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Chanuká

Chanuká (‫ חנכה‬ḥănukkāh ou ‫ חנוכה‬ḥănūkkāh) é uma festa judaica, também conhecido


como o Festival das luzes. "Chanucá" é uma palavra hebraica que significa "dedicação" ou
"inauguração". A primeira noite de Chanucá começa após o pôr-do-sol do 24º dia do mês
judaico de Kislev e a festa é comemorada por oito dias. Uma vez que na tradição judaica o dia
do calendário começa no pôr-do-sol, o Chanucá começa no 25º dia .
Por volta do segundo século antes da era comum, os judeus eram um povo autônomo
mas vassalo dos selêucidas, um reino remanescente do império macedônico e de cultura
grega, que reinava na região da síria. Seu rei na época era Antioco IV Epifanes, e este começou
a obrigar os judeus a se helenizar, o que encontrou grandes barreiras, vindo então a obrigar
que um dos principais sacerdotes judeus, Matiyahu, viesse a sacrificar um porco para Zeus no
templo em Jerusalém (o que já vinha sendo feito, além de proibir o estudo da Torah), o que
este sacerdote se negou, matando um guarda sírio e dando início a revolta dos macabeus.

Após alguns anos de luta, o filho de Matiyahu, Yehudá hamacabi (Yehuda o macabeu),
chamado assim devido a ser considerado “O martelo (macabi) de Deus”, venceram e
expulsaram os selêucidas de Jerusalém, e finalmente começaram a limpar o Templo.

Esta vitória foi considerada um verdadeiro milagre, pois os poucos e mal preparados
soldados judeus estavam em número bem menor do que os soldados selêucidas, mas pelo fato
de guardarem o Shabat, o Criador lhes concedeu a vitória, mostrando que o Shabat é uma
Mitzvá muito importante. O segundo milagre foi do óleo para a purificação do Bet Hamikdach,
que, depois de anos de profanação, tinha se esgotado e tinha apenas a quantidade para um
dia, o que não seria suficiente para todos os oitos dias de festividade de libertação, mas
mesmo assim, Yehuda ordenou que fosse feita e que o Criador iria ajudar. Assim foi feito e
inexplicavelmente a cada novo dia o óleo era suficiente, e finalmente o óleo durou os oito dias
de festividades.

De acordo com o Talmud, temos que esse feriado marca a derrota das forças
selêucidas que tentaram proibir Israel de praticar o judaísmo. Judas Macabeu e seus irmãos
destruíram forças surpreendentes, e reedificaram o Templo. O festival de oito dias é marcado
pelo acendimento de luzes com uma menorah especial, tradicionalmente conhecida como
uma chanukiá.

O Talmud (Shabat 21b) diz que após as forças de ocupação terem sido retiradas do
Templo, os Macabeus entraram para derrubar as estátuas pagãs e restaurar o Templo. Eles
descobriram que a maioria dos itens ritualísticos havia sido profanada. Eles buscaram óleo de
oliva purificado por ritual par acender uma Menorá para reedificar o Templo. Contudo, eles
encontraram apenas óleo suficiente para um único dia. Eles acenderam isso, e foram atrás de
purificar novo óleo. Milagrosamente, aquela pequena quantidade de óleo queimou ao longo
dos oito dias que levou para que houvesse novo óleo pronto. É a razão pela qual os judeus
acendem uma vela a cada noite do festival.

No Talmud dois costumes são apresentados. Era comum tanto ter oito lamparinas na
primeira noite do festival, e reduzir o número a cada noite sucessiva; ou começar com uma
lamparina na primeira noite, aumentando o número até a oitava noite. Os seguidores do
Shamai preferiam o costume anterior; os seguidores do Hilel advogavam o segundo (Talmud,
tratado Shabat 21b). Josefo acreditava que as luzes eram um símbolo da liberdade obtida
pelos judeus no dia em que Chanucá é comemorado.

As fontes talmúdicas (Meg. eodem; Meg. Ta'an. 23; comparar as diferentes versões
Pes. R. 2) descrevem a origem do festival de oito dias, com seus costumes de iluminar as casas,
até o milagre dito ter acontecido na dedicação do Templo purificado. Isso foi que o pequeno
vasilhame de óleo puro que os sacerdotes Hasmoneus encontraram intocados quando eles
entraram no Templo, tendo estado vedado e escondido. Esse pequeno montante durou por
oito dias até que novo óleo pudesse ser preparado para as lamparinas do candelabro sagrado.
Uma lenda similar em características, e obviamente mais antigo, é aquele aludido em Mac. 2
1:18 et seq., de acordo com o qual o reacendimento das luzes do fogo do altar por Nehemias
foi devido a um milagre que ocorreu no vigésimo quinto dia de Kislev, e no qual parece ter sido
dado como a razão para seleção da mesma data para a reedificação do altar por Judas
Macabeu.

A festa de Chanucá é celebrada durante oito dias, do dia 25 de Kislev ao 2 de Tevet (ou
o 3 de Tevet, quando Kislev só tem 29 dias). Durante esta festa se acende uma Chanukiá, ou
candelabro de 9 braços (incluindo o central e maior, denominado Shamash, ou servente). Na
primeira noite acende-se apenas o braço maior e uma vela, e a cada noite se vai
acrescentando uma vela, até que no oitavo dia o candelabro está completamente aceso. Este
ritual comemora o milagre do azeite que queimou por oito dias no candelabro do Templo de
Jerusalém .

Antes do século XX, o Chanucá era um feriado relativamente menor. Contudo, com o
crescimento do Natal como o maior feriado no Ocidente e o estabelecimento do estado
moderno de Israel, o Chanucá começou a servir crescentemente tanto como celebração da
restauração da soberania judaica em Israel e, mais importante, como um feriado para se dar
presentes voltado para a família em Dezembro que poderia ser um substituo judaico para o
feriado cristão. É importante notar que a substituição pelo Natal não é universalmente aceita,
e muitos judeus não tomam parte nesta significação extra naquilo que eles consideram um
feriado menor. Crianças judias, primariamente entre os Ashkenazim também jogam um jogo
onde eles giram um pião de quatro faces com letras hebraicas chamado de dreidel (‫ס ביבון‬
sevivon em hebraico) .

Algumas leis e considerações sobre Chanuká, conforme Shulchan Hamelech e Shulchan


Aruch.

• É proibido jejuar, mas é permitido trabalhar em chanuká;

• Após acesa as velas de chanuká as mulheres não trabalham enquanto as


mesmas estiverem acesas;

• Dar preferência a lâmpadas de óleo para cumprir com a festividade;

• As velas de chanuká devem estar acima de 30 cm do chão e abaixo de 10


metros (de preferência abaixo de um metro);
• Não se acende a chanukia antes do pôr do sol;

• Não se acende em um lugar e transporta para outro;

• Ao horário e acender, não se come ou estuda até que se acenda as velas;

• É costume acender uma vela em memoria a alma de Rabi Meir Baal Hanes em
Rosh Chodesh Tevet.

• Todo tipo de óleo e mechas são permitidas para acender as velas de chanuká;

• Não se pode usar as velas de chanuká para proveito como se fosse uma
lanterna;

• Coloca-se as velas na chanukia e somente depois é que são acesas, no próprio


lugar onde se encontram;

• Na véspera de Shabat, se acende primeiro a Chanukia e depois as velas de


Shabat;

• Para havdalá, se faz a Havdalá e depois acende a Chanukia.

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