta associação se dá justamente por em sua essência
comparativa de evolução da falange, podemos
entender que a uma vibração mais densa desta
entidade quando manifestada nas magias
kimbandeiras diferente de quando nos trabalhos de
Umbanda, por isto a denominação de um cargo
superior nas linhagens de Umbanda onde é
reverenciado como Ogum Megê o senhor das
encruzilhadas, quem coordena o povo de cruzeiro,
quando na Kimbanda Ogum Megê da calunga o
comandante do povo das almas; resumo dizendo que
Ogum Megê é uma entidade de ação totalmente
ligada ao desenvolvimento de tarefas das almas, seja
em uma linha ou em outra.
Pai Branco d’Oxalá
39
KIMBANDA

EXÚ TRANCA-RUA E EXÚ DESTRANCA-RUAS

Através dos caminhos que se cruzam entre si e


também cruzam almas, lugares e pessoas, que
encontramos as encruzilhadas físicas e espirituais, e é
em seu núcleo que está Ogum Megê e em suas
extremidades os Exús Tranca-rua e Destranca-ruas,
que para alguns são considerados uma mesma
entidade em diferentes atuações, também entendidos
como irmãos, cumplices, opostos e complementares;
em uma mesma causa pelas leis cármicas e da
evolução. Vem o Sr. Exú Tranca-rua banindo as cargas
negativas assim como quebrando as influencias
espirituais de oposição as leis naturais; É ele, Tranca-
rua, quem bloqueia os ataques de inimigos, sejam
visíveis ou não.

EXÚ DETRANCA-RUAS

Esta falange é atuante nos meios de desfazer o mal,


enquanto Tranca-rua que é mais atuante na linha das
almas assegura para que o mal não adentre campos
que não o pertençam, Destranca-ruas que é mais
associado ao cruzeiro trabalha para que os males
atuantes sejam retirados, é associado a magia de
reversão; É a única entidade além de Ogum Megê que
tem livre transito entre os vários planos espirituais,
Pai Branco d’Oxalá
40
KIMBANDA
mesmo que de forma passageira dos mais baixos aos
mais altos, é uma entidade de ‘magia branca’ diferente
de Tranca-rua, não atua na chamada ‘magia negra’;
Atuante imediato em banimento de espíritos
obsessores e vampiros astrais. Tranca e Destranca
barram a desordem, canalizam a ordem e
reorganizam.

EXÚ PORTEIRA/7 PORTEIRAS

É sua falange a guardiã dos portais espirituais, dos


caminhos de passagem e conexão entre os planos e
reinos da Kimbanda; Quem entra pelo portão do
cemitério visita o local onde estão sepultados os
mortos, já que tem a permissão de Exú Porteira, no
mesmo local adentra com magia o portal de encontro
aos espíritos; tais como praia, mato, pedreira,
cachoeira, lixões, hospitais, igrejas, tronqueiras e etcs,
onde houver entrada e acesso é ‘Saravá Exú da
porteira’ para entrar e sair em boa segurança
espiritual, para melhor condição ‘Saravá Exú Porteira
para me vincular a conexão, Saravá Exú Tranca-rua
para assegurar minha permanência sem perturbações
e Saravá Destranca-ruas para me guiar pelo melhor
caminho’ e assim saravando os guardiões de cada
reino que se adentra, em cemitérios Ogum Megê,
Iansã, Exú Caveira, Exú de Omolú e outros; Em
encruzilhadas Exú Tirirí, Exús e Pomba giras dos 7
Pai Branco d’Oxalá
41
KIMBANDA
cruzeiros; No mato os Exús de mato e assim para cada
local e ritual.

EXÚ TIRIRI

Este Exú é considerado um dos chefes das falanges do


cruzeiro justamente por ter acesso de magia a todos
os tipos de cruzeiros, sejam cruzeiros de ‘T’,
encruzilhadas de ‘X’, em ‘S’, de ‘Y’, encruzilhadas
férreas, cruzeiros de praia, cruzeiros de mato, cruzeiro
das almas, é reconhecido por sua disciplina e
associação com a vidência.

FALANGE DO 7

A força do ‘7’ é também associada por atuar em


diversos e distintos pontos...

Falando de uma forma geral, a maioria das entidades


identificadas com o ‘7’, sejam 7 encruzilhadas, 7
cruzeiros, 7 porteiras, 7 liras, 7 saias e demais setes,
são entidades que de formas distintas e paralelas
podem ser associadas a algum vínculo de magia com o
“povo do oriente”. Diferente da maior parte dos Exús
que trabalham em áreas mais respectivas, as falanges
de ‘7’ adentram fluidicamente a maioria dos campos
energéticos de origem física e espiritual, é um grupo
de entidades que diretamente associam-se a qualquer
linha de trabalho.
Pai Branco d’Oxalá
42
KIMBANDA
TRIBO DE OSSO

Exú Caveira, Exú de caveirinha ou Exú Caveirinha, Sr. 7


caveiras, Exú Tata Caveira, Dnª Rosa Caveira e Exú João
Caveira são basicamente os principais seguimentos da
linha dos ossos, compostas geralmente por espíritos
correlativos ao desencarne familiar e/ou coletivo,
atuantes imediatos em relação das almas recém
desencarnadas, sua principal natureza de atuação são
campos-santos, de cemitérios abertos aos
clandestinos; São entidades que atuam rumo ao
progresso familiar, por vezes auxiliam em questões de
reconciliações e também contra afastamentos
parentais como também irradiam bons fluidos a fim de
reparar dificuldades de mesma esfera.

As principais subdivisões características deste grupo


são:

TATA CAVEIRA

Atuante na gestão dos Exús de cemitério e almas,


como toda linha de caveira, são médicos do espírito,
no caso de Seu Tata sobre influência de regeneração
das almas ainda com traços de dependência química.

Pai Branco d’Oxalá


43
KIMBANDA
EXÚ CAVEIRA

Administração da linha das almas e cemitérios, onde


atua de forma parcialmente paralela com o Exú
Omolú, conduzem o cemitério a forma de ao que é
depositado dentro da terra ou sepultura estar aos
cuidados de Exú de Omolú e oque estiver fora é de
comando do Exú Caveira. De certa forma surgem
evidências de serem uma mesma entidade dividida em
polos de atuação, um encontra-se a frente da cruz
mestra em relação a principal entrada do cemitério
enquanto o outro é encontrado na parte de trás.

EXÚ CAVEIRINHA

É quem recebe os trabalhos de cemitério, também


atuante junto a linha dos Exús mirins, é o cobrador das
causas de injustiça vinculados a demandas espirituais;
faz a recepção e vigilância dos mortos.

ROSA CAVEIRA

É o lado feminino da falange, responsável pelo registro


astral do desencarne. Ligada ao poder sensitivo e
intuitivo é quem acalenta as almas para uma maior
aceitação do desligamento físico dando a elas uma
melhor condição de paz e evolução.

Pai Branco d’Oxalá


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KIMBANDA
7 CAVEIRAS

É uma entidade encarregada de despertar no recém


desencarnado sua totalidade de consciência além da
última encarnação, está associado também as artes da
necromancia.

JOÃO CAVEIRA

Entre a linha de cemitério e cruzeiro, como


mensageiro, a fim de manter a comunicação e
sincronia de auxílio no equilíbrio espiritual entre os
reinos está o Sr. João Caveira, é ele o Exú e esta a
falange de trabalho atuante junto a Ogum Megê, são
eles que pisam no cruzeiro informando os
desenvolvimentos da linha das almas e também
adentra os portões da calunga firmando a atuação do
reino das encruzilhadas; é João por caminhar entre os
homens e caveira por andar entre os mortos.

POMBA GIRA DAS ALMAS

Mensageira de alto grau no reino das almas, é ela


atuante direta no processo de travessia das almas, no
sentido de evoluir ou regredir a uma nova condição do
plano espiritual a ser pesada pelo nível de mérito
individual plausível a cada espírito.

Pai Branco d’Oxalá


45
KIMBANDA
Mª PADILHA

Maria Padilha é o Exú mulher, Pomba gira, formada


por uma falange feminista que atua com o povo de
alma, intermediária direta entre Exú Caveira e Exú
Omolú, também voltada em especial ao trabalho nas
causas femininas e de feminicídio.

Mª MULAMBO

É a intercessora dos humildes, auxiliar na elevação das


almas, é quem atua através de falanges de resgate
orientando os espíritos carregados de larvas astrais,
sua função é também de orientação também
desintoxicar as almas dos resíduos viciosos, reciclar o
lixo de sentimentos é sua definição.

Mª QUITÉRIA

É uma Pomba gira de defesa, atua intercedendo na


evolução dos espíritos de suicida, protege tanto aos
vivos quanto aos desencarnados contra os ataques e
influências de kiumbas; é especialista em desfazer
feitiços.

EXÚ DO LODO

É uma linhagem de Exús associados a depuração das


almas corrompidas e corruptas, atuante no resgate e
Pai Branco d’Oxalá
46
KIMBANDA
regeneração de escrúpulos, éticas e princípios de
almas massivamente escurecidas pela corrupção,
estupros e assassinatos; é quem trata o lodo da alma.

EXÚ CAPA PRETA

É uma linha associada ao ocultismo, atua com


camuflagens espirituais, sua falange é quase que
sempre invocada para fechamentos de corpos e casos
de sumiço, tanto para aparecer quanto para
desaparecer.

EXÚ DE OMOLÚ

O Exú de Omolú ou de uma forma mais direta Exú


Omolú, são espíritos correlativos a linha da esquerda
da falange de entidades de Omolú da Umbanda, por
essa associação a linha que se manifesta é considerado
o mais velho entre os Exús, em alguns casos são Exús
que em outro momento pertenciam a uma
determinada linha mas que mediante a evolução rumo
ao trono estagiam o título de Exús de Omolú, formam
uma legião que convertem kiumbas e almas em Exús.

EXÚ DE LUCIFÉR

É uma falange composta por magos negros e espíritos


da antiguidade que foram associados as práticas do
ocultismo; Entre alguns dos motivos de raramente
Pai Branco d’Oxalá
47
KIMBANDA
incorporarem um médium é justamente a grande
incompatibilidade de fluidos energéticos que
carregam estes espíritos em relação aos médiuns,
mesmo sendo espíritos falangeiros e não o próprio
Lúcifer, oque fica entoado e explicito na própria
acentuação e pronúncia entre Lúcifer e Lucifér.

EXÚ DE BELZEBUTH

Os anjos da esquerda, sua legião é formada por almas


que antes eram retrogradas a evolução humana,
dentre eles o avanço tecnológico e as ciências gerais,
onde por influenciarem os humanos a uma limitação
de culto somente espiritual, fanatismo, acabaram por
serem rebaixados e hoje junto a uma nova
possibilidade de mútua evolução a inspirar homens
em suas artes recebem o título de Exú Belzebuth.

EXÚ DE MARABÔ

Tenho por entendimento que o Exú de Marabô seja


um indicativo a Exú da linha das águas, pois visto a
língua quiniaruanda, abô seria uma referência a
‘aqueles’, Marabô uma mistura de linguagem que é
viável aos dialetos de terreiro podendo significar
‘aqueles do mar’ o que embora não tenha certeza, fato
é que trabalha em suas falanges associado as linhas
férreas, de mato e praia. Linha de ganga, linha de
chefes espirituais, feiticeiros e curandeiros.
Pai Branco d’Oxalá
48
KIMBANDA
EXÚ CIGANO E POMBA GIRA CIGANA

A tribo de ciganos na linha de Kimbanda que também


são chamados Exús ciganos, diferentes dos povo
cigano da Umbanda ou linha de oriente, carregam em
seus traços espirituais cargas de assassinatos, trafego
humano e toda má sorte relacionada as causas de
degeneração espiritual ligada a vinganças mortais,
jogos de azar e demais referentes as causas onde a
vida humana é rebaixada aos bens materiais, tal qual
a escravidão; hoje atuam de forma mística a favor da
libertação e contra os vícios obsessivos. Os ciganos de
Oriente embora encontrem linhas de acesso através
de manifestações na Kimbanda tem seu cu4e
lto de feituras e fundamentos exclusivamente pela
Umbanda, sendo assim não recebem menga, o cigano
feito e assentado junto a tronqueira de Exús sempre
serão Exús ciganos ou ciganos cruzados, que são ou de
alma ou de cruzeiro.

EXÚ DOS VENTOS

Sobre Exú ventania posso afirmar que são compostos


por espíritos associados aos fenômenos naturais e
atmosféricos, tem grande associação de magia e
manifestação por insetos e animais peçonhentos.

Pai Branco d’Oxalá


49
KIMBANDA
FALANGES ANIMALIDEAS

Entre estas falanges temos Exú Gato preto que é


associado as mudanças vibracionais de sorte ou azar,
pactos e adivinhatórios; Exú Cobra atuante em
processos de desenvolvimentos laboratoriais, atuante
através de animais peçonhentos e venenosos como
também em casos de reverter traições morais, olho
grande, inveja, pragas rogadas; Exú Pantera negra,
atuante no desbravamento de recursos naturais e
protetor da fauna; Exú Morcego que é repelente as
obsessões espirituais e influenciador astral de poções
de encantamento; Exú Asa negra, também
compreendido como anjo negro tem o poder de barrar
influencias negativas e devolver as mesmas ao seu
ponto de origem, também atua como um infiltrado
entre as hostes de espíritos negativos.

EXÚ MANGUEIRA

É auxiliar no banimento de entidades opostas as boas


sintonias nos períodos de rituais de sacralização,
sejam rituais internos ou externos; é tanto associado a
árvore mangueira quanto a mangueira de curral.

EXÚS MIRINS

Esta linha se divide em duas principais linhas que são


as falanges dos Exús Mirins e Pomba gira Meninas,
Pai Branco d’Oxalá
50
KIMBANDA
além de Exús Brasinha e Exús Calunguinha, são
acolhedores aos espíritos infratores da juventude, os
acolhendo, aconselhando e encaminhando. São o lado
negativo das linhas de Cosmes, apresentam-se com
aparências de 07 a 21 anos.

EXÚ DO DINHEIRO

Exú do dinheiro, Exú chama dinheiro, Exú do ouro ou


Exú Botucuí é uma falange que tem trabalhos mais
focados a construção e incentivos materiais que
espirituais em relação ao homem, auxilia nas causas
de finanças e incentivos de inspiração a força
produtiva, a fins de abrir caminhos se associa ao Exú
Destranca-ruas, povo cigano de almas e de oriente.
Desconheço incorporação desta entidade.

EXÚ PINGA FOGO

É o punidor de kiumbas, com a irradiação fogo


espiritual cauteriza os miasmas e escaras das almas
que foram vampirizadas por obsessores, também atua
com banimentos ritualísticos de pólvora e fogo.

EXÚ BRASA

Compadre de Exú pinga fogo, atua nas magias de


quebra de demandas também a auxiliar nas linhas de
pretos velhos.
Pai Branco d’Oxalá
51
KIMBANDA
EXÚ PAI THOMÉ

Preto Velho Kimbandeiro, mais acentuado em culto e


atuações na linha de esquerda, sendo o chefe da linha
de pretos velhos kimbandeiros, diferentes dos outros
pretos velhos de Umbanda que também atuam na
Kimbanda o Pai Thomé é considerado um Exú, Pai
Thomé da calunga.

7 LIRAS

A linha da lira é composta por trabalhadores das


questões de saúde física, espiritual e mental também
inspiradores de questões culturais e artísticas,
ocorrendo de outras inúmeras entidades se
associarem a esta falange chefiada por Exú 7 da lira.

EXÚ DUAS CABEÇAS

São falanges de almas direcionadas pelo altruísmo,


consistentes da essência de conciliação entre povos,
tradições e nações, atuantes das questões psíquicas;
representa a neutralidade espiritual estabelecida
mediante o livre arbítrio de erros e acertos.

Pai Branco d’Oxalá


52
KIMBANDA
EXÚ DA MEIA NOITE

Exús da meia noite são entidades voltadas ao


misticismo, a segurança de sigilos espirituais, a sombra
dos mistérios das forças ocultas e toda sua simbologia.

EXÚ VELUDO

É Exú veludo uma das principais linhas referentes a


educação humana e espiritual, atua através do
compartilhamento de conhecimentos; Seu nome
‘Veludo’ é uma referência a sua forma refinada de ser
como também sua metamorfose a imagem de um
grande cão negro.

EXÚ GIRA MUNDO

Os Gira-mundos ou Vira-mundos são entidades de


reversão cármica, são os responsáveis por vetar ou
permitir o desenvolvimento individual de acordo ao
mérito, lei do retorno. Me refiro as voltas que o
mundo dá.

POMBA GIRA 7 SAIAS

São entidades de acesso a todas as linhas da


Kimbanda, ‘saias’ é uma referência dos 7 degraus na
evolução dos espíritos Kimbandeiros; é uma entidade
especialista nas atuações de causas amorosas.
Pai Branco d’Oxalá
53
KIMBANDA
DAMA DA NOITE

É uma falange de entidades de extrema feminilidade,


defensora das profissionais do sexo, atuante em casos
de heranças e fortunas.

ZÉ PILINTRA

Talvez a linha mais complexa de expressar, são almas


associadas a mais de um culto, uma mesma entidade
kimbandeira que também se manifesta no Catimbó,
na Jurema sagrada e até na Umbanda; é um espírito
itinerante e atuante entre cultos, horas como Exú,
horas como mestre, horas como doutor, horas
associado a linha de pretos velhos; É reconhecido
como o chefe da linha dos malandros.

REI E RAINHA

São entidades associadas ao desenvolvimento das


civilizações, como povos e tradições.

EXÚ PIMENTA

É a linha espiritual da química e alquimia, entidades da


linha das matas, é o chefe das falanges de caboclos
kimbandeiros, atuantes nos fatores intuitivos e de
desenvolvimento da medicina natural e homeopatias,
são os magos da natureza.
Pai Branco d’Oxalá
54
KIMBANDA
LINHA DA PRAIA

Seus principais representantes são o Exú Maré e


Pomba gira da praia, também são associados os Exús
dos rios e se entrecruzam as linhas das praias, tanto
praias doces quanto praias de mar, exús como Mirim,
Calunguinha e Menina; são atuantes diretos tanto de
socorro quanto resgate aos que pelas aguas nadam,
exploram e embarcam, sejam os auxiliados
encarnados ou desencarnados.

EXÚ MOLAMBO

É o protetor dos mendigos e andarilhos, é recrutador


das almas perdidas e vagantes.

CATATUMBAS

Tanto o Exú catacumba quanto o Exú 7 catacumbas


são entidades de acessos ao mundo dos mortos, são
guardiões dos acessos dos mundos espirituais para
acesso ao plano físico. São também ligados as
descobertas históricas e arqueológicas.

EXÚ CORCUNDA

Entidades trabalhadoras nas causas contra doenças


físicas, sobrecargas mentais e emocionais; contra

Pai Branco d’Oxalá


55
KIMBANDA
causas degenerativas, no resgate de coisas e causas
“perdidas”.

FORNO

Alguns dos Exús de forno são Mª Padilha do forno ou


comumente chamada apenas de Pomba gira do forno,
Exú brasa, Pinga fogo e João Caveira do forno também
usualmente Exú do forno, são entidades ligadas a
função de desvinculo imediato entre corpo e espírito
nos casos de aceleração dos processos de
decomposição acelerada do corpo pós morte tais
como a cremação.

KIUMBA

Os kiumbas não tem uma organização espiritual tal


como falange, são espíritos transgressores, pérfidos,
carregados dos mais densos pesares a influenciar a
humanidade de forma a regredir suas questões de
caráter e princípios, são parasitas astrais que se
alimentam dos maus hábitos e pensamentos do
homem, já no espiritual assediam os espíritos mais
vulneráveis pela revolta da recente desencarnação
assim como outros tendenciosos aos vícios terrenos a
fim de persuadi-los a uma degradação rumo a miséria
espiritual, ao ponto de usarem da desorientação da
consciência de suas vítimas para dissimularem o que
não são, a nível de se auto declararem com nomes de
Pai Branco d’Oxalá
56
KIMBANDA
entidades superiores. Outras de suas definições são
‘Zé povinho’, ‘povo pequenino’, ‘rabo de encruza’,
‘espírito zombeteiro’, ‘vampiro astral’, ‘encosto’,
‘obsessor’.

Alguns ainda de forma inautêntica pela ignorância se


referem aos kiumbas com o termo Egum, Egum de
origem a língua Iorubá em nada tem a ver com
definição de espíritos mal feitores e sim com o estado
de desencarnado, a constarem os Egos ancestrais aos
quais somos descendentes a exemplo nossos pais e
avós quando falecidos; existem Egos de alto grau
evolutivo como as entidades de Umbanda, Egos de
evolução intermediária como os Exús e de baixa
evolução como os kiumbas, portanto a expressão
Egum se torna desajustada quando empregada fora da
ligação de liturgias das religiões africanistas de culto
aos Orixás como Candomblé e Batuque; No iorubá
Egum significa osso, ossos, ossada que com a mescla
de tradições aqui implantadas veio ao significado de
morto, que por si mesmo, não define outra condição
espiritual se não da alma além do físico.

ALMAS

Considera-se alma e não kiumba todo espírito


desencarnado em bom estado de fé nas forças
superiores, são espíritos que possuem clareza de

Pai Branco d’Oxalá


57
KIMBANDA
consciência e tendência a evolução; normalmente
aceitam ou compreendem o desencarne como uma
etapa progressiva não carregando traços de rebeldia e
sim de arrependimentos por seus desvios não sendo
estes ao nível de obsessão; A linha das almas na ordem
kimbandeira é subordinada a falange de Exú Omolú.

Devo aqui destacar que devido a condição transeunte


de grau evolutivo entre Kiumbas e Exús devemos ter
prudência ao nos associarmos com as almas pois
podem progredir como também regredir de acordo as
próprias condutas.

REINOS DE EXÚS NO PLANO FÍSICO

Quando falamos de reino, estamos falando em um


ponto de acesso ao encontro de uma atuação
energética com maior intensidade, são os locais onde
encontramos maiores irradiações dos fluídos
espirituais de determinadas entidades e suas falanges.

Nos fornos e crematórios temos Exú Brasa, Exú Pinga


fogo, Exú João Caveira e Pomba gira do forno;
Encruzilhadas de trilhos temos Exú de Marabô e Ogum
Megê; a direita de quem entra no portão do cemitério
está Ogum Megê, a esquerda Iansãn, no portão o Exú
da porteira, 7 sepulturas com mais 7 a esqueda da
entrada o Exú Catacumba, 9 sepulturas para dentro
dos 4 cantos do campo dos indigentes sepultados está
Pai Branco d’Oxalá
58
KIMBANDA
Exú Pagão; a frente da cruz mestra o Exú caveira, na
parte de trás da cruz o Exú Omolú e almas; nos
cruzeiros das galerias infantis a linha dos mirins; nas
capelas mortuárias, templos, igrejas, cruzeiro de
funerárias e hospitais está o Exú capela, nos
necrotérios junto com Ogum Megê; aos fundos do
cemitério encontramos Exú Tata caveira; nas lixeiras
de cemitério e aterros sanitários Mª Mulambo; no cais,
cruzeiros e encruzilhadas a beira das praias estão as
falanges de Exús Maré, Pombagira da Praia, Menina da
Praia e Exú dos rios; nas dunas de areia ou orla a beira
das praias está o Exú Calunguinha; Nos bueiros e
arroios o Exú Molambo; as margens de ilhas e
penínsulas estão os Exús Marés e Marabôs; nas zonas
glaciais estão Exús Catacumbas e Ogum Megê; Exú
Tranca-rua e Exús Destranca-ruas nas esquinas de
cruzeiro de ‘T’ onde uma das ruas de esquina seja sem
saída ou ainda em um cruzeiro aberto ‘X’ seguido por
cruzeiro fechado ‘T’, também no cruzeiro de ‘T’ a parte
central próxima a calçada do lado oposto as esquinas,
a beira da rua estão as pomba giras de cruzeiro;
encruzilhadas de rua aberta todo povo da encruza;
encruzilhadas; trilhas e caminhos de mato todo povo
do mesmo; cruzeiro de ‘T’ em esquina de praça está a
Pomba Gira Dama da noite; Zé pilintra nas
encruzilhadas de ‘X’ com esquina de praça; praça
dentro ou próxima aos cemitérios estão os Exús
ciganos; em figueiras de mato Exús Lucifér, Exús de
Pai Branco d’Oxalá
59
KIMBANDA
Belzebuth, Pomba gira da figueira, Pomba Gira
MªPadilha; encruzilhadas rurais de terra Exú Poeira e
Cigana Puerê, Exú de duas cabeças em cruzeiro de ‘Y’;
Exús gira mundo em cruzeiros de rótula e assim tantos
outros reinos e Exús aqui não mencionados.

MIRONGAS

As mirongas são feitiçarias e procedimentos que


através da energia dos elementos melhor direciona e
canaliza a magia, dividem-se basicamente em atrair ou
repelir fatores favoráveis ou contrários.

EXORCISMO

Normalmente para nos livrarmos de influências de


espíritos obsessores recorremos a meios mais
comuns, porém, em alguns casos com níveis de
obsessão mais profundas se faz necessário o
envolvimento de rituais mais específicos, pois nesses
casos o kiumba já está intimamente associado a
pessoa obsediada ao nível de sugar suas energias vitais
e com cada vez maior frequência se manifestar por
incorporação em sua vítima.

Em torno das horas abertas, 06:00, 12:00, 18:00 ou


meia noite, dispõe-se a pessoa dentro do salão de
culto, próxima e de frente a porta de saída, arriam-se
aos seus pés, folhas de jornal sobre um pedaço de
Pai Branco d’Oxalá
60
KIMBANDA
amorim branco e em cima delas um como de água e
uma vela de sebo, iniciando orações que geralmente
são ‘Pai nosso’ e/ou ‘Ave Maria’ podendo essas serem
rezadas no terço de lágrima de nossa senhora,
seguindo o ritual com a invocação do ponto cantado
para as almas que normalmente são ‘Alma santa, alma
bendita...’, logo o espírito zombeteiro que se ainda
não se manifestou irá se manifestar, o chefe dos
trabalhos que poderá já estar incorporado e por via de
regra assessorado por outras entidades já
manifestadas em seus médiuns, devem agir a forma a
conduzirem o espírito obsessor manifestado a deitar
no chão, o que geralmente acontece com prudência
mas com uso de força, deve então o corpo do
vampirizado ser contornado com pemba branca a
marcar o chão, dos pés para a cabeça, sempre
respeitando o contínuo sentido anti-horário, como
demarcação pericial de cadáver em cena do crime,
assim fixando energeticamente um limite para esse
kiumba que estará então preso ao território; a vela e a
água são do lado de fora da marcação colocadas
próximas as solas dos pés.

Ao soltar o corpo, o espírito manifestado não


conseguirá mover o corpo da vítima pois sua influência
está restrita as circunferências traçadas pela pemba,
porém devemos cuidar para que não haja acidente
com a cabeça e membros que embora não possam ser
Pai Branco d’Oxalá
61
KIMBANDA
movimentados nos sentidos horizontais podem pelo
obsessor serem levantados e derrubados de forma
abrupta no sentido vertical causando traumatismos; a
partir de então podemos iniciar um diálogo com o
maligno a fim de compreender os motivos, causas e
origens de vínculo a sua manifestação tal qual sua
identificação com seu último nome de encarnado.
Deixando aqui explicado que os guias a chefiarem o
trabalho podem através da captação vibracional
saberem se as afirmações expostas são verídicas ou
não, mesmo assim é necessário respeitar o livre
arbítrio em que o kiumba revele seu nome por livre e
espontânea vontade ou não, que por lucides e/ou
arrependimento firma sua aceitação em ser
“batizado” para então com auxílio ritualístico se
vincular para a própria evolução espiritual em direção
a linha das almas. Ao longo do diálogo que não deve
ser acelerado, o nome de referência a sua última
existência física, o que o acerca de forma mais
imediata sobre vícios e vínculos terrenos, que
independente de ser legítimo deve ser perguntado
três vezes, por dois motivos, primeiro que pelas leis
espirituais não pode assumir de forma subsequente
um nome que pertença a outro e segundo que em caso
afirmativo estará firmando por afeição a aceitação do
seu novo destino em 3 tempos que são passado,
presente e futuro, a reconhecer de forma consciente
a melhoria em uma nova condição. Ao entregar seu
Pai Branco d’Oxalá
62
KIMBANDA
nome ele está aceitando a intervenção de desvinculo
com mal sentimentos que o estagnavam e regrediam
na espiritualidade, caso negue ou minta seu nome
então seguirá no limbo.

Com o corpo ainda deitado, é passada então a “troca”


através das mirongas sob as linhas de atuação de Exú
Omolú que de forma mais simples são compostas por
um embrulho de jornal contendo oferenda para Exú
Omolú e almas, velas de sebo e uma galinha branca,
cantando o ponto de transição da alma ‘Eu tava
cavocando a catatumba do meu pai de onde o Exú vem
para onde a alma vai...”; deve este serviço ser passado
no corpo a após na marcação de pemba a forma de
apaga-la de cima para baixo, iniciando pelo lado onde
iniciou o risco e depois do lado oposto de um lado para
depois outro com o sentido de saída, ou seja da cabeça
para os pés no sentido da porta. Ao terminar de passar
o trabalho deve ser arriado aos pés do “defunto”, a ave
deitada com suas patas próximas aos pés do “morto”,
com o peito para cima e a cabeça no sentido da saída,
como se estivesse a se retirar; a ave deve rapidamente
ser aberta e recheada com a mironga, no mesmo
sentido passar as 9 velas acesas sobre o corpo e
deposita-las sonhe a mironga para dentro da ave,
nesse momento o guia responsável pelo ritual
posiciona-se em pé próximo a cabeça do corpo
deitado, deposita o rosário sobre o peito do “falecido”
Pai Branco d’Oxalá
63
KIMBANDA
e com o copo que estava nos pés deve borrifar a vela
que foi acesa inicialmente no sentido da cabeça aos
pés, assim apagando a vela que tem em mãos como as
outras 9 de forma coincidente.

O serviço deve ser entregue fresco e de forma


imediata, com a ave no sentido de entrada do portão
do cemitério com as velas acesas; neste espaço de
tempo onde os auxiliares do sacerdote saem para
entregar o feitiço, deve a pessoa que foi vítima por
consequência de sua fragilidade espiritual mediante o
recente preceito, tomar banho de descarga para
banimento de kiumba, feito com um dente de alho
cortado em cruz, folha de fumo e 3 gotas de creolina,
assim estabelecendo melhor condição energética.

Nos períodos de diálogo entre o espírito obsessor e o


mentor dos trabalhos se necessário for por grau de
rebeldia e insolência, com a função de debilitar a
atuação do contraventor ou desorientá-lo de sua atual
influência devemos apresentar-lhe o espelho para que
perceba sua imagem desfigurada em oposição a figura
humana a qual está prejudicando, lhe impondo não
pertencer a esse mundo e não lhe pertencendo este
corpo, podem ser empregados elementos como talco,
mel e perfume.

Pai Branco d’Oxalá


64
KIMBANDA

BALAIO PARA AS ALMAS

Podemos entender que as almas são auxiliares


estagiárias rumo a evolução de se tornarem Exú, tanto
quanto os próprios Exús evoluem auxiliando no
desenvolvimento das almas, cada Exú e Pomba gira
tem suas almas que junto atuam espiritualmente para
o benefício dos encarnados quanto em questões de
organizações para o equilíbrio espiritual; então no dia
de finados, na data de 02 de novembro reverenciamos
estas almas em agradecimento pela nossa evolução e
também de nossos Exús, estamos assim reconhecendo
por devoção uma homenagem as almas e aos nossos
entes queridos, sejam estes de família sanguínea
como da família religiosa umbandista.

Com o propósito de estabelecermos uma segurança


espiritual dos trabalhos, onde há uma triagem das
almas a serem invocadas a receberem tal agrado,
como também em acesso a nossos caminhos, antes de
tudo começamos com as oferendas de Ogum Megê no
sentido de pedir resguardo sob sua proteção; é então
providenciado um alguidar de tamanho médio para
grande forrado com amorim branco ou bandeja de
papelão forrada com papéis de seda nas cores verde,
vermelho e branco, sobre uma delas se monta a

Pai Branco d’Oxalá


65
KIMBANDA
oferenda de Ogum que geralmente é padê de farinha
de mandioca com cachaça e dendê, milho torrado com
dendê, uma costela bovina de 7 ossos, crua e
congelada, uma laranja azeda partida em 7 gomos com
casca, 7 batatas inglesas miúdas com a casca
moderadamente torrada e mal passada no azeite de
dendê, uma garrafa de cerveja, um charuto, 7 velas,
um copo virgem, uma caixa de fósforo e um galo
prateado escuro.

O balaio, cesto de vime tem suas fundamentações com


outros elementos realizada na porta da tronqueira dos
Exús por intermédio dos médiuns da casa. A
composição inicia forrando o interior do balaio com
toalha de pano branco e folhas de mamoneiro que de
preferência seja roxo, seguido sem ordem específica
pelas sobras dos ingredientes restantes da preparação
e crus como saladas, arroz, carne, pó de café e por
último pipoca, que são dispostos como base de forro
representando a transição da alma em ascensão, aqui
podemos considerar que encerramos o ato de forrar;
a partir de então começamos a cantar os pontos de
louvor as almas que geralmente são “Alma santa, alma
bendita...”, “ Eu andava perambulando sem ter nada
para comer...”, “Foi lá das almas que eu mandei lhe
chamar, salve o povo da calunga...”, “Eu chamo as
almas e as almas vem, as almas me ajudam...”, “É o
poder das almas, é o poder da coroa...”, “Eu adorei as
Pai Branco d’Oxalá
66
KIMBANDA
almas, eu adorei”, que são entoados ao longo do
processo de organização do balaio; seguimos
depositando as frutas cortadas em cruz, uma camada
distribuindo biscoitos salgados e sobre eles uma
camada de biscoitos doces, balas, chocolates,
bombons, pirulitos, cocada, merengue, quindim, pés
de moleque e demais doces, pães salgados e pães
doces, cigarros, charutos e palheiros, sobre eles a fim
de encerrar a imediata complementação do balaio são
dispostos sobre ele um prato de louça branca
contendo arroz cozido com linguiça, um prato de arroz
com carne moída, um prato de arroz com couve, um
prato de arroz com frango, um prato composto por
queijos, presuntos, salames, morcilha preta, morcilha
branca, goiabada e marmelada entre outros, um prato
com saladas de alface, cebola, tomate, repolho,
beterraba e cenoura, um prato com 3 chuletas
bovinas, 3 chuletas suínas e 3 bifes de fígado de boi,
um de cada cru, mal passado e ao ponto; a forma de
que os pratos sejam colocados em forma de cruz,
sendo assim fica o prato com as carnes ao centro dos
outros; dois médiuns se dispõe lado a lado, um segura
um ramo de flor branca em cada mão, e o outro
médium com 4 velas de sebo em uma das mãos e 5 na
outra, cantam o ponto “São flores Nanã, são flores...
são flores... de seu filho Obaluaê... nas horas de agonia
quem é que vem me valer, é seu filho, é meu pai, ele é
Obaluaê...”seguem então os demais a formarem uma
Pai Branco d’Oxalá
67
KIMBANDA
fila que passam a tomarem os “passes” onde são
passadas as velas acesas em seu corpo e em seguida
as flores, após o último ser limpo, são as velas
quebradas e espalhadas sobre o balaio e as flores são
dispostas deitadas para fora com os caules para dentro
como em trama a ocultar por totalidade os outros
conteúdos da oferenda, a partir de então um de cada
vez larga moedas sobre o balaio e acende uma vela
com os pontos cantados “Eu vou iluminar as almas que
é para as almas me ajudar” e “Lá no cruzeiro divino,
aonde as almas vão rezar...”, após todos assim
fazerem, pedimos um minuto de silêncio em
meditação, com os olhos fechados em sintonia de
concentração rezamos um pai nosso e uma ave maria
para as almas, começamos então a cantar para o Exú
Omolú o ponto de saudação a calunga e com os dedos
molhados com a quartinha de Ogum Megê vamos
apagando as velas e sobre o balaio é colocado uma
toalha branca que o cobre por completo. Chegando ao
portão do cemitério é arriada ao lado direito a
oferenda para Ogum Megê, é cantado o ponto ‘Na
porta da calunga eu ví um moço bonito a sorrir...’ e em
seguida a toalha que cobria o balaio é estendida na
parte central em frente ao portão, sobre a toalha são
depositados o balaio e de forma circular em torno dele
são dispostos de forma anti-horária, xicaras, taças e
copos, então servidas da mais escura para a mais clara,
assim uma xicara de café preto seguida por uma de
Pai Branco d’Oxalá
68
KIMBANDA
chá, refrigerante, leite seguido por água mineral sem
gás, vinho, champanhe, uísque e cachaça; paralelo o
preparo da mesa outros auxiliares acendem as velas
que foram apagadas sobre o balaio agora em torno da
toalha onde iniciam cantando o ponto “Quem trabalha
com as almas, trabalha devagarinho...”; agora é
ofertada uma ave sobre a mesa, a menga é
direcionada sobre o balaio e em seguida dentro das
bebidas, voltando a ave para dentro do balaio a forma
de ficar contida na parte central, ao comprido das
extremidades do balaio entre a trama das flores e a
alça do cesto; todos os presentes recebem um banho
de pipoca que pode esta ser lançada como rastro
formando um trilho de pipocas até a tronqueira de Exú
onde pode ser seguida pelo início de rituais da
matança dos Exús de alma.

BANHO ATRATIVO PARA POMBA GIRA

Em uma panela contendo entre 2 a 3 litros de água


fervente acrescente 7 cravos da índia, 7 pedaços de
canela em pau, pétalas de um botão de rosa vermelha,
uma maçã vermelha dividida em 7 gomos, uma colher
de mel, deixe ferver por 10 minutos e após desligar a
fervura acrescente o conteúdo de uma garrafa de
champanhe rosê com algumas gotas do seu perfume
usual. Após o banho estar pronto, entre dentro de
uma bacia, tome 3 goles do banho e lave o rosto,
Pai Branco d’Oxalá
69
KIMBANDA
derrame o banho do pescoço para baixo, retire o
excesso de banho esfregando as mãos pelo corpo e
vista-se com uma roupa limpa, despache este banho
no verde ou aos pés de uma árvore. Este banho é
indicado momentos antes de sair para a noite.

TIRAR LESÕES DA PELE

Torre farinha de mandioca a ponto de ficar


carbonizada ao máximo, com ela o mais quente
possível coloque em um alguidar de barro sem verniz,
com azeite de dendê unte levemente um bife ou
pedaço de carne e passe no corpo da pessoa,
principalmente na área com lesões e deposite-o sobre
a farinha quente, pedindo ao povo de Exú para que o
sintoma desapareça da mesma forma que esfria a
farinha, após 24 horas o serviço deve ser despachado
no mato.

DEVOLVER FEITIÇO

Pegue um copo virgem com água e dentro coloque 3


pregos enferrujados com as pontas para cima e um
pequeno punhado de sal grosso, dos fundos para a
frente encoste o copo em cada um dos 4 cantos de
cada peça invocando o Exú Pai Thomé e pedindo que
use estes materiais como instrumentos de captação
das cargas negativas presentes no ambiente, após
fazer esta irradiação leve o copo a uma encruzilhada
Pai Branco d’Oxalá
70
KIMBANDA
distante da sua casa a qual não passará por no mínimo
um mês, chegando lá derrame o conteúdo do copo na
esquina mais distante de seu retorno de forma que ao
sair você não pise no despacho, com o copo vazio em
mãos, dê 3 passos de costa em direção ao centro do
cruzeiro e invoque Ogum Megê, peça a ele que desfaça
o mal que foi enviado da mesma forma que se desfaz
o copo, com força jogue o copo para quebrar no meio
do cruzeiro no sentido de ida, dê 7 passos de costas e
saia sem olhar para trás; ao chegar em casa faça uma
defumação com pó de café, erva mate moída, casca de
alho, casca de cebola e um pouco de açúcar, no lado
esquerdo de quem entra ou se preferir em local
discreto, coloque um copo com água pura, dentro dela
3 pedras de carvão e sobre a boca do copo uma
tesoura aberta com as pontas para a rua servindo
como para raio de futuras cargas, retire uma pequena
porção de parafina da base de uma vela branca e
acenda de ponta a cabeça pedindo ao preto velho Pai
Cipriano que mantenha sua casa protegida de cargas
opostas, após 7 dias a água com carvão pode ser
despachada na rua e o processo se repetir quando
achar necessário. Avalie que a quantidade de pedras
de carvão que afundam são o nível de energia negativa
presente no local; afundando uma pedra a carga pode
ser considerada moderada, duas pedras afundadas
significam carga presente e 3 pedras afundadas
sobrecarga negativa ao extremo.
Pai Branco d’Oxalá
71
KIMBANDA
AMARRAÇÃO AMOROSA

Sobre um pedaço de amorim vermelho, deve ser feito


um padê para pomba gira com farinha de milho, mel,
azeite de dendê, água, perfume e champanha, se
possível for, sobre o padê coloque um lenço usado
para limpar os fluídos pós relação sexual; será
necessário comprar uma goiabada cascão que venha
em caixa de madeira, após batizar os bonequinhos de
pano com os nomes do casal, coloque-os deitados na
goiabada dentro da caixa a forma de representar que
estão deitados em uma cama, dê sobre eles 21 voltas
com fita mimosa vermelha e preta cantando o ponto
de amarração “Eu pisei na pedra e a pedra balançou,
se o mundo estava torto Santo Antônio endireitou;
essa pedra é dura, é dura de furar, coração que não
bambeia logo tem que bambear...’’ encerrando as
voltas com 7 nós em um par de alianças sobre entre os
boneco. Após depositar a caixa sobre o padê cerque
com pipoca caramelada no mel e dendê, se forem um
casal hétero use um casal de pombos brancos, se
forem ambos do sexo masculino então dois pombos
machos e se forem duas mulheres use duas pombas,
abra ambos pombos pelo peito o mais rápido possível
a fim de trocar os corações de ambos ainda batendo,
rogue que “não há de beber, não há de comer, não há
de em outra coisa pensar a não ser em fulano(a), seu
cheiro será o melhor, seu sexo será o desejado, sua voz
Pai Branco d’Oxalá
72
KIMBANDA
e seu rosto e seu perfume estão amarrados a tua
cabeça”. coloque os pombos sobre os bonecos no
mesmo sentido, com o peito para baixo a forma de
estarem abraçados pelas asas cobrindo a cama,
despeje o perfume do mandante sobre os pombos.
faça uma trouxa com 7 nós do amorim. Após velar por
24 horas, enterre em um gramado de praça para
Pomba Gira 7 saias ou nas raízes de uma figueira para
Mª Padilha.

PROSPERIDADE EMPRESARIAL

Faça um farto prato de arroz cozido em chá de


camomila com camarões refogados com azeite de
oliva, limão siciliano, uvas passas e sal, sobre ele
deposite uma tainha assada recheada com moedas
que circularam no estabelecimento, decore as bordas
do prato com estrelas de carambola fatiada e entregue
ao Exú do dinheiro em um cruzeiro dentro de uma
praça com 7 velas vermelhas.

AFUNDAR RIVAL

Em um açougue compre um osso de fêmur bovino,


abra o osso serrando uma de suas extremidades e
forma de retirar uma tampa, retire o tutano de dentro
do osso e o tempere com o nome do rival, fios de
cabelo, terra do pátio, calçada ou cruzeiro por onde
passa, sobras de comida e/ou lixo do mesmo, azeite de
Pai Branco d’Oxalá
73
KIMBANDA
dendê, óleo rícino, pó de ferro, azougue e pó de mico,
recheie novamente o osso com o tutano preparado,
fixe a tampa no osso com pregos ou parafusos e o
embrulhe em amorim preto atando com arame
farpado, vele na tronqueira destinando a alguma
entidade da tribo de osso, passadas as 24 horas,
procure em ponto de meia noite enterrar o osso em
cova fresca, dentro do cemitério ou o mais próximo
possível, em caso de inacessibilidade pode ser
enterrado no portão.

ENFRAQUECER OS SENTIDOS

Em caso de estar sendo prejudicado e buscar fazer


com que a pessoa lhe esqueça ou arrume um
problema maior como doença ou perturbação mental
para assim desvencilhar do seu rastro compre 1Kg de
carne bovina moída de má qualidade, 1 cérebro de boi
e um bloco de argila vermelha, esmiuce e os esmague
com as mãos até criar uma pasta, em um pilão ou
socador faça um pouco de amací com cachaça e folhas
de 7 sangrias, fumo brabo, urtiga e maconha, siga
então com ele molhando e macerando a pasta,
acrescente 7 qualidades de pimenta, algumas gotas de
dendê e óleo rícino e por último acrescente cacos de
vidro de um acidente ocorrido em encruzilhada ou
próxima a ela, divida esta massa e faça duas cabeças
batizando-as para uma mesma pessoa, depois de
Pai Branco d’Oxalá
74
KIMBANDA
moldadas, uma deve ser escurecida com pó de carvão
e cravejada por 7 pedras de carvão adornando duas a
representar os olhos sem brilho, duas a representar
cada ouvido bloqueado, uma representando a boca
fechada, uma a representar o nariz sem sentido e uma
ao centro no topo da cabeça a representar a
estagnação mental, a outra cabeça deve ser polvilhada
com colorau e de mesma forma adornada com 7
pregos enferrujados perfurando os sentidos; coloque
a cabeça preta em um pano preto e a cabeça vermelha
em um pano vermelho, faça uma trouxa de cada, vele
por 24 horas na tronqueira entregando ao Exú de duas
cabeças, peça a ele para que enquanto determinada
pessoa não lhe deixar em paz que também não tenha
sentido definido de rumo em sua vida, entregue em
uma figueira de forma que a cabeça de carvão fique
em cima da figueira de ponta a cabeça e a cabeça
vermelha fique embaixo da figueira, enterre-a se
possível, ambas olhando para sentidos opostos sem a
intenção de “contato visual”, para que fulano que está
lhe prejudicando não encontre caminho para lhe
alcançar.

VÍCIO

Faça uma farofa de fígado bovino para Exú Molambo


e Mª Mulambo, com 3 colheres de azeite comum frite
uma pequena cebola roxa picada, acrescente
Pai Branco d’Oxalá
75
KIMBANDA
aproximadamente 250g de fígado cortado em
pequenos cubos, refogue um pouco de pimenta
calabresa, após estar bem refogado vá acrescentando
farinha de mandioca até o ponto de farofa; junte um
garrafa de cachaça, sirva metade em um copo na
tronqueira, acenda uma vela, um cigarro e um
charuto, dentro da garrafa de cachaça coloque a droga
ou um pouco da bebida usada pelo viciado, acrescente
pó de nojo, azeite de dendê e óleo rícino, pegue uma
camiseta suja da pessoa e corte em tiras como uma
vassoura de pano, amarre com o máximo de nos
possíveis no pescoço da garrafa tampada, vele por 24
horas e depois junte todas as sobras de charutos,
cigarros e velas, coloque tudo dentro da garrafa que
acompanhada pelo alguidar de farofa devem ser
despachados em um aterro sanitário ou sanga.

FECHAMENTO DE CORPO

É de extrema importância ressaltar o SIGILO.

Um fechamento de corpo é a unção da aura do


indivíduo através da magia, a fim de preservá-lo de
ataques sobretudo espirituais e de alguma forma
também física quando tratado do âmbito de
autopreservação; sendo assim tanto quele que faz um
fechamento de corpo quanto os presentes ao longo do
ritual não devem expor a outros que o mesmo foi feito

Pai Branco d’Oxalá


76
KIMBANDA
para uma determinada pessoa e qual o segredo
individual usado em cada ritual, visto que seguem um
padrão com diferentes chaves únicas de acesso. Sendo
assim, a fim de preservar sua segurança, não é
permitido o indivíduo que tem seu corpo fechado
dividir este sigilo com mais ninguém, não deve jamais
se manifestar dizendo ter o corpo fechado, pois do
contrário enfraquecerá o segredo do elo de
fechamento. O fechamento de corpo quando tratado
da forma física traz apenas segurança aos riscos que
não se expõe, impede a morte precoce, mas não inibe
acidentes ou atendados.

É favorável que todo processo seja conduzido por uma


entidade incorporada, assim como os presentes
devem todos estarem em possessão espiritual para
que assim se mantenha o segredo dos sigilos
ritualísticos apenas ao espiritual, nem sempre é
possível, mas é o ideal.

Diante a tronqueira apenas iluminada com velas, sem


outra fonte de luz a entidade chefe dos trabalhos inicia
riscando seu ponto, sobre o ponto riscado é colocada
a pessoa de pé, é feito um ponto de pólvora na
invocação de Ogum Megê, dizendo: “Ogum Megê a
frente, Ogum Megê atrás, Ogum Megê a direita, Ogum
megê a esquerda, Ogum Megê acima, Ogum Megê
abaixo; Ogum Megê, Ogum Megê, Ogum Megê
Pai Branco d’Oxalá
77
KIMBANDA
defenda fulano (o nome da pessoa) por onde ele
caminhar. “Esta invocação deve ser feira a cada ponto
de pólvora, sendo em sequência feitos os 4 pontos, a
frente, as costas, a direita e a esquerda; a pessoa deve
tomar um banho de cachaça com espada-de-são
Jorge, arruda macho e fumo brabo, é então defumada
com enxofre, com a pemba preta é feito um
pentagrama circulado ao peito, sobre o coração, nas
costas é riscado o ponto de Ogum Megê e colocado em
seu pescoço uma corrente que aberta tenha a medida
de altura da pessoa, esta corrente deve ter ficado de
molho em amací para Exú e levemente untada com
azeite de dendê a ser fechada no sentido diagonal ao
tronco, cruzando em cima do coração; é pelo corpo
passado uma oferenda de Ogum Megê, um cadeado,
um projétil, uma gilete, um pedaço de camboim, um
pedaço de corda, um cadeado e 7 velas acesas,
pedindo a proteção de Ogum Megê, após devem todos
objetos serem colocados sobre a oferenda e dispostos
de frente a pessoa que ora:

“Eu andarei vestido e armado com as forças de Ogum


Megê para que meus inimigos, tendo pés não me
alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos
não me vejam, e nem em pensamentos eles possam
me fazer mal.”

Pai Branco d’Oxalá


78
KIMBANDA
Então devem ser ofertados um casal de pombos
pretos e um galo aberto pelo peito, sobre as oferendas
marcando o corpo com com 7 cruzes de sangue (pés,
mãos, peitos, costas e testa), com os pombos com um
de baixo para cima e outro de cima para baixo,
colocando o peito aberto do galo no peito e nas costas
da pessoa a forma de escorrer sobre a corrente; o
serviço deve ser enterrado dentro do mato e as chaves
do cadeado ficam no assentamento de Ogum Megê.
Não deve a pessoa por 7 dias ir a hospital, cemitério
ou delegacia, assim como também deve se reservar a
períodos de carnaval e semana santa e não utilizar a
corrente quando ingerir bebidas alcoólicas e tiver
relação sexual, fortalecer o ritual após um ano;
importante é fazer a oração a cada vez que retirar e
colocar a corrente de segurança, mais importante é
manter o sigilo absoluto de ser portador de tal ritual.

TROCA DE 4 PÉS

Em casos que o indivíduo esteja extremamente


carregado por cargas negativas, sejam elas geradas
por atitudes voluntárias ou involuntárias como por
exemplo envolve-se em magias de baixa vibração ser
vítima de feitiçaria pesada, recorremos a troca de 4
pés.

Pai Branco d’Oxalá


79
KIMBANDA
Posicionar a pessoa de frente para a tronqueira e entre
elas deve estar aberta uma toalha vermelha e preta,
ou preta e branca ou branca forrada com folha de
mamoneiro roxo, um saco de amorim contendo arroz
cozido com couve, outro com arroz com couve e outro
com arroz com carne moída; um com milho torrado no
dendê, um com pipoca frita no dendê; um padê para
Exú e outro para Pomba gira, uma vassoura de
guanxuma, dois opetés em forma de cramulhão sendo
um coberto de pó de carvão e outro com colorau, uma
garrafa de cachaça, 7 velhas vermelhas e pretas, ou
pretas e brancas ou brancas. O procedimento inicia
passando na pessoa os pacotes com arroz, logo os
pacotes com milho e pipoca, os padês, a bebida e os
opetés; passe um cabrito jovem no corpo da pessoa, 7
vezes na frente, 7 vezes atrás e novamente 7 vezes a
frente, reserve, passe uma galinha preta ou vermelha,
passe um galo preto ou vermelho; abra os pacotes
sobre a mesa, abra o cabrito pelas costas e recheie
com os itens sobre a mesa, acenda as velas dentro da
parte recheada e por cima a forma de apagar as velas
corte a galinha e o galo, faça uma trouxa e leve para
dentro do mato.

DESAMARRAÇÃO COM EXÚ

Na grande maioria dos casos em que alguém é


amarrado espiritualmente, a entidade que atua para
Pai Branco d’Oxalá
80
KIMBANDA
este fim não é um chefe de falange mas sim algum de
seus subordinados, pois o Exú chefe de falange
procura sempre preservar o livre arbítrio e não ao
contrário pois estaria regredindo sua própria
evolução; dentro disso vamos salientar os riscos que
envolvem a maioria dos casos que buscam este tipo de
trabalhos, pois tende o contratante a ficar mais
amarrado que a outra pessoa, pois é ele quem busca
pela atuação e a ela se expõem de modo direto e
imediato, seja por aceitação, por questões mentais e
etcs... criando vínculos com tal entidade; o que
decorre independente da terceira pessoa ficar ou não
em sua vida, pela falta de sintonia e pré disposição da
pessoa que deveria ser enfeitiçada não canalizando a
energia para si, muitas vezes restando esta magia
despertada apenas para o remetente, o qual tem sua
vida conturbada por sua própria busca agravada por
reflexos do abandono conjugal, refletindo em
problemas de ordem emocional, afetiva e psicológica
que consequentemente atingem suas questões de
saúde e prosperidade; então nesses casos é
empregada a ritualística de desamarração.

De frente a casa dos Exús, com todo conteúdo de 3


carreteis de linha, sendo um de linha preta, outro de
linha vermelha e outro com linha branca se
providencia de atar todo corpo da pessoa dos pés aos
ombros e vice-versa até findar as linhas cantando o
Pai Branco d’Oxalá
81
KIMBANDA
pontos de Exú Tranca-rua, na sequencia com a faca de
Exú vá cortando os fios no sentido de baixo para cima,
picotando e largando as linhas desfeitas sobre um
pouco de pólvora dentro de uma cumbuca, cantando
para o Exú Destranca-ruas, coloque 7 gotas de dendê
sobre as linhas picotadas e cubra com mais um pouco
de pólvora; afaste a pessoa e a cumbuca para manter
a segurança no momento da queima da pólvora,
oriente a pessoa a estender os braços para frente e as
palmas das mãos em direção a cumbuca, a forma
representativa de girar passando as mãos no corpo
como se estivesse se limpando no momento que a
pólvora ateia fogo, encerrando por gesticular em
direção da tronqueira como entregando as cargas que
a amarravam, cante o ponto de desamarração: “Nesta
boca de cumbuca tem dendê, desenrola o carretel eu
quero ver...” ; deposite as sobras sobre um bife cru
que deve estar sobre uma folha de mamoneiro e
entregue em um cruzeiro fechado, leve a pessoa a um
cruzeiro aberto, passe um serviço de destranca ruas
com um galo vermelho, com velas ilumine bem os 4
cantos do cruzeiro, batize o galo com azeite de dendê
e o solte vivo.

Pai Branco d’Oxalá


82
KIMBANDA
QUEBRAR OPOSIÇÃO

Este trabalho é usado para quebrar as forças de


alguém que por obstinação possa lhe causar algum
tipo de prejuízo ou injusto incômodo.

Coloque dois tijolos maciços de barro a aquecer


dentro de um fogão a lenha ou sobre brasas, deixe o
mais quente possível a após coloque um pouco das
brasas em uma panela ou caldeirão de ferro, prepare
um bife cru fatiado bem fino que não sobre para fora
da superfície do tijolo, unte-o com pouco azeite de
dendê, escreva o nome da pessoa em questão por 7
vezes a lápis, retire os tijolos do fogo depositando o
primeiro ao centro das brasas e rapidamente a fim de
preservar o máximo calor coloque sobre ele um
pequeno fio de mel, o papel com o nome, mais um fio
de mel, o bife de maneira a cobrir todo papel, coloque
o outro tijolo quente sobre a carne e deposite na
tronqueira de Exú direcionado ao Exú 7 Brasas, cante:
“Santo Antônio pequenino, amansador de burro
brabo, quem mexer com Exú Brasa está mexendo com
o Diabo; rodeia, rodeia, rodeia meu Santo Antônio
rodeia.” Peça para que assim como a brasa vai
queimando que junto esfriem as mágoas da pessoa
contra você e que assim como a brasa apaga que se
apaguem os maus pensamentos da pessoa em relação
a você.
Pai Branco d’Oxalá
83
KIMBANDA
Depois que tudo estiver frio leve ao mato, abra um
buraco, quebre os tijolos invocando a quebra das
forças contrárias e enterre, após cobrir de terra pise
por cima a fim de socar a terra.

MATANÇA

As leis da Kimbanda nos permitem a matança, onde


oferecemos a menga sobre assentamentos a fim de
que ela sirva como ferramenta de trabalho dos
espíritos kimbandeiros, assim auxiliando a maior
fluidez de irradiações entre o mundo físico e espiritual,
normalmente são empregadas aves, como pombos,
galos, galinhas e perús, quadrúpedes como bodes,
cabritos, cabras, cabritas e porcos, podendo também
serem utilizados os bovinos; se faz necessário destacar
que os rituais de matança não são feitos por uma
necessidade das entidades e sim ocorrem por
exercício de nossa fé buscando um maior vínculo, os
animais em questão não diferem a força ou poder de
um Exú mas sim nosso gesto de gratidão e
reconhecimento aos mesmos de acordo a nossas
possibilidades, sendo assim um assentamento cruzado
com ponto riscado, ponto de pólvora, ervas, pemba e
bebidas carrega a mesma importância e significado
espiritual que um assentamento regado a menga de
boi, tanto um quanto o outro podem representar as
mesmas entidades, ou ainda, independente destas
Pai Branco d’Oxalá
84
KIMBANDA
obrigações está o nível evolutivo individual de cada
entidade oque nada tem com relação as formas de
feituras de assentamento, destacando ainda que a
festa onde as pessoas são convidadas para também
testemunharem a execução dor rituais deve ser uma
festa com alimentação onde as carnes desses animais
são servida; o que acontece normalmente por uma
questão de maior comprometimento do médium é ao
longo dos anos graduarmos os graus de obrigação,
assim podendo começar com uma ave, depois 3 aves,
após 7 e assim para alguns até o axé de boi, mas
especificamente essas etapas não seguem de acordo a
uma necessidade e sim por uma questão de
reconhecimento e devoção do médium para com seu
guia, se assim pretender.

IMAGENS

A forma mais comum de representação das entidades


são as imagens feitas do mineral gesso, aqui vou
apresentar algumas imagens e uma analogia de suas
constantes mudanças e estilizações ao logo do tempo.

As imagens fabricadas entre os anos 70 e 80 tinham


predominância da cor vermelha, as vezes com algum
detalhe preto, normalmente eram pintadas somente
com vermelho, olhos vermelhos, cabelos vermelhos,
pele, roupas e em demais traços as imagens eram

Pai Branco d’Oxalá


85
KIMBANDA
unicolores; ao decorrer das próximas páginas vou
ilustrar algumas imagens de Exús, iniciando pelas
diferenças ao longo do tempo.

Nas seguintes imagens temos a representação de Exú


brasinha, podemos reparar na primeira imagem com a
cor de pele que define seu nome, vermelho como
brasa, com os braços afastados, bermuda e pés

descalços; a imagem ao seu lado veste calças, botas e


um medalhão; a imagem aos centro veste sunga, capa
e cartola; já a quarta imagem é bicolor, com tom
dourado e prateado; a última imagem não carrega a
corrente ao pescoço e também não tem chifres; a fim
de a imagem se tornar mais frágil com os braços
abertos foram então assumidas uma nova postura das
mãos, com exceção da primeira todas as outras estão
Pai Branco d’Oxalá
86
KIMBANDA
com as mãos junto as orelhas e a última imagem
diferente das demais está com as duas mãos atrás das
orelhas.

Ambas as imagens acima representam o Exú cobra, a


imagem a esquerda com pele vermelha, cabeça de
cobra e vestido de escamas é a genuína, já a imagem
da direita onde aparenta um homem vestindo chapéu
em formato de cobra é moderna; fazendo uma análise
sobre a simbologia em minha percepção a primeira
imagem transmite algo como se a cobra estivesse
Pai Branco d’Oxalá
87
KIMBANDA
engolido um corpo humano que expeliu suas
extremidades, já no segundo caso entendo como se o
homem houvesse dominado a cobra, falo baseado por
que diferente da genuína ele está segurando nas mãos
uma cobra pela cabeça como também vestindo um
chapéu de cabeça de cobra e uma tanga de pele de
cobra, em outras palavras entendo a primeira imagem
como a cobra assumindo forma humana e a outra
como um homem se fantasiando de cobra.

Outro exemplo que vou aqui apresentar, a imagem de


Exú Marabô, que originalmente mostra um homem
com o tronco curvado para frente com as duas mãos
para trás ocultas sob uma capa como se estivesse com
os pulsos acorrentados em ligação com o
assentamento, dentre seus pés um caldeirão da
linhagem Nganga que é de ferro composto por
fetiches, entre eles corrente de ferro com cadeado
que ligam ao espírito de um morto, onde Exú de
Marabô recebe o título de Tata no sentido de ser
mestre entre os feiticeiros de sua banda.

Pai Branco d’Oxalá


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KIMBANDA

Nas próximas imagens podemos notar uma


desconfiguração do sentido original, esta imagem foi feita
sob encomenda personalizada pelo cliente, que
intuitivamente acredito ter associado o fator de as
linhagens de Exú Marabô também trabalharem nas linhas
das águas, talvez sem o entendimento sobre o real
significado do “balde”.
Pai Branco d’Oxalá
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KIMBANDA

Pai Branco d’Oxalá


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KIMBANDA
Temos este outro exemplo de representação de Exú
Marabô com traços élficos e/ou diabólicos.

Pai Branco d’Oxalá


91
KIMBANDA

Entre tantas outras transfigurações e modificações das


formas originais, temos em destaque a matéria prima, o
gesso que muitas vezes é substituído por acrílicos, biscuit,
cimento e outros, divergindo para mais ou para menos
em posições, elementos simbólicos, vestimentas, cores
das pinturas e etcs...
Temos no Brasil, uma antiga e famosa fábrica de imagens
afro-religiosas e hoje comparando suas imagens de uns
anos para cá podemos reparar nas mudanças que
passaram a ser mais rústicas e com menos detalhes, os
Exús que começaram a ser apresentados na cor vermelha,
passaram a ter mais cores e detalhes hoje regridem a
desbotar suas nuances, predem também os detalhes de
vincos e relevos; comparando dois catálogos de imagens
da mesma fábrica, lado a lado, um impresso nos anos 90
e outro impresso nos anos 2000, é fácil notar as
diferenças focadas na agilidade em fazer, regada ao
grande número de adeptos e cada vez mais terreiros
abertos, vamos em tudo perdendo a maturidade das
questões que envolvem, focando mais na larga escala de
produção assim comprometendo a qualidade, por isso
vou aqui expor algumas imagens, que dentre elas escolhi
as mais próximas das originais.

Pai Branco d’Oxalá


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KIMBANDA

Ogum Megê da calunga


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Exú Tranca-rua
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Exú Destranca-ruas
Pai Branco d’Oxalá
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Exú 7 Porteiras
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Exú Rei das 7 encruzilhadas


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P.G. Rainha das 7 encruzilhadas


Pai Branco d’Oxalá
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Exú das 7 encruzilhadas


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P.G. 7 saias
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Exú 7 da lira
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Exú Mirim
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P.G. Mocinha
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Exú Calunguinha
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Exú da Meia-noite
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Exú Veludo
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P.G. Mª Mulambo
Pai Branco d’Oxalá
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Exú Pimenta
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Exú 7 Brasas
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Exú Pinga fogo


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P.G. Cigana
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Exú de Duas cabeças


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P.G. Rosa vermelha


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Exú Corcunda
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Exú do lodo
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Exú Ventania
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P.G. Mª Quitéria
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Exú 7 catacumbas
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Exú 7 caveiras
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P.G. Rosa Caveira


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Exú Molambo
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Exú Mangueira
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P.G. 7 encruzilhadas
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Exú Asas negras


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Exú Pantera negra


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P.G. Mirongueira
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Exú Morcego
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P.G. Bruxa (Évora)


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Exú Gato preto


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P.G. Dama da noite


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Zé Pilintra
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Mª Navalha
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Exú Arranca toco


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Exú Vira mundo


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Exú Capa preta


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P.G. das almas


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Exú João Caveira


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Exú Catacumba
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Exú Caveira
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P.G. Rainha do cemitério


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Exú Tata caveira


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Exú dos rios


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P.G. Menina
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Marinheiro
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Exú Maré
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Exú Calunga
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P.G. 7 calungas
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P.G. Maria Padilha


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Exú Omolú
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Exú Belzebuth
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Exú Lucifér
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Assentamentos de Exú do dinheiro

Pai Branco d’Oxalá


152
KIMBANDA

PEDRA DE CEVAR

A pedra de cevar possui um campo magnético natural


capaz de favorecer a meditação e energizar amuletos e
talismãs.
É considerada uma pedra mágica e é usada em diversos
cerimoniais para atrair o amor, dar boa sorte e afastar as
forças do mal.
Usadas aos pares funcionam como poderosos talismãs,
capazes de atrair prosperidade e abrir os caminhos para o
sucesso profissional e pessoal.

Pai Branco d’Oxalá


153
KIMBANDA
SIGNIFICADO DA PEDRA DE CEVAR
A Pedra de Cevar equilibra nosso campo bioenergético,
elimina o cansaço e a indisposição, fortalece o poder de
autocura e favorece muito a telepatia.
Ela equilibra o fluxo de energia no nosso corpo, reduz os
medos, aguça o intelecto, harmoniza fortemente a nossa
aura, desperta as faculdades mediúnicas, remove
energias estagnadas e alinha os chakras.
Esta pedra facilita muito a meditação e nos ajuda a atingir
conexão com os planos mais elevados.
Suas vibrações também bloqueiam os ataques de
vampirismo energético, dissolvem as energias negativas
ao redor e afastam as forças espirituais negativas.

CURIOSIDADES SOBRE A PEDRA DE CEVAR


A pedra de cevar foi originalmente descoberta na região
da Magnésia (Grécia), que significa "o lugar das pedras
mágicas".
Os antigos Assírios massageavam seus corpos com óleo
no qual eram emergidas pedras de cevar ou simplesmente
esfregavam as pedras em seu corpo, e julgavam que
energias negativas eram descarregadas, carregando-se de

Pai Branco d’Oxalá


154
KIMBANDA
energias positivas como também aumentava sua
masculinidade.
Alexandre o Grande, dava pedaços dessa pedra a seus
soldados, como uma defesa contra as ações de espíritos
malignos e encantamentos; já o verdadeiro livro de São
Cipriano nos traz inúmeras questões sobre a magia do
magnetismo.

USOS E APLICAÇÕES TÍPICAS DA PEDRA DE CEVAR


• Atrair boa sorte, prosperidade e amor.
• Aumentar nossa vitalidade e disposição.
• Equilibrar as energias do corpo e da aura.
• Aguçar o intelecto e facilitar a meditação.
• Estabilizar a pressão sanguínea.
• Energizar amuletos e talismãs.
• Banir cargas contrárias e negativas ao
desenvolvimento.

O REI DOS AMULETOS


Mesmo esta descoberta tendo ocorrido durante o reinado
do rei Salomão, em torno dos anos 930 e 970 a.c. ainda
hoje é conhecida a vantagem de possuir a pedra do 7
metais, representante dos 7 planetas que de acordo as
Pai Branco d’Oxalá
155
KIMBANDA
clavículas de Salomão, são sol e o metal estanho, lua e os
metais cobre e latão, Marte e o metal ferro, Júpiter e ouro,
Vênus pelo metal mercúrio, Saturno por chumbo e
Mercúrio pela prata ou ainda pelos padrões mais recentes
da alquimia que associa o ouro ao Sol, a prata a Lua,
mercúrio para Mercúrio, cobre para Vênus, ferro para
Marte, estanho para Júpiter e chumbo para Saturno; esta
pedra possui propriedades tão extraordinárias que seus
portadores conseguem geralmente não somente ter
prosperidade como dificilmente deixam de ter influência
sobre pessoas ao seu redor, inclusive em questões
amorosas e também nas relações pessoais com qualquer
indivíduo ou causa de posição social.
Esse maravilhoso e ao mesmo tempo misterioso amuleto
é conhecido no Brasil com a denominação de Pedra de
cevar, embora assim chamada é necessário possuir um
par de pedras denominadas casal de pedras de cevar, uma
representa o lado ativo e masculino enquanto a outra o
lado feminino e receptivo, ambas trabalham no equilíbrio
de atração e expulsão.
Uma das propriedades que esse amuleto possui é a do
magnetismo, uma vez que da mesma forma que atrai o
ferro o possuidor atrairá também as pessoas e os
pensamentos daqueles os quais quer influenciar.

Pai Branco d’Oxalá


156
KIMBANDA
Quem descobriu as propriedades e a formidável força
desse amuleto, foi o grande rabino Yram Radiel, que de
acordo com os ensinamentos recebidos pelo sábio rei
Salomão, conseguiu beneficiar-se e ao mesmo tempo
beneficiar a humanidade, dando as instruções de como
usar a pedra de cevar. A explicação mais simples para uma
fácil compreensão das enormes virtudes desse amuleto é
que seu poder está baseado pela representação dos
metais correspondentes aos planetas que regem cada um
dos sete acima citados sendo que essas propriedades são
tão grandes por agregar neste amuleto todas as forças dos
referidos metais conjuntamente, em vez de possuir
apenas a influência benéfica de cada um dos metais e seus
planetas de forma separada.
É esse o motivo da grande força deste amuleto
transmitida ao seu possuidor.
O culto das pedras de cevar pode ser associado a um
segmento religioso ou não, servindo como ferramentas de
emanações, de transmutações e magnetismo para
equilíbrio energético de objetos, pessoas e locais,
podendo assim ser agregadas a fundamentos de
Umbanda, Kimbanda, Candomblé, ocultismo, misticismo,
esoterismo, linha do oriente e outras, a contar seu
emprego ritualístico em ordens secretas, podendo
também ser cultuada apenas como ponto de energia, ou
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KIMBANDA
seja, pode ser cultuada de forma independente, apenas
como elemento energético desvinculada de outras
crenças, cultos e religiões.

PONTOS RISCADOS
Os pontos riscados são assinaturas espirituais de uma
entidade manifestada em um médium, normalmente são
utilizados como um firmamento a exemplo de quando um
trabalho kimbandeiro inicia com o ponto riscado, ou seja,
a entidade responsável pelo determinado trabalho risca
seu ponto e então decorre com as demais liturgias, assim
como geralmente ocorre ao início de uma gira, onde o
guia chefe do terreiro risca o ponto e então seguem as
doutrinas e desenvolvimentos, por organização do chefe
de terreiro podem em outro momento as entidades
presentes riscarem seus pontos para também firmarem
algum trabalho ou até para assumirem a direção de um
determinado ritual.
Pontos riscados e cantados são de extremo fundamento
aos rituais umbandistas e quimbandeiros, a principal
diferença é que os pontos cantados tem por princípio
gerar sintonias e invocações enquanto os pontos riscados
indicam ação, presença e compromisso.

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KIMBANDA
CALÇAMENTOS
Os calçamentos são elementos estabilizadores, a fim de
preservar as emanações ritualísticas e ao mesmo tempo
banir energias externas e/ou adversas.
Os principais calçamentos para Exús são os ecós que
divergem de acordo a linha de feitura.
Os mais comuns são compostos de água, cachaça, farinha
de mandioca e dendê para Exús de cruzeiro em época de
carnaval; água, cachaça, pedras de carvão, pedaços de
velas de sebo e azeite de dendê para Exús de almas nos
períodos de finados (mês de novembro); água, vinho, sal
grosso e moedas para os Exús Ciganos; água, champanhe,
mel, azeite de dendê, perfume, pétalas e um botão de
rosas para as Pombas-giras; sobras e restos de bebidas,
cigarros, charutos e velas para os Kiumbas.
Outras formas de calçamentos são os padês que
geralmente são utilizados para atrair entidades, uma
espécie de farofa ritualística, que geralmente para Exús
são a farinha de mandioca com água, cachaça e azeite de
dendê; para as Pombas-giras são a farinha de milho, água,
mel, dendê e perfume; para ciganos, a farinha de milho
temperada com canela em pó, grãos, especiarias, moedas
e perfume.

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KIMBANDA
Dentro dos calçamentos ainda temos os chamados
‘Cramulhões’ que são cabeças que representam exús,
feitas de batata inglesa cozidas, após ser moldada com
olhos, nariz, boca, ouvidos e chifres, uma é polvilhada
com pó de carvão e cravada com uma vela vermelha,
enquanto a outra é polvilhada com colorau e cravejada
com uma vela preta, normalmente são depositadas em
folhas de mamoneiro e ficam fazendo a sentinela da
entrada do terreiro, ficando uma a direita e outra a
esquerda, demarcando a presença e guarnição;
geralmente são empregados em dias de matança após a
limpeza local.

ERVAS DE EXÚ
Aqui vou citar as ervas mais comuns aos padrões de
fundamentos da Kimbanda, que são:
Guiné, arruda, alevante, mata cavalo, comigo ninguém
pode, jiboia, roseira, paineira, figueira, maricá, aroeira,
pata de vaca, fumo brabo, losna, catinga de mulata,
cipreste, coroa de Cristo, urtiga, amoreira, abacateiro,
pimenta, avelós, azevinho, carqueja, guanxuma, folha da
fortuna, dólar, dinheiro em penca.

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AGRADECIMENTOS
Nada mais justo que agradecer a Deus acima de tudo e
aos Orixás.
Agradeço ao Exú Destranca-ruas do cruzeiro e a Pomba-
gira Cigana da estrada ao longo de minha jornada por
terem sido a conexão que em primeira oportunidade se
manifestaram em minha vida mostrando-me a verdade
não somente na Kimbanda mas em toda religiosidade
afro-brasileira, por me acompanharem mesmo nos
caminhos mais difíceis, por abrirem caminhos que são de
meu merecimento e por fecharem outros em forma de
livramento, agradeço pela oportunidade que me deram
em hoje ser Cacique de Umbanda, Mestre Kimbandeiro e
Babalorixá.
Agradeço aos chefes Kimbandeiros, Mª Mulambo e Exú
Marabô de Mãe Lúcia d’Xapanã Belujá, Exú Caveira e P.g.
Cigana das almas de Pai João Carlos d’Xangô Aganjú, ao
Exú Destranca-ruas e P.g. 7 saias de meu Babalorixá Luiz
d’Xangô Agodô por junto aos Exús que me regem terem
me conduzido até os dias de hoje; agradeço também a
todo povo da Kimbanda; por último, mas não menos
importantes aos guardiões que completam a tronqueira
que me protege, ao meu General e Sentinela Ogum Megê,
meu Amigo de todas as horas Exú da Meia-noite, a
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observadora P.g. Mª Quitéria, ao meu velho Pai Exú
Omolú por sua paciência e sabedoria acolhedoras. com
total mérito de forma especial ao grau de me faltarem
palavras para agradecer, tanto que não sei como definir,
se é meu Anjo, minha Mãe ou minha Mulher, mas certeza
tenho que é Amor, Dona Mª Padilha das almas.

Obrigado, obrigado e obrigado!

27/MAIO/2023
Viamão - RS

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