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Gerência Geral: Rafael Cobianchi

Capa: Daniel Erick


Diagramação: Renata Santiago
Preparação: Maria Cristina Carapeto Lavrador Alves
Revisão: Daniela Pita

Este livro segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.

Editora Canção Nova


Rua João Paulo II, s/n – Alto da Bela Vista
12 630-000 Cachoeira Paulista – SP
Tel.: [55] (12) 3186-2600
E-mail: editora@cancaonova.com
loja.cancaonova.com

Todos os direitos reservados.

ISBN: 978-65-86698-08-4
© EDITORA CANÇÃO NOVA, Cachoeira Paulista, SP, Brasil, 2020
SUM
Como tudo começou 12

01
Saulo: um jovem
Apresentação 07 escolhido 17
Introdução 10 Um instrumento
escolhido por Deus 21
A geração PHN é assim 24

02 03
A força de Maria Vivendo como Sara e
Madalena e o Tobias 36
amor de João 26 Viver como filho de
A garra de Maria 32 santos 43
A geração PHN é A geração PHN é
assim 34 assim 48

04 05
Viver como Castidade: única
consagrados 50 alternativa 62
Posso tornar-me puro A hora é agora! 73
outra vez? 56 A geração PHN
A geração PHN é assim 61 é assim 77
ÁRIO
06
07
O caminho que Deus
traçou para mim 90
Vivendo em sadia O plano estepe 98
convivência 78 Resposta a um chamado
Assim como era no (Testemunho da Luzia) 100
princípio 81 A geração PHN é assim 106
Reagindo contra o pecado 85
A geração PHN é assim 89

09
08 Para vencer o Golias 120
O Rosário 124
Recebendo um
novo nome 108 A Eucaristia 125
Vencendo as A Bíblia 125
O jejum 126
revoltas 112
A confissão mensal 128
A geração PHN
A geração PHN é assim 131
é assim 119

Vivendo em estado de PHN 132


Rumo a céus novos e a uma
10 11
terra nova 138 Testemunhos
Com a têmpera de um guerreiro 141 150
PHN: uma escola de vencedores 145
Mons. Jonas Abib

APRESENTAÇÃO

Percebendo ou não, estamos continuamente bus-


cando fazer parte de algo, seja parte de um grupo, de uma
equipe, de uma causa, na verdade fazer parte de algo que
vá de encontro ao meu ser. E quando encontramos este
lugar, quando nos identificamos, tudo isso nos enche de
sentido. Já busquei muito, até que certo dia descobri que
eu não fazia apenas parte de algo, mas de uma Geração.
E fazer parte desta Geração me fez descobrir, ou
melhor, redescobrir quem eu sou, fazer parte dela, me
fez ampliar os horizontes, resgatar o que havia perdido,
e de fato, me encheu de sentido.
Eu teria muitos motivos para “dar errado”, para ir
por outros caminhos que me distanciariam daquilo que é
a minha identidade e essência, mas foi a proposta desta
Geração que me levou a fazer a escolha certa!
Fui realmente gerado, e uma vez gerado para uma
vida nova, encontrei no caminho muitos jovens que
também estavam e estão buscando algo maior, não
meramente transitório e passageiro, mas algo que per-
maneça, que é Eterno.
A Geração PHN, que muito cedo conheci, e que
foi moldando a minha história, me leva a dizer um NÃO

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para tudo aquilo que me distancia de mim mesmo, que
me fere, que me descaracteriza, que me escraviza. Um
“NÃO” que, por trás tem um grande SIM, um SIM para uma
vida plena, não sem desafios, dificuldades e renúncias,
mas tão cheia de sentido, de realização, de felicidade,
de liberdade.
Um SIM à santidade, à Eternidade, e por incrível
que pareça, fazer parte da desta Geração PHN me faz
cada dia me aproximar Daquele que sabe o que é o
melhor para mim, que tem um plano de amor que supera
tudo que eu poderia conceber de melhor. Dizer um não
ao pecado, em resumo, é dizer um SIM ao melhor plano
de amor.
Deixa eu te dizer... Você não está apenas com um
livro nas mãos que nem sei como chegou até você, mas
o que você tem diante dos seus olhos é um convite a
fazer parte de uma Geração, a não apenas dizer, mas
literalmente viver como Geração PHN. Pode ser que
você assuma isso agora ou, quem sabe, este convite é
para que você reassuma aquilo que um dia se propôs a
viver, mas pelos tropeços da vida, acabou voltando atrás,
desistindo... Hey, volta!
Você tem descrito nestas páginas uma inspiração,
o trajeto de um caminho a percorrer, onde o Padre Jonas
com tantos jovens que o acompanham levaram e levam
esta “bandeira”, e a jornada por este caminho, já fez
muitos jovens viverem uma vida totalmente nova.

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Mons. Jonas Abib

Confesso a você que em momentos da minha vida


me deparei com a dúvida, fiz meus cálculos, se realmente
valeria a pena... Mas hoje, sem dúvidas, não troco esta
escolha por nada, eu quero ser santo, eu quero me deci-
dir e lutar todos os dias para isso, recomeçar quantas
vezes for preciso, me decidir diariamente, e isso não é
um peso, pois quando se trata de vida, e o para que fui
feito, entendo que viver o PHN, e não apenas utilizar um
slogan, fará com que eu viva uma vida cheia de sentido,
e o melhor de tudo, uma vida que não se esgota, mas
que é abundante e eterna.
Você faz parte desta GERAÇÃO?!

Tiago Marcon
@tiagomarconcn
Coordenador do Ministério Jovem Canção Nova

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In trodução

Vós ainda não resististes até ao sangue, na vossa


luta contra o pecado. (Hb 12,4)

Durante alguns anos, me dediquei de maneira


especial à evangelização dos jovens por meio da pre-
gação e da música. Com frequência, estive em lugares
aonde muitos desses jovens acabam indo depois de uma
vida longa afastada de Deus, como centros de recupera-
ção para adictos ou casas de apoio a portadores do vírus
HIV em fase terminal.
Foi nesses lugares, vendo a luta de todos e a
importância para eles do dia de hoje – demonstrada,
por exemplo, quando dizem “só por hoje serei sóbrio”
–, que Deus me colocou no coração esta inspiração: por
que não ensinar os jovens a dizer o mesmo frente ao
pecado de cada dia? Nasceu assim o PHN: Por hoje não
vou mais pecar!
O dia de hoje é absolutamente único e exclusivo,
nunca existiu e jamais voltará a existir. A vitória ou a
derrota de hoje dependem também de nós. É preciso
olhar para a nossa realidade e perceber que Deus
quer que sejamos incansáveis na luta para dominar o
homem velho. É preciso entrar nessa aprendizagem e

10
treinamento constantes para saber dizer PHN às nossas
más inclinações.
Este livro traz a visão de quem está há mais tempo
nessa luta. É a visão de quem tem pregado, anunciando
e denunciando, levando todos a desejar a santidade e a
encontrar a paz e a alegria verdadeiras.
Ânimo, coragem, fidelidade, constância e solidarie-
dade são palavras que, tantas vezes sumidas da boca do
jovem, voltam a ser descobertas quando vivemos o PHN.
Levantamos essa bandeira e convidamos a juventude de
nosso país a segui-la conosco, persistente no entusiasmo
de dizer sim à vida e não à droga, à prostituição e à vio-
lência. Uma juventude fiel na sua luta pessoal contra
o pecado, que insiste em invadir a família, a escola e
o namoro. Uma juventude que desperte para a perma-
nente busca do conhecimento de Deus e de Sua Palavra.
Uno-me a todos vocês, solidarizando-me, pois
conheço a realidade que envolve os jovens nos dias de
hoje e sei que eles são mais fortes do que imaginam.
Este livro vai ajudá-lo a enxergar e descobrir isso.
Coragem! Vamos à luta! Usem esta arma: PHN!

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COMO TUDO
COMEÇOU
01
Em meados do ano 2000, faleceu um grande
amigo meu, Osvaldo Cruz Coelho Nunes. Todos nós o
chamávamos de “Seu Osvaldinho”. Ele era alcoólatra
e semanalmente participava da programação da rádio
Canção Nova, na qual falava a respeito da recuperação
das pessoas que bebem, beneficiando muitas famílias.
Desejo homenageá-lo com este livro.
Você deve ter estranhado o fato de eu ter come-
çado falando de um grande amigo alcoólatra. É isso
mesmo, os alcoólatras, que conhecem a própria situação,
se apresentam assim: “Eu sou alcoólatra”. Eles sabem e
testemunham que o alcoolismo é uma doença que os
leva a beber. Veja: não é uma simples desculpa. Os médi-
cos também concordam que o alcoolismo é uma doença;
e os alcoólatras admitem que são impotentes diante
dela. Quando, no passado, diziam que bebiam porque
queriam e que podiam parar quando quisessem, isso sim
era uma desculpa. Admitir a própria impotência diante
da doença é um passo fundamental para a recuperação.

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É preciso que se chegue ao momento em que o
alcoólatra decide: não vou mais tomar o primeiro gole!
Muitos pensam o contrário, que os alcoólatras deveriam
parar aos poucos. Mas eles testemunham que todas as
vezes que tentaram parar aos poucos, não conseguiram,
foi apenas ilusão. Somente, sabendo da própria impo-
tência diante do álcool, decidiram “não tomar o primeiro
gole”, e então conseguiram iniciar a própria recuperação.
O tio Osvaldinho, como eu gostava de chamá-lo,
bebeu cerca de trinta anos. Arruinou a saúde, o casa-
mento, a família, correu várias vezes risco de morte.
Depois viveu cerca de mais trinta anos sem beber. Mais
do que recuperação, foi a restauração da sua vida, do seu
casamento, dos seus negócios e da sua família.
Há uma doença mais fatal do que o alcoolismo, e
que precisa ser enfrentada da mesma forma: é o pecado.
Não estranhe. Assim como o alcoólatra é portador de uma
doença que o leva a beber, igualmente há uma doença
hereditária da qual somos portadores, que se chama
pecado e que nos leva a pecar. Precisamos admitir que
somos pecadores e impotentes diante desta doença
fatal.
É preciso, portanto, que chegue o momento em que
cada um de nós decide: não quero mais pecar! Parece
exigente demais, e às vezes pensamos que não é preciso
todo esse radicalismo: basta “maneirar”.
A geração PHN é feita por aqueles que fizeram essa
experiência e sabem, pelos fatos, que apenas tentar
maneirar não os levou a nada. Mas quando admitiram a

14
Mons. Jonas Abib

própria impotência diante do pecado e decidiram: “Eu


paro por aqui!”; “Basta! Chega! Não quero mais pecar!”,
deram início à própria recuperação.
É preciso ser esperto, pois sem ruptura ninguém
vai conseguir superar seus vícios, males e dificuldades:
somos impotentes diante do pecado. Qual é o seu pecado
característico? Aquele que o atinge mais? Para o alcoó-
latra é a bebida. Para o drogado é a droga. Para muitos
é o sexo. Há muitas e variadas formas de o pecado se
apresentar. Para você, qual é?
É para esse pecado característico que você precisa
dizer não. Dar um “basta!” definitivo. Embora a desculpa
seja sempre a mesma – “Mas sou fraco, não vou con-
seguir. Já tentei muitas vezes e nunca consegui...” –, é
justamente por ela que necessitamos de uma ruptura.
Dê um não decidido e, em seguida, proclame a cada dia:
“Por hoje não. Por hoje não vou mais pecar!”.
Pensar em não pecar nunca mais nos dá uma grande
insegurança: “Eu não vou conseguir!”. Mas pensar em
não pecar por um dia, só pelo espaço de um dia, parece
mais possível, e a gente cria coragem.
Foi por isso que a geração PHN decidiu: Por hoje
não! PHN! Por hoje não vou mais pecar! Amanhã vai ser
outro dia.
Amanhã, portanto, eu vou dizer de novo: “Por hoje
não! Vai ser mais fácil: por hoje, só por hoje eu não vou
pecar. Quando chegar amanhã, eu vou começar tudo de
novo”.

15

É preciso ser esperto, pois sem
ruptura ninguém vai conseguir
superar seus vícios, males
e dificuldades.

16
Mons. Jonas Abib

Muita gente já entrou nessa, jovens e adultos,


homens e mulheres. Você não estará sozinho nesta linda
aventura.
Talvez você esteja se perguntando: “E se eu pecar?
Como é que eu faço?”. Você se arrepende, se confessa e
começa tudo de novo. Esta é a beleza do método PHN: a
gente está sempre recomeçando. A cada dia, começamos
tudo de novo.
Muita gente pega um calendário, põe na cabeceira
da cama e, logo ao acordar, já coloca sobre o número
daquele dia: PHN. Funciona! Pessoas como você já ultra-
passaram um ano não só escrevendo, mas vivendo o PHN,
esse caminho maravilhoso de santificação!
Este livro vai ajudar você a ingressar neste cami-
nho. No final de cada capítulo, eu vou retomar com você:
A geração PHN é assim!
Ingresse decidido. Boa aventura para você! A gera-
ção PHN acolhe você de braços abertos!

Saulo: um jovem escolhido


Encontramos na Bíblia a história de um jovem que
precisou “cair do cavalo”. Caiu da sua soberba e do seu
orgulho para ser um maravilhoso instrumento nas mãos
do Senhor. Seu nome é Paulo de Tarso.
Paulo vem do latim Paulus, que quer dizer
“pequeno”. Paulo tornou-se pequeno porque “caiu
do cavalo”. Antes chamava-se “Saulo”, que quer dizer

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“ungido”. Ele sabia o significado do seu nome: consi-
derava-se o “próprio ungido”. E foi exatamente pelo
orgulho espiritual que Saulo precisou “cair do cavalo”
da sua autossuficiência.
Vejamos como isso aconteceu, segundo a descrição
do livro dos Atos dos Apóstolos:

Ao ouvir essas palavras, eles ficaram enfurecidos


e rangeram os dentes contra Estêvão. Cheio do
Espírito Santo, Estêvão olhou para o céu e viu
a glória de Deus; e viu também Jesus, de pé, à
direita de Deus. Ele disse: “Estou vendo o céu
aberto e o Filho do Homem, de pé, à direita de
Deus”. Mas eles, dando grandes gritos e tapan-
do os ouvidos, avançaram todos juntos contra
Estêvão; arrastaram-no para fora da cidade e
começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixa-
ram seus mantos aos pés de um jovem chamado
Saulo, e apedrejavam Estêvão, que exclamava:
“Senhor Jesus, acolhe o meu espírito”. Dobrando
os joelhos, gritou com voz forte: “Senhor, não os
condenes por este pecado”. Com estas palavras,
adormeceu. E Saulo estava lá, consentindo na
execução de Estêvão (At 7,54-60; 8,1).

O Espírito Santo quis que isto ficasse atestado


na Bíblia: mataram Estêvão, e Saulo estava ali, presen-
ciando. Saulo não participou porque era menor de idade
e não podia apedrejar: só os maiores de idade podiam
fazê-lo. Paulo era jovem! Foi na sua juventude que Jesus

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Mons. Jonas Abib

o encontrou e o transformou. Antes, porém, ele perseguia


cruelmente a Igreja:

Naquele dia começou uma grande perseguição


contra a Igreja que estava em Jerusalém. Todos,
com exceção dos apóstolos, se dispersaram pelas
regiões da Judeia e da Samaria. Algumas pessoas
piedosas sepultaram Estêvão e guardaram luto
solene por ele. Saulo, entretanto, devastava a
Igreja; entrava nas casas e arrastava para fora
homens e mulheres, para atirá-los na prisão
(At 8,1b-3).

Observe a fúria desse jovem! Na verdade, tudo isso


aconteceu porque Paulo permitiu, desde o dia em que
viu o apedrejamento de Estêvão, que um grande ódio
invadisse seu coração. Isto o levou a cometer as barba-
ridades que estão narradas nos Atos dos Apóstolos. Foi
uma brecha que ele abriu!
Não sei que brecha foi aberta em sua vida! Talvez
a revolta contra alguém da sua família, seu pai ou sua
mãe; talvez uma situação afetiva que fez você se sentir
rejeitado; talvez seja a sexualidade ou o uso de drogas.
Enfim, o fato é que essa brecha criou ressentimentos
no seu coração, e o inimigo teve condições de entrar
nele. E quando ele entra, faz um grande estrago, como
fez em Saulo.
A história continua:

19
Saulo, entretanto, respirava ameaças de morte
contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se
ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas de reco-
mendação para as sinagogas de Damasco, a fim
de trazer presos para Jerusalém os homens e as
mulheres que encontrasse, adeptos do Caminho.
Durante a viagem, quando já estava perto de
Damasco, de repente viu-se cercado por uma luz
que vinha do céu (At 9,1-3).

Jesus ama a todos, e Saulo não é uma exceção. O


Senhor o amou, viu o estrago que havia sido feito em sua
vida, por ter dado brecha ao inimigo, e veio com poder
para resgatá-lo. Esse mesmo Jesus ama e conhece você,
sabe qual brecha você abriu, e o mesmo amor que teve
por Saulo, tem por você.
Saulo “caiu” do seu orgulho; foi ao húmus da terra
e, “caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: ‘Saul,
Saul, por que me persegues?’” (At 9,4).
Na língua hebraica, Jesus o chamou de “ungido”:
Saul. Um “ungido” não poderia agir como Paulo. Mas,
para Deus, ele era o Seu escolhido, o Seu ungido.
A mesma coisa acontece conosco. Não é por mere-
cimento, mas por graça, por escolha, que o Senhor olha
para nós. O Senhor escolhe Saulo e o chama duas vezes
pelo seu verdadeiro nome: “Saul, Saul, meu ungido, por
que me persegues?”.
Naquele momento, Saulo “caiu do cavalo”! O
Senhor lhe deu uma ordem: “Agora, levanta-te, entra
na cidade, e ali te será dito o que deves fazer” (At 9,6).

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Mons. Jonas Abib

Um instrumento escolhido por Deus


E a Palavra de Deus continua:

Os homens que acompanhavam Saulo ficaram


mudos de espanto, porque ouviam a voz, mas
não viam ninguém. Saulo levantou-se do chão
e abriu os olhos, mas não conseguia ver nada.
Então tomaram-no pela mão e o fizeram entrar
em Damasco. Saulo ficou três dias sem poder ver.
E não comeu nem bebeu. Em Damasco, havia um
discípulo de nome Ananias. O Senhor o chamou
numa visão: “Ananias!” Ele respondeu: “Aqui
estou, Senhor!” O Senhor lhe disse: “Levanta-te,
vai à rua chamada Direita e procura, na casa de
Judas, por um homem de Tarso, chamado Saulo.
Ele está em oração e acaba de ver, em visão, al-
guém que se chama Ananias entrar e impor-lhe
as mãos para que recupere a vista”. Ananias
respondeu: “Senhor, já ouvi muitos falarem
desse homem e do mal que fez aos teus santos
que estão em Jerusalém. E aqui, em Damasco,
ele tem plenos poderes, da parte dos sumos
sacerdotes, para prender todos os que invocam
o teu nome”. Mas o Senhor disse a Ananias:
“Vai, porque este homem é um instrumento que
escolhi para levar o meu nome às nações pagãs
e aos reis, e também aos israelitas. Pois eu vou
lhe mostrar o quanto ele deve sofrer pelo meu
nome”. Então Ananias saiu, entrou na casa e
impôs-lhe as mãos, dizendo: “Saulo, meu irmão,

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o Senhor Jesus, que te apareceu quando vinhas
pela estrada, mandou-me aqui para que tu re-
cobres a vista e fiques cheio do Espírito Santo”.
Imediatamente, caíram dos olhos de Saulo como
que escamas, e ele recobrou a vista. Em seguida,
levantou-se e foi batizado. Depois, alimentou-se
e recuperou as forças (At 9,7-19).

Aquele jovem, que emanava ameaças e revoltas,


é pego por Jesus e é transformado quando Ananias lhe
impõe as mãos: fica cheio do Espírito Santo! Só depois
Saulo é batizado com o Sacramento do Batismo, e sua
vida se transforma.
Hoje, Jesus está realizando a mesma coisa com
você. Talvez a sua situação seja tão complicada quanto
a de Saulo, e você se pergunta: “Como é que isto vai
acontecer?”.
A receita é a mesma: Jesus quer um novo derra-
mamento do Espírito Santo sobre você; como fez com
Saulo, o demônio quer utilizar-se dos ungidos do Senhor
e projetá-los contra o próprio Jesus. O ungido é você!
Por isso, Jesus quer lhe dar a graça da conversão e uma
verdadeira transformação! Quer torná-lo um “Saul”:
ungido, consagrado, santo!
Você foi selecionado e será ungido! Não pode ser
apenas mais um. Você precisa ser cheio do Espírito Santo,
para ser projetado por Jesus sobre a massa imensa que
precisa ser resgatada e transformada pelo Senhor: você
só pode ser santo! Santo pelo batismo no Espírito Santo,

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Mons. Jonas Abib

da mesma forma como se deu com Saulo. Peça a Jesus


essa efusão:

Senhor, quero receber esta graça: a efusão do


Espírito Santo! Quero receber a promessa feita
a Saulo. Que eu recupere a vista e seja repleto
do Espírito Santo! Vem, Espírito Santo!

Todos nós sabemos que há uma multidão inteira


precisando desse derramamento do Espírito Santo. Como
usou o jovem Saulo, o Senhor quer usar você. Sim! Você,
que acabou sendo também usado pelo inimigo para
atingir Jesus e roubar-Lhe as almas que Lhe pertencem.
Agora Jesus quer usá-lo como “remédio” para levar
o Espírito Santo a milhares de pessoas. Acredite: você
sozinho não é nada! Mas com Jesus, com o Espírito Santo,
com Maria, com a Igreja e, principalmente, com tantas
outras pessoas que se decidem a ser realmente “Saul”,
consagrados ao Senhor, você consegue! Jesus tem todo o
poder para batizar uma multidão de pessoas no Espírito
Santo. Porém, Ele precisa de você como precisou de Ana-
nias, que foi até Saulo, impôs-lhe as mãos e orou por ele.
Lembro-me de quando recebi a imposição das
mãos. Eu não podia imaginar os frutos que o Senhor
podia obter por meu intermédio! Um deles é você! É a
Comunidade, a Rádio, a TV Canção Nova e tantos outros
meios que Deus nos deu.

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Também precisei de um Ananias que rezasse por
mim! Talvez a tentação tenha envolvido você de tal
maneira, que você não acredita mais na sua transforma-
ção! Talvez já tenha caído tanto, que agora não acredita
mais que Deus pode fazer algo de bom com você. Engano
seu. Veja como foi com Saulo:

Saulo passou alguns dias com os discípulos que


havia em Damasco e logo começou a pregar
nas sinagogas, afirmando que Jesus é o Filho de
Deus. Os ouvintes ficavam perplexos e comenta-
vam: “Não é este o homem que, em Jerusalém,
perseguia com violência os que invocam esse
Nome? E não veio aqui, exatamente, para
prendê-los e levá-los aos sumos sacerdotes?”
Mas Saulo se fortalecia cada vez mais e deixava
confusos os judeus que moravam em Damasco,
demonstrando que Jesus é o Cristo (At 9,19b-22).

Que jovem de Deus! O que os apóstolos não fize-


ram, ele fez. Essa é a sua história e o script do filme da sua
vida também! A promessa de Jesus realizada em Saulo
é a mesma que Ele quer realizar em você: “É no Espírito
Santo que sereis batizados” (cf. At 1,5b).

A geração PHN é assim


Há um momento em que Deus entra na nossa histó-
ria e nos leva a mudar totalmente o rumo da nossa vida.
Talvez estejamos em um caminho totalmente errado,

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Mons. Jonas Abib

e torna-se urgente mudar de rumo. Talvez estejamos


“numa boa”, nada de muito errado conosco, mas, na ver-
dade, não estamos no esquema de Deus. Nesse caso, nem
pensamos em mudar... Mudar para quê? Estou tão bem!
Mas Deus, que nos ama, sabe que precisamos de
uma virada radical. Não podemos continuar no “mais ou
menos” que estamos. Deus “força a barra” e nos leva a
dar uma guinada de 180 graus, a romper com a vida pas-
sada e a começar uma vida totalmente nova, com novos
rumos, metas, valores e visão. Realmente uma vida nova!
Pare uns dois minutos e pense antes de seguir a
leitura: qual é a sua situação?
Seja qual for, agora é um momento de graça. Este
livro não caiu à toa em suas mãos, e não é em vão que
você já está no final deste capítulo. Deus quer entrar na
sua vida como entrou na vida de Saulo, mesmo que seja
preciso fazer você “cair do cavalo”. O certo é que você
não pode continuar nessa “vidinha”. Você é um eleito.
Um escolhido, como Saulo.
PHN é um estado de alma. É assumir a graça de uma
virada radical nos rumos da própria vida. O que Deus fez,
mudando os rumos da vida de Saulo, Ele quer fazer com
você. Basta que você aceite e se decida.
A mudança é Deus quem faz, e o começo de tudo
é a graça do batismo no Espírito Santo, do mesmo jeito
que aconteceu com Saulo. Mas a decisão é você quem
toma! Com suas próprias palavras, reze agora e expresse
ao Senhor a sua decisão.
Bem-vindo à geração PHN!

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