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FUNDAMENTOS DE EXUS

O lado de Exu é fundamentado em 3 lados – o lado africano do


Orixá Exu, o lado das almas e o lado de magia dos elementais.
O lado africano dará a doutrina, a magia será o ritual e as
almas serão o combustível.

EXU LEGBA – Representa o poder sobre a luz astral e toda a


magia. É a materialização do poder e o controle sobre toda a
natureza e o homem. É feito conforme o assentamento
feito na áfrica e com seu fundamento.

ASSENTAMENTO

Vaso – representando o mundo e a natureza

Montículo e falo de argila – matéria prima da criação do


mundo e dos seres vivos e de onde foi feito o primeiro exu
ancestral. Colocar na base do vaso colocando um cano de
ferro largo o suficiente para o achorô caia em cima do falo e
do exu.

Magnetita – pedra imã natural aonde será assentado o exu


que cria o foco magnético atraindo a luz astral e coagulando-a.
Ou seja materialização da energia direcionada pela magia.

Bafomé – Imagem que é um pantáculo representando o


dogma da luz astral.

Terra preta – terra fecunda que é sagrada e representação do


local aonde fica o orum. Fica por cima do assentamento de
argila até deixar o vaso preenchido por completo.

Ervas de Exu – que fazem parte de uma das energias da


natureza (sangue verde). Deve-se macerá-las com água de
chuva que caiu de noite e de dia e derramar por cima do
assentamento antes da obrigação.

Azeite de dendê – elemento dinamizador e catalisador. Deve


ser abundante em toda obrigação.

Cachaça – bebida preferida do Exu e serve para sacralizar o


assentamento e despertar os exus com a borrifação.

Água da chuva – líquido puro e sagrado – água sêmen – serve


para acalmar os exus pois provêm dos céus , local do elemento
ar e da luz astral. Foi sublimado pelo Sol e materializa-se como
liquido puro e sagrado tornando-se água sêmen que faz
florescer e frutificar a vida na terra.

21 ponteiras – representa o domínio sobre os caminhos do


axé dos 7 planetas (conseqüentemente dos Orixás) nos planos
espiritual, astral e físico.

7 tridentes – representam o poder sobre os sete planetas (5


de exu e 2 de pomba gira)

16 búzios africanos – representando os 16 exus africanos


vigias dos odús do orixá Ifá (Oxalá de Orumilaia) do destino.

Quartinha grande de barro – local aonde se guarda a água


sagrada.

Farinha de mandioca – mandioca (raiz da terra em formato


fálico) que em pó faz o prato principal da oferenda.

Fumo em corda – elemento que faz com que o exu, ao comer


a oferenda vomite de volta o pedido do solicitante. Ou seja,
outra forma de materialização da energia direcionada pela
magia.

Osogbo – Cabaça alongada em formato de falo que é usado


pelo Exu para domínio da luz astral.

Preta e Vermelha – Cor símbolo do Exu

Ave: Casal de galinhas de angola

O Exu não possui corpo material. É um ser que, apesar de


possuir fagulhas ígneas, está no plano astral e no campo
cósmico. A Quimbanda Brasileira entende que os Exus são os
espíritos dos mortos que receberam o título de uma legião e
agem em conformidade com a mesma. Tais espíritos já
estiveram presos no invólucro material (corpo físico) e
possuíam características individuais que, segundo as
diretrizes do nosso templo, devem ser cultuadas.

Partimos da ideia que os assentamentos de Exu (chamado


pelos africanos de “Igbá Èsú”) são um grupo de fetiches que
geram uma força de canalização dentro do culto de Exu.
Fetiches são objetos carregados de energias positivas e
negativas que possuem poderes sobrenaturais e atributos
mágicos. O conjunto desses objetos, acrescido de ritualísticas
apropriadas criam um campo energético muito poderoso
que possibilita a formação de um corpo físico para os seres
que se encontram no astral.

O assentamento é uma forma de recriar um microcosmo


onde o Exu será cultuado. Para que isso ocorra, são
necessários elementos sagrados que formem todos os
membros e órgãos desse novo corpo físico.

Deve ser feito de dentro de um “vaso” de barro ou caldeira


de ferro que simbolizará o “Grande Útero Negro”, na nossa
tradição chamado de Baphomet e, a partir desse estágio,
receberá os demais elementos necessários. O útero é um
local de gestação e evolução onde habitam forças da vida e
da morte. Esotericamente, seus mistérios conectam ao
inconsciente, aos abismos que separam luz e escuridão e os
planos astral e material. A forma “uterina” está associada ao
mistério do Graal, onde o sangue do Dragão é o infinito mar
amorfo.

O “esqueleto” ou centro de sustentação é a “ferramenta” ou o


boneco de Exu ( feito em ferro) que será colocado dentro
desse vaso. As “ferramentas” são os pontos riscados
confeccionados em ferro por habilidosos ferreiros. Esses
artistas do ferro também podem confeccionar bonecos e
bonecas de Exu conforme a necessidade dos dirigentes.
Importante salientar que tanto na “ferramenta de Exu”
quanto nos bonecos, as armas que definirão a polaridade
(+,-) do espírito são parte da composição. Portanto, a
“ferramenta” ou boneco possuem atributos de sustentação,
batalha e poder magístico, bem como outras características.
Essa “ferramenta” ou boneco será firmado no fundo do
caldeirão (panela) ou “alguidar” (vaso de barro) com argila
negra. Essa argila é rica em ferro e representa uma espécie
de “sangue negro” do reino mineral, além de ser parte da
formação do “Corpo de Exu”. A relação do barro com o
corpo dos deuses e dos homens é retratada em muitas
culturas milenares (sumérios, gregos, hebreus) e o mito de
Exu diz que sua formação deu-se através da junção de três
elementos: Terra, água e hálito. Além dos aspectos
mitológicos, o barro é uma síntese dos elementos, afinal,
modela-se o barro com a água que necessita do ar no
processo de secagem e por ultimo o fogo que queima a peça
e a fortalece.

Desse mesmo reino mineral vem outros componentes


primordiais para a existência dessa “habitação de Exu”. O
“Okuta” ou “Ota” é uma pedra preparada para a realização
dos assentamentos. Seu significado dentro do culto de Exu é
assemelhar-se ao coração do assentamento, pois desse
fetiche pulsará as energias necessárias para a vida no “vaso”.
Existem muitas formas sagradas de encontrar o “Okuta”,
porém, descreveremos de forma simplória como efetuamos
esse procedimento dentro do nosso templo. Como nosso
culto não está associado ao culto de deidades africanas e sim
de espírito/sombra dos mortos arrebatados pelas correntes
de Exu, a pedra “Okuta” não necessita de muitos ritos
exigidos em outras vertentes religiosas. Acreditamos que
independente do Reino que a pedra foi encontrada, possui
mistérios “adormecidos” que serão avivados através dos
rituais. Portanto, muitas pedras podem ser o “Okuta” de Exu,
pois podemos ativar sua formação buscando a história do
planeta e das civilizações, contadas através do
desenvolvimento rochoso da qual se desprenderam as
partículas formadoras.

Um “Okutá” pode ser qualquer tipo de pedra, seja de origem


mineral ou vulcânica. Sob nosso entendimento, mesmo as
adquiridas em lojas especializadas são consideradas válidas,
haja vista que podem ser despertas através dos rituais
adequados. Quando a pessoa tem acesso aos pontos
naturais (florestas, rios, pedreiras, cemitérios, estradas e
encruzilhadas de terra batida, cavernas dentre outros) para
procurar uma pedra significativa, ao encontra-la deve
solicitar “licenças” aos Reis e Rainhas do ponto e deixar no
local um pedaço de “fumo de corda”, uma garrafa de
“Marafo” (cachaça) e sete moedas correntes. Feito o
procedimento, essa pedra deverá ser levada ao local
ritualístico e ser preparada como fetiche para assentamento.

Muitos tipos de pedra podem ser usados como pontos que


emanam força e virtudes nos assentamentos. Segue uma
pequena listagem acerca das pedras (cristais) e suas
qualidades para o uso no culto de Exu.

Ágata de Fogo: Poder, dinheiro, força e sedução. Pedra


associada ao planeta Mercúrio.
Carvão (Mineral): Sangue negro, ativa emanações saturninas
e atrai dinheiro. Pedra associada ao planeta Terra.
Diamante: Espiritualidade, força, poder de penetração e
corte.
Esmeralda: Atrai fortuna e bons negócios. Pedra associada ao
planeta Vênus.
Cristal de Enxofre: Limpeza, desobstrução e ataque astral.
Hematita: Confiança.
Lápis Lazúli: Poder no mundo dos antigos, cura e proteção.
Pedra associada ao planeta Vênus.
Lava: Pedra que representa os quatro elementos. Poder de
proteção através do fogo.
Obsidiana: Pedra do elemento fogo, carregada de poder
saturninos. Carrega o próprio poder de assentamento
energético e a advinhação através de visão espiritual.
Ônix: Afasta os inimigos e energias nocivas ao
desenvolvimento carnal, material, espiritual e mental. Pedra
associada ao poder de Saturno que promove o autocontrole.
Pedra da Lua: Intuição, psiquismo, controle das emoções,
aberturas oníricas. Pedra associada aos poderes da Lua.
Pirita: Dinheiro.
Rubi: Incita paixões e luxúria. Pedra associada ao fogo e ao
sangue.
Turmalina Negra: Proteção. Pedra ligada aos poderes
ctônicos e ao sacrifício. Associada ao planeta Saturno,
também representa a força de assentamento energético. Por
absorver energias nocivas, age como escudo de proteção.
Uma pedra fundamental para os assentamentos é a “Yangui”.
Essa pedra de aspecto ferruginoso é conhecida como
“laterita”, uma pedra rica em ferro, alumínio e nutrientes do
solo. Na mitologia Yorubá, a pedra “Yangui” representa o
próprio “Èsú Yangui”, o multiplicador dos seres. Está
intimamente ligada ao processo gerador da ancestralidade
masculina e feminina, a voracidade e ao processo de
retribuição.

Após o “Vaso morada” ter recebido o “corpo, a estrutura, o


coração (além de outros atributos vindos de outras pedras) e
a ancestralidade de Exu”, costuma-se agregar outros itens
como forma de potencializar a morada de Exu. Todos os
objetos descritos fazem parte da nossa tradição, portanto,
serão contestados por inúmeras pessoas. Para nós, a opinião
de outros grupos ou segmentos religiosos não modifica,
injuria ou enaltece nossas práticas, pois acreditamos no valor
energético dos nossos rituais.
SÃO OBJETOS DE PODER

Animais secos: Usados nos “Vasos moradas” como poderes


ocultos. Geralmente se opta por animais peçonhentos como
aranhas (senhoras das teias – “Nahemoth”), serpentes,
escorpiões e outros animais que podem ser inteiros ou em
partes. Esses fetiches carregam os Exus de poderes ancestrais
xamânicos, além de representarem elementos da psique
humana que devem ser trabalhados na jornada evolutiva
carnal. Na feitura dos Exus da Mata são elementos
indispensáveis.

Azougue: Usado como força de Mercúrio, propicia a


dominação da mente e dos impulsos que escravizam, pois
atua como forte veneno que Exu usará para libertar.

Búzios (cauris): Na antiguidade os búzios eram moeda


corrente na África, todavia, nos assentamentos de Exu
exercem o papel de retentores de energia, pois as partes
abertas do mesmo recebem a força vinda das ervas, terras e
de todos os sangues que ficam armazenados dentro da
concha. Costumam-se usar múltiplos de sete nos
assentamentos.

Cabaça: Usado nos assentamentos como símbolo dos


mistérios de Exu. Na cabaça estão todas as “mirongas”, pós e
outros fetiches. Como a cabaça representa o símbolo fálico e
o uterino, também refletem o aspecto dinâmico e receptivo
de Exu e Pomba Gira.
Cadeado: Objeto usado nos assentamentos que necessitam
que a energia seja retida. Nosso entendimento versa que
apenas os Exus de Alma, Kalunga e Cruzeiro devem ter esse
fetiche.

Chaves: Usadas como símbolos de abertura e fechamento de


caminhos.
Corrente de aço: Usada como forte proteção, e instrumento
de submissão aos ataques de inimigos, esse fetiche está
associado ao Planeta Marte.

Dados: Objeto usado nos assentamentos como atrativo de


sorte no destino. Podem ser relacionados aos oráculos
ciganos, portanto, assim como os cadeados possuem
direcionamento, entendemos que esse item está relacionado
ao Reino da Lira.

Favas: São sementes usadas como forma de atrair os poderes


ancestrais para o Exu. Cada fava possui qualidades
adormecidas que serão despertas ao longo do rito de
assentamento. O pó das favas também é chamado de
“Sangue”, pois tem associação com o esperma. Exemplos:
Àrìdan/Aridan: Proteção contra mazelas e feitiços.
Garra de Exu: Fava pontiaguda e cortante, usada para
proteção nos assentamentos.

Ferradura: Além de ser um objeto feito em ferro, desde a


antiguidade era símbolo de proteção e boa sorte. No culto
da Quimbanda a ferradura simboliza força para os caminhos,
pois permite ao animal o calçamento necessário para andar
em todos os terrenos.

Lanças ou “lanceiros de Omulu”: Feitos em ferro, são


elementos de proteção e soterramento de energias nocivas.

Lanças de madeira: Possuem as mesmas funções dos


lanceiros de ferro, todavia, são usados nos fetiches do povo
das matas.

Ímã ou Pedra Ímã: Usado como campo magnético. Conecta


os polos, abre portais astrais necessários para atrair ou
repelir energias.

Moedas antigas (nacionais ou estrangeiras): Usadas como


“pontos de riqueza dos antepassados”. Moedas possuem o
poder de “comprar” e corromper alguém quando necessário.
Quando colocadas no “vaso/assentamento” são objetos que
se multiplicam no campo astral e concedem poder de
barganha ao Exu.

Moedas Correntes (nacionais ou estrangeiras): Usadas como


“ponto de riqueza e abertura de caminhos”. Age como uma
força de transação monetária imediatista.
Ossos: Os ossos são símbolos de temporalidade e
mortalidade, porém, são fetiches usados para renascer o
poder dos mortos. Possui uma relação estreita com
“Gólgota”, por tal motivo, os Exus e Pombas Giras da
Kalunga, Cruzeiro e Almas usam caveiras e cruzes como
símbolos de suas Legiões.

Parafuso de trem: Feitos em ferro, são objetos usados para


prender os trilhos e assegurar o percurso dos trens através
da fixação dos trilhos. Carregado de energias provindas do
constante atrito, são poderosos fetiches para garantir que a
jornada carnal dos adeptos esteja protegida de desvios
acidentais.

Pó de Ouro: Usado como força solar que atrai riqueza e


glória.

Pó de Prata: Usado como força lunar é fortemente associado


à noite e as trevas. O uso no culto é para que exista a
conexão da psique dos adeptos com a energia de Exu, além
de promover a intuição e proteção ao longo das jornadas
astrais.

Pó de Bronze: Usado como força do fogo, associado ao Sol,


esse metal é atrativo de riquezas e glórias.

Pó de Cobre: Usado como força de Vênus trata-se de um


metal receptivo, fortemente associado à polaridade negativa
e feminina. Seu uso propicia atração de sensualidade e
prazer e, por ser um grande condutor de eletricidade,
também atrai a sorte.

Pó de Alumínio: Usado como força de Mercúrio, esse metal


está associado à habilidade de expansão e ao contato astral.

Peça de estanho: Usado como força de Júpiter e associado ao


elemento ar, esse metal é usado como “mensageiro”. Sempre
que possível, coloca-se no “vaso” um projétil de estanho
como forma de garantir proteção contra armas de fogo.

Peça de Chumbo: Usado como força de Saturno, o chumbo


possui ligações com os poderes ctônicos e mortuários da
Terra. Dentro dos assentamentos assegura a permanência
dos conjuros, rezas e pedidos, além de possuir alto grau de
proteção. Podem ser usados diversos símbolos em chumbo,
como esferas, pequenas imagens (ex.: pães – que asseguram
ao adepto não passar fome em sua jornada), punhais,
“Ogôs”, dentre outras figuras. Pode ser substituído por pó de
chumbo.

Punhal: Feitos em ferro, carregam a força marciana de guerra.


Nos “vasos morada” são peças fundamentais para
soterramento de energias, dissolução de feitiços e ataques
espirituais, pois são propagadores do fogo. Representam no
microcosmo uma das armas de Exu, que assim como os
garfos/tridentes, exercem papel fundamental. Concedem
hierarquia aos Exus.

Trilhos de trem: O trilho é a materialização dos caminhos


feitos em aço e ferro. Simboliza a jornada espiritual e toda
energia dinâmica que engloba desde a locomoção até a
evolução espiritual. Nos trilhos existe uma energia muito
grande capaz de abrir poderosos portais. Nos “Vasos
morada” é uma peça importante, principalmente para os
Exus que representam caminhos e encruzilhadas.

Os ítens descritos fazem parte da alquimia na feitura do


assentamento de Exu. Existem outros elementos que podem
ser agregados conforme a necessidade e desejo da linhagem
do espírito e de seu princípio individual, como por exemplo,
no assentamento do “Senhor Exu Brasa” costuma-se usar
cinzas de forno e, quando possível, cinzas de cremação. Já a
“Senhora Maria Navalha” exige sete navalhas em torno do
seu vaso e a Pomba Gira Cigana geralmente solicita cartas de
baralho, fitas e vários tipos de fetiches associados ao povo
andarilho. Tais particularidades são explicadas pelo conceito
do culto africano a “Èsú Bara”. “Bara”, ao contrário do que
leigos expõe em textos sem nexo, não é o Èsú coligado ao
Òrisá, e sim o Senhor que traduz o princípio da
individualidade dos seres regulando o destino de cada um
deles. Na Quimbanda não cultuamos o “Bara”, todavia, existe
o “Exu-Catiço” denominado “Bará de Rua” que pode estar
associado ao culto. Se os antepassados que cultuamos
estiveram na matéria, obviamente não são iguais. Cada Exu e
Pomba Gira têm qualidades diversas, pois a legião que os
atraiu não os destituiu das qualidades individuais.

Acerca de “Èsú Bara” existe outro ponto deveras importante


a ser salientado. O “Vaso” de Exu representa a existência
desse “Ser” no mundo espiritual (astral), chamado pelo culto
“Yoruba” de “Òrun”. Em contra partida, a existência de Exu no
“Àiré” (mundo físico) está intimamente ligado ao próprio
corpo físico dos seres humanos.

Dito é pela cultura Yorubá que quando uma pessoa falece,


seu corpo deve ser devolvido à Terra para que a mesma
receba novamente a massa que modelou-o ao longo da
existência terrena. Dessa forma, o “Bara” que lhe acompanha
desaparece. Portanto, o culto africano nos deixa claro que a
massa modeladora do corpo de Exu reside na própria Terra.

Para criarmos condições do corpo do Exu tornar a existir


(haja vista que já teve sua existência no Àiré) a Quimbanda
Brasileira usa a argila negra no início do processo de
assentamento e, para finalizar a montagem do “Vaso” de Exu
e lacrar os fundamentos, complementa a ritualística com
uma mistura de sete tipos de terra representando os Sete
Reinos de Exu e todas as energias advindas dos mesmos.

No culto da Quimbanda Brasileira, são louvados Sete Reinos


de Exu:

Encruzilhadas;
Cruzeiros;
Kalunga;
Matas;
Almas;
Lira;
Praia (Kalunga Grande).

Cada dirigente espiritual usa uma sequência esotérica para


misturar essas terras, assim como nós temos nossa própria
forma de fazer. O mais importante é saber exatamente as
palavras de força (rezas) corretas para ativar essa mistura.
Sem esse procedimento, as terras, apesar de conterem a
essência desses pontos representativos, não vão atingir a
plenitude energética necessária para sustentar o corpo de
Exu.

Outros tipos de Terra também podem fazer parte dessa


massa. Terras de pontos de força de todo mundo são
excelentes para agregar energias, tais como vulcões,
desertos, campos de guerra, lugares onde existiram grande
templos de antigas civilizações, terras de aldeia indígena,
dentre outras.

Na massa/corpo também costumamos usar outros


elementos que representem os três tipos de sangue tais
como: Osun, dendê (epo), Yerosun ( ìyèrosùn), pó de pemba,
cinzas diversas, pó de carvão, enxofre, dentre outros. Essa
mistura de Terras e elementos deve ser modelada com água
e aguardente e um composto feito a base de ervas de Exu.

Feita a massa/corpo, fecha-se (lacra-se) o “Vaso” de Exu


deixando apenas o “Okuta” parcialmente para fora, pois a
partir dele, todo fetiche será imantado através do
derramamento ritualístico de “Kydai”. Esse rito propicia aos
“Exus-Eguns ou Catiços” o renascimento repleto de poder,
força e ancestralidade.

Entendemos que após a feitura dos vasos, os mesmos agirão


como vórtices de energia. Essa energia é representada
simbologicamente por um espiral anti-horário. Além de ser o
receptáculo de um ancestral, o “vaso” também age como
uma espécie de micro buraco negro, uma pequena
reprodução da criação.

EXU TRANCA RUA das almas E DESTRANCA RUA das almas


– Representam o dogma do bem e do mal e todos os seus
correspondentes. São responsáveis por trancar ou destrancar
os caminhos tanto bons quanto maus.

ASSENTAMENTO

Exu Destranca Rua das Almas

Alguida – Vasilhame de barro envernizado que funciona


como prato de refeição.

Imagem – O que dá a forma física do exu e o materializa.

7 chaves – Símbolo do exu que abre os caminhos das sete


energias planetárias.

7 ponteira – Símbolo do domínio sobre os caminhos das


sete energias planetárias.

1 tridente – Símbolo do poder de abrir os caminhos dos exu.

Quartinha - local aonde se guarda a água sagrada.

Vermelha – cor símbolo do exu

Ave: Galo de cor Vermelha

Exu Tranca Rua das Almas

Alguidar - Vasilhame de barro envernizado que funciona


como prato de refeição.

Imagem – O que dá a forma física do exu e o materializa.

7 cadeados – Símbolo do exu que fecha os caminhos das


sete energias planetárias.

7 ponteira – Símbolo do domínio sobre os caminhos das


sete energias planetárias.

1 tridente – Símbolo do poder de abrir os caminhos dos exu.

Quartinha - local aonde se guarda a água sagrada.

Preta – cor símbolo do exu

Ave: Galo de cor preta

Os nomes devem ser batizados quando do assentamento de


cada um.

SIMBOLOS DOS AXÉS

1 - MOEDA DOURADAS E CIRCULO DE BATATA COM DENDÊ E


FAZER OS RAIOS DE SOL COM DENDÊ

2 - MEIA LUA DE BATATA BRANCA

3 - TRIDENTE DE BATATA COM COLORAL

4 - CABEÇA DE BATATA RECHEADA COM DENDÊ

5 - COROA DE BATATA DESPEJANDO DENDÊ POR CIMA

6 - CONE DE BATATA COM CANELA EM PÓ

7 - CRUZ DE BATATA COM CINZA OU CARVÃO PRETO


Estes três Exus farão parte da coroa dos demais exus e devem
semanalmente ser despachados na sua encruzilhada
correspondente (três ruas) para que tragam dos caminhos
todo o axé solicitado na fala e no símbolo da oferenda. Será
oferecido o padê como comida ritual no sentido de
materializar a energia solicitada pela magia.

ABERTURA DE CAMINHOS

Quando houver necessidade de abertura de caminhos de


algum das sete energias planetárias deve-se ir a encruza
correspondente e fazer um padê para Destranca e levar um
galo. Abrir a encruza com a quartinha colocando um pouco de
água nos quatro caminhos e finalizar firmado o ponto caracol
no centro. Deve-se apresentar- se aos quatro caminhos
dizendo o nome com o ebó nas mãos. Arriar no centro e fazer
uma chamada para Destranca Ruas apresentando o galo aos
quatro caminhos batendo as assas dizendo:

“Eu (falar o nome completo) ofereço e este ebó como


agradecimento ao (axé especifico) que tenho.” Efetuar o
sacrifício fora do ebó e riscar o ponto com achoro chegando
ao centro na oferenda dizendo:

“Que o Exu Destranca Rua das Almas corra gira e gira o


mundo buscando (axé específico) e traga com o vento o
(axé específico) tornando (falar o nome com o axé
especifico)”

Deve deixar o galo com a cabeça em cima do ebó e o galo


deve bater as asas. Todo ritual deve ser feito na frente da
pessoa como que abrindo a “porta” do caminho. Ao final deve-
se colocar o dendê em cima do ponto do caracol para
dinamizar e deve derramar muito dendê em cima.

Deve-se sair dando 7 passos de costas e antes de o galo parar


de respirar.

LIMPEZA DE CORPO (EGUM OU FEITIÇO)

Sempre que tiver que limpar uma pessoa deve-se levá-la ao


cruzeiro de Xapanã e efetuar a limpeza para Tranca Rua das
Almas levando um padê e um galo. Chegara na encruza e do
meio fazendo o ponto do caracol de Tranca e finalizar nos
cantos firmando. Colocar um pouco do ebó no canto e
acendendo 1 vela nos 3 cantos. No quarto canto deve ser
arriado o ebó com 4 velas. No centro sacrificar o galo fazendo
o ponto do caracol e indo para os três cantos e terminando no
ebó dizendo:
“Que o Exu Tranca Rua das Almas corra gira e gira mundo
desmanchando todo (axé específico) e trancando(axé
específico) tornando livre (falar o nome com o axé especifico)”

Colocar o galo com a cabeça no ebó que a pessoa deve


segurar até parar de respirar dizendo:

“Eu (falar o nome completo) ofereço e este ebó como


agradecimento por estar livre de (axé especifico).”

Colocar dendê no cento e puxar no caracol pelos cantos e


finalizar em cima do ebó e do galo. Deve ser feito tudo nas
costas da pessoa e quando for segurar o galo a pessoa deve
virar e ficar de frente. Após deve virar de costa e sair.

LIMPEZA DE CASA (MARIA MULAMBO DO LIXO)

Deve-se riscar o ponto de caracol com a saída para o portão


do lado de fora da casa. Acender uma vela para Mulambo e
um eco com água, pó de cinza, carvão, sal grosso e café. E
pedir que fechem todas as janelas e portas apagando todas as
luzes e que todos os moradores da casa estejam dentro.

Material usado

1 garrafa de cachaça

9 velas de sebo
brancas 1 cabo de
vassoura nova 3
guanxumas inteiras
70 cm de fita mimosa preta
70 cm fita mimosa roxa
7 velas pretas e roxas

Prato de barro redondo grande


Potes de pólvora
Pemba
roxa
Defumado
r Carvão
Ervas de descarrego (arruda, casca de cebola, casca de alho,
assa fétida, café, etc.)

Cigarro

Fazer a vassoura do lado de fora e entrar com todo material.


Fazer uma defumação dos fundo para frente abrindo somente
a porta da frente. Depois colocar o ponto de pólvora no centro
em forma de cruz e estourar. Passar as velas, e a grafa de
cachaça cantado o
ponto das almas. O movimento deve ser sempre em cruz. No
ponto do lado de fora fazer uma chamada de exorcismo e
acender as 9 velas de sebo em forma de cruz abrindo a
garrafa colocando a vassoura virada de ponta cabeça atrás da
porta. Deixar velar um pouco e a meia-noite apagar as velas
de sebo assoprando e apagar da Molambo com a mão e sair
para rua levando tudo e saindo de costas para casa.

No na encruzilhada de Xapanã deve-se pedir licença a


destranca ruas no centro e despachar o eco em formato de
ponto caracol do centro para fora e ir até os 3 cantos em
sentido anti-horário e no 4ª despachar pedindo que leve para
o lixo tudo (axé especifico). Acender as velas em forma de
tridente para o canto. Virar de costa e sair. Se precisar pode
ser levado uma galinha preta e passar na casa e sacrificar em
cima do eco em foram de caracol.

Se souber o nome do inimigo poderá ir a encruza de Ogum e


acender uma vela para destranca ruas colocando uma chave
qualquer e pedindo que destranque a encruza. No centro
quebrar a garrafa com o nome, despachar o eco em cima ,
quebrar a vassoura , quebrar as velas e acender as de sebo em
volta em forma de círculo. Pegar a galinha e fazer o sacrifício
fazendo o ponto do caracol para fora nas quatro direções das
ruas dizendo a Maria Mulambo do Lixo que este é a paga que
está recebendo em nome de (inimigo). Despachar em cima
ainda viva colocar muito dendê no ponto caracol para fora no
sentido da rua. Como limpeza, deve-se ferecer um ebó no
canto do encruza para Tranca Rua das Almas passando a
garrafa de cachaça pedindo:

“Que o Exu Tranca Rua da Almas tranque todos os caminhos


que possam me trazer o axé de cólera e castigo”

Se for recorrente pode-se prender a pessoa na encruza para


Ogum oferecendo um ebó para Tranca Rua das Almas com um
boneco acorrentando e cadeado com 7 cadeados com o nome
da pessoa. E dar para a pessoa esconder as sete chaves num
lugar que ninguém possa descobrir. Somente a pessoa e o que
fez poderão saber. No dia que alguém descobrir ou que as
chaves forem encontradas está desfeito.

EXUS DOS QUATRO ELEMENTOS

São exus assentados nos quatro elementos (fogo, terra, água e


ar) que serão os responsáveis por materializar todo o axé
correspondente. Toda a tônica da doutrina e costume será
feito dentro das características nativas do elemento.
ELEMENTO FOGO

Elemental: Salamandras

Pomba gira: Rainha das Sete Encruzilhadas de Cabaré


Axé: Sexualidade, paixão, prazer, sensualidade e
atração. Cores: Vermelha e preto
Período: Verão – Dia que entra o Verão deve ser o
corte. Lua: Cheia
Horário: Das 12:00 hs até as 17:59 hs
Planeta: Vênus –
ASSENTAMENTO -

Caldeirão – Representa o yoni magnético feminino.

7 ponteiras – Representando o domínio sobre os sete


caminhos deste elemento.

1 tridente médio de PG – Representando o poder sobre o


fogo e seus correspondentes.

Ocutá – Ligação coma natureza (Magnetita)

Dendê – elemento dinamizador do exu que deve ser


colocado no ocuta para acerela-lo

6 pedras de magnetita – simbolizando o poder magnético


do assentamento para o axé dos sete caminhos do reino do
fogo.
Enxofre – Elemento catalisador do
elemento Cânfora – Elemento atiçador do
elemento
Álcool - Elemento multiplicador, dinamizador e alimentador
do elemento.

Pétalas de rosas vermelhas – Representando a passividade e


a paixão descontrolada.

Botão de rosa fechado branco – Mulher virgem.


Botão de rosa vermelha fechada – Frigidez
sexual.
Flor aberta de rosa vermelha sem o cabo – Mulher
sexualmente disponível.

Flor aberta de rosa vermelha com o cabo sem espinhos – ato


sexual

Flor aberta de rosa vermelha com o cabo e com espinhos –


ato sexual feito de forma selvagem

Canela em pau – Representação do homem sexualmente


disponível.
Canela em pó – Energia sexual, excitação.
Cravo – Prazer, orgasmo.
Maçã vermelha – Atração pelo proibido e pecaminoso
feminino. A parte superior é a vagina e a inferior é o ânus.

Morango – Atração pelo proibido e pecaminoso masculino. A


ponta é o falo e tirando a proteção do caule com o verde é o
ânus.

Vinho tinto doce – Bebida que traz atração pelo


masculino. Cidra de Maçã – Bebida que traz atração
pelo feminino.
Licor de Cereja – Bebida que traz axé de infidelidade.
Perfume de rosas – paixão pelo usuário.
Ponto feito na madeira – Mandala de foco do elemento.
Cigarros de cravo – Encanta o astral com a energia do
prazer.
Cigarros de canela – Encanta o astral com a energia de
excitação. Mel – Amor.
Imagem – Corpo material do exu.

Artigos da calunga – 1 caveira (representando as almas que


serão os vassalos do exu que foram recrutados pela mesma no
ritual do ebó das almas na calunga) e uma cruz (representado
o lado das almas da entidade)

Ave – Galinha vermelha e preta (mais vermelha)


Pimenta dedo de dama – Serve para arder a relação e se for
posta com recheio de mel dará uma paixão violente e intensa.

Cereja – Traição amorosa e sexual

Ebó – Uma maçã vermelha cravejada com 7 cravos da índia no


local correspondente, 7 morangos de pé, sete canelas em pó,
pipoca estourada no dendê com pétalas de rosas vermelhas e
sete trufas de licor de cereja.

Ebó das Almas – arroz feito com os miúdos e a galinha


vermelha temperada com, sal, temperos, coloral ,tomates,
pimentões vermelhos e pimenta dedo de dama. Deve-se levar
um Amorim com 99 cent de comprimento preto e outro
branco, nove velas de sebo brancas, nove velas de sebo
pretas, nove copos descartáveis, nove pratos descartáveis, 9
garfinhos descartáveis, 9 copos de bebida, 9 copinhos de café,
9 cigarros.

ELEMENTO ÁGUA
Elemental: Ondinas

Pomba Gira: Cigana das Almas

Axé: Intuição, vidência, magia,


mediunidade Cores: Preta e prata
Período: Outono – Dia que entra o Outono que deve ser o
corte Lua: Minguante
Horário: 18:00 hs às 23:59
hs Planeta: Lua
ASSENTAMENTO
Bombonier de vidro ou cristal – Representando o útero
feminino e a fecundidade da terra. O que é preenchido e
contem abundantemente.

Areia da praia – Traz o ambiente físico do axé aonde é feito o


assentamento.

Concha grande do mar – Ponto focal do elemento que será


posto no centro do assentamento em frente do ocutá como
uma piscina natural que nunca deve secar. Dentro deve ser
postoum punhado de sal grosso.

6 conchas menores - que serão posta em forma de círculo em


volta representando a abundância dos sete axés dos sete
planetas.

1 estrela do mar – pentagrama natural.

Objetos encontrados no mar ou rios – devem ser postos de


forma a magnetizar o assentamento.

As quatro luas – Os períodos da lua e seu governo -


CRESCENTE - Aumento, CHEIA - Penitude, MINGUANTE -
Esvaziamento, NOVA – morte.

Água da praia – Elemento mágico magnetizador.


7 ponteiras – domínio sobre os sete caminhos do axé.

1 tridente grande de PG – Poder sobre o elemento água

Mercúrio - Dinamizador, multiplicador, acelerador e


catalisador elemento. Refere-se a rapidez com que o deus
Mercúrio levava as mensagens entre os deuses e os homens.

Imagem – Elemento que materializa a entidade .


Ocutá – Ponto de ligação com a natureza.
Dendê – elemento dinamizador que acelera o exu para trazer o
axé do assentamento

1 peixe – símbolo da fartura e abundância.

7 pedras de magnetita – simbolizando o poder magnético do


assentamento para o axé dos sete caminhos do reino da água.

Ponto feito de madeira – Pantáculo para o foco do elemento.

Artigos da calunga – 1 caveira (representando as almas que


serão os vassalos do exu que foram recrutados pela mesma no
ritual do ebó das almas na calunga) e uma cruz (representado
o lado das almas da entidade)

Pandeiro – Representando a raiz cigana da entidade ligada a


bruxaria.

Cartas, tarô, runas, bola de cristal – Objetos se são utilizados


na divinação

7 taças das sete cores dos planetas – Para poder trabalhar


com a abundância dos 7 elementos. 3 serão utilizadas nos
elementos correspondentes. As outras quatro serão deixadas
aos cuidados do elemento.

7 bebidas – Serão usadas para fazer o ritual representando a


abundância e o ser do axé.

Camarão – dons espirituais (profecia, mediunidade, intuição,


clarividência, etc)

Ave – Prateada ou branca ou cinza.

Ebó - 7 filés de peixe com 7 camarões fritos e arroz colorido e


7 trufas de licor com frutas em volta. Colocar 4 taças com
licores em volta.
Ebó das Almas – arroz feito com os miúdos e a galinha
branca temperada com, sal. Deve-se levar um
Amorim com 99 cent de comprimento preto e outro branco,
nove velas de sebo brancas, nove velas de sebo pretas,
nove copos descartáveis, nove pratos descartáveis, 9
garfinhos descartáveis, 9 copos de bebida, 9
copinhos de café, 9 cigarros.

ELEMENTO TERRA

Elemental: Gnomos

Exu: Rei das sete encruzilhadas

Axé: dinheiro, riqueza, bens materiais, fortuna


Cores: Preta e dourada
Período: Inverno – Dia que entra o Inverno que deve ser o
corte Lua: Nova
Horário: 00:00 hs às 05:59
hs Planeta: Sol
ASSENTAMENTO

Tacho de metal - Representa o que contêm dinheiro dando o


axé de abundância.

7 ponteiras – domínio sobre os sete caminhos do


dinheiro Ocuta – ligação com a natureza (magnetita)
Dendê – elemento dinamizador que acelera o exu para trazer o
axé do assentamento

Imagem – materializa o exu dando um formato.

Ponto de madeira – pantáculo que focaliza o elemento

1 tridente médio – representa o poder sobre o elemento terra

7 moedas de 1 real – moeda corrente que será o elemento


atraído pelo assentamento

1 pentagrama – símbolo do mago e representando o domínio


sobre todos os elementos e a materialização do verbo na terra.

7 pedras semi-preciosas – Objetos do elemento que trazem a


energia específica. Devem ser postas as que tem ligação com
dinheiro, fartura e demais correspondências.
Pó de ouro – Que valoriza o assentamento aumentando seu
foco de atração.

Terra preta – Simboliza o elemento terra que produz todas as


riquezas do mundo.

Anel de ouro com rubi vermelho – Ouro que é o metal mais


valorizado atraindo dinheiro e valorizando o assentamento.

Corrente de ouro – Serve para amarrar no assentamento o


valor trazendo o axé de dinheiro

Artigos da calunga – 1 caveira (representando as almas que


serão os vassalos do exu que foram recrutados pela mesma no
ritual do ebó das almas na calunga) e uma cruz (representado
o lado das almas da entidade)

Espumante – Bebida do exu que deve ser a melhor

Taça de cristal – Representando a abundância de dinheiro

Charutos – Devem ser grandes e bons. Símbolos de poder e


posses

Ervas – folhas de dinheirinho, dinheiro em penca, fortuna,


dólar representando as notas de dinheiro

Ave – Galo preto e dourado

Ebó – Folhas de alface com as ervas, lombinho de porco,


lingüiça, bacon e farofa com 7 moedas de chocolate douradas.
Ebó das Almas – arroz feito com os miúdos e o galo
temperada com sal, temperos, salsinha, cebolinha e dendê.
Deve-se levar um Amorim com 99 cent de comprimento preto
e outro branco, nove velas de sebo brancas, nove velas de
sebo pretas, nove copos descartáveis, nove pratos
descartáveis, 9 garfinhos descartáveis, 9 copos de bebida, 9
copinhos de café, 9 cigarros.

ELEMENTO AR

Elemental: Silfos

Exu: João Caveira da Calunga

Axé: Saúde do corpo, alma e do espírito


Cores: Preta e branca
Período: Primavera – Dia que entra o Primavera que deve
ser o corte

Lua: Crescente

Horário: 05:59 hs às 11:59 hs


Planeta: Saturno
ASSENTAMENTO
Alguida – O que contêm o axé

7 ponteiras – domínio sobre os sete caminhos da


saúde 1 caveira grande – simbolizando as almas
Cruz preta – Simbolizando a morada das almas no
além Cruz vermelha – Simbolizando o tratamento das
doenças 1 garfo de exu médio – Poder sobre o
elemento ar
1 caixão – portal de passagem para outra vida, carro que leva.

1 foice – representando o poder de desligar o ser de seu


corpo. Morte

Artigos da calunga – Trazer o ambiente até o


assentamento Ervas – Representando a cura dos
males do corpo
Folhas da figueira – Representando a ligação das almas com
a arvore como ponto focal de morada dos eguns.

Terra de calunga – Representando o pó que os corpos se


tornam depois da morte.

Punhal e espada – Instrumento de domínio dos elementos

Defumador ou incenso – Serve para transformar através do


fogo ervas e incenso em elementos do ar para influenciar o
astral trazendo o axé necessário conforme solicitado.
Ponto feito de madeira – Ponto focal do
assentamento Bebida – wisque ou conhaque
Ebó – Bife de fígado acebolado com cebola roxa, beterrabas
cortadas em rodelas e temperadas, couve refogada e ovo
cozido cortado em rodelas e laranjas cortadas.

Ebó das Almas – arroz feito com os miúdos e o galo


temperada com sal e dendê (metade). Deve-se levar um
Amorim com 1 metro por 50 cm de comprimento preto e
outro branco, nove velas de sebo brancas, nove velas de sebo
pretas, nove copos descartáveis, nove pratos descartáveis, 9
garfinhos descartáveis, 9 copos de bebida, 9 copinhos de café,
9 cigarros.

EBÓ DAS ALMAS

Ritual feito com as aves sacrificadas ao exus que são servidos


aos seus comandados particulares. No primeiro corte deve-se
levar a calunga e arriar no chão na frente da cruz mestra um
alguida grande com pade e com uma chave, cadeado e uma
madioca cozida inteira colocada plantada para a coroa . Na
frente os amorins (preto em branco) deve ser colocado em
forma de cruz no chão. No centro colocar o alguidar com os
ebós das almas e uma caveira. Arrumar os pratos, copos
(cachaça),garfos e velas. Servir os mesmos com fazendo uma
chamada para os exus e cantar os pontos de almas de cada
um. Pegar um galo preto e sacrificar para a coroa. Após
sacrificar uma ave para o exu no ebó e correr nos pratos.

A partir daí os exus vão buscar as almas . O exu vai buscar na


calunga a cruzes escolhendo o nome que será manifestado e
chamado. Escolhidos deve acender uma vela branca e atirar
uma moeda dizendo:

“Estou pagado para que (Exu nome do egum ...) trabalhe para
mim”

Levar a cruz e deixar em cima do alguidar. Depois acender os


cigarros e servir o café e colocar na mesa. Levar uma caixa de
madeira a colocar a caveira e a cruz dentro cobrindo com
pano preto. Colocar na obrigação do exu correspondente.

Para entrar na calunga deve levar uma cerveja, velas, charuto


e duas moedas pedindo ago e pagando a entrada e ao sair de
frente para a calunga pagando o que está levando Deve-se
arriar para Iansã Timboa numa roseira antes de fazer o ritual
pedindo proteção.Sempre que fizer as próximos cortes, o ebó
será oferecido na casinha.

Umbanda e Quimbanda
Há diversas manifestações de inúmeras falanges dessas
entidades, que costumam auxiliar seus médiuns nos terreiros
de Umbanda, como por exemplo: Maria Padilha, Rosa dos
Ventos, Rainha das 7 Encruzilhadas, Pombajira da Calunga,
Pombajira das Almas, Pombajira Cigana, Pombajira Maria
Mulambo, Rosa Caveira, Dona Tata Caveira, etc.

As oferendas são inúmeras, sempre acompanhadas de


champagne de boa qualidade, bons vinhos, bebidas fortes como
o gim, Bourbon e, em isolados casos, a pinga. A elas são
oferecidos cigarrilhas e cigarros de boa qualidade, rosas
vermelhas, sempre em numero ímpar, mel, licor de anis (uma
de suas bebidas preferidas), espelhos, enfeites, jóias, bijuterias
de boa qualidade, anéis, batons, perfumes, enfim, todo o
aparato que toda mulher gosta e preza.

• COR: Vermelho, preto e dourado


• METAL: Bronze e ouro
• DIA DA SEMANA: Sexta-feira
• PREDOMINÂNCIA: Amor, dinheiro, sexo, cassinos e
prostíbulos. Algumas Pomba Giras
• Pombajira Cigana
• Pombajira Maria Mulambo da Porteira
• Pombajira Maria Padilha rainha do cabaré
• Pombajira Maria Padilha
• Pombajira Maria Padilha das Almas
• Pombajira Maria Padilha da Encruzilhada
• Pombajira Maria Padilha do Cruzeiro
• Pombajira Maria Rosa
• Pombajira Rainha
• Pombajira Maria Molambo
• Pombajira Rosa Caveira
• Pombajira Rosa da Noite
• Pombajira das Sete Encruzilhadas
• Pombajira do Cruzeiro
• Pombajira da Calunga
• Pombajira Mirongueira
• Pombajira Maria Quitéria
• Pombajira Maria Mulambo da Estrada
• Pombajira Rainha das Rainhas
• Pombajira Menina
• Pombajira Rainha Sete Encruzilhadas
• Pombajira Rainha do Cemitério
• Pombajira das Almas
• Pombajira Magdalena Sofia
• Pombajira da Praia
• Pombajira Dama da Noite
• Pombajira Sete Calungas
• Pombajira Maria Mulambo das Sete Catacumbas
• pompogira Maria Mulambo da sete Encruzilhadas
• Pompogira Fiqueira do Inferno
• pompogira Maria Mulambo da Porta do Cemitério
• pompogiro Cacurucaia
• Pombajira Maria Caveira do Cemitério
• Pombajira Maria Mulambo da Lixeira
• Pombajira Maria Kitelja do cuzero da almas!
POMBA-GIRA

A Pomba-Gira ou Pombajira é um Exu-fêmea. Tal como os


Exús, as Pombas-Giras são espíritos em evolução, que já
viveram entre os humanos, e que aprendem sobre a vida
através de nossa própria vida, enquanto aguardam a sua
vez de reencarnar. Os espíritos mais evoluídos são
chamados por outro nome. Assim a Pomba-Gira passa a
ser chamada de Lebará.

Zaira Male era uma bruxa, que fundou a sociedade


“Mulheres de Cabaré Damas da Noite”, local onde as
mulheres da “noite” se reuniam, recebiam os homens a
quem davam prazer, mas não só. Esse local permitia-lhes
reunir-se para aprender a magia, encantos e feitiços, para
conseguir obter dos homens tudo o que queriam.

Zaira Male transmitiu ás suas aprendizes o culto ás


outras que morressem. Assim nasceu o culto da Pomba-
Gira. As antigas, as anciãs incorporavam no corpo das
mulheres novas com capacidades mediúnicas para as
receber, e transmitir as suas mensagens. Essas
mensagens podem ser das mais variadas, no entanto o
objectivo principal é o conhecimento da magia e dos
encantamentos, que permitirá ás mulheres saber como
conquistar o homem amado.

As Pombas-Giras são Exús fêmeas ligadas á sexualidade e á


magia, tendo várias áreas de domínio: amor, sexo,
sentimentos.

As Pombas-Giras têm um nome cabalístico: KLÉPOTH.

E cada uma atende por um nome diferente: rainha das 7


catacumbas, Maria Padilha…

Maria Padilha é uma das principais entidades da Umbanda


e do Candomblé, da linha da esquerda, sendo também
conhecida por Dona Maria Padilha, e considerada a Rainha
das Pombas-Giras. É a Rainha do Reino da Lira, Rainha das
Marias.
É a mulher de Exu Rei das 7 Liras, ou Exu Lúcifer,
como é conhecido nas Kimbandas.

Ela é vista como o espírito de uma mulher muito bonita e


sedutora, que em vida teria sido uma fina prostituta ou
cortesã influente.

Maria Padilha é uma Pomba-Gira poderosa capaz de auxiliar


em problemas de amor, saúde, afastar indesejáveis,
desmanchar feitiços.

As mulheres que trabalham com esta entidade têm uma


personalidade muito forte e são geralmente
extremamente sensuais e atraentes. Amam como
ninguém, mas se forem traídas facilmente odeiam seus
parceiros amorosos.

Maria Padilha é a protectora das prostitutas. Gosta do


luxo e do sexo. Suas roupas são geralmente vermelhas e
pretas, usa uma rosa nos seus longos cabelos negros. É
uma Pomba-Gira que gosta de festas e dança.

Os seus dons: dom do encantamento de amor.

As suas oferendas são: cigarros, champanhe, rosas


vermelhas em número ímpar, jóias, cosméticos, espelhos,
mel, licor de anis.

Os seus trabalhos são geralmente despachados em


encruzilhadas em “T”.

Os sacrifícios a oferecer-lhe: galinha vermelha, cabra,


pata preta. A saudação a Exú: Laroyê, Exu! (“Salve, Exu!”)
Maria Padilha, tem vários nomes:

- Maria Padilha Rainha dos 7 Cruzeiros da Kalunga;

- Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas;

- Maria Padilha Rainha dos Infernos;

- Maria Padilha Rainha das Almas;


- Maria Padilha das Portas do Cabaré;

- Maria Padilha Rainha das 7 facas;

- Maria Padilha Rainha da Figueira…

O maior segredo para pedir e obter o que pedir


para Maria Padilha, está na fé nela e no respeito
por ela.

ORAÇÃO A MARIA PADILHA

“”São 12 horas em ponto e o sino já bateu. Sei que nesta


hora, pela força do vento a poeira vai subir, e com ela também
subirá todo o mal que estiver no meu corpo, no meu caminho e
na minha casa. Tudo se afastará da minha vida. É com a força e
Axé de Maria Padilha que meus caminhos, a partir deste
momento, em que os ponteiros se separam, estarão livres de
todos os males materiais e espirituais, pois a luz que clareia o
caminho de Maria Padilha também há de clarear os meus
caminhos, para isso estarei sempre na posse desta oração.””

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