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FACULDADE DE TEOLOGIA DA ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE TEOLOGIA

LUCAS AUGUSTO TEODORO DA SILVA

AS FESTAS DO CALENDÁRIO JUDAICO

BRASÍLIA-DF
2022
LUCAS AUGUSTO TEODORO DA SILVA

AS FESTAS DO CALENDÁRIO JUDAICO

Trabalho de classe ao curso de Teologia na Faculdade


Arquidiocesana de Teologia de Brasília – FATEO,
como atividade de classe para a matéria de Liturgia
Temporal do curso de Bacharel em Teologia.
Prof. Pe. Anderson de Lima Alencar.

BRASÍLIA-DF
2022
1. INTRODUÇÃO
As festas judaicas são expressão de uma cultura, seu povo e sua religião. Reforça
também que essas feitas mantêm viva a herança e tradição nacional e consegue dar bases para
os pensamentos judaicos. Algumas festas tem influencias pagãs, contudo eles conseguem deixar
de um momento próprio.
Basicamente são feitas agrícolas que tem um valor remissivo, suplicante e intercessor.
Buscando sempre a agradar a Iahweh, a única era restrição fazer tais celebrações no Shabat que
era estreitamente proibido.

2. AS FESTAS DO CALENDÁRIO JUDAICAS:

1. Shabat.
O Shabat é a festa litúrgica de destaque da semana judaica. O Sabat pode ter tido
influencia das culturais orientais, pois estes povos orientais se utilizavam da festa no sétimo dia
como purificação para seus povos, realizado através de um sacrifício.
O Shabat na raiz da sua palavra significa descansar, cessar. Ela está ligada diretamente
ao relato da criação onde Deus criou o universo em seis dias e sétimo dia descansou, assim
ficou escrito no decálogo que os judeus trabalhariam seis dias e descansariam no sétimo para o
horar ao Senhor (cf. Ex 20,8-11). “O Shabat é o “rei” ou a “alma” judaica. Um dia designado
por Deus para o descanso e a adoração. O Shabat e a circuncisão são as marcas de identificação
do Judaísmo.”1 O Shabat é a festa mais citada na sagrada escritura, os dias festa para os judeus
são considerados Shabat.
A violação do Shabat era algo grave pois violava diretamente a lei do decálogo, este dia
era não só de descanso, mas também de culto ao Senhor pelo sacrifício, momentos de oração e
leitura da palavra de Deus nas sinagogas (eram lidas e explicadas a lei e os profetas. Somente
os que estavam envolvidos na adoração do templo estavam isentos do descanso do Shabat.

2. A festa da Páscoa (Pesach) e a Festa dos Pães Ázimos (Mazzot)


Essas duas festas têm origens distintas, mas após a libertação dos judeus do Egito elas
se uniram. Tal festa era celebrada a cada dois anos.
A festa da páscoa remonta ao costume antigo de tribos nômades em oferecer um animal
macho, novo em sacrifício na primavera, passar o seu sangue nas cordas das tendas onde eles
estavam e comer a carne assada em fogo aberto. A Festa dos ázimos tem origem em uma

1
Mcmutry. Dr Grady. As festas judaicas do antigo testamento. 2012. A.D. Curitiba: Santos Editora. Pág. 17
tradição agraria oferecendo os primeiros feixes da colheita a divindade e comendo pão sem
fermento durante sete dias até obter um fermento novo da farinha da nova colheita.
A data da festa da Páscoa está estabelecida (cf. Lv 23,5). A festa da Páscoa é uma
celebração de salvação, a saída do povo escolhido do Egito. No período pós exílico eles
deixaram a liturgia mais estabelecida a partir dos cálices (seder)2 e do cântico dos salmos. Duas
formulas de Benção: 1º cálice, posteriormente as ervas amargas e verduras junto com o cordeiro
pascal e depois o segundo cálice. Cantava-se a primeira parte do Hallel (cf.Sl 113 e 114,1-8),
posteriormente ocorria o cálice da benção o terceiro cálice. Na entrega do quarto cálice era
cantada a segunda parte do canto Hallel (cf. Sl 115-118) – Exprimindo a esperança da
restauração messiânica.
A celebração fica muito forte no pós-exílio. O Doutor Mcmutry cita algumas passagens:

Vemos a Páscoa sendo celebrada e respeitada em todo o Antigo Testamento.


1. A primeira vez foi no Egito e a segunda no Monte Sinai. Veja Números 9:1-5.
2. A terceira vez aconteceu quando o povo entrou na Terra Prometida pela
primeira vez. Veja Josué 5:10-12.
3. Vemos isso quando Ezequias, rei de Judá, reinstitui a Páscoa. Leia Crônicas
30:1-27.
4. Da mesma forma isso aconteceu quando o rei Josias encontrou o Livro de
Moisés no Templo e com isso reinstitui a Páscoa mais uma vez.3

3. A Festa das Semanas (Shavuot, Pentecostes)


A festa das sete semanas devido as colheitas do trigo, era a festa de ação de graças pela
colheita do trigo, uma festa que era celebrada no templo com sacrifícios (cf. Lv 23,15-21).
Posteriormente associada a conclusão da aliança no Sinai e entrega da lei a Moisés. Passou-se
a ser uma festa histórica em Israel.

4. A festa das Tendas (Sukkot) e a Festa da Alegria da Torá (Simhat Thora)


Uma das festas de peregrinação tem origem também agrária, assim como as primeiras
era a festa vindima, iniciava-se na lua cheia do sétimo mês e acontecia durante sete dias, era
festa de ação de graças pela colheita, ela está descrita em Deuteronômio 16,13-15.
Durante a semana da festa eles deveriam fazer e passar a semana nas tendas, assim a
festa era conhecida como festa das tendas, para recordar os tempos do Egito onde eles moravam
em tendas e assim saíram quando foram libertos (cf. Lv 23,42 s.). Nos séculos VII-VIII esta

2
Seder palavra hebraica que significa ordem do culto.
3
Mcmutry. Dr Grady. As festas judaicas do antigo testamento. 2012. A.D. Curitiba: Santos Editora. Pág. 44
semana tinha ganhado mais um significado a festa da conclusão ou festa da alegria da torá:
tinha como o objetivo o terminado da leitura da torá e recomeçar o Gênesis. Aquele que lesse
os últimos versículo do livro sagrado era considerado noivo da Torá e celebrado como um rei.

5. A Festa do Ano Novo


A festa se iniciava na primeira lua nova de outubro, conforme as prescrições de Lv
23,23-25 e Nm 29,1-6. A festa, no entanto ela tem muitas controvérsias junto aos pesquisadores,
pode ser que eles adaptaram uma festa da Babilônia que era em honra a entronização de Marduc,
os judeus utilizavam este dia para celebrar a entronização de Deus juiz adaptando o culto pagão
para Javé.
Uma festa que dura 10 dias, onde pedisse nas sinagogas a renovação a sua alma. Neste
dia o Livro da Vida é aberto para que eles escrevessem o nome, datas e proposito para que Deus
mude as sentenças.

6. A Festa da Reconciliação (Yom Kippur)


Festa celebrada também na primeira lua cheia de outubro, a passagem de Levítico 16
descreve com detalhes o acontecimento da festa, era um dia de descanso e recolhimento, feito
para a abstinência e a celebração do culto. É o dia mais sagrado do país
Era o dia da entrada do sacerdote no santo dos santos no interior do templo, onde ele
oferecia o sacrifício um novilho pelos pecados dele e da sua família, posteriormente aspergia o
sangue sobre a cobertura da arca, depois ele escolhia um bode para ser imolado que lançara
sorte em beneficio do povo, para a expiação dos seus pecados. O sangue do novilho e do bode
era usado para a purificação do santuário, da tenda da revelação e do altar. O outro bode pela
imposição das mãos do sumo sacerdote carregava os pecados do povo e levado ao deserto,
“levando os pecados para longe”.
Era proibido ter relações conjugais, utilizar instrumentos de couro, comer antes do pôr
do sol e utilização de cosméticos.

7. A Festa da Dedicação do Templo (Hanukka)


Conforme descrito em 1 Macabeus 4,48-51 a dedicação do templo no ano de 164 a.C.
por Judas e seus irmãos. Realizado no dia 25º dia do Mês Casleu a festa de dedicação durou
oito dias oferecendo holocaustos, sacrifícios, ação de graças e louvor.
Essa também é a festa das luzes pois tinha se o costume que durante os dias da festa se
acendesse uma lâmpada num candelabro de sete braços chamado Hanukka (isso era feito em
meio a cantos de ação de graça) em memória do milagre de pouco porção de óleo (cf. 1 Mc
4,50), aparentemente o óleo seria suficiente somente para um dia, mas milagrosamente durou
oito. Nesses dias festivos eles também utilizam bastões ornamentados com ramos.

8. A Festa dos Purim


A celebração dos judeus da diáspora persa, a festa está descrita no livro de Ester. Purim
é o plural de pur em acádico que significa sorte. Seria dias de aniquilamento dos judeus, mas
eles tiveram a sorte mudada nos dias 14 e 15 do mês de Adar era a festa precedida por um dia
de jejum preparatório.
A festa era basicamente o carnaval dos judeus, pois era uma festa alegre e bastante
descontraída, eram feitas leituras, dava-se esmola, era permitido certas liberdades por parte dos
rabinos. Posteriormente foi-se adicionado máscaras a essa festa.

9. O dia de luto nacional (Tesha-Beab)


Celebração feito entre julho e agosto onde se recorda as quatro grandes catástrofes
nacionais:
 Destruição do primeiro templo em 586 a. C
 Destruição do segundo templo em 70 a. C.
 O esmagamento da revolta dos judeus contra Roma em 135 d.C.
 O esmagamento dos judeus na Espanha em 1492
São recordadas ainda outras catástrofes e dores que o povo experimentou ao longo de
sua história. É um dia de jejum rigoroso e na liturgia do templo lê-se as lamentações de
Jeremias.

10. O dia da independência nacional de Israel


A festa judaica mais recente, celebrando a fundação do novo Estado de Israel em 14 de
maio de 1948, em uma liturgia sinagogal especial.
3. CONCLUSÃO

As festas judaicas tem seu caráter de expiação, celebração e memória. Sobretudo a


memória onde eles recordam através destas celebrações grandes fatos e grandes intervenções
de Deus na sua história e caminhada. Deus que continua a ajudar seu povo eleito dá prescrições
claras a seu povo. Eles utilizam bastante materiais frutos dá terra, eram bastante alegres, outras
em tom de penitencia da pedir perdão a Deus de suas faltas.

Cada festa tem sua festa e sua temática para recordar os feitos de Deus na vida do seu
povo escolhido.
4. BIBLIOGRAFIA

Mcmutry. Dr Grady. (2012). As festas judaicas do antigo testamento. A.D. Curitiba:


Santos Editora.
Adam, Adolf (1912). O ano litúrgico: sua história e seu significado segundo a
renovação litúrgica. São Paulo: Edições Paulinas.
Festas judaicas: conheça as celebrações mais tradicionais dessa cultura. Disponível em:
https://www.buffettulipas.com.br/blog/festas-judaicas/. Acesso em 20 de fevereiro de 2022
Festas Judaicas. Federação Israelita. Disponível em: <https://www.firs.org.br/festas-
judaicas>. Acesso em 20 de fevereiro de 2022.

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