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Ficha técnica

2014 Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


Igreja Adventista do Sétimo Dia
União Sul Brasileira
João Carlos de Souza Castro 562
81520-290 - Curitiba

Coordenação Geral: Divisão Sul Americana


Edição: Solange Santos
Designer Gráfico: Marcos Castro
Autora dos temas:Linda Mei Lin Koh
APRESENTAÇÃO

Querido professor, o dever mais importante quando se ensina é comunicar às crianças, juve-
nis e adolescentes sua própria experiência com Jesus. Você faz isso através de suas palavras e de
suas reações a diversas situações na sala da Escola Sabatina, bem como nas muitas atividades
extras realizadas. Seus sentimentos a respeito de Deus se revelarão através do tom de sua voz e
das expressões faciais. Ensinar também é comunicar sua compreensão da mensagem divina da
Palavra de Deus. Quando seus ensinos são eficientes, operam mudanças em sua própria vida e
também na vida dos meninos e meninas de sua classe.
Pensando em ajudá-lo melhor nessa tarefa de ensinar meninos e meninas, a Divisão Sul Ame-
ricana preparou um curso de liderança composto de três níveis, que se destina a ser um veículo
de treinamento para diretores, professores e líderes do Ministério da Criança e do Ministério do
Adolescente.
Neste caderno você encontrará oito temas que compõe o nível II. Nosso desejo é que este
programa de orientação e capacitação seja um instrumento útil em sua jornada como professor e
líder, contribuindo grandemente na formação de mentes voltadas para o Senhor.

Um grande abraço!
Ministério da Criança e Ministério do Adolescente
USB

“Deus confiou às nossas mãos o trabalho mais sagrado e nós necessitamos


reunir-nos e receber instruções, de modo a estarmos aptos para realizar Sua
obra.” Testemunhos, vol.6 pág. 32

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 3


4 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente
01 | CULTIVAR A VISÃO DO MINISTÉRIO

Desenvolver a Visão no Ministério da Criança


Steve Alley em seu livro Growing a Healthy Children’s Ministry, compara a visão em nosso mi-
nistério com o sonho de um hortelão. Ele diz: “Saber o que você deseja fazer em sua horta é
fundamental. Visualizar a sua horta mesmo antes de meter a pá no solo irá mantê-lo focalizado e
tornará seu trabalho mais frutífero e gratificante”.

O que a Bíblia Diz?


“Onde não há revelação divina, o povo se desvia; mas como é feliz quem obedece à lei!”
(Provérbios 29:18, NVI).

O Conselho de Ellen White:


“Sua falta de visão espiritual os leva a tropeçar como os cegos. Tivessem vocês um único propó-
sito, haveria em sua associação um elemento de tremendo poder” (Testimonies, vol. 5, p. 296).

O Que É Visão?
ƒƒ Visão é ver o que o cerca e perceber o que Deus deseja que você faça com isso.
ƒƒ Visão é ver além.
ƒƒ Visão é despertar as emoções.
ƒƒ Visão é dirigir as ações.

Nossa vida é repleta de visões. Visualizamos ou sonhamos com nossa profissão, com nossos fi-
lhos ou aposentadoria, e até mesmo com nosso namoro ou casamento. Visualizamos isso porque
Deus, que nos criou, é um Visionário. Podemos atestar isso na Bíblia: no início da criação (Gênesis
1), na promessa a Abraão (Gênesis 15:5), na promessa do livramento da escravidão no Egito (Êxo-
do 3:8), e na comissão aos discípulos (Atos 1:8).

De Onde Vem a Visão?


ƒƒ Ela vem de Deus.
ƒƒ De forma geral, incluirá sua paixão e crenças a respeito dos ministérios da criança.
ƒƒ Deus o criou, treinou e equipou.
ƒƒ Deus usará tudo o que investiu em você para habilitar sua visão de ministério.
ƒƒ Deus o ajudará a criar e a avaliar tudo o que você faz no ministério.

Como Buscar a Deus para Ter a Visão do Ministério?


Você está na obra de Deus. Ele deseja abençoar seus pensamentos, ações e programas a fim de
concretizar seus esforços para atrair as crianças a Ele. A essência terrivelmente bela do ministério
é que Deus irá permitir a você e a mim que personalizemos a visão e os alvos de nosso ministério.

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ƒƒ Conhecer o que você crê e sente a respeito do ministério.
ƒƒ Reconhecer e despertar sua paixão pelos ministérios da criança.
ƒƒ Compreender as necessidades das crianças em nossos dias.
ƒƒ Pedir a Deus para dar-lhe visão clara que satisfaça sua vontade e paixão e as necessidades das
pessoas ao seu redor.

A Visão de Neemias
ƒƒ Basicamente, foi isso o que Neemias fez ao determinar-se a reconstruir os muros de Jerusalém.
ƒƒ Em Neemias 1, lemos a respeito de sua paixão ao chorar depois de ouvir as notícias a respeito
das condições dos muros. Ele pranteou, jejuou e orou por alguns dias a fim de receber a bên-
ção e a visão de Deus para o trabalho.
ƒƒ No capítulo 2, lemos a respeito da dádiva de Deus da visão a Neemias que se evidencia em seu
plano. Você e eu necessitamos seguir esse mesmo processo, a cada semana, para reconstruir
os muros caídos em nossas crianças, família e comunidade.

Qual É a Fórmula?
ƒƒ A visão de seu ministério é uma declaração simples do processo pelo qual sua paixão e o pla-
no de Deus se unem para conduzir as crianças a Ele em sua igreja e comunidade.
ƒƒ Sua visão do ministério incorpora tudo o que você é e tudo o que Deus deseja realizar de for-
ma especial em sua igreja.
ƒƒ Antes de talhar sua visão do ministério, você deve compreender o que crê a respeito das ne-
cessidades das crianças, da igreja e da família de nossos dias.
ƒƒ Sua visão do ministério é um plano muito específico para lidar com crianças e cultura especí-
ficas onde aplicar sua filosofia pessoal e paixão.
ƒƒ A declaração do ministério será uma mistura da inspiração de Deus, de sua paixão e da infor-
mação que você tem a respeito das crianças.

Portanto, a fórmula é: Inspiração + Informação = Visão

Criar a Visão do Ministério


Cada visão do ministério deveria focalizar na Grande Comissão. É nosso propósito comum e todos
somos chamados a cumpri-lo durante nossa vida:
ƒƒ “Vão”: Como você tomará ciência e se envolverá no mundo das crianças de hoje? Como alcan-
çá-las? Qual é o plano de Deus para o evangelismo?
ƒƒ “Façam discípulos”: Como você irá atrair as crianças e fazer com que se interessem por Jesus?
ƒƒ “Batizando-os”: Como conduzir as crianças para que façam um compromisso pessoal com
Jesus?
ƒƒ “Ensinando-os”: Como ensinar as crianças de forma interessante e que as motive a aprende-
rem mais por si mesmas?
ƒƒ “A obedecer”: Como disciplinar as crianças e levá-las à obediência e ao serviço. Como elas
serão inspiradas a ensinar aos outros?

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Sua visão do ministério deve ser visual e despertar as emoções naqueles que ouvem ou lêem.
Deve conter palavras como: “Cremos”, ou “Vemos”. Deve levar o leitor a ler ou ouvir em uma
viagem visual de seu ministério.

Sua visão do ministério deveria incluir respostas às seguintes perguntas:


1. O que será realizado na vida das crianças?
2. Como isso será feito?
3. O que será visto quando os alvos forem cumpridos?

“Vão” – A Visão da Grande Comissão


1. Iremos ao mundo das crianças com adultos treinados, apaixonados e piedosos que levarão a
mensagem do Evangelho.
2. Iremos à igreja, comunidade e às escolas com a imagem dos ministérios da criança que seja
atraente a elas.
3. Proveremos um ambiente seguro e de fortalecimento a fim de que os pais possam ter a cer-
teza de que nosso ministério com as crianças é um lugar positivo ao qual elas podem ir.

“Façam discípulos”
1. Faremos discípulos ao atrair as crianças para a presença de Deus por meio do culto dinâmico.
2. Faremos discípulos ao ensinar as crianças a como orar e experimentar a presença e a provisão
de Deus.
3. Faremos discípulos ao ensinar às crianças as verdades da Palavra de Deus, e ao prover opor-
tunidades para que explorem essas verdades por si mesmas.

“Batizando-os”
1. Desenvolveremos um processo de evangelização das crianças que as levará a estabelecer re-
lacionamento com Jesus.
2. Treinaremos nossos membros da equipe no processo de evangelização das crianças.

“Ensinando-os”
1. Treinaremos nossos voluntários em métodos eficientes de ensino, com base no interesse &
necessidades das crianças.
2. Nosso ensino contará com um currículo relevante que esteja fundamentado na Bíblia.
3. Estabeleceremos uma variedade de programas voltados para as crianças que as ensinem a
aplicar a Palavra de Deus à sua vida.
4. Por meio de seminários, daremos apoio aos pais para ensinarem seus filhos.

“A obedecer”
1. Ensinaremos as crianças a obedecerem aos mandamentos de Deus ao participarem nos pro-
jetos supervisados de serviço.
2. Ensinaremos as crianças a obedecerem a ordem de Jesus para serem o “sal” e a “luz” para os
outros, mediante suas palavras, ações e escolhas.

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3. Esperamos que as crianças obedeçam à Grande Comissão dada por Jesus ao voluntariamente
se oferecerem para ajudar nos ministérios da criança.

Formar Duplas
ƒƒ Formar dupla com a pessoa ao seu lado e falar de uma visão que você teve ou que está tendo
agora.
ƒƒ Redija a declaração da visão para seus ministérios da criança.

A Roda da Visão de Seu Ministério


Sua visão do ministério se assemelha a uma roda com muitos raios. Todos os raios trabalham
juntos para levar seu ministério por avenidas eficientes ao nutrir a fé da criança em sua igreja. A
roda é composta pelo seguinte:

ƒƒ Programas: programas interessantes que satisfazem às necessidades das crianças atuais.


ƒƒ Recrutamento e treinamento: este é um processo contínuo que requer treinamento dos no-
vos voluntários que desejam trabalhar com as crianças.
ƒƒ Currículo: use o currículo aprovado e recomendado por sua igreja.
ƒƒ Planos de disciplina:
ƒƒ Planos de crescimento: é essencial ter planos para o crescimento de seu ministério na igreja
e fora dela.
ƒƒ Relacionamento com os pais: os líderes das crianças deveriam manter bons relacionamentos
com os pais, visto ser eles que irão apoiar em grande medida seu programa, bem como pode-
rão ajudar em seu ministério.
ƒƒ Ação missionária: Embora seja importante nutrir a fé de nossas crianças na igreja, é igualmen-
te importante alcançar as crianças fora da comunidade da fé a fim de lhes apresentar Jesus.
ƒƒ Instalações: Prover um ambiente seguro para as crianças é de suma importância, onde elas
possam brincar, cantar e aprender a respeito de Deus sem a ameaça do abuso.
ƒƒ Projetos de serviço: É vital que as crianças participem de projetos de serviço em favor dos me-
nos afortunados na comunidade visto que essas experiências as ajudam no desenvolvimento
da compaixão pelos outros bem como as levam a amarem independentemente da raça, lín-
gua ou status sócio-econômico.
ƒƒ Fazer discípulos das crianças: O alvo dos ministérios é nutrir as crianças no relacionamento de
amor com Jesus. Isso requer consistência no fazer discípulos das crianças a fim de que vivam
como Jesus.
ƒƒ Regulamentos do ministério: Sua visão e filosofia do ministério deveriam ser pautadas por
princípios escritos na forma de regulamentos a fim de que seu ministério possa fluir eficiente-
mente. Redigir os regulamentos ajuda os membros da equipe a conhecerem as diretrizes sob
as quais devem atuar.

Fontes de Infestação da Visão


Nossa visão pode lentamente diminuir se for infestada:

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ƒƒ Pelas tradições – essas são difíceis de serem mudadas e muitas vezes impedem a frutificação
da visão. “É assim que fazemos nos últimos 20 anos” costuma ser usado para desanimar os
líderes com uma visão maior para a mudança.
ƒƒ Pelo medo – para alguns líderes os temores do ministério podem ser esmagadores. Temem
avançar muito rápido e não serem capazes de obter o apoio da igreja; temem o fracasso e a
crítica; ou não têm recursos financeiros suficientes para os programas com as crianças.
ƒƒ Pela complacência – isto pode matar a paixão! Restaure e proteja sua paixão!
ƒƒ Pela fadiga – os líderes do ministério têm a tendência de trabalharem demasiadamente e
acabam fatigados e esgotados. O ministério necessita de você e assim você deve estar descan-
sado antes de iniciar o trabalho.
ƒƒ Pelo pensamento de curto prazo – os líderes devem olhar além e planejar com antecedência
os próximos anos. Não se devem concentrar apenas no hoje.

Tratamento para a Infestação


ƒƒ Tradições – valorize as tradições somente como fundamentos para o futuro. Não despreze as
tradições e também não seja controlado por elas; construa sobre elas! Vá além do passado e
focalize o futuro.
ƒƒ Medo – não focalize em seus temores; focalize o poder e a visão de Deus. O crescimento re-
quer riscos. Avançar requer mudanças. Avance com cautela, sendo sensível às necessidades
das pessoas e com muita oração, mas siga em frente! “A visão substituiu o temor pela energia
e pela esperança” (Aubrey Malphurs, Developing a Vision for Ministry in the 21st Century, pp.
122-129).
ƒƒ Complacência – faça todo esforço para restaurar e proteger sua paixão! Leia livros e revistas
que falem dos ministérios da criança e da paixão. Estabeleça uma rede com outras pessoas e
orem por mais paixão!
ƒƒ Fadiga – combata a fadiga, física e espiritual, com horas suficientes de sono, protegendo os
dias de folga e participado do culto divino. Os líderes devem estar descansados antes de ini-
ciar o trabalho com as crianças.
ƒƒ Pensamento de curto prazo – peça a Deus a capacidade para estar focalizado no futuro, não
no hoje. Os “fogos” de hoje são exigentes. Facilmente podem produzir o pensamento de curto
prazo em você e na equipe. Lembre-se de que a visão de Deus para o ministério pode sobre-
viver à pessoa que a concebeu. Você faz parte de algo maior! Olhe além.
ƒƒ Seja servo – A maior coisa que você pode fazer, como líder das crianças, é provar a si mesmo,
em primeiro lugar, que você é um servo. Isso pode ser feito com facilidade em alguns meses
ao você desempenhar tarefas servis que também poderiam ser delegadas a um subalterno.
Isso não é feito para chamar a atenção à sua grande humildade, mas verdadeiramente com a
atitude de servir ao Senhor. Faça isso também com o objetivo de experimentar o que é exigido
em cada fase do ministério. As pessoas a quem você posteriormente irá liderar irão respeitá-
lo, pois sabem que você as entende. Jesus agiu dessa forma ao assumiu tarefas servis quando
viveu na terra, dentre elas, lavar os pés dos discípulos.
ƒƒ Fazer discípulos – A segunda maior lição que você deveria aprende é como fazer discípulos.
Não é saudável que você continue realizando tarefas servis por um período prolongado. O
Senhor o chamou para pregar o evangelho às crianças e você deveria buscar o Senhor e pedir-
Lhe obreiros que poderiam ser treinados para as tarefas servis. Isso lhe permite tempo para
devotar sua inteira atenção a ações criativas e ao cuidado do rebanho. Este dilema também

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foi enfrentado pelos apóstolos como vemos em Atos 6. Seu ego deve ser deixado de lado a fim
de que os outros possam ser usados a fim de fortalecer e multiplicar o ministério.

Os líderes das crianças desempenham muitas funções e seria impossível para uma única pessoa
atender a todas elas. Assim sendo, treine outras pessoas para ajudá-lo neste ministério. Tenha
em mente também que as crianças necessitam ser treinadas e equipadas para o serviço sob sua
direção; então elas serão canalizadas para o corpo da igreja a fim de servir e esperamos que tam-
bém façam discípulos dos outros.

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02 | GUIAR AS CRIANÇAS A JESUS

COMO FALAR INDIVIDUALMENTE SOBRE A FÉ

Guiando Crianças a Cristo


Como pais, líderes e professores das crianças não há nada que mais desejemos do que conduzir
as crianças à alegria e à salvação em Jesus. Mas algumas vezes você vê expressões vitrificadas e
olhares confusos? Os estudos mostram que a maioria das pessoas se entrega a Cristo entre os
quatro e quatorze anos. Porém, todo o treinamento no evangelismo é direcionado aos adultos.
Assim sendo, nossa grande necessidade hoje é alcançarmos cada criança, ao talhar para elas a
mensagem da salvação e outras mensagens a respeito da fé.

Necessidades dos Líderes das Crianças


ƒƒ Aprender como falar a respeito de Deus, de Jesus, da salvação e de outros temas-chave espi-
rituais de tal forma que faça sentido para a criança.
ƒƒ Encontrar termos e expressões apropriados para falar com a criança a respeito de Jesus a fim
de conquistá-la para Ele.

Ilustração:
Dwight Moody compreendia a vitória substancial que ocorria quando as crianças aceitavam a
Cristo. Depois de um culto missionário em uma igreja local, um conhecido seu perguntou:
- Reverendo Moody, houve conversos hoje?
- Sim, três e meio conversos – disse o lendário evangelista.
- Ah, três adultos e uma criança! – o amigo exclamou.
- Não. Três crianças e um adulto – foi a resposta. Então prosseguiu respondendo diante do olhar
perplexo estampado no rosto do inquiridor. – O adulto tem apenas metade da vida para viver
para Cristo, mas as crianças têm a vida toda para conhecer Suas bênçãos e para servir conforme
a Sua vontade. -- (Jack Hayford, Blessing Your Children: How You Can Love the Kids in Your Life,
p. 110).

Assim sendo, é importante que os líderes das crianças e os professores preparem discussões
centralizadas na salvação para as crianças visto que a criança pode responder sim a Jesus e toda
uma vida ser mudada. Atente, porém, que esse preparo requer esforço e trabalho. Mas, surpre-
endentemente, Deus confia a pessoas comuns, como você e eu, o divino privilégio de conduzir as
crianças a uma vida com Jesus.

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Probabilidade de Aceitar a Jesus
George Barna conduziu estudos para determinar a probabilidade de pessoas de várias idades
pedirem a Jesus para ser seu Salvador. Os resultados definitivamente favorecem as crianças.

ƒƒ 5 – 12 anos 32%
ƒƒ 13 – 18 anos 4%
ƒƒ 19 para cima 6%

Então, qual foi a conclusão do Barna? Ele concluiu que “se a pessoa não aceita a Jesus Cristo como
seu Salvador antes de atingir os anos da adolescência, as possibilidades de que venha a fazê-lo
são pequenas”.

A Salvação em Tenra Idade


ƒƒ A Bíblia afasta todo ceticismo quanto à validade da fé prática das crianças. Leiamos Atos 2:39
onde Pedro diz: “Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão
longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar”. A palavra grega usada neste ver-
so (teknon) literalmente significa “criança” – como filha ou filho. A promessa da qual Pedro
fala é da salvação, e claramente está disponível às crianças.
ƒƒ Romanos 10:9 revela o critério para a salvação: “Se você confessar com a sua boca que Jesus
é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”.

Testemunhos Seletos, Vol. 1, pp. 150-151.


O que Ellen G. White diz a respeito da salvação em tenra idade? Ela diz:
“As crianças de oito, dez, ou doze anos, já têm idade suficiente para serem dirigidas ao tema da
religião individual. Não ensineis vossos filhos com referência a um tempo futuro em que eles
terão idade bastante para se arrependerem e crerem na verdade. Caso sejam devidamente ins-
truídas, crianças bem tenras podem ter idéias corretas quanto a seu estado de pecadores, e ao
caminho da salvação por meio de Cristo”.

Requisitos para Falar Individualmente com as Crianças a


Respeito da Fé
ƒƒ Não deixe para alguém mais qualificado ou experiente explicar a salvação quando a criança
fizer perguntas a respeito de Jesus e do Céu. Não há necessidade de preocupação quanto a
não conhecer suficientemente a Bíblia para dar uma resposta, ou de ficar aflito quanto a não
dizer a coisa certa. Caso a criança lhe pergunte por que você decidiu se tornar cristão, simples-
mente conte as alegrias do caminho que você escolheu quando se tornou seguidor de Cristo.
ƒƒ Não coloque sobre a criança um fardo teológico pesado – não permita que certos versos bí-
blicos o levem à conclusão de que o necessário é dar à criança muita teologia. Sim, a fluência
na conversão de Paulo, na estrada de Damasco, serve como um lembrete útil de como Jesus
transforma as vidas. Porém, o mais importante é contar a história da conversão.
ƒƒ Descreva sua própria jornada de fé – ainda mais valioso do que uma explicação “profissional”
para a criança que indaga a respeito da fé e da escolha de seguir a Jesus é a confiança para
descrever o caminho que você seguiu para se tornar cristão e como essa criança pode seguir
nos mesmos passos.

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ƒƒ Prepare-se para proferir as palavras certas sempre que surgir uma oportunidade.

Ilustração: Ronaldo, um voluntário dos ministérios da criança, teve a oportunidade espontânea


no fim de semana de dar seu testemunho a um menino de seu grupo que lhe perguntou se ele era
cristão. Depois de dois minutos de linguagem confusa salpicada por “hmm” e “ããã” a conversa
mudou de rumo. Oportunidade perdida!

Ilustração: Booker T. Washington certa vez contou a história de um navio que ficou à deriva por
muitos dias e que avistou uma embarcação amiga! A tripulação do navio sinalizou pedindo água:
“Água, água: estamos morrendo de sede!” Imediatamente a tripulação da outra embarcação res-
pondeu: “Lancem as tinas onde vocês estão”. Eles responderam uma segunda, terceira e quarta
vez assinalando que queriam água e igualmente foram orientados a lançar as tinas na água. Por
fim, o capitão do navio seguiu o conselho e as tinas voltaram transbordando com água fresca e
efervescente da desembocadura do Rio Amazonas.

A tripulação sedenta na história do senhor Washington aprendeu que a solução para seu proble-
ma estava ao alcance das mãos. De igual forma, encontrar as palavras corretas para partilhar com
as crianças serão tão fáceis de serem encontradas como a água para aqueles marinheiros. Não
perca a oportunidade áurea quando ela surgir e faça diariamente esta oração: “Deus, por favor,
ajuda-me a ajudar uma criança a iniciar um relacionamento com o Senhor”.

“O único meio da sequência de linguagem ser entendida é a


compreensão do ouvinte... Não importa o que você diz; o que
importa é como a criança interpreta o que você disse”.
O livro The Gentle Art of Communicating with Kids (A Nobre Arte de Comunicar-se com as Crian-
ças), da Dra. Suzette Elgin, revela os problemas de usar a linguagem codificada que frequente-
mente, mas sem intenção, se interpõe no caminho de um diálogo significativo com a criança a
respeito de temas espirituais. O cristianismo tem a maior mensagem do mundo, mas ela não
exerce qualquer impacto quando apresentada com descrições que se parecem ser codificadas
para os que estão fora do círculo.

Ilustração: David Staal, diretor da Promiseland, ministro das crianças na Igreja da Comunidade
de Willow Creek, em Barrington, Illinois, conta sua história. Numa tarde quente de julho, ele e
seu filho Scott passaram algumas horas em um parque temático. Visto que o calor era intenso, o
David pensou que o Barco era o brinquedo mais atraente naquela tarde. Esse brinquedo oferecia
um passeio em um barquinho conduzido por um rio canalizado que levava a uma queda d’água
abrupta que o fazia despencar-se com velocidade e espatifar na água, parecendo ser bastante
refrescante, o que valia fazer a pena o um ou dois segundos de terror.
- Ei, Scott – ele disse – que tal irmos neste brinquedo para refrescarmos um pouco?
- Legal – foi a resposta.
Eles ficaram na fila por uma hora e, finalmente, chegou a vez de entrarem no barquinho. O Scott
e o pai ocuparam os dois primeiros lugares dos quatro assentos. Duas adolescentes pegaram os
lugares de trás e a viagem começou. Eles percorreram o canal por alguns minutos e então chegou
a hora de se prepararem para o grande mergulho. Subitamente o barco despencou na água, le-
vando todos com ele. Embora a maioria das pessoas ficasse um pouco molhada na queda, o barco
onde o David estava deu-lhes um banho completo. Eles ficaram 100% encharcados da cintura
para baixo. O David amou!

Quando finalmente desembarcaram, o David puxou o Scott para fora do barco e perguntou:

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 13


- E aí, Scott, você gostou? – O Scott irrompeu em lágrimas.
- O que houve, filho? – o pai perguntou.
- Você não disse que a iríamos ficar encharcados! – foi resposta.
- Ei, espere um pouco – o pai argumentou. – O que você acha que eu quis dizer quando falei que
iríamos refrescar?
Ele fez uma pausa para retomar a respiração e então despejou:
- Pensei que ficaríamos em um lugar com ar condicionado!
Sim, o pai nunca se esqueceu do episódio enquanto estavam ali pingando na frente de uma
multidão que agora olhava para eles. A menos que você seja cuidadoso, não terá sucesso no uso
das palavras que sejam plenamente compreensíveis às crianças. Esse é um desafio comum aos
adultos.

Quatro Dinâmicas-chave da Comunicação com as Crianças

Dinâmica 1: As crianças compreendem melhor a linguagem e os termos


concretos do que os termos e linguagem abstratos.

As crianças são mais literais que os adultos. A aplicação adulta dessa dinâmica é fácil – evite sim-
bolismos ou palavras “religiosas”. Veja alguns exemplos claros do que evitar:

Alguns causadores de confusão


ƒƒ “Peça a Jesus para entrar em seu coração”. – Sem dúvida, muitas crianças compreendem esta
afirmação, mas muitas outras não. Talvez sim, talvez não, a criança poderá se perguntar como
Jesus pode fisicamente caber em um lugar tão pequeno. Um lugar dentro de seu corpo de
criança, impossível!
Significado: O que o adulto realmente quer dizer é: “Inicie um relacionamento pessoal com
Jesus hoje”.
ƒƒ “Pagar o preço de seus pecados” – é outra frase a ser reconsiderada. Um menino em nosso
programa nos ministérios da criança disse-nos certa vez que iria tentar fazer uma poupança
para que ele mesmo pagasse o preço! Levou algum tempo para que compreendesse que ja-
mais conseguiria reunir o suficiente. E que o dinheiro não era uma questão concreta.
ƒƒ Embora, tecnicamente, não haja nada de errado com o “lançar os meus pecados aos pés da
cruz”, as palavras “dizer a Deus que estou triste pelas coisas erradas que eu fiz” transmite a
mesma mensagem de forma mais facilmente compreensível à criança.
ƒƒ Até mesmo para as pessoas que desconhecem a mensagem do evangelho será de mais fácil
compreensão a linguagem concreta nas conversas a respeito da fé. Em 1 Coríntios 2:1 Paulo
provê um modelo excelente a ser seguido: “Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês,
não fui com discurso eloquente, nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de
Deus”.

Dinâmica 2: As Crianças Estão em Estágios Diferentes de Desenvolvimento


A idade afeta a capacidade de compreensão da criança, não importa com que simplicidade você
transmita os conceitos que deseja comunicar. A idade da criança se associa a fatores como edu-
cação, ambiente familiar e social, experiências de vida os quais influenciam seu conhecimento
intelectual e espiritual. Esses fatores farão a diferença na forma como nos comunicamos com

14 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


as crianças. Na conversa individual, a idade da criança ditará minha simplicidade deliberada e
a linguagem e conceitos que uso para explicar. Até mesmo com crianças da mesma idade ou na
mesma classe podem ocorrer níveis muito diferentes de compreensão.
Algumas crianças vêm para a igreja tendo ouvido coisas maravilhosas em casa a respeito de Deus
e de Jesus. Outras chegam conhecendo nomes diferentes de Deus, apenas como o início das
maldições. Essa diferença pode tornar-se um fator importante se o evangelho for explicado na
suposição de reverência para com o Todo-Poderoso. Além disso, embora uma criança possa ter
sentimentos ternos e amorosos ao ouvir a respeito de “Deus o Pai”, outra, irá estremecer ao pen-
sar no pai devido a uma vida problemática em casa. Talvez, o pai dessa criança tenha abandonado
a família, ou seja a fonte de dor quando está presente. Será que seria esse o motivo de a crian-
ça não parecer interessada em manter relacionamento com Deus? Embora os motivos possam
variar, as crianças da mesma idade e aparência podem ter níveis dramaticamente diferentes de
desenvolvimento espiritual.

Dinâmica 3: As Crianças São Mais Receptivas às Histórias e Temos ou com


Figuras com os Quais Se Podem Relacionar.
As crianças amam histórias! Especialmente as histórias breves. Elas também se engajam com o
que é dito em um nível mais profundo quando o líder ou professor usa palavras que encaminham
a algo que lhes é familiar.

Ilustração: O Denis contou sua caminhada com Jesus a meninos da segunda ou terceira série, na
Escola Sabatina, e começou dizendo: “Crianças, gostaria de contar uma história a respeito de um
menino da idade de vocês que gostava de jogar futebol e basquete. Nem sempre ele era o me-
lhor jogador do time e nem sempre era o primeiro a ser escolhido para jogar”. Nos próximos dois
minutos, os olhos arregalados seguiram o Denis a cada palavra que proferiu.
Um dos motivos de o Denis ter sucesso no contar a história é que ele lhes conta uma história em
vez de fazer um sermão. Ele mescla a história com fatos familiares aos meninos da segunda e ter-
ceira séries. Se um menino gosta de esportes irá relacionar-se com a experiência do Denis. Caso
não goste de esportes, irá relacionar-se com o fato de o menino na história não ser o primeiro a
ser escolhido para jogar.

Jesus, muitas vezes, usava histórias como a base de Seu ensino. Ele contou a história do bom
samaritano (Lucas 10) em resposta a uma pergunta que Ele facilmente poderia ter respondido
com um fato ou sermão quanto a quem considerar como próximo. Porém, preferiu contar uma
história que ilustrava o conceito de “próximo” a todos os presentes.

Usando essa técnica, você pode incluir um ou mais paralelos com a vida das crianças mais novas a
fim de que possam fazer a aplicação. Ou, use perguntas para aguçar-lhes o pensamento. “Alguma
vez você pensou nisso?” “Você consegue imaginar como ela se sentiu?” “Você nunca fez isso, não
é mesmo?”

Essas perguntas provocam o pensamento. Elas envolvem o ouvinte. Permite-lhe falar com a crian-
ça em vez de para ela.

Dinâmica 4: As Crianças Podem Focalizar ou Serem Distraídas por um Único


Detalhe na História.
Quando você partilhar um testemunho pessoal com crianças do ensino fundamental a respeito
das dificuldades pelas quais você passou no seu time de futebol, tenha cuidado com os detalhes

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 15


que apresenta. A criança pode ficar tão entusiasmada com seu encontro com um jogador famoso
que deixará de atentar para o fato de como Jesus o ajudou nessas dificuldades.

Susan Shadid, diretora de treinamento dos Ministérios da Criança da Promiseland, apresenta


uma perspectiva valiosa ao considerar detalhes relacionados a temas de uma conversação mais
comum. Especificamente, ela aconselha os adultos a não acentuarem demasiadamente somente
o céu como o motivo para a salvação. “Passar a eternidade com Deus no céu é a pedra funda-
mental para se tornar cristão, que deve ser entendida pelas crianças. Mas, se esse for o foco ex-
clusivo, algumas crianças – especialmente as menores – podem ficar amedrontadas a respeito do
cristianismo porque poderão pensar que aquele que aceita a Cristo tem de morrer logo depois”.

Não compreenda mal esta dinâmica. Ela não nos impede de contar histórias ou exige que dei-
xemos de fora as verdades espirituais. O conselho é para reexaminarmos os detalhes e sermos
sensíveis ao impacto que causam em nossos ouvintes. Muitas vezes, mudarmos as expressões é
todo o necessário para dar sentido ao que falamos sem acrescentarmos distrações.

Pontos de Partida
Se você acredita que o desafio de empregar com sucesso essas quatro dinâmicas todas as vezes
que for conversar com as crianças é muito grande, então você está pensando de forma realista. O
sucesso virá com a prática. Um ponto inicial realista e sensato é:

ƒƒ Ouça ativamente a linguagem descritiva usada pelas crianças em sua área.


ƒƒ Ouça atentamente enquanto as crianças interagem umas com as outras na igreja e em am-
bientes fora da igreja.
ƒƒ Peça a uma criança para descrever-lhe seu relacionamento com Jesus.

Conte Sua História


ƒƒ “O maior presente que você pode dar a alguém é a história de Jesus e de como Ele transforma
as vidas – especialmente a sua” (Bill Hybels, pastor titular da Igreja Willow Creek Community).
ƒƒ O testemunho pessoal é uma ajuda poderosa para que as crianças compreendam sua neces-
sidade de relacionamento pessoal com Jesus.
Quando você conta sua caminhada de fé, você ilustra que Jesus transforma a vida de pessoas
reais em nossos dias, não apenas a vida das pessoas dos tempos bíblicos, dois mil anos atrás.
Considere esta analogia: uma conversa sobre futebol em volta do bebedouro é muito diferente
de uma conversa sobre futebol com um jogador de reputação mundial como o Pelé ou o Ronaldo.
Por quê? Porque com o jogador você pode discutir a respeito da experiência real dos jogos, com
alguém que de fato pratica o esporte, não como alguém que simplesmente assiste e fala a res-
peito de futebol. Embora muitas pessoas façam observações e tenham opiniões sobre a religião,
você pode ser o único cristão que alguém conheça. Pode ser o único em quem podem confiar – o
único no jogo e disposto a lidar com um tema como a experiência pessoal da fé.

Treinado por um Apóstolo


Para apresentar sua história, você deve ser capaz de lembrar-se prontamente dela. Para apresen-
tá-la bem, você tem de articulá-la de forma lógica para que a outra pessoa possa compreendê-la
facilmente. Mark Mittelberg, Bill Hybels e Lee Strobel, autores do curso de treinamento Beco-

16 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


ming a Contagious Christian (Tornar-se um Cristão Contagiante) sugerem que devemos seguir a
orientação que se encontra em Atos 26 e examinar a abordagem de três partes usada por Paulo:

1. a.C. (antes de tornar-se cristão).


2. A cruz (conversão)
3. d.C. (depois de tornar-se cristão).

1. a.C. (antes de tornar-se cristão)


Ler o testemunho pessoal de Paulo ao rei Agripa, em Atos 26:4-11. Paulo usa uma linguagem
específica que apresenta um retrato vívido dele como um zeloso fariseu e implacável opressor
dos seguidores de Jesus. A importância dessas descrições é que estabelecem a mudança de vida
provocada por Jesus.
A fim de estimular as idéias para sua fase a.C., escreva as palavras-chave que lhe vêm à mente ao
considerar duas perguntas:
1. Como você era, pessoal e espiritualmente, antes de se tornar seguidor de Cristo?
2. O que o levou a decidir-se por Deus/Cristo?

2. A Cruz (conversão)
Em Atos 26:12-18, Paulo provê detalhes de sua conversão na estrada para Damasco. Note que
a descrição mantém-se firmemente focalizada na experiência de Paulo e não se alonga em um
sermão a respeito do plano da salvação. Porque é nessa fase que Cristo entra na vida de Paulo e
o converte. Ele é chamado à “Cruz”.
A fim de estimular as idéias para sua fase da cruz, escreva as palavras-chave que lhe vêm à mente
ao considerar essas duas perguntas:
1. Que compreensão você obteve e que o motivou a seguir Jesus Cristo?
2. Especificamente, o que o levou a tornar-se cristão?

3. d.C. (depois de tornar-se cristão)


Existe um profundo contraste entre o Paulo nos versos 19-22 em relação ao homem descrito nos
versos 4-11. Aí reside o poder do testemunho pessoal – uma vida claramente transformada como
resultado de seguir a Jesus.
A fim de estimular as idéias para sua fase d.C., escreva as palavras-chave que lhe vêm à mente ao
considerar essas duas perguntas:
1. Como sua vida começou a mudar depois que você se tornou seguidor de Cristo.
2. Quais são as diferenças marcantes na sua vida agora que segue a Cristo, em relação à sua
vida a.C.?
Você pode também resumir sua história assim como o fez Paulo em Gálatas 1:23. Organize sua
história e refine-a em quatro sentenças fáceis de serem lembradas, tornando-a assim mais efi-
ciente.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 17


Os Quatro Componentes da Mensagem do Evangelho
1. Deus
2. Nós
3. Cristo
4. Você e eu

1. Deus
ƒƒ Ele é Deus santo, plenamente perfeito. Nada no mundo pode descrevê-Lo quanto à perfeição
e, portanto não há com o que compará-Lo. Embora tenha criado os seres humanos semelhan-
tes a Si com a expectativa de santidade e perfeição.
“Sejam santos porque eu, o SENHOR, o Deus de vocês, sou santo” (Levíticos 19:2).

ƒƒ Ele é o Deus de amor, que ama a cada um de nós mais do que podemos imaginar.
“Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1 João 4:19).

ƒƒ Ele é Deus justo, portanto não despreza e ignora o pecado.


“Porque eu, o SENHOR, amo a justiça e odeio o roubo e toda maldade” (Isaías 61:8).

2. Nós
ƒƒ Todos pecamos. Quando comparado com o padrão da beleza da perfeição, o pecado pinta um
retrato hediondo da pessoa.
“Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23).

ƒƒ O pecado resulta em morte – tanto física quanto espiritual. A morte espiritual é a completa
separação de Deus.
“Pois o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23).

ƒƒ Não importa com que afinco tentemos, nunca poderemos oferecer sacrifícios suficientes para
purificarmo-nos de nossos pecados. Porém, Alguém o fez.
“Para que me oferecem tantos sacrifícios?”, pergunta o SENHOR” (Isaías 1:11).

3. Cristo
ƒƒ Jesus Cristo é Deus que Se tornou Homem e viveu na terra.
“No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus.... Aquele que é a Pala-
vra tornou-se carne e viveu entre nós” (João 1:1, 14).

ƒƒ Embora nunca tenha cometido pecado algum, Cristo morreu como nosso substituto na cruz.
Porém, ressurgiu, mostrando que tinha poder sobre a morte.
“Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5:8).

ƒƒ Cristo, nosso Salvador, oferece-nos pleno perdão de nossos pecados como um dom gratuito.
“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus” (Efé-
sios 2:8).

4. Você e eu
ƒƒ O dom gratuito da salvação deve ser aceito por meio de nossa resposta ao evangelho. Deve-
mos pedir a Jesus para que entre em nosso coração como Senhor e Salvador.

18 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


“Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressusci-
tou dentre os mortos, será salvo” (Romanos 10:9).

ƒƒ Nesse momento somos adotados na família de Deus.


“Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem
filhos de Deus” (João 1:12).

ƒƒ Com Cristo em nós, ocorre a transformação.


“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgi-
ram coisas novas!” (2 Coríntios 5:17).

Termos Compreensíveis às Crianças

Coisas que fizemos errado, quando desobedecemos e, portanto, fize-


1. Pecado
mos más escolhas.

2. Punição Meter-se em dificuldades, ficar de castigo, apanhar, ser disciplinado.

3. Crucificado Morreu na cruz porque a pessoa foi muito castigada, ferida e morta.

Amigo para sempre, ajudador, concorda em sofrer o castigo no seu lu-


4. Salvador
gar, Ele toma o seu lugar.

5. Ressurreição Novamente vivo, ressuscitar dos mortos, não permanecer morto.

Note que as frases compreensíveis às crianças transmitem o mesmo significado dos termos comuns; elas
apenas utilizam palavras do senso comum focalizadas nas crianças. A chave para o sucesso é estar disposto
a jogar pela janela as palavras que soam religiosas e modificar sua terminologia.

Mais Termos Compreensíveis às Crianças...


Seguir a Jesus, tornar-se cristão, dizer a Jesus que você
1. Pedir para Jesus entrar em seu
está triste por seus pecados e pedir para ser seu Amigo
coração
para sempre.
Seguir o que Jesus diz, pedir-lhe para ajudá-lo a fazer o
2. Deixar Jesus ser o Senhor
que é certo.
Dizer que você está triste pelas coisas erradas que fez,
3. Pedir perdão
pedir desculpas.

4. Perdão Não mais ser castigado.

5. Confessar Admitir que você errou, contar o que fez.

6. Vida eterna Viver para sempre no céu com Jesus.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 19


Mais Sugestões...
ƒƒ Ao explicar o plano da salvação, faça referência a unir-se à família de Deus. As crianças pos-
suem um anelo universal de pertencer, portanto a oportunidade de fazer parte de uma família
é apelativa para a maioria das crianças.
ƒƒ Considere mudar as seguintes palavras por outras mais simples: oração, batismo, comunhão,
frequência à igreja, voluntariado e outros aspectos da vida da igreja. Este não é um exercício
para reescrever as doutrinas estabelecidas – destina-se a alcançar uma explicação compreen-
sível às crianças.
ƒƒ Embora transmitamos a mensagem, a verdadeira compreensão e convicção ocorrem apenas
como resultado do Espírito Santo.

Formar Duplas e Praticar


ƒƒ Explique o plano da salvação com, pelo menos, dois outros adultos.
ƒƒ Peça respostas quanto à compreensão das crianças.

A Oração de Salvação
ƒƒ Admitir seus pecados e pedir perdão.
ƒƒ Crer em Jesus e na Sua morte por nossos pecados.
ƒƒ Escolher seguir Jesus pelo resto da vida.

Conduzir a Criança ao Relacionamento com Cristo Requer:


ƒƒ Que primeiro você mantenha relacionamento com Cristo.
ƒƒ Você somente pode dar aquilo que tem.
ƒƒ O relacionamento com Jesus é mais do que conhecer a Bíblia, frequentar a igreja, ensinar na
classe das crianças ou ser batizado. Sua vida necessita ser transformada.

Como Ser Eficientes no Alcançar as Crianças Pequenas


1. Conecte Positivamente o Mundo da Criança com Deus, Através de Experiências Sensoriais
das Crianças.

ƒƒ Diga ao bebê que está comendo uma banana: “Deus fez a banana”.
ƒƒ Enquanto segura a criança em seus braços, cante canções que de forma clara e frequente use
os nomes de Deus e de Jesus.

No livro Child-Sensitive Teaching (Ensino sensível à criança), Karyn Henley descreve a importância
de apresentar Cristo aos bebês de forma muito simples. Ela diz que para fazermos isso, devemos
criar associações entre as experiências sensoriais das crianças e Deus. O resultado pode ser uma
forma de ligação entre o mundo delas e o dAquele que criou o mundo, até mesmo quando ainda
não conhecem o significado das palavras usadas.

2. Comunicar de Forma Clara o Amor e a Verdade de Deus.

20 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


ƒƒ Incluir pensamentos simples, palavras claras e sentenças curtas.
ƒƒ As declarações com 3 a 4 palavras a respeito da verdade de Deus são eficientes para crianças
de dois ou três anos.
* Deus criou os animais.
* Deus me ajuda.
* A Bíblia é verdadeira.

Ilustração: Em uma reunião de evangelismo das crianças, Davi, um jovem voluntário nos ministé-
rios da criança estava ensinando a lição “Deus Criou o Mundo”. O quinto tema era: “Deus criou os
animais”. O Davi ensinou músicas infantis a respeito dos animais que Deus criara, contou a lição
bíblica, conforme Gênesis 1, e as crianças comeram biscoitos na forma de animais, enquanto se
revezavam dizendo os nomes dos animais. Quando chegou a hora do pai do Júlio pegá-lo na sala,
este deu um salto para os braços do pai dizendo com um grande sorriso: “Papai, adivinha o que
aprendi hoje? – ele disse todo orgulhoso em alta voz: “Deus fez os animais!”

O Davi ficou observando o menino que se afastava e que acreditava que havia compreendido um
pouco deste mundo porque sabia quem fez os animais – Deus. Busque oportunidades de falar
as verdades de Deus às crianças até mesmo nos momentos em que estão brincando na caixa de
areia, durante uma caminhada pelo jardim ou lendo um livro.
Certifique-se de incluir em sua lista declarações a respeito do amor. Você irá partilhar uma dádi-
va incrível com as crianças pequenas enquanto o ouvem, um adulto com o qual interagem e em
quem confiam, falando a respeito de seu amor por Jesus e do amor de Jesus por você.

3. Ativamente, Reforce a Mensagem

ƒƒ Dedique tempo para demonstrar a mensagem que você ensina.


ƒƒ Mantenha-as perto de você, toque-as e abrace-as se a lição for sobre o amor.
ƒƒ Jesus colocou Suas mãos sobre as crianças e as abençoou (Mateus 19:13-15).

Os discípulos foram severos com aqueles que trouxeram as crianças; mas Jesus disse: “Deixem vir
a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes
a elas” (Mateus 19:14). Ele poderia haver simplesmente Se levantado e orado olhando para as
crianças, porém, Jesus conhecia o poder do toque na comunicação com as crianças.

Ilustração: O José pôde ver o poder do toque quando seu trabalho voluntário com as crianças
envolveu ajudar um menino em cadeira de rodas a participar do programa, a despeito de seus
desafios físicos. Num domingo de manhã, na hora de voltar para casa, o menino parecia desejar
um abraço de despedida. O José nunca o havia abraçado e não sabia como. Temia que de alguma
forma pudesse machucá-lo. Não obstante, inclinou-se e abraçou o menino. Este o apertou forte
e por um longo tempo. Por fim, o José se levantou e disse:
-- Este foi um abraço de urso!
-- Quase ninguém me abraça – foi a resposta do menino.

Quatro Estações – Quatro Habilidades da Liderança


Embora, com maior frequência, estejamos focalizando a importância das interações individuais
com as crianças, isso muitas vezes ocorre, ou pelo menos inicia, no contexto de grupo. Esse am-
biente apresenta um duplo desafio: Primeiro, você deve conectar-se efetivamente com indivídu-
os. Segundo, as conexões individuais devem ocorrer enquanto vários pares de olhos olham para
você em busca de liderança e direção.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 21


Ao interagir com as crianças, há quatro conjuntos de habilidades pessoais que podem positiva-
mente impactar a forma como você lidera o grupo de crianças. Como líder do pequeno grupo,
professor da Escola Sabatina, voluntário no programa da quarta-feira ou em qualquer outra fun-
ção no ministério, você terá melhores condições de liderar essas crianças e de fazer-lhes pergun-
tas a respeito da salvação.

1. Primavera: Crescimento
2. Verão: Alegria
3. Outono: Mudança
4. Inverno: Afeto

Primavera: Crescimento
Uma palavra-chave associada com esta estação é o crescimento. As plantas crescem durante a
primavera e, para facilitar o processo, os jardineiros plantam as sementes, fazem regas frequen-
tes e utilizam fertilizantes. De igual forma, os líderes ou pais das crianças poderiam nutrir o cres-
cimento espiritual ao deliberadamente dizerem as palavras certas. O emprego habilidoso de três
tipos de palavras merece especial atenção.

ƒƒ Faça declarações que plantem as sementes das verdades espirituais – utilize conceitos das
lições da Escola Sabatina para os infantis e também esteja preparado para contar a história de
sua jornada de fé.
ƒƒ Faça perguntas abertas que desafiem a criança a retratar mentalmente como aplicar a verda-
de de Deus à sua vida.

Exemplo: “Ao Deus nos ouvir orar, o que você imagina que Ele possa estar querendo nos dizer?

ƒƒ Profira palavras de afirmação que leva a criança a sentir-se valorizada – muitas crianças so-
frem por ouvirem palavras ferinas contra si na escola, de acordo com Betsy Taylor, autora do
livro What Kids Really Want That Money Can’t Buy (O que as crianças realmente deseja e que
o dinheiro não pode comprar). Quando os líderes virem as crianças fazendo algo certo devem
fazer elogios e incentivar o comportamento. Sorria para elas. Pergunte-lhes a respeito de seus
hobbies, interesses esportivos e outras atividades a fim de saber que palavras dizer e que irão
edificar essa criança em especial.

Verão: Alegria
A palavra-chave para considerar esta estação é alegria. As crianças participam de boa vontade nas
atividades que julgam divertidas e desejam repeti-las. Isso inclui reuniões do grupo e três habili-
dades específicas para equipá-lo a liderar o grupo que as crianças desejam.

ƒƒ Como líder do pequeno grupo, a alegria inicia quando você exibe uma atitude boa. Você sor-
ri? As crianças sabem se você deseja ou não estar lá e o que irá influenciar seu entusiasmo a
respeito da frequência. Lembre-se, um sorrido no rosto do líder trará alegria ao coração das
crianças!
ƒƒ Com antecedência, planeje atividades alegres. Esteja preparado, pois as crianças sabem se
você estiver apenas preenchendo o tempo com atividades tolas.
ƒƒ As crianças gostam de líderes que se engajam pessoalmente nas atividades do grupo - cante
com as crianças, envolva-se nas atividades de recortes e colagem e participe de jogos com
elas caso a lição inclua esse item.

22 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


Outono – Mudança
Em seguida vem a estação conhecida pela mudança, por isso as mudanças da vida servirão como
palavras-chave para lembrar. Durante o outono, as plantas alcançam sua altura plena, as folhas
ganham suas cores mais brilhantes e os campos estão prontos para a colheita. Porém, toda essa
mudança leva tempo e o mesmo se aplica ao ministério.
Embora algumas vezes ocorram mudanças rápidas na vida, na maioria das vezes elas envolvem
um processo mais lento e sutil, os quais requerem a paciência do líder. Em termos práticos, a pa-
ciência surge como o ingrediente-chave em três habilidades importantes.

ƒƒ Observe atentamente as crianças para ver indícios de que esteja ocorrendo o crescimento es-
piritual – observe a criança que ora sinceramente; a criança que participa com entusiasmo no
culto; aquela que se oferece para ajudar os outros ou que começa a se envolver nas oportuni-
dades voluntárias. Captar um lampejo momentâneo das mudanças na vida requer paciência
do líder na forma de disposição de prestar atenção durante os períodos em que nada novo
aparece.
ƒƒ Ouça atentamente o que as crianças dizem – preste atenção às respostas delas às perguntas
abertas. Capte as palavras que indicam mudança na vida e empregue essa informação para
ajudar animar a reunião.
ƒƒ Seja cuidadoso nas respostas às perguntas das crianças – siga a sabedoria oferecida por Tiago
1:19: “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar”. Resista à necessidade de falar e
aguarde pelo tempo certo para responder à pergunta. Muitas vezes, o interesse da criança
surge quando ela tem a oportunidade de elaborar o motivo pelo qual fez a pergunta. Isso
se aplica “exatamente ao devido tempo”. Algumas vezes um momento em silêncio é a única
resposta que honra uma declaração profundamente pessoal feita por um membro do grupo.

Inverno: Afeto
Para a última estação, a palavra-chave é afeto – que é o que muitas pessoas buscam durante o
inverno. Uma experiência de afeto no grupo incentiva o desenvolvimento de relacionamentos,
um ingrediente importante no ministério. Dessa experiência como filho de pastor da Igreja de
Saddleback, no sul da Califórnia, Craig Jutila observa: “As crianças vêm aqui para o programa, mas
permanecem devido aos relacionamentos”.

Embora o clima da costa oeste da Califórnia continue aquecido durante o ano, dois tipos de calor
merecem atenção dos líderes dos grupos de crianças – quer você viva na Índia, Rússia, Alasca,
China ou África.

ƒƒ O afeto no grupo ocorre quando os líderes criam um ambiente emocional e espiritualmente


seguro – o líder estará constantemente atento à ridiculização pessoal, aos comentários nega-
tivos ou ao humor ferino – por parte de outras crianças ou adultos. Deverá assegurar-se de
que o grupo será receptivo a todas as perguntas, dúvidas e à falta de entendimento.
ƒƒ Os líderes criam o afeto pessoal quando se conectam individualmente com cada criança –
certifique-se de que cada criança tenha a oportunidade de participar nas atividades e nas
discussões. Faça esforço deliberado para comunicar-se com cada criança pelo menos uma vez
além da interação que recebem durante o tempo passado no grupo. Isso significa telefonar
para a criança ou enviar-lhe um cartão no aniversário, enviar uma mensagem de encoraja-
mento quando a criança enfrentou uma semana difícil. Para exercer impacto imediato, olhe a
criança nos olhos enquanto estiver falando com elas. Cumprimente as crianças pelo nome e
com um sorriso – fazendo com que todas sintam que você esperou a semana toda para vê-las.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 23


ƒƒ Um tom afetivo na voz estabelecerá a confiança pessoal – lembre-se de que a forma como
você fala com as crianças irá reforçar ou repelir a mensagem de suas palavras. Os grandes
líderes educam sua voz e a gesticulação não verbal como ferramentas de ensino.

Dom Especial dos Líderes


“Ministrar é, acima de tudo, receber as bênçãos de Deus daqueles a quem ministramos. Qual é
essa bênção? É um lampejo da face de Deus.... Podemos ver a Deus no rosto de Jesus, e podemos
ver o rosto de Jesus em todos aqueles que necessitam de nossa atenção”.
Henri Nouwen, Here and Now, p. 95

Porque… (poema)

Este é um poema que descreve o dom especial que recebemos ao trabalharmos com as crianças.
Neste fim de semana, olhe profundamente nos olhos das crianças a quem você lidera ou com
quem trabalha na Escola Sabatina. Você verá porque as quatro estações das habilidades da lide-
rança são importantes. Você saberá que seu preparo e orações valem cada momento. Você pode
ser excelente líder das crianças se acreditar que Jesus está presente em seu grupo.

Guia de Referência Rápida à Abordagem das Perguntas das


Crianças
1. Resposta direta
ƒƒ Sempre que possível, fazer referência à Bíblia, quer de forma verbal ou física. Se a criança
perguntar: “Se Deus ama a todas as pessoas, então todas irão para o céu, certo?” Neste caso,
você pode buscar João 3:16 e ler em voz alta. Fale que todo aquele que crê em Jesus e escolhe
aceitá-lo tem a oportunidade de ir para o céu.
ƒƒ Considere se a pergunta feita é uma questão real – veja a pergunta por trás da pessoa. Por
exemplo, quando o menino pergunta: “O diabo tem garras?”, provavelmente ele quer saber:
“O diabo me pode machucar?”
ƒƒ Seja sensível à emoção por trás da pergunta.

2. Responda Sem Responder – é importante ser honesto. Resista à urgência de pensar em uma
resposta direta rápida apenas para parecer inteligente ou para proferir as palavras que a
criança deseja ouvir.
ƒƒ “Não sei”, você pode responder. “Esta é uma pergunta difícil e não tenho certeza da resposta.
Irei procurá-la na Bíblia e irei responder assim que a descobrir”. Ao honrar as perguntas das
crianças, mostramos-lhes o quanto as valorizamos – mesmo que a resposta seja: “Não sei”.
ƒƒ A Bíblia fica em silêncio – algumas vezes a Bíblia não dá uma resposta completa às pergun-
tas das crianças. Mas é importante reconhecer as perguntas delas, pois isso mostra que as
valorizamos. As pesquisas nos ministérios da criança revelam que as perguntas espirituais
mais frequentes feitas pelas crianças dizem respeito a se ou não seus bichinhos de estimação
estarão no céu. A resposta apropriada requer conforto e fundamento diante da existência de
sentimentos delicados.

3. Faça uma pergunta – Jesus usava muito esse método ao responder às perguntas com outra
pergunta.

24 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


ƒƒ Explique, por favor – quando as crianças fazem uma pergunta muito ampla, podemos pedir
que a esclareça, que nos dê dicas quanto à resposta que espera ou para que ela forneça in-
formação adicional sobre a motivação por trás da pergunta. Se a criança pergunta: “Como
você sabe se realmente Deus existe?” As respostas potenciais que se seguem são: Explique,
por favor. Este método inclui: “Essa é uma pergunta interessante – o que você acha que nós
sabemos?” ou “Essa é uma pergunta difícil – por que você perguntou isso?” Ambas as opções
dão início ao diálogo que provavelmente terá mais valor do que uma resposta imediata à
pergunta.
ƒƒ Você sabe – Em Marcos 10:2-3 e Lucas 10:25-26, Jesus habilmente ajudou as pessoas a se
lembrarem da informação que já conheciam – informação esta que começa a responder à
pergunta original. Sempre que uma criança consegue descobrir a resposta por si mesma – ou
pelo menos contribuir para a informação na resposta – a compreensão e a retenção serão
mais elevadas.

Consideremos novamente a pergunta: “Como você sabe se realmente Deus existe?” Responda
com: “Em sua opinião, que sinais as pessoas podem encontrar da existência de Deus?” Isso levará
a criança a mencionar as evidências da existência de Deus que lhe são familiares – um grande
ponto de discussão. O método Você sabe também ajuda a aliviar a tensão das perguntas de con-
frontação.

ƒƒ Ângulo diferente – é proveitoso fazer uma pergunta referente a um tema diferente, mas di-
retamente relacionado e que aponta para a resposta. Usemos a pergunta: “Como você sabe
se realmente Deus existe?” As respostas potenciais poderiam indicar a evidência da presença
de Deus em tudo o que a criança vê diariamente. Exemplos de perguntas incluem o seguinte:
ƒƒ “Ao olhar ao seu redor, como você imagina que este mundo repleto de seres viventes veio à
existência?”
* “Em sua opinião o que faz as coisas crescerem e virem à existência?”
* Ao usar o Ângulo diferente você poderá ouvir a resposta: “Não sei”, o que abre a porta
para você e a criança descobrirem juntos a resposta (“Vamos pensar nisso por um instan-
te”) e então volte para a pergunta original.

O Poder de Todos
1. Expectativas Fortes do Ministério – Os ministérios que estabelecem as quatro seguintes ex-
pectativas para si mesmo refletem elevado nível de esforço para levar as crianças a Jesus:

ƒƒ Apresentar e discutir de forma clara e criativa a explanação da salvação para o grupo – os mi-
nistérios não cumprem seu papel quando focalizam na apresentação do evangelho aos grupos
grandes e perdem a oportunidade de manterem conversas mais íntimas e não planejadas ou
quando a deixam ao acaso. Deve-se permitir metade do tempo para a experiência corporativa
e a outra metade no ambiente de grupos pequenos com cuidadosa discussão estabelecida
por atividades e perguntas que estimulem o pensamento.
ƒƒ Pastorear as crianças – isto depende da palavra-chave: compromisso. Os líderes das crianças
e os voluntários deveriam estar comprometidos a estarem com as crianças por muito tempo.
No âmago desse requerimento se encontra uma necessidade fundamental: as crianças de-
senvolverão a confiança e o relacionamento aberto apenas com um adulto que vêem rotinei-
ramente. Quando o líder do pequeno grupo prova ser confiável devido à presença constante,
há uma tendência maior de que as crianças façam perguntas importantes; de que participem

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 25


na discussão, de que partilhem questões do coração e de que ouçam o que os adultos dizem
– incluindo um testemunho pessoal ou verdade bíblica.
ƒƒ Faça da salvação a missão – o ministério comprometido em ajudar as crianças a iniciarem
relacionamento com Jesus não mantém isso em segredo e não espera que ocorra por acaso.
Em seu livro Turning Vision into Action (Tornar a visão em ação), George Barna diz: “A missão
é o grande propósito para o qual você ou seu ministério existe”.
ƒƒ Proveja o ambiente adequado – inclua decisões deliberadas a respeito da decoração, da mú-
sica, do estilo de ensino e das atividades que apelem às crianças. Prover segurança para as
crianças é um imperativo que inclui: segurança física que assegure que as crianças não se irão
ferir; segurança emocional que proteja as crianças da ridiculização e de outras ações desme-
recedoras; e a segurança espiritual que incentiva as questões da fé e a discussão aberta a
respeito das verdadeiras questões da vida.

2. Envolver Outras Pessoas-chave – sua igreja tem pessoas-chave fora de seu ministério ime-
diato que podem beneficiar o sucesso de seu ministério. Estas podem acrescentar dois ingre-
dientes importantes para ajudá-lo a acrescentar em abundância o elemento fé nas crianças:
consistência e envolvimento.

ƒƒ Apoio Pastoral – o forte compromisso para com os ministérios da criança passa a ter valor na
igreja como um todo somente quando o pastor da igreja compreende os benefícios às crian-
ças. O pastor da igreja ocupa o melhor lugar para transmitir a mensagem de desafio às mães e
pais para assumirem seriamente sua responsabilidade pelo amplo desenvolvimento espiritual
da família.
ƒƒ Envolvimento Paterno – depois de assegurar o apoio do pastor, volte a atenção para as opor-
tunidades associadas aos pais. Mantenha contato com as famílias das crianças em seu grupo.
O líder pode fazer uma chamada telefônica e saber o porquê de a criança não estar vindo para
a classe, enviar um cartão natalício, etc. Tudo isso cria conexões com as crianças e seus pais.

Liberar o Poder
Sim, quando os líderes das crianças trabalham junto com os pais e com a liderança da igreja e
partilham do compromisso de trabalharem ombro a ombro, eles liberam o poder de todos.

26 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


Guiar as Crianças a Jesus (PESQUISA)
QUAIS PERGUNTAS ESPERAR DAS CRIANÇAS?
(Resultados da Pesquisa)

As crianças têm muitas dúvidas, embora não as revelem. A fim de conhecer suas questões, os
Ministérios da Criança da Igreja Willow Creek, periodicamente, realiza pesquisas com as crianças
a fim de descobrir o que estão pensando. As perguntas relacionadas abaixo, por assunto, estão
em ordem de frequência. A extensão dos assuntos e a diversidade das perguntas refletem a am-
plitude desta pesquisa com centenas de crianças, algumas das quais aceitaram a Cristo no ano
anterior – e outras respostas são de crianças que estavam visitando a igreja pela primeira vez.

Perguntas sobre a Bíblia


1. Quando a Bíblia foi feita?
2. Quem fez a Bíblia?
3. Por que a Bíblia foi feita?
4. O que é a Arca do Concerto?
5. Por que a Bíblia tem duas partes – e por que uma é mais importante?
6. Como Deus falou às pessoas a respeito do que pôr na Bíblia?
7. O que está escrito no livro de Provérbios?
8. Quantos livros a Bíblia tem?
9. Por que Deus fala com as pessoas da Bíblia e não fala comigo?
10. Por que ela é chamada de Bíblia?
11. Como será o fim do mundo? E quando isso irá acontecer?
12. Por que há poucas meninas na Bíblia?
13. Por que há outras pessoas além de Deus na Bíblia?
14. Adão e Eva tiveram filhas ou somente filhos?
15. Eu tenho de ler a Bíblia a cada dia?
16. Por que algumas Bíblias são diferentes?

Perguntas Sobre Deus


1. Como Ele pode fazer todas as pessoas, ouvir a oração de todo mundo e estar em todos os
lugares ao mesmo tempo?
2. Deus é casado?
3. Por que Deus criou Satanás?
4. Por que Ele escolheu Maria para ser a mãe de Jesus?
5. Por que Deus tem tantos nomes?

Perguntas Sobre Jesus


1. Como Jesus Se parece?
2. Quanto tempo levou para eles O crucificarem?

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 27


3. Alguma vez Jesus sentiu medo?
4. Por que as pessoas não acreditaram em Jesus quando Ele disse que era o Filho de Deus?
5. O que aconteceu com as pessoas que morreram antes de Jesus vir à Terra?
6. Por que Judas traiu Jesus?
7. Por que Jesus era judeu?
8. Jesus teve namorada?
9. Que tipo de milagre Jesus realizou?

Perguntas Sobre o Céu


1. Haverá bichinhos de estimação no céu?
2. Como é o Céu?
3. Quantas pessoas há lá?
4. É divertido estar o tempo todo na companhia de alguém que se tornou amigo de Deus para
sempre?
5. As ruas são realmente de ouro – caso o sejam, quanto custa fazer todas elas?
6. Nós iremos para o Céu da mesma forma que Jesus foi?
7. Há dinossauros no Céu?

28 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


03 | MINISTÉRIO DA CRIANÇA PÓS-MODERNA
Nos últimos anos o termo pós-moderno tem pairado nos círculos acadêmicos e teológicos. (O ter-
mo é também usado em muitas outras disciplinas – artes, literatura, arquitetura – mas significan-
do coisas diferentes em cada contexto.) Agora faz parte do vernáculo popular, e a maioria de nós
realmente não compreende o que ele significa. Os líderes do Ministério da Criança necessitam
compreender esse conceito, pois estão trabalhando com muitas crianças e pais pós-modernos.

Embora seja verdade que o propósito do evangelismo é o de convencer as pessoas de que as boas
novas de Jesus são verdadeiras. Mas chegou o tempo quando a resposta às nossas tentativas de
convencê-las é: “Esta bem, isso é verdade. E daí?”

Quem É a Geração Pós-moderna?


Literalmente pós-moderno significa “depois do moderno”. Portanto, quando dizemos que passa-
mos para a era do pós-modernismo, estamos dizendo que a era moderna ficou para trás e que
avançamos para um novo paradigma, para uma nova visão mundial.

Embora seja essencialmente uma questão geracional, é proveitoso notar que aqueles que têm
uma forte tendência para a visão mundial pós-moderna são os atualmente rotulados como Ge-
ração do Milênio ou Geração Y. Essas são as crianças que atualmente estão na igreja. A Geração
do Milênio vem sendo descrita como os indivíduos nascidos entre 1980 ou 1982 e 2001. Alguns
especialistas geracionais acreditam que a Geração do Milênio findou em 11 de setembro de 2001.

Assim sendo, assentados nas cadeirinhas das salas do Jardim da Infância da Escola Sabatina, nos
sábados pela manhã, encontra-se um punhado de rostinhos adoráveis de pós-modernos! Quer
você concorde ou não com a forma de pensamento dos pós-modernos, ministrar a essas crianças
exige que você compreenda a sua visão.

No Que Acreditam os Pós-modernos?


ƒƒ Não há verdade absoluta. Assim como os modernos acreditam que há uma verdade absoluta
discernível e conhecível e a realidade objetiva, os pós-modernos acreditam que não há verda-
de absoluta ou ideal definitivo que explique ou sustente toda a existência humana.

ƒƒ A Verdade É Subjetiva/Relativa. A verdade é sempre subjetiva. A realidade ou verdade de


cada um decorre da perspectiva pessoal e das experiências da vida. Ela não é imposta exter-
namente. Assim sendo, a idéia moderna da metanarrativa ou de uma história majestosa que
explique tudo a respeito do mundo é recebida com incredulidade. Richard Middleton e Brian
Walsh, autores do livro Truth is Stranger Than It Used to Be (A verdade é mais estranha do que
era), explica esse fato da seguinte forma:

“Mas se as metanarrativas são construções sociais, então assim como os sistemas éticos abstra-
tos, elas são simplesmente a visão moral pessoal vestida na forma de universalidade. Na falsa
alegação de universalidade, cegada por seu próprio caráter construído, as metanarrativas privi-
legiam a unidade, a homogeneidade e o encerramento das diferenças, da heterogeneidade, da
diversidade e da franqueza. O resultado é que todos os tipos de eventos e de pessoas acabam
sendo excluídos da forma pela qual a história é contada. Nenhuma metanarrativa, parece, é sufi-

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 29


cientemente grande e aberta para verdadeiramente incluir as experiências e realidades de todas
as pessoas”.
Portanto, os pós-modernos em vez de reconhecerem que as crenças e histórias pessoais são
locais, eles proclamam que o que é verdade para determinada comunidade ou tribo não é neces-
sariamente verdade para outra. Alguns pós-modernos reconhecem que essas histórias fabulosas
podem ajudar como explicação da realidade pessoal enquanto outros a condenam porque são
vistas como sistemas exclusivos e fechados. Porém, nunca podem ser vistos objetivamente como
verdade.
ƒƒ Não Há um Padrão Comum. A falta de crença em um sistema de verdade absoluta se traduz
na idéia pós-moderna de que não há um padrão comum pelo qual avaliar, julgar ou valorizar
as idéias ou opiniões. O que eu creio é bom, belo, moral ou normal e é moldado por meu
ambiente, contexto e cultura. Desta forma, não temos o direito de julgar o comportamento,
a visão, crenças e opiniões dos outros. Qualquer mensuração constitui uma interpretação
decorrente de tendências e pontos de vista de um determinado grupo.

Mais Crenças Pós-modernas


ƒƒ A razão não é a única via. Os pós-modernos não aceitam a visão de que todo o conhecimento
é bom, tampouco são otimistas quanto ao futuro. Eles vêm que o mundo não está melhoran-
do. Vêem problemas contínuos com o racismo, com a pobreza, com a descriminação sexual e
com a moralidade. São cépticos quanto à capacidade da razão humana resolver esses proble-
mas. Por conseguinte, crêem que a razão não é a única via para descobrir o conhecimento e
a verdade.
ƒƒ Questões das Emoções/Intuição. As emoções, intuição e outras formas menos racionais são
também sendas válidas para descobrir a verdade. Uma premissa necessariamente não tem
de ser lógica para que creiam seja a verdade. As mentes pós-modernas fazem conexões inte-
ressantes entre os dados, os quais algumas vezes são chamados de “pensamento ilhó”. Por
exemplo, os autores do seriado cômico televisivo, Seinfeld compreendiam plenamente esse
tipo de pensamento. Cada episódio consistia de várias tramas aparentemente desconexas
que, por fim, se cruzavam umas com as outras e acabavam em um todo coerente. Em um
dos episódios a história foi contada de forma cronologicamente reversa, iniciando pelo fim e
findando com o começo.

Os modernos acreditam que é possível saber o que é real e o que não é. Os pós-modernos não
têm certeza disso. A linha entre a realidade e o irreal é indistinta e porosa.

Características da Criança Pós-moderna


A criança pós-moderna é a geração mais protegida e desejada. A maioria dessas crianças é o
resultado de gestações planejadas e, portanto, são bem cuidadas. É assegurado elevado nível de
segurança. Elas mostram as seguintes características:
ƒƒ Instruídos na Cibernética e Dependentes da Tecnologia. As crianças pós-modernas são ex-
postas aos computadores e a aparelhos de alta tecnologia desde bebês. A cultura da internet
expõe essas crianças à vida ao redor do globo. Elas podem facilmente se comunicar com uma
criança do Japão ou obter informações do Oriente Médio. A exposição a mais de um milhão
de Web sites reforça o conceito de que a verdade é aquilo que alguém escolhe crer, não algum
padrão objetivo de uma tela ou website.
ƒƒ Capazes de Executar Múltiplas Tarefas. O uso do computador contribui para a capacidade

30 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


de as crianças executarem múltiplas tarefas ao mesmo tempo. Todo adolescente, por volta
dos 13 anos, que conheço pode enviar mensagens instantâneas, e-mail e surfar no website
enquanto assistem à televisão e falam ao telefone. Em um acampamento de verão para ado-
lescentes, os pesquisadores descobriram que grande porcentagem deles possuía, no míni-
mo, dois ou mais tocadores de CD, telefones, computadores e/ou televisores em seu quarto.
Essa é uma geração das “hipermultitarefas” e que passa rapidamente para um novo estímulo
quando fica enfadada com algo moroso.
ƒƒ Toleram Opiniões Diferentes. Essa geração também é moldada para ser apaixonadamente
tolerante com as opiniões, culturas e estilos de vida diferentes. Ela acredita na inclusão, não
na exclusão. A Geração do Milênio demonstra abertura emocional intelectual não vista nas
gerações anteriores.
ƒƒ Valorizam a Liberdade de Escolha Pessoal. Eles acreditam que cada pessoa deveria ter a liber-
dade de escolha de sua própria verdade, quando descobre sua própria verdade e sua própria
história no mundo. Não há verdade absoluta que os impeça de escolher o que acreditam ser
a verdade.
ƒƒ Fazem o que Lhes Parece Certo. Essa geração parece acreditar intuitivamente que cada pes-
soa deveria fazer o que é certo. Deveria descobrir seu valor pessoal, sua própria história no
mundo e viver com integridade. Essas atitudes serão frustrantes para aqueles que têm um
padrão objetivo quanto ao certo e o errado. Nós que os ensinamos e os amamos teremos de
trabalhar arduamente para desenvolvermos formas inovadoras de ajudá-los a pensar suas
próprias verdades e valores pessoais.
ƒƒ Orientado para a Experiência. A geração Y é fortemente orientada para a experiência. De-
seja primeiro experimentar antes de aprender a respeito de algo. Antes de aceitar qualquer
visão ou valor, querem “tentá-lo”. Eles crescem em parques temáticos que estimulam cada
experiência e evento imagináveis e com jogos computadorizados da realidade virtual que os
transportam em fantasias e cenários que nunca lhes seriam possíveis na vida real. Eles dese-
jam usar todos seus sentidos na aprendizagem e que os ambientes onde ela ocorre provejam
experiências, não apenas fatos e fórmulas.
ƒƒ Valorizam o imediatismo e o viver o momento.
ƒƒ Desejam experimentar Deus. Na vida espiritual, desejam experimentar Deus, não apenas
aprender a respeito de Deus. O teólogo Robert Webber cita um diretor de jovens que diz: “O
que apela a essa geração não são as catedrais e os vitrais. Tirem os bancos, deixe-os sentarem
no chão, queimar incenso, ouvir a leitura das Escrituras, usem muita música e salmos, cânti-
cos tranquilos e permita-lhes participar da comunhão para que possam dizer: “Nossa, isso é
para mim”.
George Barna nota que essa geração é espiritual (Generation Next, Regal Books, 1995). Eles estão
abertos à idéia de Deus, mas devido à sua aceitação de todos os pontos de vista, realmente não
sabem em que Deus crêem ou desejam crer. Eles têm a tendência de escolher e de fazer misturas
nas questões espirituais, não necessariamente adotando teologias sistemáticas e complicadas
ou os planos passo a passo de discipulado de outras gerações modernas. Eles estão dispostos a
aceitar certos princípios ou valores do cristianismo, mas não vêem nada de errado ao associá-los
com as idéias do budismo ou de outras religiões mundiais.

ƒƒ Demoram em Confiar nos Adultos. Esta geração não é pronta para confiar nos adultos. Pron-
tamente podem dizer se os adultos não são verdadeiros. Os adultos necessitam provar que
são confiáveis; caso se decepcionem com eles, dificilmente lhes darão uma segunda oportu-
nidade.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 31


ƒƒ Valorizam a integridade e a honestidade.
ƒƒ Valorizam Adultos Autênticos. Eles querem pessoas que sejam autênticas. Na revista Kidscre-
en, uma menina de 12 anos disse: “Pessoas santinhas são chatas. Gosto de ver pessoas como
o Bart Simpson porque é divertido quando ele se mete em problemas e depois sai deles. Eles
são mais verdadeiros”. Visto que essa geração é tolerante e aceitadora, realmente não impor-
ta a respeito do que você está sendo real e autêntico: tarefa escolar, brigas, religião – desde
que você seja verdadeiro e autêntico.
ƒƒ Confiam em si mesmos, não nas figuras de autoridade. Eles tendem a confiar em si mesmo
e em suas opiniões e verdades. Os professores dessas crianças consistentemente dizem que
elas não dão automaticamente o respeito a pessoas mais velhas ou em posições de autori-
dade. Mas quando alguém lhes conquista o respeito por serem verdadeiros e confiáveis, eles
irão ouvir.
ƒƒ Valorizam o trabalho árduo. Essa geração valoriza o trabalho árduo mas não necessariamente
o prestígio da profissão; de acordo com uma pesquisa, mais de 92% dessas crianças valorizam
altamente o trabalho voluntário. Porém, outra pesquisa discorda. Em seu livro Growing Up
Digital: The Rise of the Net Generation (Crescendo no mundo digital: o surgimento da geração
Net), Don Tapscott sugere que esta geração será semelhante à Geração X só que muito mais.
Ele acredita que seus valores independentes, sua necessidade de tolerância e de inclusão e
sua sede por experiência imediata e autenticidade de fato agirão como impedimentos para
sua capacidade de terem a mente cívica e centrada nos outros. Porém, os especialistas con-
cordam que as crianças dessa geração têm o potencial de viver com altruísmo. Faríamos bem
em expô-los a áreas de serviço e missão em nossas igrejas.

Como Deveríamos Lidar com as Crianças Pós-modernas?


ƒƒ Compreender as Sensibilidades Pós-modernas. É importante que os líderes das crianças, os
pastores e outros líderes da igreja compreendam que elas estão crescendo em uma era pós-
moderna e que não pensam como nós pensamos. Podemos não apreciar a respostas ou as
atitudes delas, mas necessitamos ser sensíveis a esse pensamento pós-moderno em vez de
combatê-lo ou negá-lo.
ƒƒ Pensar Criativamente na Edificação da Fé. Necessitamos pensar criativamente ao apresentar
a discussão da fé e da história cristã para nossas crianças.
ƒƒ Repensar em Formas Eficientes. Caso desejemos ser eficientes no trabalho com as crianças
pós-modernas, necessitamos ter o pensamento aberto. Devemos repensar em como pode-
mos ajudar nossas crianças a experimentarem a história do evangelho. Elas necessitam co-
nhecer e experimentar Deus como um Ser real em sua vida.
ƒƒ Envolver a Comunidade da Igreja e as Famílias. Trabalhar com essas crianças requer o en-
volvimento de toda a comunidade da fé e as famílias. A fé não é algo que se desenvolve no
vácuo. Ter fé, partilhar a fé, expor a fé e questionar é algo realizado com outras pessoas. John
Westerhoff em seu livro Will Our Children Have Faith? (Nossas crianças terão fé?), diz que a
comunidade da fé conduz ao cuidado dos membros. O crescimento da fé depende das histó-
rias, tradições e memórias partilhadas. Assim sendo, a comunidade da fé da igreja deve incluir
os membros de diferentes gerações que possam transmitir os alvos e os propósitos da comu-
nidade e modelar a identidade da comunidade aos membros mais novos. Os mais novos, que
recém ingressaram na comunidade da fé, são necessários para criarem novas tradições ou
uma compreensão mais atualizada das tradições dos mais velhos. Por isso, necessitamos que
a comunidade da fé e as famílias experimentem a história da fé juntamente com as crianças.

32 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


Desenvolvimento Espiritual das Crianças da Comunidade da Fé
Lawrence Richards há muito tempo observa e critica a forma típica de as igrejas ensinarem as
crianças a respeito da fé. Ele acredita que a maioria das igrejas está mais interessada em instruir
cognitivamente as crianças a respeito da fé do que de fato nutri-las e cuidar de sua alma. Em seu
livro Theology of Children’s Ministry (Teologia dos Ministérios da Criança), ele identifica cinco pro-
cessos para conduzir o desenvolvimento espiritual das crianças na comunidade da fé, em nossos
dias. Esses princípios podem ser úteis para nutrir as crianças pós-modernas na igreja emergente.

1. As crianças necessitam estar envolvidas nos processos que lhes transmitam que elas per-
tencem.

Um relacionamento eficiente com pessoas na comunidade da fé que não sejam seus pais e pa-
rentes é um fator importante de seu fortalecimento espiritual. As crianças devem sentir que per-
tencem à sua comunidade da fé tanto quanto os adultos. Não é suficiente dizer: “As crianças são
bem-vindas aqui”. Esse pertencer necessita ser demonstrado por meio de políticas e práticas da
comunidade. Formar relacionamentos com as crianças é responsabilidade de todos os membros
da comunidade, não apenas daqueles que trabalham com elas nos programas educacionais.

2. As crianças necessitam ser guiadas nos processos que envolvem participação.

Para que ocorra a nutrição espiritual positiva, as crianças devem ter permissão de participar nas
atividades e nos rituais da comunidade da fé. Elas não podem ser postas de lado no porão da igre-
ja enquanto os adultos tratam dos assuntos verdadeiros da fé. As crianças necessitam ter realiza-
ções na comunidade, não apenas ter coisas feitas para elas. A comunidade da fé deveria prover
propositadamente oportunidade para as crianças agirem em sua fé, ao se expressarem no culto
a Deus ou ao servirem aos outros. As crianças necessitam experimentar as histórias da fé, não
apenas ouvi-las. A educação religiosa infantil necessita ser experimental. As crianças deveriam ter
oportunidade de brincar com as histórias da Bíblia por meio de materiais táteis, da imaginação
e de atividades físicas. Elas deveriam ter tempo para explorar os motivos porque cada história é
uma parte importante da história de sua fé.

3. Modelar a vida adulta na frente das crianças.

Quando a criança está em contato direto com as pessoas da fé, mediante sua participação na
vida da comunidade, ela vê modelos de fé. A criança vê adultos que lutam, que confiam em Deus,
que cometem erros e são perdoados, que trabalham em prol da misericórdia e da justiça, e que
modelam os valores do reino. O modelo é uma ferramenta poderosa de ensino para as crianças
– mais poderoso para o desenvolvimento da fé do que ouvir centenas de histórias bíblicas ou
assistir a vídeos bíblicos. As crianças irão se lembrar das pessoas da comunidade da fé e de sua
vida muito mais do que quaisquer fatos bíblicos que tenham aprendido no programa da igreja.

4. As crianças necessitam ser guiadas no processo instrucional como interpretações da vida.

As crianças são muito dependentes do modelo formal educacional para a instrução na fé. Do que
conhecemos a respeito das crianças, elas têm a tendência de aprender mais por meios informais
de educação do que por estarem sentadas em uma sala de aula. As lições aprendidas pela escrita
e por projetos de arte, pelas oportunidades de serviço e até mesmo por caminhadas ao ar livre
irão permanecer com as crianças muito depois que se tenham esquecido quantos foram os filhos
de Noé.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 33


5. Ajudar e incentivar as crianças no exercício da escolha.

Desde os mais tenros anos, nossas crianças necessitam ser ensinadas a como fazerem boas esco-
lhas. Acima de tudo, seguir a Jesus diz respeito a fazer escolhas boas e apropriadas. Diariamente,
cada um de nós é confrontado com a escolha de seguir a Jesus por meios das opções que nos são
apresentadas ou de seguirmos por outro caminho. Saber como avaliar essas opções e pensar em
todas as consequências possíveis, boas e más, é uma habilidade importante da vida no desenvol-
vimento das crianças.

Pode-se dar às crianças a oportunidade de fazerem escolhas a fim de que conheçam o significado
de viver com as consequências da escolha. As crianças também podem ser desafiadas a fazerem
escolhas de propositadamente viverem no caminho de Deus e verem o que acontece. Apresentar
à criança os resultados dessas escolhas pode ajudá-la a ver e a experimentar que seguir nos ca-
minhos de Deus é sempre a melhor escolha.

Lawrence Richards, Theology of Children’s Ministry


O livro de Lawrence Richards reitera que Deus cercou as crianças com adultos, na família e na
comunidade da fé, para que fossem conduzidas, ensinadas e modeladas. Não apenas devemos
ensinar habilidades como abotoar um botão, usar a colher e jogar bola, mas também devemos
transmitir-lhes as mensagens de Deus e de Jesus por meio de nosso relacionamento com essas
crianças. Nenhum programa, acampamento, série de vídeos ou currículo da Escola Sabatina da
Igreja podem transmitir o poder que esses relacionamentos exercem na formação espiritual das
crianças.

Não há criança que possa verdadeiramente conhecer a Deus sem a influência de adultos piedosos
e atenciosos em sua vida. O cuidado da alma das crianças é uma tremenda responsabilidade a
qual deve ser assumida seriamente pelos pais e pelos membros da comunidade da fé.

Conselhos de Ellen G. White


Ellen G. White advoga veementemente a necessidade de nutrir nossas crianças e de ministrar a
elas. Leia o que ela diz no livro Refletindo a Cristo, MM 1986, p. 365:
“Os que amam a Deus devem sentir profundo interesse nas crianças e jovens. A eles Deus pode
revelar Sua verdade e salvação. Jesus chama os pequeninos que nEle crêem, "cordeiros de Seu
rebanho". Ele tem amor especial e interesse pelas crianças. ... A mais preciosa dádiva que as
crianças podem oferecer a Jesus é o vigor de sua infância”.

34 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


04 | PARTICIPAÇÃO DAS CRIANÇAS NA MISSÃO

Envolver as Crianças na Missão

Você sabia?
Os estudos da pesquisa confirmam novamente a importância dos primeiros anos da infância.

ƒƒ Os traços básicos do caráter são formados antes dos 6 anos.


ƒƒ Os principais interesses na vida assumem forma permanente por volta dos 12 anos.

De acordo com o George Barna Research Group:


De acordo com o grupo de pesquisas George Barna, as crianças entre os 5 e 13 anos têm 32%
de probabilidade de aceitarem a Jesus Cristo como Seu Salvador. Essa probabilidade cai para 4%
na adolescência, entre os 14 e 18 anos. As crianças têm mais possibilidades de ouvir o chamado
de Deus para o ministério cristão de tempo integral (missionários, pastores, etc.) entre os 4 e 14
anos. (Christianity Today). Os missiologistas mencionam esse período como a “Janela 4/14”.

Conselhos Bíblicos Sobre a Compaixão


ƒƒ “A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das
viúvas em suas dificuldades...” (Tiago 1:27).
ƒƒ “Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo” (Gálatas 6:2).
ƒƒ “Nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mes-
mos” (Romanos 15:1).

Ellen White Sobre a Compaixão


“Os princípios do Céu devem ser introduzidos no governo do lar. Toda criança deve ser ensinada
a ser delicada, compassiva, amável, piedosa, cortês e de coração terno” (Orientação da Criança,
p. 143).

Por Que Envolver as Crianças na Missão?


ƒƒ Porque a Bíblia nos diz para fazermos isso.
ƒƒ Para ajudar as crianças a identificarem as necessidades dos outros e a verem como podem
fazer a diferença no mundo.
ƒƒ Devemos semear as sementes do interesse pela missão em tenra idade, se esperamos colher
recrutas missionários e fortes mantenedores da missão nos anos futuros.

Por Que Envolver os Adolescentes na Missão?


As crianças são sensíveis a Deus. Elas podem começar a aprender a respeito do coração de Deus
para as missões em tenra idade.
As crianças têm facilidade para compreender o conceito de compaixão.
Responder às necessidades de seu mundo ajuda as crianças a se tornarem adultos atenciosos.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 35


Projeto BCD para Órfãos da AIDS na África
Um exemplo excelente de crianças envolvidas na missão é o Projeto BCD dos irmãos Owino.
Enquanto seus pares estão ocupados com o beisebol, com jogos no computador e com o ensaio
da banda, os irmãos Brian, Calvin e David Owino estão ocupados recolhendo latinhas de refrige-
rante. Eles lançaram o projeto Latas BCD para os Órfãos da AIDS no Sub-Saara Africano, em 1999.
Esse é um feito surpreendente para os gêmeos Calvin e Brian, 14, e David, 10, que vivem em
Framingham, Massachusetts! Nascidos na vida de Malela, Quênia, os três irmãos vieram para os
Estados Unidos em 1999 com seus pais, quando o pai Martin Owino estava cursando o mestrado
em saúde pública na Boston University.
Eles haviam observado os pais enviarem dinheiro a amigos e parentes portadores do vírus HIV,
AIDS, no Quênia. Mas em 1999, quando dois de seus primos, com 8 e 12 anos, morreram viti-
mados pela AIDS, o Calvin e o Brian ficaram chocados. Pela primeira vez entenderam que isso
poderia acontecer com seus outros primos no Quênia.
– Deve haver algo que podemos fazer para ajudar – os gêmeos ecoaram em voz alta seu desejo.
– O que podemos fazer por essas crianças do outro lado do oceano? Não podemos trabalhar.
Não ganhamos um salário. Somos apenas crianças!
– Ei, que tal recolhermos o lixo e transformá-lo em um tesouro! – o Brian sugeriu entusiasmado.
– Vamos conversar com o papai. Talvez ele nos dê alguma idéia – disse o Calvin.
Depois de pensarem bastante com os pais por alguns dias, eles tiveram a idéia de realizar um
projeto de coleta e venda de latas para ajudar os órfãos africanos da AIDS. Assim, em 1999, orgu-
lhosamente lançaram o BCD Cans for AIDS Orphans in Sub-Sahara Africa. A sigla BCD representa
as iniciais do nome de cada um. O projeto foi estabelecido sob os princípios da “Undugu” e “Ha-
rambee” que são palavras do suaíle cujo significado é “Fraternidade” e “unir os recursos para um
bem comum”.
– Queríamos que as outras crianças pudessem viver por mais tempo e felizes – disse o Calvin.
– Elas necessitam de nossa ajuda – o Brian acrescentou.
– Devemos amar a todos ao nosso redor – o David concordou. – Jesus disse que somos irmãos
e irmãs em Cristo.
Sem dúvida, esse “amor fraternal” brilhou na vida do Calvin, do Brian e do David enquanto en-
tusiasticamente recolhiam as latas. Eles contataram as escolas, vizinhança e lojas e mercados
locais solicitando um lugar onde colocar as caixas de coleta das latas. Passaram então a recolher
centenas e milhares de latas a cada dia depois da aula e a vendê-las. O dinheiro da venda era
depositado e enviado para o projeto dos órfãos da AIDS na África.
Ao mesmo tempo, o pai, que trabalha como diretor dos programas do HIV/AIDS e de abuso de
drogas no Veterans Benefit Clearinghouse Inc., em Boston, ajudou na realização de seminários
públicos sobre a conscientização da AIDS, como também na promoção desse projeto para envol-
ver a comunidade.
Houve dias em que os três irmãos tiveram de fazer várias viagens para transportar as latas visto
que o carro da família era muito pequeno para conter as centenas de sacolas com latas. Outro
problema que enfrentaram foi encontrar um lugar grande suficiente para armazenar todas as la-
tas. Mas esses obstáculos não os impediram de alcançarem seu alvo. Com chuva ou sol o projeto
BCD prosseguiu.
Você consegue imaginar o impacto na vida dos órfãos do HIV em Malela? O Brian, o Calvin e o Da-
vid levantaram $ 33.000 dólares em quatro anos e ajudaram mais de 400 órfãos da AIDS. Com o
dinheiro enviado de Framingham, onde os Owinos Vivian, o Projeto dos Órfãos da AIDS de Malela
financiou a construção de um edifício de alvenaria com uma cozinha que provê, pelo menos, uma
refeição quente diária para os órfãos. O projeto também pagou mensalidades escolares, roupas

36 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


e cuidados médicos para os órfãos e ainda poços com água potável. Além disso, os órfãos mais
velhos aprenderam habilidades para geração de renda como corte e costura, fabricação de tijolos
e conserto de relógios para poderem se sustentar. Acima de tudo, os que prestaram auxílio fala-
ram do evangelho para os órfãos no orfanato, ajudando-os a encontrarem verdadeiro significado
em Jesus.
O continente africano está em crise! Só no Quênia, há dois milhões e meio de pacientes aidéticos
e o relatório recente predisse que a AIDS poderia matar cerca de sete milhões de sul-africanos
até 2010. O então Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, na época estava buscando
levantar até $ 10 bilhões de dólares para um fundo global destinado às vítimas da AIDS. O mundo
deve responder para ajudar as crianças inocentes cujos pais morreram em decorrência da AIDS.
Os irmãos Owino responderam ao apelo missionário de acordo com suas pequenas possibilida-
des – uma ação de crianças. Mas o pouco é muito com amor e fé. No verão de 2004, Calvin, Brian
e David receberam o reconhecimento da Câmara dos Deputados de Massachusetts e do Sena-
do, cada um proferindo palavras de reconhecimento por seu espírito humanitário. Eles também
foram homenageados pelo programa Celtas de Boston: “Heróis Entre Nós” por seu trabalho em
ajudar os órfãos da AIDS do Quênia.
Sim, as crianças têm o dom natural de partilhar. Inspiremo-las a se envolverem no trabalho da
compaixão. Incentivemos nossas crianças ao redor do mundo a praticarem a “Undugu”, visto que
Jesus disse: “O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram” (Mateus
25:40).

Lições Aprendidas do Envolvimento na Missão


ƒƒ Compaixão, empatia e disposição de partilhar. História tocante: “57 centavos”.
ƒƒ Orar pelos Outros. As crianças podem aprender a orar pelos missionários que trabalham em
países específicos como também orar pelos projetos missionários dos quais participam. Ou
podem aprender a orar pelos filhos de missionários que trabalham em áreas difíceis no es-
trangeiro.
ƒƒ Generosidade nas ofertas. Os pais cujos filhos estiveram envolvidos em projetos missionários
ou em viagens missionárias testificam que seus filhos se tornaram mais sensíveis às necessi-
dades dos menos afortunados e mais generosos nas ofertas pessoais. Na verdade, eles têm
maior entusiasmo e paixão pelos projetos de levantamento de fundos para as missões.
ƒƒ Apreciação por outras culturas. As crianças missionárias como Brad Milligan que viveu no
Zimbábue, Rachel Schupack, que viveu no Quirguistão, e Lisa Frist, no Brasil, concordam una-
nimemente que viver em um país estrangeiro, em uma cultura muito diferente da sua, tem
muitos benefícios. Crescer entre crianças de outras culturas ajudou-os a apreciar as pessoas
de diversas culturas, costumes e línguas. Na verdade, elas se apaixonaram pelos países e cul-
turas adotivos. Assim sendo, envolver as crianças na missão pode aprofundar sua apreciação
por outras culturas.
ƒƒ Confiança em Deus. Quando as crianças participam nos projetos missionários em casa ou
no estrangeiro, elas se podem deparar com problemas em algumas situações quando têm
de confiar em Deus a fim de encontrar a solução. Certa vez, um grupo de pré-adolescentes
fez uma viagem missionária para a Guatemala a fim de ajudar na construção de uma igreja.
Quando a máquina de fazer tijolos quebrou, eles oraram para que Deus enviasse alguém para
ajudar no conserto. Eles aprenderam a confiar e Deus nesse momento de dificuldade e Deus
lhes enviou um técnico para ajudá-los.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 37


História: 57 Centavos
Uma história tocante de compaixão, empatia e disposição de partilhar:
Aos soluços, a menina estava parada perto da pequena igreja da qual fora dispensada porque o
local “estava lotado”.
– Não posso ir para a escola dominical – ela soluçou olhando para o pastor que se aproximava.
Observando sua aparência maltrapilha e despenteada, o pastor entendeu o motivo e, pegando-a
pela mão, levou-a para dentro onde encontrou um lugar para ela na classe da escola dominical.
A criança ficou tão profundamente tocada que foi para a cama naquela noite pensando nas crian-
ças que não tinham um lugar onde adorar Jesus. Dois anos depois, essa menina morreu em um
cortiço e os pais chamaram o bondoso pastor, que se tornara amigo de sua filha, para fazer os
arranjos do sepultamento.
Quando seu pequeno corpo foi removido, viram uma carteira surrada e amarrotada que parecia
ter sido retirada de um monte de lixo. Em seu interior foram encontrados 57 centavos e um bi-
lhete escrito em grafia infantil que dizia: “Este dinheiro é para ajudar na construção de uma igreja
maior a fim de que mais crianças possam estar na escola dominical”. Por dois anos ela economi-
zara essa oferta de amor. Quando o pastor em lágrimas leu o bilhete, soube instantaneamente o
que deveria fazer.
Levou o bilhete e a carteira surrada ao púlpito e contou a história do amor altruísta e da devoção
daquela menina que partilhara tudo o que tinha. Ele desafiou os diáconos da igreja a se ocupa-
rem no levantamento de fundos para que construíssem uma igreja maior. Mas a história não
termina aqui.
Um jornal tomou conhecimento da história e a publicou. Ela foi lida por um corretor de imóveis
que lhes ofereceu um terreno que valia alguns milhares de dólares. Quando a igreja lhe disse que
não poderiam pagar tão elevada quantia, ele ofereceu o terreno por 57 centavos. Os membros
da igreja fizeram grandes doações. Vieram cheques de todas as partes. Em cinco anos, a oferta
compassiva e amorosa da menina aumentara para $250.000,00 – uma soma fabulosa naqueles
dias (perto da virada do século XX). Seu amor altruísta pagou grandes dividendos.
Se algum dia você for à cidade da Philadelphia, procure a Igreja Batista Temple com capacidade
para 3.300 pessoas, a Universidade Temple, por onde passaram centenas de estudantes. Não se
esqueça de também visitar o Hospital do Bom Samaritano e o edifício da Escola Dominical, com
capacidade para centenas de crianças a fim de que nenhuma criança nessa região tenha de ficar
do lado de fura durante o período da escola dominical.

Em uma das salas desse edifício há um desenho retratando o rosto encantador da menina cujos
57 centavos, poupados com grande sacrifício, foram o fator desencadeante dessa linda história.
Ao lado, encontra-se o retrato de seu bondoso pastor, o Dr. Rissell H. Conwell, autor do livro Acres
of Diamonds – A true story (Acres de Diamantes – história verdadeira) que apresenta o que Deus
pode fazer com 57 centavos.

Ellen White, A Ciência do Bom Viver, p. 495


“Todos os que professam ser filhos de Deus devem ter sempre em mente que, em suas ativida-
des, são missionários colocados em contato com os mais variados tipos de pessoas.”

38 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


Ellen White, Para Conhecê-Lo, p. 42
“Exércitos inteiros de crianças podem-se pôr sob a bandeira de Cristo como missionários, mesmo
nos dias de sua infância. Nunca recuseis o desejo das crianças de fazer alguma coisa por Jesus.”

Sugestões para Envolver as Crianças na Missão


Há muitas sugestões que podem envolver as crianças na missão. Você pode pôr em prática algu-
mas delas ou usar sua criatividade e apresentar idéias melhores.

1. Acampamento Missionário
ƒƒ Esses acampamentos podem ocorrer durante um fim de semana ou feriado quando as crian-
ças passam tempo juntas por alguns dias a fim de participarem de atividades missionárias.
Elas irão ouvir histórias de heróis missionários e também terão a oportunidade de interagir
com missionários verdadeiros que estejam no local em período de férias de suas atividades no
estrangeiro. Elas também participarão de jogos que as levarão a apreciar as missões. O pro-
pósito dos acampamentos missionários é inspirar os pequenos a se envolverem ativamente
na missão.

2. Festival/Feira Missionária
ƒƒ Normalmente, trata-se de um fim de semana divertido. O festival missionário pode ocorrer
num domingo na igreja local, com a presença dos membros para apoiar as crianças. Elas par-
ticipam ao fazerem exibições que mostram as diferentes pessoas de sua igreja que estão ser-
vindo como missionários no estrangeiro; quadros que mostram os países nos quais desejam
trabalhar como missionários; e mapas mostrando os projetos missionários nos quais as crian-
ças estarão envolvidas.
ƒƒ As crianças são apresentadas a jogos e a atividades divertidas de outros países. São oferecidos
alimentos de várias culturas a fim de que as crianças tenham o desejo de conhecerem outras
culturas.

3. Jornal Missionário
ƒƒ Ajudar as crianças a prepararem um jornal mensal ou bimestral para informar aos membros a
respeito dos projetos missionários realizados na comunidade pelas crianças.
ƒƒ As crianças podem ilustrar ou escrever notícias breves a respeito do que têm feito.

4. Projetos Missionários
ƒƒ Incentivar as crianças a adotarem um projeto para ajudar o campo missionário.
ƒƒ As crianças podem levantar fundos ou recolher roupas, brinquedos, livros, etc. para o projeto.
ƒƒ Unir-se à ADRA para ajudar as vítimas de catástrofes, etc.

5. Clubes Missionários
ƒƒ Organização para que as crianças se reúnam regularmente para desenvolverem atividades
divertidas a respeito da missão e para que participem nos “projetos missionários”.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 39


ƒƒ Exemplos:
* CA – Crianças em Ação
* MA – Meninas em Ação
* AA – Adolescentes em Ação

6. Calendário Missionário de Oração


Afixe um Calendário Missionário grande nas salas da Escola Sabatina. Peça às crianças para aju-
darem a escrever versos bíblicos para cada dia do mês e que falem a respeito de servir os outros,
realizando a obra missionária assim como Jesus, etc. Então, relacione os nomes dos missionários
no calendário. Estes podem ser amigos da família das crianças, ou podem ser membros da igreja
que foram trabalhar como missionários no estrangeiro. Incentive as crianças a orarem por esses
missionários, pelas crianças missionárias e pelas necessidades dos locais que estão sendo aten-
didos.

Você também pode prover cartões com pedidos de oração que retratem missionários ou crianças
missionárias. Sempre imprima os nomes.

7. Livros Missionários para Crianças


ƒƒ Incentive as crianças a lerem diferentes livros missionários.
ƒƒ Peça-lhes para fazerem um resumo da leitura.
ƒƒ Peça-lhes para fazerem uma apresentação com fantoches ou uma encenação.
ƒƒ Filme a atuação delas.

8. Viagens Missionárias
ƒƒ Leve as crianças para viagens missionárias nas proximidades ou no estrangeiro se forem mais
velhas.
ƒƒ Quando voltarem para casa elas poderão contar a respeito do que vivenciaram nessa viagem.
ƒƒ As crianças podem fazer uma redação contando suas experiências e publicá-la no informativo
da igreja.

9. Histórias Missionárias com os Protagonistas


ƒƒ Convide o missionário e sua família para contarem sua história – inclua os filhos.
ƒƒ Peça-lhes para trajarem-se com as roupas típicas do país onde estejam servindo; ou as crian-
ças também podem se vestir como eles.
ƒƒ Preparem um programa de entrevistas com o missionário.

10. Ministérios da Compaixão


ƒƒ Incentive as crianças a participarem nos ministérios da compaixão em sua comunidade local.
ƒƒ Ofereçam-se como voluntários nos programas de atendimento a pessoas carentes a fim de
que quando as crianças forem adultas tenham o desejo de serem missionárias.

40 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


Outras Sugestões para Envolver as Crianças nos Programas
Missionários
ƒƒ Coloque um mapa mundial em um local de grande visibilidade – coloque alfinetes nos locais
onde vocês têm envolvimento missionário.
ƒƒ Uma vez por mês, recolha uma oferta missionária.
ƒƒ Peça para as crianças identificarem e orarem pelas pessoas que elas conhecem e que não
frequentam a igreja.
ƒƒ Memorizem o Salmo 67:3-4.
ƒƒ Leiam o livro de Jonas – conversem a respeito do serviço missionário de Jonas.
ƒƒ Enviem cartões natalícios aos missionários e seus filhos.
ƒƒ Orem por grupos de pessoas não alcançadas.
ƒƒ Entrevistem um estudante estrangeiro.
ƒƒ Aprendam frases em uma língua estrangeira.
ƒƒ Recolham fundos para um projeto missionário.

Comissão Dada por Jesus


Jesus nos comissionou a pregarmos o evangelho no mundo todo, e nessa ordem estão incluídas
as crianças. Envolva-as agora.

Os missionários de amanhã começam com as crianças de hoje!

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 41


05 | DESENVOLVER RESILIÊNCIA NAS CRIANÇAS

Guia Para Ajudar as Crianças Enfrentarem os Traumas em Nossos Dias

Introdução
Podemos criar um mundo extremamente complexo para as crianças, muitas vezes, deixando-as
com seus temores, confusão e incertezas. Por isso, as crianças em nossos dias necessitam de
adultos responsáveis e atenciosos que as ajudem a enfrentarem eventos inquietantes e traumá-
ticos e levá-las a serem bem-sucedidas. Ao identificar e incentivar as qualidades de superação
em nossas crianças, podemos fazer positiva diferença no fortalecê-las como futuros cidadãos do
mundo.

O que é Resiliência?
O termo Resiliência é definido como:
“Os recursos pessoais utilizados para enfrentar tempos difíceis e a capacidade de enfrentá-los”.
Outra definição é feita por Linda Goldman, autora de Raising Our Children to be Resilient (Criar
nossos filhos para superarem):
“Triunfar sobre a dor, vencer os desafios, ter realizações a despeito das adversidades e desenvol-
ver a força no sofrimento”.
O American Heritage Dictionary define a palavra resilience [superação] como: “a capacidade de
recuperar-se rapidamente da enfermidade, da mudança ou dos infortúnios; esperança; ânimo”.
Como pais, educadores e outros profissionais que trabalham com crianças, podemos nos estar
perguntando como identificar, nutrir e instilar as qualidades da adaptabilidade, da tolerância e da
coragem em nossas crianças em um ambiente que passa por constante transformação.

Adultos como Modelos


Uma forma prática de ensinar a superação é quando adultos atenciosos:
ƒƒ Provêem interações e são modelos da força que a criança tem de ter para enfrentar os desa-
fios com confiança, propósito e compaixão.
ƒƒ Ensinam as habilidades de enfrentamento, administração do estresse e tomada de decisão –
provendo estudos de caso para as crianças trabalharem nessa área.
ƒƒ Provêem formas pelas quais as crianças podem partilhar com os outros, fortalecer as amiza-
des e tornarem-se cidadãos responsáveis na comunidade e no mundo.

Onze Chaves para a Resiliência nas Crianças


Por que é importante falar a respeito da Resiliência? Como usá-la para ajudar as crianças uma vez
que ela é explicada? O aspecto principal da superação pode ser o sentimento de que “Não estou
totalmente sozinho no mundo – de alguma forma, em algum lugar, faço parte de algo maior do
que minha pessoa”. Independentemente das lentes através das quais olhemos - espiritual, reli-

42 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


giosa, social, comunitária ou familiar – a superação provê e incentiva as necessidades altruísticas
de ajudar os outros e de tornar a vida proveitosa.

1. ESCOLHA
ƒƒ Escolher lutar nas situações difíceis e intoleráveis cria a liberdade e o poder.
ƒƒ Escolher pensar em imagens amorosas e alegres dá esperança.

Victor Frankl em seu livro: Em Busca de Sentido, fez esta poderosa declaração: “A última liber-
dade humana – a escolha da atitude pessoal que se assume diante de determinado conjunto de
circunstâncias”,
Frankl exemplificou o espírito humano em sua luta para sobreviver e finalmente vicejar na terrível
situação durante o longo período como prisioneiro em um campo de concentração que o levou a
uma subsistência miserável. Perguntaram ao Dr. Frankl por que ele não se suicidou e resposta foi
a explicação de que a escolha definitiva era a vida e a morte e ele escolheu a vida. Ele diz a todos
que até mesmo a menor das escolhas feitas pode criar liberdade e poder.
Simon era um adolescente de quinze anos exibindo as dificuldades dessa idade. Ele afirmava
repetidas vezes que não havia nada de bom na vida. Embora seu conselheiro fizesse verificações
regulares da realidade com ele a fim de confirmar que havia situações e pessoas positivas ao seu
redor, persistentemente ele dizia que não conseguia ver nada disso. O conceito de escolha de
pensamento foi apresentado ao Simon e repetido muitas vezes nas sessões de aconselhamento.
Depois de muitas discussões a respeito do poder da escolha para mudar as situações tornando-as
mais positivas, um incidente casual identificou uma mudança na compreensão do Simon. Certo
dia depois da aula, ele cumprimentou o conselheiro com um sorriso. Ao ser questionado como
seu dia tinha sido, ele respondeu: “bom” – uma resposta que não era frequente. Então ele passou
a explicar que havia “decidido ser feliz” e quanta sorte tinha por haver “aprendido isso em tenra
idade”. O poder da escolha de nossos pensamentos e o impacto das mensagens positivas haviam
se tornando uma ferramenta viável para a superação do Simon.

2. OTIMISMO
ƒƒ Ter esperança no futuro.
ƒƒ Disposição de permitir aos outros terem essa esperança.
ƒƒ Compreender que se pode criar uma atitude feliz ao olhar o lado bom e criar respostas posi-
tivas – dizer uma palavra bondosa ou notar uma ação amável.

Quando a Alice tinha doze anos seus pais se divorciaram. Ela se sentia diferente das outras crian-
ças que viviam com os pais. Necessitava conversar com outros adolescentes na mesma situação.
Então decidiu colocar um anúncio no informativo da escola convidando-os a se reunirem e for-
marem um “Clube de Filhos de Divorciados” que se reunia no horário do almoço para falarem a
respeito de sua situação de vida.

3. CORAGEM
ƒƒ Agir até mesmo quando se está com medo ou triste.
ƒƒ Frequentemente vencer seus temores ao trabalhar para uma causa proveitosa.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 43


O irmão da Tânia, 15 anos, foi morto com um tiro. Ela ficou devastada, mas sentiu o desejo de
fazer algo para pôr fim à violência em sua vizinhança. A comunidade onde morava estava reali-
zando reuniões abordando o tema da violência e o pastor pediu-lhe para que falasse a respeito da
morte do irmão. A Tânia era tímida e tinha medo de falar em público. A coragem para ter medo e
mesmo assim “levantar-se para falar” destacou a força da Tânia de enfrentar o medo.

4. ALVOS REALISTAS
ƒƒ Enfrentar alvos realistas.
ƒƒ Escolher opções que coincidam com o conhecimento pessoal dos pontos fortes e fracos.

O Antonio, aluno do último ano do ensino médio, preparava-se para ingressar na faculdade. Ele
estava cada vez mais deprimido porque não queria seguir a carreira de seus pais e avós. Decidiu
dizer a seu pai que não se enquadrava no ambiente que não era talhado para ele, visto que apre-
ciava o desenho artístico e gráfico e escolheu um curso que atendia a seus talentos especiais.

5. HUMOR
ƒƒ Ver humor em si mesmo e, algumas vezes, nas situações difíceis que os cercam.
ƒƒ Sua capacidade de rir durante as situações desafiantes pode ajudar a aliviá-las.

A Ana, oito anos, contou a respeito de um episódio disciplinar em sua vida. Embora estivesse
sendo muito perturbada por uma menina que continuamente a molestava e aos seus colegas de
sala de aula e no pátio, ela conseguiu ver humor no seguinte evento:
“Como se sabe, há basicamente dois tipos de bullies em sua classe – as meninas e os meninos!
Quando estava na primeira série havia uma menina na minha classe chamada Merissa. Ela batia,
dava socos e chutava as outras crianças. Ela importunava e falava palavrões. Eu tentei detê-la,
mas ela não me ouviu e assim fui contar à professora. Esta também já estava cansada do mau
comportamento da Merissa. Então disse: ‘Merissa, vá agora para a sala do diretor!’, mas ela se
recusou. Então a professora tentou levá-la à força pelo braço, mas a menina se agarrou à carteira!
Lentamente, a professora a foi arrastando com carteira e tudo até a sala do diretor. Nunca me irei
esquecer a cena. Às vezes, aquilo que inicia como ameaça pode acabar em comédia”.

6. AUTOCONFIANÇA
ƒƒ Dispor-se a experimentarem novas idéias.
ƒƒ Permitir novas experiências na vida, o que gera a autoconfiança.

Tomás, 11 anos, descobriu um programa, para sua faixa etária, de acampamentos que patrocina-
vam a paz mundial em países estrangeiros. Um dos acampamentos foi realizado nas montanhas
do Japão e o Tomás iniciou uma campanha para convencer seus pais que essa seria uma verda-
deira aventura. O grupo era formado por delegados de 9 países acompanhados de monitores
durante todo um mês. Ele industriosamente redigiu um contrato para seus pais, prometendo
limpar o quarto, escovar os dentes e levar o cachorro para passear. Mesmo assim seu pai e mãe
não aceitaram.
Finalmente o Tomás começou sua advocacia verbal:
– Sei que posso participar e sei também que será uma experiência maravilhosa!
– Por que não fazer como todas as crianças e participar de um acampamento local? – Sua mãe
respondeu.

44 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


– Mãe – ele explicou – quando eu crescer e meus filhos quiserem ir para Marte, irei lhes dizer
que podem apenas ir para a Lua? – Ele seguiu argumentando que o verão e esse acampamento
seriam a aventura de sua vida, abrindo novas possibilidades de crescimento interior e maior com-
preensão cultural.

7. APRECIAÇÃO DO EU
ƒƒ Extrair um bom conceito pessoal a fim de criar mudança em sua vida.
ƒƒ Aprender de seus erros e desenvolver estratégias de enfrentamento.

O Mattie era portador de uma forma rara de distrofia muscular e somado a isso havia a tristeza
pela perda de três irmãos com a mesma doença. Ele se tornou corajoso, poeta ganhador de prê-
mios, inspirou outros com seu profundo conhecimento de si mesmo, grande compreensão – mui-
to acima de sua idade, e visão otimismo em sua jornada do coração.
Ele foi autor de muitos livros, incluindo Heartsongs e Journey Through Heartsongs, nos quais ex-
pressou suas lutas, esperanças, sabedoria e humor na vida de forma agradável e provocativa do
pensamento. Ele foi um exemplo perfeito de uma criança que empregou os difíceis desafios de
sua vida e usou-os para trazer novas lições e diálogos na ajuda aos outros.
O Mattie doou uma parte dos lucros a várias instituições de caridade e falou em programas tele-
visivos, em seminários e conferências inspirando crianças e adultos a encontrarem um lugar onde
as fontes de conflito na vida pudessem ser transformadas em níveis elevados de compreensão e
de apreciação.
Abaixo, um dos poemas do Mattie. Suas palavras personificam a superação de um menino viven-
do com uma doença fatal, mas cheio de gratidão por estar vivo e apreciando o momento presente
(o Mattie morreu aos 14 anos).

A Dádiva de Cada Dia


Você sabia?
Amanhã é um novo dia.
Hoje é um novo dia.
Na verdade,
Cada dia é um novo dia.
Obrigado, Deus,
Por todos esses
Dias novos e especiais.

8. ACEITAÇÃO E CONFORTO
ƒƒ Reconhecer seus pontos fortes e talentos bem como suas vulnerabilidades.
ƒƒ Sentir-se à vontade consigo mesmo e com seus pares.
ƒƒ Sentir-se à vontade para pedir ajuda dos adultos.

A Ariel estava na sexta-série e havia perdido o pai aos 10 anos. Ela fazia parte de um grupo
de ajuda para enlutados e partilhou seus sentimentos com seus pares, amigos e parentes por
muito tempo. Quando estava pronta para retornar às aulas, contatou o conselheiro da escola
perguntando se haveria alguma criança na escola que tivesse passado pela mesma situação e a
quem poderia ajudar, mas ficou desapontada, pois não havia nenhuma naquela ocasião. Depois
de encontrar um website na internet a respeito de crianças e do pesar, decidiu contatar a pes-

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 45


soa responsável e perguntar se haveria alguém que pudesse ajudá-la a formar um programa de
acompanhamento para crianças passando pela mesma dor. Ela explicou, por telefone, que havia
lidado com muitos sentimentos de tristeza em seu grupo depois da morte do pai e que estava
pronta para ajudar outras crianças.
Tempos depois, quando a Ariel ingressou no ensino médio, o orientador da escola conseguiu um
espaço para seu projeto. A Ariel gostava muito de escrever e preparou um artigo para o jornal da
escola explicando o programa e dando as boas-vindas aos participantes. Sua capacidade de soli-
citar a ajuda dos adultos associada a seus talentos criativos e desejo de ajudar inspiraram outros
alunos a se unirem ao projeto que serviu a um propósito útil no ambiente da escola.

9. PROCESSAR A VIDA POR MEIO DE AÇÕES PRODUTIVAS


ƒƒ As crianças que superam aprendem a processar as experiências passadas e a construírem
sobre elas.
ƒƒ Elas tomam medidas produtivas para alcançar seus alvos.
ƒƒ Elas confiam em si mesmas na criação de meios para superarem suas adversidades.

O estudo da pesquisa de Noppe, depois de 11 de setembro, demonstra que os alunos se enga-


jaram em muitas atividades – indo das espirituais às patrióticas – para ajudar os outros. Muitos
buscaram conforto em familiares e amigos. Outros tentaram construir uma narrativa significativa
do que havia acontecido ao explicar os eventos e suas idéias pessoais sobre as mudanças futuras
sociais e políticas.
Andrews, 16 anos, ficou zangado quando testemunhou o ataque terrorista pela televisão. Sendo
que vive em Washington, DC, sabia que muitas pessoas foram afetadas pelo ataque ao Pentágo-
no. Ele queria ir à cidade para mostrar aos terroristas que não tinha medo e que não iria mudar
sua rotina ou estilo de vida por causa deles. O Andrews disse corajosamente: “Eles não podem
vencer. Não me podem dizer o que fazer”. Um ano depois, ele ainda sente, com a mesma inten-
sidade, que não se deixará intimidar pelo terrorismo. Esses sentimentos são partilhados em seu
poema:
Quando os terroristas provocam o medo, eles ganham.
Antes são os que mudam sua vida devido ao
Medo desencadeado pelos terroristas.
Ter medo é perder,
Perder é morrer.
Sua determinação em prol da liberdade individual e sua vida proativa levaram-no, aos 17 anos, a
estudar para se tornar técnico em atendimento de emergência depois de admirar o heroísmo de
tantos profissionais do setor de emergência.

10. CRIATIVIDADE
ƒƒ É um incentivo para a auto-estima das crianças.
ƒƒ Incentiva as crianças a explorarem partes de si mesmas de forma atraente.
ƒƒ É um canal de cura para áreas problemáticas e significa a auto-expressão que é ímpar em cada
indivíduo.

Linda Goldman, escritora e conselheira, relatou sua própria experiência com criatividade. Aos
quinze, ela gostava de escrever e certa vez fez uma redação sobre o tema da morte. Ela ficou feliz

46 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


com os resultados e satisfeita ao ver uma formulação concreta de seus pensamentos sobre o as-
sunto. Ela estava certa de que a professora de inglês também iria apreciar sua redação.
Quando as redações foram devolvidas com a nota, ela ficou atônita ao ver que tirara F e anotadas
as seguintes palavras da professora: “Não concordo com sua filosofia”. (Posteriormente ela soube
que o avô da professora havia morrido fazia pouco tempo). Mas ela seguiu com o aconselha-
mento, ensinando e escrevendo durante os anos de sua vida adulta, num esforço de refinar seus
pensamentos e articular sua perspectiva sobre o tema da morte e de estar morrendo.

11. ESPIRITUALIDADE
ƒƒ Os sistemas de crenças individuais e significativos das crianças podem criar uma estrutura for-
te para enfrentar positivamente as questões da vida. O adolescente Thomas estava zangado
com Deus. Certo dia, ao iniciar sua sessão de aconselhamento psicológico ele perguntou: “Por
que Deus matou minha mãe no acidente aéreo?” O conselheiro não foi capaz de responder à
pergunta, mas eles começaram a discutir sua ira contra Deus, seus fortes sentimentos a res-
peito da morte súbita da mãe e de seu sistema de crença espiritual.
ƒƒ Os adultos podem respeitar os sistemas de crenças das crianças. Algumas talvez elas se sen-
tem confortadas ao pensarem em seus sentimentos a respeito de Deus e podem decidir ex-
pressá-los. Você pode incentivá-las a orar ou a acender uma vela. A Cristina, 6 anos, fez um
desenho a respeito de sua perspectiva espiritual depois de 11 de setembro. Embora as torres
estivessem queimando e as pessoas tristes, ela pareceu sentir-se confortada com a idéia de
que Deus iria confortar as pessoas visto que Ele sabe de todas as coisas.

Formar Duplas e Conversar


ƒƒ Formar grupos com 4 a 5 pessoas.
ƒƒ Escolher um personagem bíblico ou da história.
ƒƒ Identificar a situação difícil enfrentada por tal pessoa.
ƒƒ Identificar os pontos fortes e as formas de manter essa pessoa firme durante os tempos
difíceis.

Atividades para Manter a Resiliência

1. Definir a Resiliência
ƒƒ Conversar com as crianças a respeito da força, da liderança, da coragem e da perseverança.
ƒƒ Definir a resiliência como a capacidade de prosseguir durante os tempos difíceis.
ƒƒ Então, pedir-lhes que redijam sua própria definição e expliquem os motivos.

2. Estabelecer o Diálogo
ƒƒ As crianças pequenas podem ler: “The Little Engine that Could” ou “Courage” e fazer um de-
senho retratando o significado da história para elas.
ƒƒ Use a citação de Martin Luther King: “Coragem é o poder mental para vencer o medo”, e peça
aos alunos das últimas séries do ensino fundamental e médio para dizerem o que essa frase
significa para eles.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 47


George não gostava da escola. Ele trabalha muito e não conseguia nada. Passou por três escola e
foram necessários seis anos para se formar no ensino superior. O George não apenas sobreviveu,
mas começou a vicejar, encontrou o trabalho de que gostava e um novo senso de responsabilida-
de. Ele teve a oportunidade de responder às seguintes perguntas:

ƒƒ Fale de um tempo em sua vida quando você acha que conseguiu superar.
ƒƒ Como as pessoas responderam? O que disseram?
ƒƒ Como você se sentiu?
ƒƒ Como se sente agora?
ƒƒ Há algo que você gostaria de ter feito?
ƒƒ Você consegue usar agora o que aprendeu dessa experiência?

3. Diálogo e Modelo de Papel


ƒƒ Ajude as crianças a escolherem um membro da família ou um indivíduo famoso que lhes re-
presenta uma qualidade especial de superação.
ƒƒ As crianças podem fazer um desenho e explicar qual é a qualidade.
ƒƒ Peça-lhes para dizerem de um tempo quando demonstraram essa qualidade em sua vida.

4. Quadro da Sobrevivência/Sucesso
ƒƒ Peça às crianças para lembrarem-se de uma época em sua vida quando passaram por tempos
difíceis.
ƒƒ Faça um quadro com uma coluna Sobrevivência e outra, Sucesso.
ƒƒ Peça às crianças para relacionarem o que fizeram para sobreviver ou para vencer.
ƒƒ Relacione aquilo que fizeram para crescerem e aprenderem e que lhes trouxe novo significado
na vida.
ƒƒ Divida a página em duas colunas e rotule a coluna da esquerda como Sobrevivência e a da
direita como Sucesso.
ƒƒ Sob a coluna Sobrevivência, relacione o que as crianças fizeram para suportarem períodos
difíceis.
ƒƒ Sob a coluna Sucesso, relacione o que elas fizeram e que as ajudou a crescerem e a aprende-
rem a lidar com a mágoa e a dor. Permita tempo às crianças para pensarem nesses eventos.

SOBREVIVÊNCIA SUCESSO
O que você fez e que o ajudou a crescer e a
O que você fez para suportar.
aprender a lidar com a mágoa e a dor.

48 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


5. Inventário da Superação
Apresente o inventário da superação às crianças da pré-escola e do ensino fundamental.
Peça-lhes para identificarem os tempos difíceis em sua vida quando tiveram de empregar a força
e a coragem para suportar. Explique isso como superação.
Ajude-as a identificarem esses atributos e relacioná-los com o uso presente e futuro.

Modelo de Perguntas do Inventário


ƒƒ Conte-me de uma ocasião em sua vida em que você sentiu que foi corajoso.
ƒƒ Como as pessoas responderam? O que disseram?
ƒƒ Como você se sentiu?
ƒƒ Como você se sente agora?
ƒƒ Há algo que você gostaria que as pessoas tivessem feito?
ƒƒ Você consegue usar agora o que aprendeu dessa experiência?

6. Recursos da Comunidade e Oradores Convidados


Convide oradores para falar a respeito de como usaram as qualidades associadas com a supera-
ção para vencerem os desafios na vida. Talvez alguém em sua igreja tenha vencido sua deficiência
a fim de poder ser uma bênção para os outros na comunidade da fé.
Ajude as crianças a identificarem essas qualidades.
O orador convidado pode usar ilustrações do diretor da escola, do âncora da televisão ou a cele-
bridade de uma equipe esportiva.

7. Concurso “Meu Herói”


ƒƒ Os professores podem organizar um concurso na escola com o tema “Meu Herói”.
ƒƒ As crianças se transformam na pessoa a quem admiram, vestindo-se como ela, usando seus
maneirismos para apresentar um diálogo representativo de seu herói aos demais alunos.
ƒƒ A classe vota o ganhador.

8. Prêmios de Superação
ƒƒ As crianças podem relacionar todos os atributos que entendem como superação.
ƒƒ Os alunos escolhem um colega de classe que acreditam seja exemplo dessas qualidades.
ƒƒ Esse colega de classe recebe o prêmio por esse atributo.
ƒƒ Cada criança recebe um prêmio por algum atributo positivo, ainda que seja o atributo da “pa-
ciência” por haver sido a última criança a ser mencionada.

Um excelente formador da estima nas crianças é aprenderem a desenvolver a paciência, a resis-


tirem durante os tempos difíceis quando são reconhecidas até mesmo por uma única das quali-
dades da superação. Certifique-se de que nenhuma criança seja deixada de fora. Tente identificar
esse atributo positivo pelo qual ela poderá ser recompensada.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 49


9. Confiar em Deus para Obter Força
Apresentar Deus às crianças que estão enfrentando adversidade e trauma, visto que Ele tem o
poder de ajudá-las, provê outra dimensão de alívio e conforto. Ajudá-las a confiarem em Deus
a fim de obterem força provê um caminho de paz para as crianças. Mostre-lhes alguns versos
bíblicos-chave nesse sentido:

Romanos 8:31: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”

Romanos 8:28: “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que
o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito”.

Filipenses 4:13: “Tudo posso naquele que me fortalece”.

Mateus 19:26: “Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são pos-
síveis”.

A Dádiva Diária
Abaixo o poema de Mattie Stepanek que dá esperança e significado a outras crianças que tam-
bém estão passando por tempos difíceis. Através de suas provas pessoais, o Mattie compôs muito
poemas que encorajam e inspiram outros a serem perseverantes em tempos de dificuldades.

Você sabia?
Amanhã é um novo dia.
Hoje é um novo dia.
Na verdade,
Cada dia é um novo dia.
Obrigado, Deus,
Por todos esses
Dias novos e especiais

50 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


06 | FORMAÇÃO E PREPARAÇÃO DA LIDERANÇA

Introdução
Quando as pessoas trabalham juntas, as coisas acontecem. Quando pessoas boas trabalham jun-
tas, coisas melhores acontecem. Quando pessoas boas trabalham juntamente com Deus, coisas
eternas acontecem! Deus não criou pessoas perfeitas. Ele não fez pessoa alguma com todos os
dons, capacidades ou talentos necessários para conduzir os ministérios da criança (perdoe-me
por desapontá-los). Necessitamos uns dos outros! Necessitamos trabalhar juntos na mesma vi-
são a fim de sermos eficientes.

Somos Um Corpo!
“Há diferentes tipos de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diferentes tipos de ministérios, mas
o Senhor é o mesmo. Há diferentes formas de atuação, mas é o mesmo Deus quem efetua tudo
em todos.... Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as dis-
tribui individualmente, a cada um, como quer. Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora
tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim
também com respeito a Cristo.... Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individual-
mente, é membro desse corpo” (1 Coríntios 12:4-27).

1. Princípios no Estabelecimento da Equipe do Líder


A melhor equipe é formada pelos melhores líderes. Os melhores líderes nos ministérios da crian-
ça são aqueles cujo coração pertence totalmente a Deus. São aqueles que caminham intimamen-
te com o Senhor, de forma crescente e óbvia. São os que atraem os outros para servirem junta-
mente com eles. São pessoas cujas bênçãos do Senhor transbordam na equipe.

Princípios que Devem Ser Protegidos Pelo Líder:


ƒƒ Não peça para alguém fazer algo que você ainda não tenha feito.
ƒƒ Não desista muito cedo.
ƒƒ Não renuncie a seu chamado.
ƒƒ Invista em um líder por vez.
ƒƒ Recicle seus líderes.
ƒƒ Ser um exemplo. Deixar que os outros vejam sua disposição de servir, sua compaixão e paixão
pela “causa”. Ser exemplo em sua atitude, discurso e ações. Fazer tudo!
ƒƒ Convidar outros para se unirem a você. Enquanto você serve com alegria, outros irão se
interessar em servir com você. Convide-os para se unirem a você e partilhem da amizade e
companheirismo e também desfrutarem de seu serviço ao Senhor. Seja bondoso!
ƒƒ Dê oportunidade aos outros. Dê oportunidades àqueles que servem com você de se expressa-
rem ou de testarem suas capacidades. Não tenha medo se eles realizarem mais. Aqueles que
estão dispostos a fazerem mais necessitam de mais coisas para fazer. Aumente os desafios.
ƒƒ Observe e incentive os outros. Quando seus companheiros assumirem vários desafios, ob-
serve-lhes o desempenho. Incentive aqueles que tentam coisas novas devido à sua disposição

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 51


de tentar! Verbalize seu apoio e agradeça-lhes por suas tentativas, independentemente do
“sucesso” de seus bons esforços. Elogie-os diante dos demais.
ƒƒ Permita que as pessoas “fracassem” para então serem bem-sucedidas. Caso pareça que te-
nham “fracassado” ou sentem que seus esforços fracassaram, incentive-as a tentarem nova-
mente. Ajude-as a aprenderem de seu último esforço e a aplicarem o que aprenderam em
seu novo esforço. Incentive-os, celebre com eles depois. Cada tentativa os aproxima mais do
sucesso.
ƒƒ Desafiar outros a assumirem a liderança. Aqueles que tiveram sucesso depois de fracassa-
rem e tentarem outra vez e que têm facilidade no trato com as pessoas podem ser incentiva-
dos a considerarem a possibilidade de assumirem a liderança. Ofereça-lhes funções pequenas
de liderança e avalie-lhes as capacidades.
ƒƒ Apóie outros líderes. Quando você decide deixar que outros dirijam uma área, apresente-os
aos demais da equipe e publicamente apóie seus atributos e posição de liderança. Desafie as
pessoas a verem-nos como líderes e a orarem por sua liderança. Siga incentivando-os em sua
função de responsabilidade.
ƒƒ Permita que seus líderes formem outros líderes. Desafie seus líderes a formarem outros lí-
deres. Crie um plano pelo qual os líderes possam repetir o processo no qual foram treinados
para formarem outros líderes e supervisá-los. A reciclagem na liderança é o estilo de Jesus!

Como Alcançar Este Alvo:


Para alcançar nosso alvo de estabelecer uma equipe saudável, somos responsáveis por oferecer
a todos as opções de serviço em nossa equipe e então colocar as pessoas em funções correspon-
dentes à sua personalidade e dons espirituais. As pessoas que trabalham quer como voluntários
ou como trabalhadores pagos necessitam regularmente ser incentivadas e apoiadas pessoalmen-
te. Portanto, os líderes devem:

ƒƒ Desenvolver um plano para regularmente manifestar apreciação à equipe.


ƒƒ Continuar mantendo regularmente a comunicação, incluindo e-mails.
ƒƒ Enviar os coordenadores para outras igrejas e associações a fim de que aprendam as técnicas
no desenvolvimento da equipe.
ƒƒ Criar eventos divertidos para a equipe (junta-panelas, shows de variedades, piqueniques, etc.)

2. Equipar a Equipe
Cada elemento na força militar tem de receber treinamento. Portanto, os professores e líderes
que trabalham com as crianças necessitam ser treinadas para seguirem na batalha eterna pela
conquista destes que se encontram em nosso ministério. Portanto, a equipe deve ser equipada:

Treinamento do professor – a Chave para uma Equipe Dinâmica

Sugestões para o Treinamento Eficiente do Professor


ƒƒ Níveis de Treinamento. Deve haver níveis diferentes para os principiantes ou professores já
atuantes.
ƒƒ Treinamento Inicial Pessoal. O treinamento inicial para os principiantes não pode ser feito
apenas com material gravado. No pacote inicial da informação dada deve constar uma carta
e um vídeo que os convide a comparecerem à sua primeira reunião de treinamento. Essa

52 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


reunião é fundamental. Ela deve conectá-los às pessoas que lhes darão as boas-vindas ao mi-
nistério. O treinamento subsequente pode ser feito em vídeo, mas não o primeiro!
ƒƒ Incluir Variedade. O processo de treinamento deveria incluir variedade. Parte do treinamento
pode ser feito por vídeo e outra parte deve estar associada a atividades sociais, passeios e
outras podem ocorrer no sábado à tarde ou no domingo.
ƒƒ A importância da conexão humana. O desafio final no treinamento é associar os que estão
sendo treinados com pessoas cuja paixão, caráter ou capacidades podem servir de incentivo
ou exemplo. As pessoas aspiram a alvos maiores somente na medida em que esses alvos se-
jam vistos em outro indivíduo.
ƒƒ Formar Líderes-servos! O alvo principal em nosso processo de treinamento deve ser como
formar relacionamentos. Esse princípio fundamental se aplica às crianças, pais e aos outros
membros da equipe. Sem esse fundamento de focalizar nas necessidades da pessoa, o trei-
namento no ensino ou apresentação da lição é vão. O treinamento nas relações públicas de-
veria incluir as saudações, auxiliar com orientações ou instruções, apoio aos regulamentos/
procedimentos, resolução de problemas e desviarmo-nos de nosso caminho a fim de servir
aos outros. Os líderes necessitam aprender a servir assim como o fez Jesus.
ƒƒ Treinamento nos Procedimentos Específicos. O treinamento também deve incluir o treina-
mento em procedimentos específicos que sejam comuns a todas as áreas ou exclusivas de
um departamento. O treinamento de procedimentos deve incluir a chegada e a entrega das
crianças, procedimentos na sala, atribuição de responsabilidades, ida ao banheiro, “crianças
problemáticas”, situações de emergência, prevenção de abuso contra a criança, e supervisão
dos regulamentos e dos procedimentos no manual dos ministérios da criança.
ƒƒ Instrução na Arte de Ensinar. Todos os que trabalham com crianças deveriam receber treina-
mento no ensino, o que inclui o propósito e o preparo da lição, conduzir o culto, momentos
de oração, diálogo dirigido, uso dos momentos de ensino, estabelecer relacionamentos, ex-
periências fora da classe (eventos esportivos, visitas aos lares, etc.), chamadas telefônicas e
redação de cartas. Deveria também incluir treinamento em como compreender os estilos de
aprendizagem e em como usar as Escrituras com eficiência.
ƒƒ Oferecer Incentivos para a Conclusão do Treinamento. O processo de treinamento deve in-
cluir incentivo e prêmios para a conclusão do treinamento. Cada reunião de treinamento ou
ferramenta também deve incluir um instrumento de avaliação que aferirá a conclusão eficien-
te do treinamento bem como avaliação de se a informação foi bem aprendida.

Componentes do Seminário de Treinamento do Professor


ƒƒ Ensinar bem a lição usando atividades de aprendizagem. Os professores deveriam ser ensi-
nados quanto às diferentes formas de apresentar a lição. Usar a estratégia de aprendizagem
motiva as crianças a aprenderem, mantém-lhes o interesse e envolve-as nas atividades que as
faz permanecerem envolvidas na lição.
ƒƒ Revisão do currículo. Além de treinar os professores a respeito de como apresentar bem a
lição, também ajuda apresentar-lhes uma revisão do currículo. Isso lhes permite captar os
temas da lição e as dinâmicas comuns que seguem em cada lição.
ƒƒ Ensinar ao liderar as discussões nos grupos pequenos. Os professores devem receber trei-
namento na liderança dos grupos pequenos a fim de que possam envolver as crianças na
discussão da lição. É tempo de os professores abandonarem o método de discurso no ensino
onde as crianças apenas permanecem sentadas e ouvindo. Os professores necessitam fazer
perguntas e levar as crianças a pensarem em sua fé.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 53


ƒƒ Ensinar a respeito de como facilitar o ensino da lição mediante atividades a ela relaciona-
das. As crianças em nossos dias aprendem melhor quando estão envolvidas na lição. Assim
sendo, os professores necessitam aprender a como engajá-las nas atividades iniciais ou outras
atividades relacionadas com a lição, como por exemplo, dramatização, atividade missionária,
etc. a fim de ajudá-las a verem como podem aplicar a lição a sua vida.
ƒƒ Ensinar técnicas do aconselhamento básico (ouvir). Os professores necessitam aprender a
como aconselhar crianças que têm problemas na sala de aula. Necessitam ouvir as crianças
quando contam seus problemas e sentimentos. Compreender-lhes os sentimentos e os pro-
blemas ajuda os professores a saberem o que lhes dizer e como incentivá-los e aconselhá-los.
ƒƒ Ensinar como manter a disciplina na sala de aula e como conduzi-la. Não importa o quão
bem o professor esteja preparado, haverá dias quando certas crianças não se irão comportar
bem, necessitando assim de certa disciplina. Os professores necessitam aprender uma ampla
gama de habilidades administrativas tais como “ficar de castigo”, reforço positivo, etc. para
corrigir o mau comportamento.
ƒƒ Ensinar questões legais, responsabilidade e segurança. É de vital importância que os profes-
sores conheçam as normas e os procedimentos de segurança do departamento dos ministé-
rios da criança. Eles devem ter em mãos uma cópia dessas normas e procedimentos a fim de
assegurarem que as crianças estejam protegidas e seguras em todas as atividades que você
esteja organizando para elas. Conheça as leis locais a respeito do abuso e da proteção da
criança a fim de que a igreja não tenha de enfrentar ações legais. Os professores não devem
ocultar questões que envolvem a segurança da criança a fim de evitar a responsabilidade legal
da organização da Igreja.
ƒƒ Ensinar a respeito de como relacionar-se com os pais e ministrar a eles. Todos os professores
devem prestar contas aos pais que enviam seus filhos a quaisquer das atividades relacionadas
com nossa igreja! Seria bom que os professores desenvolvessem um bom relacionamento
com os pais. Estas são algumas sugestões:
* Conhecer os pais pelo nome.
* Elogiar seu filho se ele tiver capacidade de liderança ou se ele ajudou no serviço de canto,
se participou de uma dramatização, etc.
* Aproveitar as habilidades deles e pedir-lhes ajuda em uma área de seu ministério ou em
uma atividade.
* Realizar um junta-panelas com os pais a fim de que todos se conheçam melhor.
* Sempre lhes perguntar como você pode ajudá-los ou a seus filhos.
* Conversar com os pais não apenas a respeito do mau comportamento de seu filho, mas
também sobre os aspectos positivos da criança.

Por Que o Treinamento Fracassa?


Embora você, como líder dos Ministérios da Criança, proveja treinamento para seus professores
e voluntários, talvez fique frustrado algumas vezes quando não vê os resultados esperados. Qual
poderia ser o problema?

ƒƒ Não obter o compromisso da assistência ao treinamento: Os professores têm muitos compro-


missos com a família, escola e outros o que pode impedi-los de comparecer às reuniões de
treinamento. Talvez alguns assistam a uma reunião e não compareçam nas demais, tornando-
se assim menos eficientes em seu ministério.

54 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


ƒƒ O treinamento não é relacional: A fim de que o treinamento seja eficiente, deve haver um
bom relacionamento com o treinador. Se o treinamento ocorrer em um ambiente estritamen-
te no modelo comercial, haverá pouca atração para comparecer nas próximas reuniões.
ƒƒ Prover apenas informação: As reuniões de treinamento necessitam ter atividades práticas a
fim de que o professor aplique a informação aprendida. Se a informação for apresentada ape-
nas de uma forma haverá pouco apelo.
ƒƒ Falta de comunicação: É essencial que os líderes das crianças se comuniquem regularmente
com seus professores e voluntários. Quando se aproximar uma reunião de treinamento, faça
planos antecipados para fazer divulgação atraente no quadro de anúncios, mande cartas aos
professores ou fale a respeito do evento de treinamento quando cruzar com eles pelos cor-
redores, etc.
ƒƒ Você não recebe feedback: Caso um evento de treinamento esteja terminado e nada é dito
depois, então ele não teve proveito. Os líderes necessitam fazer com que os professores di-
gam se o evento foi proveitoso, a contento, oportuno e como pode ser melhorado a fim de
ajudá-los, etc.
ƒƒ Irrelevante: Se o tema escolhido para a reunião de treinamento foi irrelevante à área de mi-
nistério dos professores, não há proveito.
ƒƒ O orador não é renomado: Os líderes das crianças necessitam escolher oradores bons e re-
nomados ou treinadores que motivem e inspirem os professores a desejarem aprender e a
provarem as idéias novas. Não nos podemos permitir escolher oradores medíocres.

3. Afirmação aos Professores


Outra forma de equipar sua equipe no ministério é parabenizá-los pelo trabalho excelente que
estão fazendo. A afirmação incentiva o crescimento. Paulo instruiu a igreja de Tessalônica:
“Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho
entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. Tenham-nos na mais alta estima, com
amor, por causa do trabalho deles”. (1 Tessalonicenses 5:12:13).

O ministério do ensino não é fácil. Muitos professores se sentem desanimados com o que parece
ser uma falta de resposta ou pouco crescimento ou simplesmente indiferença.

Ensinar também pode ser um papel solitário visto que muitas vezes mantém os professores longe
dos membros da igreja no estudo da Bíblia e no companheirismo. Mas quando você elogia os
professores por seus grandes esforços e trabalho, isso os encoraja, motiva e inspira.

Sugestões Divertidas para Afirmar os Professores


ƒƒ Parede da Fama para os Professores – coloque as fotos dos professores em uma parede espe-
cial na área dos ministérios da criança apresentando seus dons e talentos especiais.
ƒƒ Realize um piquenique especial para os professores e suas famílias.
ƒƒ Programem uma noite de pizza depois de um bom programa.
ƒƒ Ofereça medalhas aos professores excelentes.
ƒƒ Envie cartões e flores com palavras de apreciação.
ƒƒ Ore por eles.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 55


Dê-lhe Apoio com Materiais
A igreja que provê recursos adequados para ajudar os voluntários em seus ministérios transmite-
lhes e aos professores a certeza de que são valorizados pela igreja. Tudo o que puder ser feito
para minimizar o excesso de trabalho dos professores irá permitir-lhes tempo e energia para o
devido preparo para a aula e o ministério em geral. Materiais bons incluem o seguinte:

ƒƒ Materiais para as atividades de aprendizagem prontamente disponíveis: É importante ter


materiais suficientes para a maioria das atividades de aprendizagem e armazenados em lo-
cal de fácil acesso. Os itens comprados incluem papel, tinta, canetas, suprimentos artísticos,
cola, fita adesiva, etc. Itens colecionados incluem lã, potes de margarina, retalhos de tecido,
cartões de felicitações, rolos de papel toalha, etc.
ƒƒ Os equipamentos são recursos valiosos: Providencie tocadores de CD e fita cassete, projeto-
res, instrumentos musicais e rítmicos, cortador de papel, copiadora, e todo outro equipamen-
to necessário em seu ministério e conforme seu orçamento.
ƒƒ Materiais do currículo: Estes são essenciais para prover uma ampla gama de auxiliares para
os professores. As lições da Bíblia, juntamente com auxiliares complementares constituem os
recursos principais. Diversos audiovisuais são proveitosos juntamente com materiais para as
dramatizações, música e atividades para brincar. Muitas igrejas mantêm um arquivo completo
de todos os materiais disponíveis para fortalecer as lições bíblicas.
ƒƒ Recursos de comunicação: Um quadro de anúncios bem localizado e reservado para informa-
ção aos professores e pessoal ajuda a garantir que os anúncios são mantidos atualizados. Use
sua melhor criatividade para manter esse quadro atraente e atualizado.
ƒƒ Livros, vídeos e DVDs para o crescimento pessoal: É essencial que providenciemos livros, CDs
e DVDs com assuntos diversos para ajudar os professores e os voluntários a crescerem pessoal
e profissionalmente. Tenha um sistema de empréstimos a fim de que eles possam levar o ma-
terial para casa para ler ou assistir. Ou reúna um grupo de professores para assistir ao vídeo e
discutir o conteúdo relacionado à melhoria de seu ministério.

Compromisso dos Líderes


Sim, exige muito compromisso o estabelecer e equipar a equipe dos ministérios da criança. Exige
energia e muitas vezes providências de última hora; mas a responsabilidade de “cuidar e pastore-
ar” seus professores e voluntários proverá recompensas satisfatórias. Os líderes podem aprender
a dizer assim como Davi: “Não oferecerei ao SENHOR, o meu Deus, holocaustos que não me cus-
tem nada” (2 Samuel 24:24).

O que você está fazendo pelas crianças e pela igreja irá custar-lhe muito, mas vale a pena porque
você multiplicará seu ministério com líderes melhores do que você.

MULTIPLICAÇÃO DO MINISTÉRIO – O RESULTADO FINAL


Apenas imagine! Quando os bons líderes estabelecem e equipam suas equipes do ministério ao
prover treinamento e oportunidades de ensino, eles se envolvem na Multiplicação do Ministério.
Quais são os resultados?

56 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


ƒƒ Os bons líderes se reproduzem ao acompanhar os futuros líderes que ocuparão o seu lugar.
ƒƒ Convide possíveis líderes para ocuparem uma função como assistentes.
ƒƒ Gradualmente, delegue mais e mais responsabilidades para seus subalternos.
ƒƒ A pessoa que está em treinamento se torna líder e, por sua vez, passa a treinar outros.

É necessário que todos trabalhem juntos para formar uma


EQUIPE!

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 57


07 | ENSINAR AS CRIANÇAS SOBRE AS RAÇAS

Introdução

O menino de seis anos volta para casa depois de seu primeiro dia de aula cheio de alegria para
contar as novidades. Ao escancarar a porta do apartamento projeta-se para dentro com seis
novos amigos – um africano com o cabelo encarapinhado, um loiro norueguês, um coreano com
olhos amendoados, um menino de pele clara com acento inglês, dois loiros bem americanos – e
orgulhosamente diz para sua mãe:
-- Mamãe, estes são meus melhores amigos. Todos somos do mesmo planeta!
Nossa! Que lição sábia de uma criança! As crianças sabem amar as pessoas de todas as raças! E
quanto aos adultos?
O racismo há muito tempo é problema em vários países. Os eventos recentes de 11 de setembro
novamente nos mostram como os conflitos raciais e religiosos levam ao ódio e à devastação. O
terrorismo nos Estados Unidos e em outras partes do mundo trouxe medo e desconfiança de
determinadas religiões e grupos raciais. Não obstante, como cristãos, acreditamos que em Cristo
não há “judeu nem grego”, e muitas vezes nos empenhamos em transmitir essa crença a nossos
filhos – especialmente quando vivemos em um lugar culturalmente homogêneo ou frequenta-
mos uma igreja com homogeneidade racial. Hoje, mais do que nunca, é fundamental que ensine-
mos nossos filhos a amarem a todas as pessoas de Deus, independentemente de sua etnia.

Atividade – Quebra-cabeça
ƒƒ Forme grupos com 6 a 8 crianças.
ƒƒ Entregue a cada criança no grupo uma peça do quebra-cabeça.
ƒƒ Não dê orientações e observe o que os participantes começam a fazer depois de lhes entregar
as peças.
ƒƒ Encerre a atividade, após alguns minutos.

Façam Comentários Mediante Perguntas e Considerações


ƒƒ Crianças, eu não os orientei a respeito do que fazer, então por que vocês montaram o quebra-
cabeça?
ƒƒ Por que é importante montá-lo?
ƒƒ O quebra-cabeça somente pode ser concluído quando todas as peças são encaixadas.
ƒƒ É assim que funciona a conciliação racial.

58 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


Efésios 2:14:
“Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade”.

Dentro de cada um de nós, Deus colocou uma peça do quebra-cabeça. Quando somos reconci-
liados com Deus, algo em nós deseja encontrar as outras peças do quebra-cabeça, os demais de
nossa família. Você não quer separar-se e estar só. Quando somos reconciliados com Deus, temos
a estrutura principal da cruz, como uma grande barra. Mas a cruz necessita de uma barra horizon-
tal. Para completar a cruz, necessitamos estar em paz uns com os outros.

Novamente Conselhos Bíblicos


A Bíblia aconselha outra vez a amarmos todos os tipos de pessoas porque estamos em Cristo. Leia
o que Paulo disse à igreja em Colosso:
“Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram bati-
zados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher;
pois todos são um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:26-28).

O Que É Racismo?
Infelizmente, muitos de nós não tentamos reunir as peças desse quebra-cabeça racial como Cris-
to deseja que façamos. Antes, praticamos certos graus de racismo.
O que é racismo? De acordo com um dicionário, racismo significa:
ƒƒ A prática da discriminação, preconceito e intolerância a outra raça com base na crença que diz
encontrar diferenças raciais no caráter, inteligência, moralidade, etc.
ƒƒ A afirmação de que uma raça é superior à outra.
ƒƒ

Nosso Alvo é Ensinar às Crianças a Não Enxergarem as Cores?


As crianças são inteligentes e sabem que não somos todos iguais. Quando Jenny tinha 2 anos,
perguntou à mãe a respeito da cor das pessoas. Ela não fez a pergunta de forma crítica, mas de-
vido à curiosidade. Ela perguntou quem era rosa, cinza ou marrom. Simplesmente usou os gizes
de cera como um ponto de referência.
As crianças pequenas sabem que as pessoas são diferentes, mas apenas na cor, assim com os
gizes de cera. É nossa sociedade que molda a atitude da criança, levando-a a crer que a cor de
alguém significa que é inferior ou superior aos demais.
Quando as pessoas falam que não vêem a cor, querem dizer que não dão importância a isso. Deus
não discrimina as pessoas de acordo com sua cor e deveríamos fazer o mesmo. Quando dizemos
às crianças para não verem as diferenças de cor, nós as confundimos. Elas vêem a cor. O que de-
vemos ensinar às crianças é não darem valor a alguém devido à sua cor.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 59


Como Podemos Alcançar Isso com Nossas Crianças?

1. Sendo Discípulos para Nossas Crianças

Devemos ser discípulos para nossas crianças; o lar é o lugar onde a fé é transmitida ao coração
deles. Devemos tentar ajudar nossas crianças a crescerem à imagem de Cristo e a fazerem de
Jesus Cristo seu Senhor.

Uma forma pela qual podemos fazer discípulos das crianças é mediante a oração. Por exemplo,
a cada noite, antes de irem para a cama, devemos nos ajoelhar e fazermos juntos a Oração do
Senhor. Fazer uma pausa ao proferir “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra
como no céu”. Converse com as crianças a respeito de como se parece o reino de Deus. Apocalip-
se 7:9 diz: “Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão que ninguém podia
contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas”. O reino de Deus é um lugar com múltiplas
etnias, multinacional e com múltiplas línguas. Se não estivermos educando nossos filhos para
fazerem parte desse reino, não lhes estamos ensinando a seguirem o senhorio de Cristo com
vistas a estarem em Seu reino – estamos apenas produzindo membros da igreja e não cristãos
verdadeiros.

2. Ser Modelo de Reconciliação

Todos temos as melhores intenções, mas algumas vezes não estamos cientes de nossas dispari-
dades sutis. Quando os pais se tornam modelos da reconciliação em casa, eles a modelam nos
filhos. Um exemplo disso ocorreu quando uma amiga afro-ameriana participou comigo de uma
conferência estudantil internacional. Ela nunca pensou a respeito da reconciliação, mas queria
me ouvir falar. Durante a conferência, ficou surpresa a respeito do que aprendeu de si mesma.
Ela se lembrou de quando seu filho tinha 12 anos e ela lhe disse que quando começasse a namo-
rar e depois desejasse casar que seria melhor que a esposa fosse afro-americana também. Ela
reconheceu que seus valores culturais eram mais importantes que os valores cristãos. Depois da
conferência, ela voltou para casa e pediu desculpas ao filho. Hoje, ela e sua família se relacionam
de forma diferente.

3. Deixar Nossa Zona de Conforto


ƒƒ Interagir com pessoas que são diferentes.

Podemos dizer que Jesus ama todas as criancinhas do mundo, mas se não interagimos socialmen-
te com alguém diferente de nós, nossos filhos nunca irão brincar com crianças de outras raças
e não irão crer nessas palavras. Sua falta de experiência nesse sentido irá negar que isso seja
verdade.

* Permita que as crianças brinquem com crianças de raças diferentes.


* Leve as crianças a apreciarem e a aprenderem de nossas diferenças.
* Se não levarmos nossas crianças a apreciarem e a aprenderem a respeito das diferenças,
elas não verão o valor nas outras pessoas. Quando não vemos isso em sua cor, em sua
cultura e no que ela representa, não teremos qualquer necessidade delas. É por isso que
a maioria das famílias não tem amigos que são diferentes delas. Como podemos valorizar
alguém de quem nada sabemos?

60 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


* Ajude as crianças a valorizar os outros.

4. Dê Passos Ativos
ƒƒ Exponha seus filhos às culturas diferentes. Cidades grandes são centros culturais maravilho-
sos. Há desfiles, festas, obras artísticas e outros eventos multiculturais. Você pode encontrar
uma relação de eventos em seu jornal local ou outras mídias.
ƒƒ Incentive seus filhos a convidarem alguém racialmente diferente para brincar. É uma oportu-
nidade de seu filho fazer amigos e para você fazer amizade com os pais.
ƒƒ Nunca faça piadas racistas.
ƒƒ Ensine seu filho a respeito de sua herança étnica.
ƒƒ É difícil afirmar em outra pessoa o que nunca foi afirmado em você. Cada pessoa vem de uma
etnia. Quando falamos a respeito de etnias diversas, as pessoas pensam que isso somente
significa a cor. Os caucasianos necessitam reconhecer sua própria diversidade e aprender a
respeito da herança de sua família – quer seja alemã, sueca, grega, inglesa, irlandesa ou outra.
ƒƒ Ajude-os a reconhecerem sua própria diversidade, mesmo em sua própria raça.
ƒƒ Confirme a herança étnica das crianças.
ƒƒ Veja a linhagem dos avós. Se eles vieram da Holanda, coloque tamancos holandeses (ou ob-
tenha um par) e aprenda a respeito da cultura holandesa. Você pode preparar algum prato
típico e colocar em prática alguns costumes deles.
ƒƒ Incentive as escolas e as igrejas a ensinarem a respeito da conciliação racial.
ƒƒ Muitas escolas lidam com a diversidade e algumas treinam os professores para serem sensí-
veis a ela. É difícil pedir aos professores para lidarem com algo com que não estão familiariza-
dos. Necessitamos que a reconciliação racial faça parte do sistema escolar cristão e das igrejas
para incorporá-lo no currículo de forma natural.
ƒƒ Livros e a Internet são boas fontes de sugestões para os pais e professores. [Adaptação da
tradução.]

Sugestão de Websites para Ensinar a Diversidade Cultural


Estes são alguns exemplos de websites que oferecem sugestões excelentes para os pais e profes-
sores ensinarem a respeito da diversidade de seus filhos. Alguns contêm jogos e outras atividades
para as crianças que as levam a valorizar e apreciar as diferenças culturais e a não serem precon-
ceituosas, etc. [Sites em português. Adaptação da tradução.]
ƒƒ http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_revistas/revista_educacao/janeiro01/aprendiz.htm
ƒƒ http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0138/aberto/mt_246897.shtml
ƒƒ http://www.bahai.org.br/racial/alunos.html
ƒƒ http://74.125.113.104/search?q=cache:AN22_uuMkzYJ:www.anped.org.br/reunioes/28/tex-
tos/gt06/gt0655int.rtf+ensinar+diferen%C3%A7as+culturais+e+raciais+para+crian%C3%A7as
&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=8&gl=br
ƒƒ http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=10&id_
subtema=1
Como deveríamos lidar com os comentários racistas insensíveis a respeito de outra pessoa, es-
pecialmente dos avós que cresceram em uma época diferente? A maioria de nós teme corrigir os
pais porque queremos manter a paz e não queremos deixá-los zangados. Temos de resistir firmes.
Talvez não consigamos convencê-los a serem diferentes ou a compreenderem as atitudes que

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 61


adotamos, mas mantemos o controle quanto a como nossos pais se relacionam quando estão
perto de nós.
ƒƒ Casos os pais ou avós digam piadas racistas, tenha a coragem de dizer: “Não creio que essa
seja a melhor abordagem cristã. Devemos amar a todos!” Seus pais podem ficar zangados,
mas isso faz parte de levar a cruz. Devemos, porém, falar com bondade e não em tom crítico.
ƒƒ Podemos dizer a nossos filhos que os avós estão errados quando dizem piadas de mau gosto:
“Você nunca me irá ouvir dizer isso e espero também que você faça o mesmo. O vovô cresceu
em uma época quando muitas pessoas tinham preconceito contra outras raças. Essas são
atitudes erradas’.

A Concepção Errônea Mais Comum Sobre a Identidade Racial


ƒƒ As pessoas temem que a conciliação racial signifique uniformidade.
ƒƒ Elas acreditam que para aceitar o outro devem desistir de quem são! Não acredito que nos é
exigido misturarmo-nos de forma que não mais distingamos quem somos. Tenho orgulho de
ser afro-americana, ou chinesa ou nigeriana. Honro a cultura que me foi transmitida por meus
ancestrais e espero que meus filhos também celebrem esse fato. Assim como a peça de um
quebra-cabeça, sou uma peça distinta, mas quando coloco minha peça com as dos outros so-
mos mais fortes e melhores, não menos ou piores. Vemos de forma maior, com maior clareza
quando estamos juntos. Não somos diminuídos como resultado disso.
ƒƒ Os cristãos acreditam que devido a não abrigarmos preconceito ou agirmos com amargura, as
pessoas de outras raças simplesmente irão querer estar conosco. Isso não funciona. Devemos
alcançá-las e conhecê-las.

Então, Qual É o Próximo Passo?


ƒƒ Alcançar pessoas de outras raças.
ƒƒ Convidá-las para virem à nossa casa ou igreja.
ƒƒ Tentarmos aprender a língua delas, comer seus alimentos e participarmos de suas festivida-
des, etc.

Efésios 2:14
“Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade”.

Lembre-se...
ƒƒ Sou uma peça diferente.
ƒƒ Você é uma peça diferente.
ƒƒ Quando nos unimos, somos mais fortes e melhores!

62 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


08 | UM CULTO FAMILIAR SIMPLES E DINÂMICO

Ilustração:

Peça a um homem para se assentar em uma cadeira. Então peça a uma mulher para carregá-lo
até o outro lado da sala. Se ela responder que não pode, pergunte-lhe o que poderia fazer para
cumprir a tarefa. Talvez ela sugira: “Pedir a alguém que me ajude a carregar o homem na cadei-
ra!” Sim, ela não pode fazer isso sozinha. Da mesma forma, na igreja, parece que fazemos tudo
sozinhas para as crianças. Porém, necessitamos da ajuda dos pais; necessitamos que estejam
envolvidos para exercer impacto espiritual em seus filhos. Se os pais dedicarem tempo para suas
devoções pessoais, ser-lhes-á mais fácil falar com os filhos sobre a espiritualidade.
O verdadeiro eu dos pais se revela em casa e os filhos o conhecem. Eles podem perder o respeito
pelos pais caso estes não pratiquem o que dizem e ensinam. Assim sendo, é vital treinar os pais.

PARA ATINGIR O ALVO, VOCÊ NECESSITA MIRAR NELE

Peça a uma mulher para ficar de frente para um alvo e disparar uma flecha contra ele. Então,
vende seus olhos e gire-a várias vezes e peça-lhe para acertar novamente o alvo. Comente os re-
sultados ao fazer perguntas como: Por que ela não conseguiu atingir o alvo? Por que lhe foi mais
difícil acertá-lo quando estava com os olhos vendados?
Os pais não se podem permitir errar o alvo! Pergunte aos pais o que desejam para seus filhos: que
tenham sucesso? Caráter? Fé? Isso não acontece por acaso.
Para atingir o alvo, você necessita MIRAR nele!

Compensações Por Ensinar às Crianças a Respeito de Deus

Os pais necessitam deliberada e intencionalmente objetivar o ensino de seus filhos com base nos
princípios que Deus lhes deu. Lembre-se de Deuteronômio 6:6-9.
Ordem bíblica de ensinar nossos filhos a respeito de Deus e os princípios que Ele nos deu pelos
quais viver, rendem dividendos. Veja o Salmo 78:1-8:

1. Assim a próxima geração irá CONHECER o caminho certo.


2. Assim a próxima geração irá pôr a sua CONFIANÇA em Deus.
3. Assim ela será OBEDIENTE a Deus.
4. Assim ela não se ESQUECERÁ de Deus.

Lição Objetiva das Mãos Limpas


Qual é o maior medo dos pais? Que os filhos sejam raptados ou roubados? Que se envolvam com
as drogas e as gangues? Lembramos aos pais que os filhos podem ser raptados facilmente por
Satanás e, portanto, necessitamos protegê-los.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 63


ƒƒ Prenda uma corda bem firme que permita a alguém segurá-la e até mesmo balançar-se nela.
Peça a um voluntário para tentar. Foi fácil!
ƒƒ Agora, coloque uma loção oleosa nas mãos do voluntário e peça-lhe para fazer a mesma coisa.
Foi difícil!

Da ilustração das mãos limpas, você pode ver que é difícil balançar-se em uma corda quando
as mãos não estão limpas. É difícil exercer impacto em nossos filhos quando nós mesmos não
estamos limpos. Necessitamos manter firme as palavras de 1 Timóteo 4:12 para nossos filhos;
necessitamos mostrar:

ƒƒ Como os amamos.
ƒƒ Como amamos a nosso cônjuge.
ƒƒ Como oramos pelos outros.
ƒƒ Como mostramos compaixão.

Valuegenesis Study About Faith


Roger Dudley

“O culto em família parece ser um fator significativo para ajudar os jovens a desenvolverem uma
fé profunda, rica e transformadora. É interessante que algo tão simples como realizar regular-
mente a devoção em família pode ser tão proveitoso. Pense no que poderia acontecer se essa
atividade em família fosse reinstituída em cada lar.”

A Ciência do Bom Viver, p. 393


“Pais e mães, por mais prementes que sejam vossos afazeres, não deixeis de reunir vossa família
em torno do altar de Deus. Pedi a guarda dos santos anjos em vosso lar.”

Testemunhos Seletos, Vol. 3, p. 92


“Pais e mães, tornai a hora do culto intensamente interessante. Não há razão para que essa hora
não deva ser a mais agradável e jubilosa do dia. Algum preparo para ela, habilitar-vos-á para tor-
ná-la cheia de interesse e proveito. De tempos a tempos introduzi variação. Podem-se formular
perguntas sobre a porção lida e fazer algumas sérias e oportunas observações. Pode-se cantar um
hino de louvor. A oração feita deve ser breve e concisa.”

Demonstrações Religiosas
Coloque alguns tomates em um saquinho ziplock e então os esmague com os pés. Pergunte a
seus filhos o que eles poderiam fazer com os tomates esmagados. Será que poderiam usá-los?
Para a pizza? Para o molho de tomate?
As crianças podem ficar confusas (esmagadas), mas nas mãos de um chef. Neste caso, elas se
podem tornar excelentes. Ex.: Moisés – um tomate esmagado tornado um dos maiores líderes de
todos os tempos.

Trava Língua
Peça a um voluntário para ler um trava língua simples. Ele deve ler cada vez mais rápido. Peça a
um segundo voluntário para ler um verso mais longo com mais palavras. Veja que leia cada vez

64 Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente


mais rápido [Há vários sites com trava-línguas. A pesquisa por ser feita pelo Google e outros. –
Nota da Tradução.]
É difícil falar os trava-línguas com rapidez. Mas há algumas palavras que também são difíceis de
serem ditas. Palavras como:
“Sinto muito.”
“Perdoe-me.”
Encontre alguns versos bíblicos para comentarem.
Coloque um ovo em um saquinho ziplock. Corte um canto depois de fechá-lo. Então peça a dois
voluntários, usando óculos de segurança, para se assentarem diante do microondas e observa-
rem se ocorre alguma mudança. De início parece não haver mudança. Mas logo ele estoura e o
ovo se espalha por todas as partes.
O microondas cozinha de dentro para fora. Se escondermos o pecado em nosso coração, de início
não há mudança exterior. Mas o pecado é o microondas da vida. Ele muda o coração de dentro
para fora. Por fim, estoura e deixa tudo sujo.

11 Sugestões para Tornar Sua Devoção Familiar Melhor


1. Manter as crianças envolvidas em uma atividade divertida ou lição objetiva.
2. Acompanhar a atividade com uma discussão relacionada a um princípio bíblico.
3. Realizar o culto a cada dia, de forma agradável.
4. Escolha um horário que seja favorável para todos.
5. Caso seus filhos lhe façam uma pergunta para a qual você não saiba a resposta, tentem en-
contrá-la juntos.
6. Se as crianças parecerem enfadadas, não desista.
7. Se for difícil a elas permanecerem sentadas, envolva-as em atividades.
8. Tente incluir o mais possível os sentidos na experiência de culto.
9. Use ilustrações.
10. Acompanhe as crianças.
11. Reforce a aplicação durante a semana, depois do culto.

Por Que Tão Poucos Homens Dirigem os Momentos de Culto


ƒƒ Eles pensam que não sabem como agir.
ƒƒ Não desejam assumir a responsabilidade.
ƒƒ Eles não estão no controle.

Sugestões Para o Culto em Família


ƒƒ Reconheçam a presença de Deus em sua vida – esse é o elemento mais importante do culto
em família. Cantar e louvar a Deus, adorando-O a cada dia ajuda os pais e filhos a reconhece-
rem a presença dEle em sua vida.
ƒƒ Animem-se mutuamente – os momentos passados no culto, em oração um pelos outros e in-
centivando uns aos outros, provê laços familiares, sabendo que cada um está pronto a ajudar
outro.

Curso de Liderança Ministério da Criança e Ministério do Adolescente 65


ƒƒ Celebrem as alegrias uns dos outros – o tempo passado nos cultos em família provê uma
avenida excelente para partilhar as alegrias e a gratidão de cada membro ao celebrarem em
oração e louvor.
ƒƒ Desenvolvam sua vida espiritual – o tempo diário passado no culto familiar ajuda a desen-
volver a vida espiritual dos pais e filhos ao estudarem as histórias bíblicas e encontrarem
respostas para suas decisões na vida. As famílias podem falar a respeito de iniciativas de pro-
jetos missionários, testemunharem aos vizinhos, etc. o que fortalece os valores espirituais da
compaixão, do testemunho, do amor e bondade nas crianças.
ƒƒ Eduquem para o amanhã – os momentos do culto em família são oportunidades excelentes
para ensinar e instruir as crianças em sua vida futura. Elas aprendem a importância de permi-
tir que Deus as conduza nas decisões da vida, na decisão da vida profissional ou na escolha do
futuro cônjuge – ao os pais e os irmãos orarem por essas decisões principais. Os membros são
também instruídos nas questões da família e em como resolver o conflito.
ƒƒ Culto em família e momentos agradáveis – passar tempo no culto familiar por meio de ati-
vidades interessantes ajuda a fortalecer o companheirismo e os laços uns com os outros ao
partilharem de atividades divertidas. Os momentos de culto não necessitam ser maçantes.

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