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Vivemos num contexto urbano, acelerado, sem tempo, com agendas cheias. Nossa
juventude sofre muito cedo a pressão desta “roda viva”. Têm que decidir o que farão, o
que serão, com quem se relacionarão, sem que tenham base emocional ou lastro de
maturidade para tal. Por conta disso fazem o que fazem, são o que são e convivem
com quem convivem sem saber os porquês. Corremos o risco, em suma, de
passarmos pela história como uma geração irrelevante.
Deveríamos usar os sábados para trabalharmos temas tais como “Ciência e Fé”,
“Introdução à Missão “Arte como Expressão de um Deus Criativo”, “Ano do
Sustentabilidade “Sexualidade”, “Espiritualidade do Jovem no Meio do Caos”, “Por
falta de utopia o jovem se corrompe”, temas multidisciplinares, com preletores ligados
às áreas, de forma que o jovem tenha a possibilidade de responder pquatro perguntas
fundamentais em sua vida:
Além disso, desenvolver projetos que os levem a uma vivência do tema, com o
objetivo de oferecer ao jovem a oportunidade de ver, sentir e agir numa nova
perspectiva de vida à partir dos conceitos aprendidos, vivenciados e praticados.
Isso sim, além de apresentar uma proposta de um viver integral, ajuda o jovem em sua
formação não só como crente, mas como gente, afinal foi para o exercício de nossa
humanidade que fomos reconciliados e redimidos.
BASES PARA O DISCIPULADO COM ADOLESCENTES E JOVENS
Ser discípulo implica uma relação com o Cristo Ressurreto, que busca
discernir os desafios do cotidiano, encontrar na Palavra, na oração e na vida
devocional a sintonia com o Mestre, assim como era a relação de Jesus com o Pai.
Ser discípulo é estar nas mãos de Deus e ser moldado por ele e para ele. É um
processo longo, demorado, que será concluído apenas na eternidade. Nessa
busca caminhamos juntos, nos apoiando e fortalecendo, a fim de sermos
aprovados como servos fiéis.
Autonomia
O fato é que a igreja aprendeu a lidar com a situação moderna. Em uma época
na qual os grandes avanços tecnológicos surpreendem e estabelecem a esperança de
um mundo melhor, o discurso da igreja se estabeleceu em pressuposições muito bem
elaboradas sobre como todas as coisas funcionam, inclusive a mente humana.
Assim, para dizer a um jovem qual deveria ser a sua postura sobre o seco,
bastava elaborar um bom sermão no qual se afirmasse que a Bíblia condena a prática
antes do casamento. No entanto, em tempo no qual se duvida se ao menos há uma
verdade absoluta, a Bíblia como padrão a ser seguido é duramente questionada.
Não que a Bíblia não deva mais embasar nossa mensagem, mas temos que
direcionar nossos jovens a exporem os princípios bíblicos de forma prática relacional.
Temos que fornecer a eles material necessário para que, diante das inúmeras
situações que surgem sejam capazes de distinguir o que vai contra ou a favor da
Palavra de Deus.
A autonomia que damos a eles deve libertá-los para o exercício de sua fé nos
seus inúmeros meios de convivência, onde têm de dialogar com as mais variadas
realidades. Do contrário, o Cristianismo que damos a eles só faz sentindo quando
estão sentados na igreja ou quando conversam com os amigos crentes. Portanto, se
encharcamos nossos jovens e adolescentes com jargões evangélicos e os treinarmos
para terem aquele típico comportamento de “crente”, a sociedade vai apenas
estranhá-los como faz com tudo o que é diferente!
O fato é que não podemos mais obriga-los a acreditar em tudo o que dizemos.
Precisamos mostrar porque acreditamos e que isso é de fato real.
CUIDADO E DISCIPULADO
Notei que o culto jovem (ou qualquer outra programação com início e
conclusão pré-determinados), por mais interessante que seja, não supre a
necessidade que o jovem tem de ser cuidado. Esse é o começo e o fim de todo
ministério com juventude, a arte de cuidar e discipular.
Durante a semana conversei com um dos jovens que foi à frente. Em outras
palavras ele me perguntou: “E agora”¿
Acho que essas poucas palavras servem para nos mostrar que nossa missão
se cumpre na continuidade. Ou seja, nossa ação não pode acontecer apenas em um
determinado momento e circunstância, ela precisa persistir. Vejo isso como uma
demanda visível nos nossos dias e sobretudo no ministério de Jesus, que nunca
encerrou seu ministério. Tomemos pois seu exemplo e abracemos a grande
comissão (Mateus 28.16-20), que nos convida gentilmente a ensinar nossos
jovens tudo quando Ele nos deixou de forma prática e vivencial através do
discipulado.
Por fim, penso que todo o trabalho feito com adolescente e jovem deve
direcioná-los a ação. Não sou a favor do ativismo que aprisiona o jovem em uma
agenda, muitas vezes irracional e vazia de significados. A bandeira que levanto é a
que todo adolescente e jovem deve ser envolvido como participante do ministério de
Cristo.
Concluo dizendo que cada jovem desse se perceber como um sinal do amor e
da presença de Deus nos lugares onde estiver.