Você está na página 1de 5

1

Noite

Cai a noite!
As cidades escurecem,
Os sentimentos vão
E os sonhos aparecem.

A lua substitui o sol,


As ruas ficam vazias…
A noite é invadida
Por várias almas vadias.

São aqueles que não têm lar


Os que têm e o recusam,
E pelas ruas a vaguear
Das horas vagas abusam.

Mergulhados na tristeza,
Amantes da solidão,
Um sentimento de incerteza
Lhes ocupa o coração…

Irene Maria da Silva Costa – 10º Ano Turma: E

O Dia Mundial da Poesia é uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura e do


Centro Cultural de Belém com o apoio financeiro do Ministério da Educação
2

Périplo de árduo gozo…

Sobe, sobe…
Não pares de escalar
Esse íngreme amontoado de etapas.
Começaste sem vacilar.
Por que carpiste de uma agonia nostálgica
Daquilo que escreveste nas linhas da tua história juvenil?
Enxuga essas lágrimas que te molham o rosto.
Ergue esse semblante miúdo.
E sobe…

Faz do teu grito vitória.


Sobes degraus sem tropeçar?
Louvo essa agilidade.
Sobes porque o triunfo
Te sorri perto
E porque sorris quando triunfas?
Aplaudo esse sadio júbilo.
É teu, vai gozando-o às porções
E a largos tragos saborosos
Da tua taça de glória.

Tropeçaste?
Chora então no regaço que te for fiel amigo.
E desfruta daqueles que te ladeiam
Nessa audaz e sublime escalada.
Mas não faças disso desterro,
E proíbe-te de sucumbir.
Não mires as tuas costas,
Nem as da encosta.
Livra-te de desceres o que subiste até então.
Livra-te de desfazer os castelos que construíste.
Livra-te de apagares os sublimes idealizados projectos,
De palácios e palacetes e jardins e tulipas
E céus azuis.
Livra-te de te renderes à enganadora
Satisfação do reino do fácil.

Sacode a poeira.
Expele os grãos de pó reluzentes.
Ergue o teu escudo e o teu orgulho
E retoma a luta.
O Dia Mundial da Poesia é uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura e do
Centro Cultural de Belém com o apoio financeiro do Ministério da Educação
3

Olhas para o céu que te atrai


Como um íman que te quer na
Sina.
Ouves uma voz vazia
Que te segreda: pertences-lhe!
E sentes entusiasmo
E sobes,
E sentes força
E corres.

Suas de esforço?
Essas gotas de cansaço que te extasiam
O rosto
Absorve-as o ar;
Sacia-as a atmosfera;
Inala-as o etéreo, quente e apaixonante,
E fá-las massas gasosas de coragem.

Sentes os músculos retraídos


Desse jogo duro?

Sobes porque amas.


E amas porque alto vives.

Vês aí em cima,
Da tua arquitectónica e esteticamente bela escadaria,
Os ínfimos que se arrastam
Na lama do comum dos mortais.
Os que, disfarçadamente, tentam enrouquecer
A tua voz.
Ou que, com um subtil esmero, a tentam silenciar.
Os que tentam impor
Muros inabaláveis (pensam eles)
Na tua sequiosa subida.

(Anuncio que a segunda e a primeira


Pessoas do singular se convergem
Numa única voz:
A minha)

Ponham-me obstáculos
Que eu desfaço-os
E grito mais alto que sou capaz.
Não me ponham entraves
E não façam das minhas ferramentas
Embaraçosos impedimentos.
Não me ponham muros.
O Dia Mundial da Poesia é uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura e do
Centro Cultural de Belém com o apoio financeiro do Ministério da Educação
4

Eu amo o difícil,
Fornecedor de rejúbilo à consciência
E de realização à alma.
Mas repugno quem ousa retirar-mo.

A vós, soldados deste exército social,


Não me calem a voz,
Não me atem os braços,
Não me queimem as asas
Não me ceguem,
Não me tirem a sede,
Não me digam que não.

Deixem-me cumprir liberdade


Juvenil que não vê muros,
Só horizontes virgens.
Deixem-me desbravá-los.
Deixem-me usar a razão,
O sentimento e a alma,
Que nela eu tenho tudo!

Eu grito que quero,


Que consigo,
Que posso,
E que vou.
E subo com o mesmo
Querer intacto,
Embevecida numa cascata
De desejos sôfregos.
Com o aforismo que me move
Na minha boca:
O risco dá vida!

Um dia irei completar


Este poema…
Com o troféu erguido,
Fruto maduro da minha longa incursão,
Doce da minha ousada panóplia,
Com o suor das minhas mãos!

Aluna: Rita Mariana Jacinto Lourenço 11.º Ano Nº 18 Turma: F

O Dia Mundial da Poesia é uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura e do


Centro Cultural de Belém com o apoio financeiro do Ministério da Educação
5

O MEU MUNDO

O meu mundo é incerto


Um túmulo encoberto
De profunda e pura beleza
Carrega a minha constante incerteza
De mim, é o meu ser…

Furacão de ideias inesperadas


Mundo de crenças inabaladas
De um anjo libertado
Que por Deus é julgado,
Nos dias da sua existência.

Eterna penitência de mundana experiência


Momentos onde demonstro fraca competência.
Num mundo celeste e infernal,
De beleza angelical
Confronto-me com o mundo.

Filha das minhas esperanças


Pertenço às minhas lembranças
Ao meu mundo incompreensível
De beleza indescritível
Que eu própria criei

Eu, Axel, me apresento


Como a guerreira sem alento
A deusa inalcançável
A sombra indesejável,
Eu a mim própria pertenço.

Sou o meu sucesso e o meu fracasso


Prisioneira no meu privado espaço.
Sou o meu bem e o meu mal
O meu pesadelo irreal.
Sou eu própria quem mais temo
Sou o pensamento puro e profundo
Do meu eterno mundo.

Andreia Martins Ano: 12.º Nº 3 Turma:F

O Dia Mundial da Poesia é uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura e do


Centro Cultural de Belém com o apoio financeiro do Ministério da Educação

Você também pode gostar