Reconquistando minha

Juventude
Gerência geral: Rafael Cobianchi
Gerência Editorial: Camila Lamins
Projeto Editorial: Ana Carolina Nascimento
Preparação e revisão: Annabella Editorial / Thuâny Simões
Direção de Arte: Kallel Moreira Capucho
Capa: Jailson R Vieira
Projeto gráfico e diagramação: Thayna da Silva Santiago e Diego
Rodrigues
 
 
 
 
 
 
 
Editora Canção Nova
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Alto da Bela Vista
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ISBN: 978-85-9463-134-3
 
© EDITORA CANÇÃO NOVA Cachoeira Paulista, SP, Brasil, 2023
 Pe. Lúcio Tardivo

 
 
 
 

Reconquistando minha

Juventude
 
 
 
 
 
 Sumário
Prefácio............................................................................ 7
Apresentação................................................................... 11
Dedicatória..................................................................... 13
Agradecimento................................................................ 15
Capítulo 1....................................................................... 17
O que é ser jovem?
Capítulo 2...................................................................... 27
A vida é doação
Capítulo 3.......................................................................37
A intensidade do ser
Capítulo 4...................................................................... 47
Ser, fazer e agir segundo o Espírito Santo
Capítulo 5.......................................................................59
Amigos nos fazem jovens
Capítulo 6...................................................................... 69
Ser família é cultivar a juventude
Capítulo 7...................................................................... 77
Lugares Sagrados do Encontro
Capítulo 8.......................................................................85
A Oração como Encontro
Capítulo 9...................................................................... 95
Reconstrução da vida, segundo a proposta de Jesus
Capítulo 10 .................................................................. 103
Gratidão, palavra-chave para quem quer permanecer jovem
Capítulo 11....................................................................113
Juventude e Sexualidade
Capítulo 12................................................................... 123
Tia Adolfina adorava a vida
Capítulo 13....................................................................133
Somos finitos, mas sempre jovens
Capítulo 14................................................................... 143
Juventude e simplicidade: saúde do corpo e da mente
Exemplos da força da juventude na Bíblia..................... 151
Referências.................................................................... 169
 Prefácio
Ângela Abdo
A
o receber o original deste livro, o título “Reconquis-
tando minha juventude” me chamou a atenção, porque
vivemos num mundo onde a busca do elixir da juventude é
uma constante.
No entanto, ao adentrar no texto, pude perceber que a
intenção do autor é ir muito além da aparência e vigor físico
dos dias de mocidade. Trata-se, pois, de um itinerário que nos
direciona a uma busca interior de renovação frequente.
Ao ler o conteúdo, notei a preocupação com temas que nos
levam a refletir primeiramente o conceito do que é ser jovem,
após a manutenção da juventude demonstrada no caminho
da vida como doação, de modo a ser esse o primeiro passo. O
debate sobre a intensidade do ser nos remete ao Padre Léo, que
buscou a santidade para si e procurou também doar sua vida
para que outros tivessem um encontro pessoal com o Cristo
Ressuscitado, fazendo-se para isso livre de comportamentos
inadequados depois da escolha de ser liberto.
A obra nos convoca a retomar o ser em um mundo que
ensina somente a importância do ter. Participei de um retiro
em Bethânia, juntamente com algumas mães, no qual demos

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 Reconquistando minha Juventude

uma pequena pausa para reconectarmos o "ser" e o "fazer", a

partir de uma busca interior onde lançamos um olhar para
nós mesmas, o que estamos fazendo, como estamos vivendo e
investindo o nosso tempo. E para a nossa surpresa, pequenos
ajustes de direção foram suficientes para oxigenar a nossa exis-
tência e nos sentirmos dispostas novamente.
Uma descoberta importante foi quanto ao papel dos ami-
gos como componente nesse elixir da juventude. Jesus mesmo
reforça-nos isso ao mostrar que precisava da amizade de Lázaro
e de suas irmãs. Betânia para Ele significava mais do que des-
canso, tratava-se da intimidade que nos permite mostrar para
o outro quem somos, sem medo de sermos julgados. O Mestre
andava com apóstolos e discípulos, mas, nos momentos cruciais,
escolhia apenas alguns, os mais próximos, para viver momentos
intensos de sua missão.
O autor também nos recorda que ser família é cultivar a
juventude, lugar de partilha, de projetos e de bênçãos que são
derramadas para que tenhamos êxito na implantação deles. O
legado conquistado e acolhido nos torna jovens uma vez mais,
pois a cada vez que alguém leva o projeto à frente, nossa vida
atualiza-se no novo tempo e espaço que antes era obscuro, mas
que neste momento chama-se agora.
A obra nos recorda o tempo pandêmico, quando a convi-
vência se tornou escassa, mas quando também foi um despertar
de muitas pessoas para a importância dos lugares sagrados como
pontos de encontro, principalmente na família. Como os idosos
sentiram o peso dos anos sem a companhia dos seus, como um
abraço passou a ser imensamente desejado. Redescobrimos a
oração como encontro com Deus, porque, se é importante o

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 Pe. Lúcio Tardivo

relacionamento entre pessoas, ainda mais o relacionamento

com o nosso Criador.
Percebemos que as pessoas que buscam a santidade, aos
poucos, vão tendo suas fisionomias rejuvenescidas, brilhantes
pela luz que vem do alto. Eu acredito que esse é o elemento
mais importante nesse elixir da inalterável juventude que bus-
camos, já que, quando paramos de buscar a nós ou aos outros,
temos o dom reconfortante da cura de Deus nas nossas feridas
e a graça de sermos pessoas alegres Nele, que é detentor dessa
autêntica bem-aventurança.
Mergulhar na oração é buscar a intimidade para a recons-
trução da nossa vida desde o exemplo de Jesus, que aceitou a
proposta do Pai para sua missão na terra, e não a partir dos
nossos planos. Nós também precisamos nos aprofundar no
amor de Deus para conosco, com humildade e obediência, para
alcançarmos uma verdadeira entrega do nosso ser. Afinal, Deus
não mede esforços e se entrega integralmente para nos salvar.
A nossa resposta não pode ser menos intensa que a entrega, o
que nos conduzirá a restabelecer nossa vida com gratidão por
tudo que Ele faz por nós. Gratidão essa, segundo o autor, que
é a palavra-chave para permanecermos jovens.
Com coragem, o tema Juventude e Sexualidade é expos-
to, mostrando que essa questão não é vista de forma integral,
porque foi reduzida à genitalidade, perdendo a sua principal
beleza e razão de ser. O resultado disso traz um envelhecimento
precoce, pois sem o componente do amor, o sexo repetitivo se
torna cansativo e obsoleto nas relações. No entanto, quando o
sexo vai sofrendo as metamorfoses da idade regada com amor,
nos torna eternamente jovens no matrimônio.

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 Reconquistando minha Juventude

Padre Lucio nos traz o exemplo de sua tia Adolfina, que

adorava a vida e marcava a existência das pessoas com sua
alegria. Seu segredo: vivia cada dia como se fosse o último, era
intensa. Ele nos brinda com uma reflexão de que somos finitos,
mas sempre jovens, trazendo um alerta do Padre Léo de que
é preciso saborear a felicidade de viver neste mundo. Isso nos
mantém vivos e jovens!
Ser jovem é um estilo de vida! Essa é a mensagem contida
em toda esta obra, que não se fixa em um único aspecto, mas
abrange o físico, o emocional e o espiritual para manter a ju-
ventude com uma saúde do corpo, da mente e da alma. Para os
dois primeiros aspectos, físico e emocional, temos como mestres
para a trilha da juventude a medicina e a psicologia, mas para
a alma nosso manual infalível é a Bíblia.
Padre Léo nos ensina que, “na Bíblia, a palavra santo é
sempre sinônimo de saudável. Santo, portanto, significa sarado.
O mundo precisa de um exército de jovens sarados, santifica-
dos, que não se contentem mais com coisas pequenas. Quem
pensa pequeno realiza pequeno. Os jovens são chamados a um
projeto muito grande”.
Que ao longo desta leitura possamos aprender a sermos
santos e sarados; afinal de contas, quem não quer encontrar o
elixir da juventude?
Desejo a todos uma verdadeira descoberta da trilha da
juventude em Deus, e que ao reencontrar a primavera da alma
não se deixem subjugar pelo exterior que esse mundo tanto
cultua e continuem a resplandecer Jesus de dentro para fora, a
verdadeira juventude que precisamos recuperar.

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 Apresentação
É com grande alegria que apresento a segunda parte da
trilogia do Reconquistando. Este livro proporciona uma re-
flexão acerca da nossa vida, baseado numa experiência vivida
através dos anos.
Reconquistando a minha juventude fala de uma força que
existe dentro de cada um de nós, independente do tempo
em que vivemos. Cada um é convidado a buscar dentro de si
mesmo a força jovem que existe em nós.
Quero mostrar, através de seus capítulos, uma reflexão
profunda sobre o nosso ser e principalmente sobre a nossa
vontade de viver.
Juventude não se restringe a um determinado tempo da vida,
mas é sim uma energia dada por Deus a cada um de nós, e
cabe a nós mesmos descobrirmos este grande dom.
Ao longo de todo livro, é apresentado um caminho de liber-
tação e de oração, onde cada qual é chamado a reconquistar
em seu dia a dia a juventude que Deus nos dá.
Destaco pessoas que, mesmo em idade avançada, nos dão
exemplo de vitalidade e alegria de viver.

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 Reconquistando minha Juventude

Sem muitas delongas, somos todos convidados a buscar

as coisas do Alto, mas sem perder o gosto de viver nesta
vida terrena.
Em cada um de nós existe uma força capaz de trans-
formar o ambiente onde vivemos (de dor em paz, de
sofrimento em alegria).
Não importa a idade que temos, o que importa é a intensida-
de que vivemos o nosso grande presente, que é a vida.
Reconquistando minha Juventude é um grande convite para
que você possa viver bem a vida que Deus lhe deu. Olhar
para sua história e contemplar o grande dom de Deus.
Você e eu, cada um de nós, podemos transformar o mundo
para melhor, se formos jovens, se deixarmos o olhar pes-
simista e ver as maravilhas que Deus fez por cada um de
nós. Com a ajuda da psicologia, dada para nós através das
reflexões do psicólogo Marco Antônio Rodrigues, podemos
fundamentar toda nossa reflexão e ser uma ajuda consistente
em nossa busca pelo verdadeiro sentido de nossa vida.
Aproveitemos este tempo de graça dado a nós através
deste livro. Que ele nos ajude a reconquistar a cada dia a
nossa juventude.

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 Dedicatória
Dedico este livro a duas pessoas importantes que me mostraram
o quanto a vida pode ser bonita e o quanto foram JOVENS
durante toda sua existência.
O primeiro é o Monsenhor Jonas Abib, um homem que viveu
intensamente sua vida, que soube ser tudo para os outros e que
ao longo dos seus 85 anos nos deu um grande testemunho de
alegria e juventude.
Monsenhor Jonas sempre foi alguém admirável, que tinha den-
tro de si uma grande força e que transmitia a todos esta grande
energia e sabedoria. Obrigado, Jovem Monsenhor Jonas, pelo
seu testemunho de amor à vida.
A segunda pessoa é minha mãe Ivani da Cruz Tardivo, uma
mulher que ao longo dos seus 81 anos me ensinou lições de
ternura e amor à vida.
Alguém que gostava de viver e que viveu muito bem, nos deixan-
do um grande exemplo de doação. A mulher que plantou tantos
jardins, agora, foi plantada em Deus e está florescendo em todos
os que com ela conviveram. Com ela aprendi que a vida é muito
preciosa para ser gasta com bobagens e que é preciso viver inten-
samente, olhando para o mundo com um olhar de bênçãos. Por
isto, também minha homenagem na capa deste livro.
Obrigado, Monsenhor Jonas.
Obrigado, mãe Vani.
Por vocês este livro.
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Reconquistando minha Juventude

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 Agradecimento
Agradeço a Deus pela sabedoria e inspiração.
Ao amigo Breno Trajano e ao Jaison, pelo apoio e sugestões.
À Comunidade Bethânia, padres e irmãos de caminhada.
Ao Márcio e Gise pelo acolhimento.
Aos que cuidaram sempre de mim, especialmente
Mari e tia Cidinha,
Deus lhes pague.
Ao Marco Antônio Rodrigues – psicólogo, que tanto cola-
borou com suas reflexões para que este livro se tornasse uma
bênção para tantas pessoas.

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 Gosto muito da expressão jovens sarados, até porque sarado
é uma palavra extremamente jovem. E quando falamos em
jovem, logo pensamos em alguém saudável, cheio de vida, forte,
inquieto, repleto de ideias e ideais. Ao unir as duas expressões,
temos uma definição bonita para jovens e, ao mesmo tempo,
um lindo ideal de vida (Pe. Léo, Jovens Sarados, p. 11)

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 Capítulo 1
O que é ser jovem?

. A juventude sempre foi um tema muito discutido pela

história. Muitas foram e são as fórmulas que oferecem uma
juventude eterna. Mitos sobre lugares onde encontramos a
“fonte da juventude”, que por um passe de mágica somos, ao
menos na aparência, restaurados com os nossos 15 ou 20 anos.
Mas mágicas, infelizmente, não acontecem. Talvez, em nossos
sonhos, mas não na realidade. Por isso, devemos buscar uma
juventude que está para além das magias, das poções milagrosas.
Ser jovem é, antes de tudo, uma atitude, não apenas uma
aparência. Ser jovem é encontrar dentro de cada pessoa uma
força que vem de dentro. Por isso, não podemos tratar o assunto
como apenas um tempo de vida ou um período determinado.
Existe dentro de cada um de nós uma força que nos anima
e nos faz caminhar rumo ao céu, vencendo todos os obstáculos
e barreiras que encontramos ao longo da vida.

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 Reconquistando minha Juventude

Ser jovem é descobrir, a cada dia, dentro de nós esta força

que nos impulsiona ao desconhecido, que nos faz desafiar nossas
inconsistências, e tentar buscar o verdadeiro sentido da existência.
Como é bom podermos acordar e perceber que depende de
nós fazer com que o nosso dia seja vitorioso e lutarmos contra
tudo aquilo que nos tira o brilho da vida.
Como é gratificante, ao final de cada dia, estarmos certos
de que valeu a pena termos vivido bem. Isto é ser jovem, não
importa a idade cronológica que nós temos. Sejam 10, 20, 30
ou 100 anos, o que importa é buscarmos dentro de cada um
de nós esta energia que nos faz ir ao encontro do outro com
um sorriso, um abraço, na verdade, uma atitude.
Acolher o outro como se tivéssemos toda força física, mes-
mo que já não a tenhamos mais. O que nos atrai numa pessoa
não é apenas sua aparência, mas, acima de tudo, o que ela tem
de carisma e alegria em seu acolhimento.
Certamente, já passamos por decepções onde vemos uma
pessoa tão bonita, tão bela fisicamente, mas quando a conhe-
cemos, logo nos decepcionamos, pois o que tem de beleza tem
também de vazio de conteúdo. O ideal seria podermos encon-
trar tudo o que procuramos numa pessoa só, mas nem sempre
essa é a realidade. Por isto, antes de fazermos pré-julgamentos,
devemos conhecer bem as pessoas, pois cada ser humano é um
mistério a ser desvendado.
Tenho encontrado muitas pessoas que têm me surpreendido
com sua vitalidade. Às vezes, já com seus 60 ou 70 anos, mas
em pleno exercício de suas atividades, acolhendo, doando-se
aos irmãos. É a força interior que emana de dentro de si para
ir ao encontro da necessidade do outro.

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 Pe. Lúcio Tardivo

Pessoas que certamente já tinham tudo para se aposentar

e buscar uma vida mais fácil, longe dos problemas, mas, ao
contrário, estão em toda atividade doando-se aos que mais
precisam. São os jovens dos 70.
Ser jovem é ter dentro de si um mar de possibilidades a
serem desvendadas. Como um navio que navega por mares
desconhecidos, assim é a nossa vida. Não devemos ter medo
de percorrer os “mares da vida”. Penso que a cada dia que
despertamos devemos procurar ir para “águas mais profundas”.
Não tenhamos medo de buscar no desconhecido o verdadeiro
sentido das nossas vidas e se desafiar diante das situações que
a vida nos apresenta.
Seja jovem aos 20, mas o seja também aos 50, 60, 80. Não
desista nunca de lutar, de buscar dentro de você esta energia
que nos faz dar um sorriso, um abraço ou uma palavra que
encoraja aquele que bate à nossa porta.
Se não desistirmos, certamente reconquistaremos ou en-
contraremos esta tão sonhada “fonte da juventude”. Quando
nós a encontramos, temos a certeza de uma vida plena que
jamais seca. Temos esta missão: ser jovens e levar a juventude
para o mundo.
A juventude não está necessariamente atrelada a um corpo
bonito e esteticamente perfeito. É muito mais do que isto. Já
presenciamos muitos casos de pessoas que são capazes de fazer
loucuras em busca de um corpo perfeito, sarado; contudo, isto
não é uma condição para que a juventude aconteça.
A dinâmica do cuidado sempre é bem-vinda e diria até
necessária. No entanto, não há um limite quando falamos em
parâmetros que nos são impostos. Uma pessoa que trabalha
como modelo, por exemplo, não pode deixar-se levar apenas

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 Reconquistando minha Juventude

pelo que a sociedade acha perfeito. As medidas perfeitas são

aquelas que nos deixam felizes e não aquelas que nos são impostas.
Uma mulher ou um homem tem que aprender a se olhar no
espelho e se ver bonito aos 20, 30 ou 60 anos, porque não é a
idade que deve impor o parâmetro de beleza e sim a vitalidade
do ser. Para cada idade, sua beleza, sem deixar de ser bonito,
de se gostar, pois o cuidado é para sempre.
Não são os quilos a menos ou a mais que devem definir
nossa vida. Claro que o cuidado com a saúde é sempre muito
importante, mas o que excede a isto é pura forma de nos escra-
vizar. Precisamos aprender a gostar de nós mesmos, de saber
nossos limites e, muito mais ainda, de saber que com 50 anos
também posso ser uma pessoa jovem, feliz e bonita.
Vejamos algumas falas dos papas nas Jornadas
Mundiais da Juventude:

“Queridos jovens, ide com confiança ao encontro de Jesus, e,

como os novos santos, não tenhais medo de falar d’Ele! Porque
Cristo é a resposta verdadeira para todas as perguntas sobre o
homem e sobre o seu destino” ( Papa João Paulo II – Vigília
de oração com os jovens em Madri, Espanha – 03/05/2003) .
 
“Fazei resplandecer a luz de Cristo nas vossas vidas! Não
espereis por ser mais idosos, para vos empenhardes no caminho
da santidade! A santidade é sempre jovem, como eterna é a
juventude de Deus” ( Papa João Paulo II – Vigília na JMJ em
Toronto, 27/07/2002).

“Ao conformarmos a nossa vida com a Sua, vivendo como

Ele no amor, adquirimos a verdadeira liberdade para responder-

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 Pe. Lúcio Tardivo

mos à nossa vocação. Isto às vezes pode exigir o heroísmo moral,

que consiste em empenhar-se com coragem no seguimento de
Cristo, com a certeza de que o Mestre nos indica o caminho
da felicidade. É somente em nome de Cristo que se pode ir
até ao extremo do amor, no dom e no desapego” (Papa João
Paulo II – Discurso aos jovens na JMJ em Paris – 21/08/1997).

“Confirmai e aprofundai a vossa adesão à comunidade

cristã a que pertenceis (…) o Papa acompanha-vos com afeto e,
parafraseando uma afirmação de Santa Catarina de Sena, diz-
-vos: ‘Se fordes aquilo que deveis ser, pegareis fogo ao mundo
inteiro!” (Papa João Paulo II – Missa de encerramento da JMJ
no Jubileu do ano 2000, Roma – 20/08/2000).

“Queridos jovens!
Nós próprios devemos tornar-nos corpo de Cristo, seus consan-
guíneos. Todos comemos o único pão, mas isto significa que entre
nós nos tornamos uma só coisa. A adoração, dissemos, torna-se união.
Deus já não está só diante de nós, como o Totalmente Outro. Está
dentro de nós, e nós estamos n’Ele. A sua dinâmica penetra-nos e de
nós deseja propagar-se aos outros e difundir-se em todo o mundo, para
que o seu amor se torne realmente a medida dominante do mundo”
(Papa Bento XVI – XX Jornada Mundial da Juventude –
Santa missa na esplanada de Marienfeld – Alemanha – 2005).
“Amados irmãos e irmãs,
Queridos jovens!
Não tenham medo! Quando vamos anunciar Cristo, Ele
mesmo vai à nossa frente e nos guia. Ao enviar os seus discípulos
em missão, Jesus prometeu: 'Eu estou com vocês todos os dias'

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 Reconquistando minha Juventude

(Mt 28,20). E isto é verdade também para nós! Jesus nunca

deixa ninguém sozinho! Sempre nos acompanha”
(Papa Francisco – XXVIII JMJ – 28 de julho de 2013 -
Rio de Janeiro)

1) O que diz a Psicologia

É lendária a busca da eterna juventude. Certamente todos
nós, em algum momento, já assistimos a filmes ou lemos livros
narrando a árdua e quase sempre mortal busca da “fonte da
juventude”. Ao final da história, na maior parte das vezes, o
aventureiro se depara com a decepção ou o castigo por essa busca.
Em nosso contexto, a busca da juventude não traz esse
castigo, porque não é um lugar. Na verdade, a fonte está dentro
de cada pessoa. Isso não significa que ser jovem se torna mais
fácil, ao contrário, os perigos são outros.
De muitos, olhemos aqui para dois aspectos que merecem
especial atenção devido à sua atualidade.
O primeiro deles, já mencionado por Pe. Lúcio anterior-
mente, aponta para o perigo da busca de uma juventude exterior,
superficial, presa às exigências de qualquer tipo de modismo
ou tendência momentânea. Essa armadilha tem se tornado
cada dia mais sedutora. A vida que se exibe nas fotos e vídeos
das redes sociais virtuais retrata uma fatia muito pequena de
quem realmente se é. É apenas retalhos de instantes, na maioria
felizes, em belos lugares, bem acompanhados, arrumados, ma-
quiados ou trabalhados com filtros, os quais são tão potentes
que enganam qualquer um, fazendo pensar que aquela foto
ou vídeo não é apenas um instante, mas toda a vida perfeita
da pessoa que a postou. Vamos nos tornando especialistas em

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 Pe. Lúcio Tardivo

filtrar e especialistas em mostrar para as pessoas apenas o que

julgamos ser o melhor de nós. Também pode acontecer outro
movimento: tornamo-nos tornamos especialistas em achar que
todas as pessoas precisam saber tudo de nossa vida.
Em ambas as situações, seja aquela que mostra só nosso
melhor ângulo ou aquela que acha que tudo o que fazemos inte-
ressa a todos, caímos em um narcisismo insaciável. É muito fácil
confundir “ser jovem” com “bombar nas redes sociais”. Hoje,
com a facilidade da internet, cada um pode ter seu canal e sua
legião de seguidores. Pode-se produzir conteúdos e influenciar
multidões. Cada um pode criar e estar no seu próprio palco.
Daí o alerta para não nos deixarmos seduzir pelo narcisismo
deste tempo.
O segundo aspecto a ser refletido refere-se ao cultivo da
juventude.
Ser jovem não é um “lugar” biológico ou emocional, que
uma vez atingido lá se permanece. A palavra “jovem” nos remete
à ideia de algo relativo ao novo, que não foi degradado pelo
tempo ou desgastado pelo uso. Então, como ser jovem, por
exemplo, aos cinquenta, setenta anos ou mais, já que o tempo
é igual para todos?
Só é possível compreendermos que ser jovem é integrar o
novo que cada instante da vida traz misturando com o antigo
já vivido. Se quisermos uma comparação, é como uma roseira,
que respira o frescor de cada nova manhã, sem esquecer que
viveu a escuridão da noite. É a atitude de confiantemente estar
aberto ao que mais costuma nos causar ansiedades: o novo.
Para tanto, vários elementos de nosso psiquismo são colocados
à prova. Desde nossa autoestima aos traumas e medos de nossa
criança interior.

23
 Reconquistando minha Juventude

Portanto, a aventura de ser jovem não termina em uma

data ou em um ponto de chegada. É uma jornada que se faz
com o corpo, com a mente e com a alma. “Bem-aventurados
os que corajosamente se propõem a esse caminho”.

2) Para refletir

a) Me sinto uma pessoa jovem?

b) Em que tenho gastado a força da minha vida?
c) O que me faz sentir jovem?
d) É possível ser jovem e ser sábio?

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 3) Rezando a vida

Pai Santo, Pai Querido, Pai Amado, nós Te louvamos e Te

bendizemos pelos nossos jovens. Eles são uma riqueza em nossa
Igreja, ajuda-os ser perseverantes em sua missão.
Te pedimos, oh Pai Santo, que despertes muitas vocações nesta
juventude, abri-lhes os ouvidos e o coração para que possam dar
uma resposta positiva ao Teu chamado.
Não deixes que nenhum mal aconteça a eles, preserve-os de
todos os perigos. Que nada e nem ninguém os ataques, livre-os das
drogas, da falta de ânimo e da falta de sentido pela vida.
Que nossos jovens sejam verdadeiros soldados de Teu Filho
Jesus. Abençoa-os hoje e sempre. Amém.

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