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ao tee Tel 104143 ‘hoon emacs cacao na rama ——“esuaatnasin 9 o.oo Exeoncna spmeoc nent oie Frat ao nan ance ese et) a reco sume = = | mento ane ge np: Gath uos256 Coleco eas sobre Lngungen suwakio te tn ac eat resem 1 ae, as Rees Soca DA PRINS UNG vat ovo or como councxoe 00 scus07 0 aE. BF ea seccitoemmoee 2 saree nou soeoe 9 ageless § sue % came a ron ——tkewsoménes tas os =item & ross EIEN ” sedi ier canes rt % Reso nem Na FoRNAGOPROFISIONAL — S—cmoresor coo ae oermaeno Ae Kien LETRAMENTO WA FORMAGKO DO PROFESSOR — NTEGRACAO A PRATICAS DSC ADEN ECOSTRUCODAIDERTONDEPRORSSIONAL .... 93 evi de rds Merle Mata a fee ienieutuatecs | fw [irtarace at a tosoaares Vhemuas, [Asti noranasnoseagepostereike smoot | ererincs jpn bro osama ip (cont cosrxemes asin ora socio ao tet. | Duetioe ens gnacnn ew bier | lng eco meen’ [ssttoczsmarcmen cons | _ aie | et | oeeneneaaceameetars fe ere aa ccieeemwcnrern | Les En SABER LER EESCREVER MUA DADA SOCEDADE” Christine Bare cte Mine (QUPM de Grenoble, ranga;LabotstireLIDILEM. Université Stendhal, Grenoble IIVIUFM de Grenoble) A invengio da escrita na Mesopotamia, 3.400 anos antes de Gristo, marca, para os historiadores, a frontaira entre a préhistéria © a histria, Marca, portanto, uma imensa linha ‘iviséria entre dois momentos da humanidade, Historiadores, lantropélogos epsicSlogos concordam em mostrar aimporténcia ‘que as praticas da escritatém assumido na historia: do ponto de vista cognitivo, no modo de producto @ de transmissio dos saberes (Goody 1968 e 1979; Deétienne 1988; Scribner © Cole 1981; Vygotsky 1997); do ponto de vista da organizagio social as etividades econdmicas, sobretudo a divisio do trabalho; da 1. rea artigo ¢ uma versio guia de um argo pubiado tb 9 io ltante"Seet es crte dan ne ced cone in Brat ate (erg). Reged sowvenoe sera nc et cre, Ror fan o Sigua pps, 203, val Vp. 107-120 finda de Marcon Bano) ” LL ee gant poltca urn com acontaiagto do pier nas seers ue ponsuom ascsta, da arelioa, jac todas EA es egos ve aches goaimentemarcadas pel Pr crear aclonalzagto ede astonomizago ational iga- deseo eparocimeno da sci, je nesta no mais dominio excusivo dos xrives dos eaten apéct de eet roche: as mudanges a0 41a25anutpar prover ov aoserr na vida socal amb fhscam earn sora que nent Arti erin vege ganralizns am dos tabalbos escalares ot re weal pera otwabalo,comnicasie, geese davida Dowson domesticn. ron imvengfo até nosioe das, porto, eseie © formad worn na ashacn nme riagso de infvencla St ae aetsaton do ponte do vata socal e no piano da ere converge ara uta aplagio do campo doves Pant no domino da peeqna sobre a apsopsiacio eas estes Tesco anpiantotempoeso ern tgs ao arm agora pare ame pata age ee Peaprendiagens dara eda osetia © jf a8 ae Pas sgures a faanas Go péticas da cite 50 ae etaen, Aberdare scesivamert as ecigtesnonivel a tune, om said on avengs no vel G8 Pesese ‘eal creo para ope! owt da epossio eee eco a eocrovr™, Por Sm, aprosentactie dads neues eum eter de pesquisa ero, etn sobre a daca reacever stor cosa em espeea2 eee ihade co rear o cgi 0 cata Ta COm petite proce de sesso oe uso da esta ‘As evolugées da sociedade © fenémeno de massificagio do ensino no Ocidente e, tigtda a este fendmeno, a evolugio do mundo do trabalho © de suas expoctativas em matéria de competéncias na escrita, le ‘vam a repensar as nommas ¢ as exigéncias. Por outro lado, @ complexificagio das comunicagbes nas sociedades modemas, complexidade ligada a diversificagto dos meios de comunica: (do @ ao uso das novas teenologias, contribui para modificar nossos usos da eserita. ‘A massificagio do ensino sempre tl recordar algumas cifras relativas a este fendmeno que constitul o pano de fundo sobre o qual ganha sentido a evolugio das préticas da eseritae de seu ensino, Na Europa, sendo a escolarizagdo obrigatéria dos seis ‘anos até os dezesseis anos na maioria dos paises, os nimoros {ndicam uma evolugéo da escolarizacao para além epara aquém estas idades, Para aquém, ela tem se goneralizado (100% da ‘popilagdo de 4 anos) em paises como a Bélgica, a Franga © Luxemburgo. Fla passou de 24%: em 1960 a 99%, om 1997, nesses tts paises, De 18%, em 1980, a 55%, em 1997, em Portugal. De 8%, em 1980, a 56%, em 1997, na Grécia (Conseil de "Europe, . 201). Néo é preciso desdobrar mais ciftas para ver que @ ‘endéncia & escolarizacao pré-primaria tende a se generalizar, ‘decerto com diferengas entre os paises menoaricos ¢o8 outros. ‘Ainda na Buropa, é interessante ver que, noconjunto dos paises a Unido, a porcentagem de pessoas que nio obtiveram um iploma de ensino secundério superior passa de SPX, para o ‘grupo etério 60-59 anos, para 31%, no grupo etario de 20-29 anes. Por fim, na outra extremidade do sistema escolar, para além da colaridade obrigatéria ou longa, a evolugso do numero de fudantes no ensino superior constitui um indicador da mas~ sificagio do ensino que ultrapassa a formagéa basica geral. De 1975. 1997, omimoro de estudantes (homens e mulheres) mais «que dabrou (5.647.000 em 1975 e 12.266.000 em 1997). ignitica- tivo do esfargo dos paises éo aumento mais natével do nimero de estudantes do sexo fominino, cujo nimero quase triplica durante este periodo (de 2.298.000 # 6.343.000), ao passe que o nimero dos de sexo masculine aumenta, mas numa propergao ‘menor (de 3.360.000 a 5 923.000) (Conseil de T Europe, P. 22). (© conjunto desses niimeros dé uma idéia das evolugdes que ocorteram nos sltimos vintee cinco anos, istoe, quase uma, Goragdo. Estas evolugées acompanharam as modificagées da populagio ativa: os empreges qualificados sto mais mumerosos fe comrespondem a diplomas mais elevados Fumo a novas exigénclas para o emprego ‘Acscrta no trabalho aurnenta em quantidade, mas muda também qualitativamente, segundo modalidades que se diver: ‘iicom e s¢ complexificam. Para situar a evolugéo das exigén- ‘ins om matéria de formagdo, o8 nimeros do desemprego em fangto do nivel de estudo constituem wm indicador pertinent, Noconjunto da Unido Européia, estos nimeros variam do sim- dios a0 duplo, quando se passa dos nivels menos elovados de ‘asin aoe niveis mais elevados (12.5% para os niveis de 0 a2: Siok para os niveis de 6 a7: niveis corespondentes &classificagio niemacional ds tipos da enaino) (Consell de Europe, p, 194) ‘Este aspecto quantitativo, em termos de niveis ou de snimero de anos de estude, nao é o tinico a ser Jevado em, Gonsideragéo. Leclerq (1999) ressalta que o ensino da comuni- Cento esctta, que constitui um dos ebxos fundamentals da fratruggo primatia, © que prossegue de formas variadas no ‘ecuntiario ena universidade, também faz parte dos programas Se formagio pata adultes. Certamente, trata-se no mais das Sexes do adultos de qualificagaoDaixa. Mas nao s6:assalariados Sfovene adultos a procura de uma primeira insergioprofssional carvam estagioe de leitura dinémica, de redagéo comercial, de Greparagio para as provas escritas de concutsos, ou linda Pamieipam de oficinas de escrita (dem, p. 9). Quanto a esta Thtima prética, é preciso abservar que mutas empresas proper eta atiidade a seus empregadcs, atividade nlo reservada aos "eis alaos de qaliicgie,mas dstnada a odo, nlsive ‘A cscrta om desenvolvimento A completing das comuncages em nos sci des modemas» suger dos nove melo ropreertad pales mains de divren nao ax, computador) ms {kt none slalom & ngage: ‘com's sccesroo sectua aon prt, Ala meulsmense econ elaruoe slamitasa epatodo desaparcments Sacer ntscae Bese an te ogee Gu tangent cee ‘ann co tree bettas do pedo oa togins ugaon que so un menoaonsvafics cule nices Uns sondagom do GLEM! (Gone co sion do Titoigmtan te Mayen fot) elated verre do 000s nio de 20, sop b costo 8 ‘venta jie doe ovens esta Bet ea 2001) © Davioca om ques sondagen vo deca srenpnd se Sor ton nigger ore eases ase pate Ga matngen tbe aos tend de nea aw peo casa eevee (12418 soe) Depressed penises pare apes ‘ine een nada soe ar anc cosjoen ‘mua ehtoen toes por bcp cand sees ideo git ot Gada jr Sa ES tens du at TOR, omomo tant cya qu ana, Os Seen ovessnasenciaa' ia apaer anata ovr én Ea conus same nidarnteo lcuces tninemagicmrente 'bori’ aocados de edo ena om ‘nate lingua mater de todo © gsc corporat, dona dor que Sct ean ne al el de 6 nate ‘eprécontasons scnee denen mie passione! Univers Se rance Gone Berangon, 1988). por outro estudo socilogico alammistas e se vb confirmada do sete oo por em a ene do 817 ean pos Pao Ju rae seman oe ime enti doco (988) Num ane ie complorntardade ds Pana, einen cemlaim etce me snron Cine enon ante ro oma sores cig rm saosin ni ote Catcomencncnm ar Nmap ai eae parla a set 08 oe covenants we ros ary 6m) manieevnlvesaioent rae copay cacompleseasoduetatase > a enor purapetiva num period d= Cree puposigh eave pela Bibtotera Nacional da Franga (Gorman Pb 2001) most, ere lm evra ao eed ds eto occa 9 mn ce eeteruoango dou edculs, das possbitades de taba d texto © ‘de retomo a este, em relagio com a evols igo SI rae ie ee Snag de ear ste aden ster rege da complonitca das tarefas e das praticas, de mudan- were, gRitearansoctada onan modangstecnelegicns ral Se sen de una ra bens d [No plano da pesquisa ‘hs omens de pein proves dob cos sifrentoncontnbuom prs arpa denico ot sac om conta a anoragem cara desta prticas de Sema famo em termow de ses, ante es temnos do ‘As contribuigies da antropologia © da etnologia a mais acima wna hipése convergente com a evocads mais acing num outro contexta, hipstose segundo a qual 08 ‘comunicagao transformam a natureea dos processos de conhe- fimento, que funda a obra de Goody (1979) sobre “a razio sréfica”. Trés aspectos dos trabalhos de Goody alimentam @ reflexio tecrica © impulsionam as investigagées empiricas: a ‘questo do vinculo entre a escrita eos "mados de pensamento’ (idem, p. 31); # abordagem das praticas grificas nao restitas & escrita alfabética e linear, enfim, ointeresse pelas praticas de ‘scrta dtas “ordinariaa”, Dado que a escita nao reproduz somente o fo da fala, ‘mas, para retomar os termes do prépria Goody, “permite sua dissecagao” (idem, p. 10), escrita esta estratamente ligada ao desenvolvimento da légica, ao aumento do saber e, mais geral- mente, a progressio da ciéncia. Esta hipétese antropologica, incidindo portanto sobre a filogénese, combina-se com a hipé. tese desenvolvida, por exemplo, por Olson (1994) nua pers ectiva ontogenética, de psicologia desenvolvimental, © imfluencia as novas opg6es diditicas. A escrita nfo é mals considerada apenas como uma ferramenta de transcrigho dos saberes, mas sim como um principio de elaboraglo e de consti- ‘tigi dos saberes (Baud et alll 197). A didética das ciéncias, ‘experimentais fi pioneira na matéria (Vérin 1992), ao forecer pistas para as outras disciplinas escolares (Colom 1999; Del- ‘cambre, Dole e Simard 2000) "Bocritas cotidianas” ou “escritas ordinaias": so os ‘termos utiizados para designar as priticas eatudadas pelos cexnélogos (Fabre 1999 e 1997). No plano terico, ahipétese 6 de ‘que a escrita est af, ela marca o social de duas maneiras, pelo ‘menos! os escreventes se ponsam em relagio a ela; a passagem ‘eitura.ea escritaintroduz uma dstingio sociale aparece como lum posto de observagdo para estudar a fangio simbelica na historia. No plano das investigagées empiricas, e segundo a regra da totalidade, propria & antropologia, nenhuma prética é exclude: cartas, documentos administratvos, rascunhos, lis- tas, diéios intimos, correspondéncias privadas ou piiblicas, rogistros de nascimentos etc. Parailustrarovinculo entre esta se cae nvestigages empirca eo quedo tic gra ue eee eer enurpio ds exerts domestica entdadas Pod Par (ou abe 1909) asus ears ae eeeaiv arqivos prvadon como as cas de ar a et coon Go autiograba) em soa fungo copia se nt dacare ou contitas do enderegs)em sua Mee aia dasamenton administration oa cartons post) ‘A imbricagto do antropol6gice e do sociatégico “Lahire (1998 ¢ 1995) stua-se na continuidade das interro- gacoes de Goody e tenta, segundo seus proprios termos, prati- Ger uma soetologia da educagio enriquecida com wma parte da Gntsopologia e da histéra (prélogo da obra de 1996) Trata-se de {nrerrogar as formas sociais assumidas pelas préticas de escrita escolar, Aarticulagdo coma perspec ‘iva de Goody 6 Ueesorita que sio aslistaseastabelas, edesdobra-se que esses Soe "nao elementos constitutivos da génese e do desenvolvi- frento dos modos de pensemento formais” (Labire 1995, p48) Por que nao interrogariamos do mesmo modo as mukiplas praticas escolates, que poem os escolares diariamente em con- fato com a *razao gréfica"? Dai a Idéia de Lahire de analisar a Draticas escolares mais banais (as mais coriqueiras, poder qos dizer, no prolongamento da perspectiva antropologica), na ‘cola primaria, ¢ @ relago mantida pelos alunos oriundos de ‘ferentes classes sociais com as formas escolares de aprendi- ‘zagem muito impregnadas de scrita. Ahipétese que Lahire val Gntao pér A prova, a partic de observagbes minuciosas de se- (Ghéncias de classe, vem particular da seqtiéncias de produgéo Cecrta na escola fundamental, 6 ade quec fracasso escolar ost Higedo a ume contradigao entre uma relacdoletrada-escolar com fo mundo, cazacterizando a forma escritural da escola, ¢ uma Tolagdo oral-escrita com o mundo. Em nossas sociedaties, a8 formas sociais escriturais so dominantes e as formas sociais orais sio dominadas (idem, p. 62). As nogées de priticas e ade dominagéo situam-ee, como facil reconhecer, no prolongamen- toda teoria da P. Bourdieu. Rosta delinir 0 escritural-escolar & o oral-prética, A m= ‘danga de vocabulrio em relacéo as denominagses cléssicas de cultura oral e da cultura escrita tem o objetivo de insstir na necessidade de levar em conta conjuntamente, enao separada- ‘mente, segundo as disciplinas concernidas: o¢ aspectos cogni- tivos,lingtisticose erganizacionais das praticas de linguagem. #alégica de conjunto dessas tds dimensées que, sogumn. {do Lahire, permite dar conta do éxito escolar de criangas sai ‘de meios destavorecides (Lahire 1985). Suas pesquisas de cam. po junto a familias ditas “populares” tém por meta doscrever © ‘nalisar configuragées faniliazes,feitas precisamente da con- jungde de variéveis igadas aostxbs aspectos: cognitive, inguis tico e organizacional seas invostigagées mostram que, em certas familias ppouco ou no alfabetizadas, parece que se constréi um saber Implicito das exigincias da instituigéo escolar. Contrariamente fo que se poderia eeparar, este saber incde menos sobre as ‘enicas daleitura eda escrita do quo sobre as coorgbes pratic @ éticas quo sou uso impéo na vida diéria. A entrada de uma crianga na cultura escrita, nestas familias pouco favorecidas, antes de tudo um “assunto de familia". No eruzamente do cultural edo psicolégico ‘No interior do campo da psicclogia cognitive, vrias cor rentes concordam hoje em dia em considerar @ necessidade de festudar 0 funcionamento mental em ligagdo com o8 contextot (settings) culturais, histricos e instirucionais (Forman et al! 41983; Garton 1992). Na Franga, cltemos of trabalhos de M, Brossard, que incidem sobre ocontexto escolar e que enfatizamn © risco de opacidade deste context para os aprendizes (Bros- ssard 1992; Brossard ot all 1996). De fato, a partir do momento ‘om que existe uma cultura escrita, as sociedades tém se preo: ‘Gupado com a transmissio dos conhecimentos e institiram Situagdes formais de aprendizagem, Por oposigéo is situacbes {nformals, e por causa de sua autonomizacéo, essas situagoes formais correm 0 risco de se tomarem opacas, sem que 08 aprendizes consigam docifar suas fnalidades sociais. Para Brossard e¢ al (1996, p. 72), o8 alunos devern efetuar un duplo trabalho: "Eles tomde construiros conhecimentos transmitidos, nas também conhecimentos ligadas as situagies escolares, as finalidades delas, a seus modos de funcionamento”, Em outras ‘Palavras, as aprendizagens s6 podem se efstuar se 0 contexto ‘om que so transmitidos os conhecimentos for objeto de wm tratamento cognitive pelo aprendiz. (0 socioconstrutivismo iniciado por Vygotsky (1199411997) oferece um ponto de vita conceitual sobre a aprendizagem da Lingua vsorta, ponto de vista que poe no centro a atividade ‘mental do sujeito, mas que, em contraste com 0 constrativismo piagetiano, da a linguagem um papel fandador, de ferramenta [A nogao de ferramenta, na teoria vygotskiana, é fundamental pois a ferramenta que é a inguagem introduz. uma mediagio Sntte o homem @ sua agio sobre o ambiente, Trata-se de uma Imediagio semiética, Esta abordagem contribui pare enfatizat © “nculo entte o desenvolvimento das fungoes psicuicas do ndi- Viduo o o desenvolvimento hisérico da sociedade. O desenval- ‘imonto iaumano escapa da peicogénese estrta, na medida er (que “cada nova geragéo herda e, portanto, se beneficia das fra ‘mantas ctiadas pelas qecagdes anteriores, pode melnoré-las @ até ‘hitrtat nelas ferramantas novas” (Brossard 1998, p, 9). {-P. Bronckart retoma, por sou tumo, a inverse vygots- ikana do paradigma cognitivita cléssico, que supée a existén- cia primeira das operagées logico-matematicas, que podem ‘Gventualmente ser objato de uma modulagio sociocultural. Para Bronckart, as operagies so socicculturais antes de tudo, ¢ seoundariamente logicas. A razao disso 6 que elas no nascem tamer iid ag rao mam ive sons soon asd nag qo ur aaa ama ¢ ee sere ara nucticaan om otras sass renee 1995, p. 90). _ spina dada go utrtada por ume ca ona een ost so scented Soa crineneentestal da eranetadecodcste< eine gem es onita sm para ae o carte pare tna Pesquisa que articula a dimensio psicolégica © imensao coutural ‘A representacéo: um meio de pensar as relagies entre 0 Cogitivo, © simbélico @ soctal Propomornos @apresetar, pata encore tanto quanto baraustaro ino ds pps de nese sina Giadas, os uabalnos que inesemn sve ae roprosentages da lotra eda ona De at, onto das teprocentageos co ‘ut um meio de spreender a maneza como si nterotaadas Datos aprendzns a forma de oo de tansmuseo de eer tnd soled, Papéis e desafios das representagses para a pedagogia da escrita Dabéne (1987) introduz a questio das "motivagdes- representagées” no campo da didética da escrita, Propoe tm. ‘modelo de competéncia que compreende trés canjuntos: ele ‘mentos constitutivos dos saberes; elementos conatitutives do saber-fazer¢, eis a novidade, elementos consttutivos de moti. vagdes-representagées. # a primeira vex que se coloca explici- tamente, na didatica, a hipétese teérica de que as representagées seriam um elemento plenamente constitutive as competéncias, 0 desafio 6 grande. Afnal, se retomarmos © modo como ‘os pticélogos sociais deserevem a organizacéo @aestruturadas Tepresentacoes (Abric 1994), duas qusstdes se levantam paras ‘Giddticn:o escrito (letura/escrita)éum objeto de representacio fou ele constitu; um elemento periférico das representagbes Gesociadas a um outro objeto? Questo essencial cuja resposta fnduz segunda questo: podemos modificarasrepresontaroes ‘eesociadas a escita?E faci parceber que para a didética estas ‘quostoes sao essencials. ‘As ropresentagoes da ieiture [Neste dominio, dispomos de dois conjuntos de trabalhos ‘que convergem quanto a sous resultados empiricos: 08 de Bernardin (1997), de um lado; os de Chauveau 6 Rogovas-Chasi~ ‘yea (1987), do outro, Em ambos os cas0s, as investigagbes 5° ‘rganizam em tomo de dois conjuntos de representagoes: as concepgoes que as criangas pequenas fazem do ato de le; @ 08 faspectos mais propriamente culturals das representagoes, a3- poctos atinentes aoe suportes ¢ as fnalidades da leitur. “Acerca do primeiro aspecto, Berardin faz uma pergunta simples as criangas que entram na pré-escola: “O que se deve ‘fazer para aprender a lor?” Esta pergunta diz respelto & conce\- tualizagio do que ¢ a aprendizagem, bem como do que é a atividade de leitura, Os resultados se organizam em tomo de ‘és confuntos de constatagées: uma confusdo entre ler ¢ ima- ‘ginat; uma econfusso entre ler @ se lembrar de uma histéria Suvida; ¢ uma oranga freqiente de que saber lor resulta de um desenvolvimento normal: “quando a gente é grande, a gente sabe", Esta representacio da aprendizagom da leitura éefetiva- ‘mente problematica para 0 pedagogo, pois ela ¢ suscetivel de reforgar uma posicao de espera, de passvidade, Somente algumas ‘riangas constroem respostas que fazem intervi 0 cédigo e/ou ‘operagdes eobre 0 cddigo (associacio letra/lotra, por exemplo). Os resultatlos de Chauveau ¢ Rogovas-Chauveau conti ‘mam globalmente aqueles resultados, actosentando tum outro ‘nteressante: uma frequente confusdo entre ler e repeti, ou ler © dizer, isto ¢, uma confusio entre 0 oral ¢ 0 escrta. Essa representacio deve se relacionar com as préticas escolares da Jeitura em voz alta, sobre a qual se pode pensar que é suscetivel dda gerar ou confortar essa ropresentagdo errénen. Sobre os aspectos mais culturais, as iavestigagées inci- dem sobre o conhecimento polas criangas pequenaa dos us0s sociais acerca dos suportes e das finalidades da leitura, Acerca dos suportes, os trabalhos convergem e mostranm ‘que as criancinhas os conhecem pouco, $4 olivzo éregularmente, itado, como uma espécie de supare prototipico © geral. As ‘obras documentais, os albuns, ot jornais e revistas patecem, excluldos da representaciio do que sea um suporte de leitura, ‘Tal resultado pode surpreender, tendo em vista as novas prt ‘cas em matéria de biblitecas escolates, Mas é preciso lembrar, do um lado, que as representagées sao muito tenazes © de. fevolugéo multo lenta e, do outro, que, embora os suportes tendam a se diversificer nas préticas excolares, 36 excepeional- ‘mente eles so objeto de um ensino explicito quanto a sua \denominacio, suas caractoristicas formais © seus usos. Sobre a questi das finalidades, as respostas & porgunta, feta por Bernardin ~ “Ler, na sua opinide, serve para qué?” — ‘organizam-se em tonno de dois conjantos: ou respostas tautol6- ‘cas (“ler serve para ler"); ou uma focalizago no contexto ‘escola ("serve para aprender palavras: para escrever palavras; ‘bara passar paraa primeira série"), Brossard e Magendie (1983), retomam este aspocto de uma maneira mais sistematica, nam festudo comparativo entre as representacées dos alunos eas do docente de uma classe de prévescola, abservada durante se ghéncias de leitura, Os resultados indicam uma ruptura entre fas representagses do docente e as dos alinos, Para os alunos, las séo organizadas em tomo de finalidades muito longinquas cos muito precisos (dar (cor éxito na escola) ede objetivos did prec resposta cerca), As eriangas, segundo Brossard e Megendis, a cnvoitualizam es rlagdes entre as tarefas parcelares © & Rprondlzagem da leitura. Vemos af, concretamente, de que ween as formas de contextualizacho pedagdgice podem contri ‘bur para frjarrepresentagées. ‘As reprosentagies da escrita, upomos de poucos dado eta domino pols aera et ners cone di asneme m0 csi da a ten nena condi poo Ba-D8 sare 20m) onan ana aos do or 0D ne ce aantea no mater a da pero aon evi dn ua don os objeto dos ero aa oa dan renown can conta an te a ans nea evoudon etn. A 8 ae can tna pre cmpisintat gv 0480 eet neat ipo ae et, rencenad cia esa roe greomage ole endo ume ea 7 a comidra que a epovotagine clas 8 re um lena pic eu x SD ee a queso imporasn Do pan wizo Dar 6 ° oa Seneca pure pdgogs deft, n> aa eran deanrlido por Aoi 98 one coal rau de evtio mo enna pat ct oe yetaico eta wn co mormon dt oe ge sonuavenoe ta model ain pasa Sameer seston pesto dat ‘oer. Para ane dado oats 20 irda ropceset art dasa univernrpreceiaconal eaznnor nes pagan nay, ta otamente nt as no plano sociocultural O contraste, que exarce um feito de lupa, permite que apareca melhor a existéncia de uma estrut ragio, Segundo uma técnica tomada de empréstimo a Grize ot ali (1987), 08 pais dos alunos da amostra eram convidados a colocar sobre um diagrama circular etiquetas que traziam as palavras: escrita, escola, profiss4o, lorescimento, obrigatério, amigos e familia. As colocagées sobre o diagram eram indicado: res de proximidade entre as palavras © as imagens subjacentes; io uma idéia da forga das relagdes entre as palavras, © foram snalisadas deste ponto de vista. Bm nenhuma das duas popula- ¢e8aescrta parece constitur enquantotalum objeto (no sentido o micleo central) de rpresentagio. Como elemento penférice, sua forga de associacio & escola 6 nitidamente mais importante na popalago des bait peifricos, amis afastada culturalmen- te da escola, populagéo para a qual a escola parece constituir precisamente um niileo central de representagSo. Esves dacios mostram a importincia da nogio de siste- ‘mas representacionais, que podem nao ser o¢ mesmos segundo 1s categorias soctoprofissionais, 0 quo dao sentido a cada um dos elementos tomados dentia de tal sistema. Mais que as representagées elas mesmas, seria importante trazer A luz as redes eas estruturas. Bss0s datos mostram também acomple- xidade dos fendmenos, jé que 0 contexto escolar, ele mesmo produto de uma histéria cultural, 6 suscetivel de ser lido © interpretado de maneira diferente segundo as estruturas repre- sentacionais dos subgrupos sociais que o frequentam. ‘Trata-se af do um setor de pesquisa pouco desenvolvido, ‘mas que poderia contribuir amplamente & elaboragio de instru- ‘mentos que so preocupassem em levar em conta as repre: sentagdes como fazendo parte das competéncias de linguagem, ‘conforme a perspectiva desenvolvida por Dabéne © evocada Conctuso saberier essere comptinias quent poten et afin abso, cono compete copa ine Sette seetns nose stro eu sea Tmt de sua nplrerast, aa, condos socials « pba do ext eno una ai a ndutntererpoes A asting do es00 ee lon nomoreado de ebo popula coda occas motana de ono een, POF O30 ea ss san as cas do comarca © PA tans nvr conpatore recon ae nun unstativasastanbr qoalatvs rae ea orn Nore de aba, tnla 6 Ome Soe ean de um tia ao domains «Wa aie miner de nto rou oS stds stoma cada vec sais eompetetes sfomas de nee arm amend a gona ere 6D. bas sobre olo/osrre [No plano da pescuisa, 08 me tendemaampliare campo das investigagées.Oler/escrev {mais tratado apenas ab o Angulo do ensino/aprendizagen russ também em termos de préticas e de contexios do uso. 34 thao 6 comente @escrita linear que 6 investigads, mas todas &= formas de tragos, tflonos e forramentas de atividedes reflex ‘yas, Enfim, a eserita erudite ou literdria nfo 6 mais 0 co ‘exclusivo das pesquisas, que também se interessam pelos e3- cenitos do cotidiano, escrites piblices ou privados. No plano tedrico, o8 modelos peicolégicos que tratem do funcionamento ‘mental em fungéo das contexts permitem pensar a articulacso centre o psicolégico e o cultural, Outro sinal da ampliagio do campo das pesquisas, 0 ‘estudo das represontagbes do ler/escreveré um meio deapreen- 2 dora articulagao entre os aspectos cognitives da aprendizagem da escrita © as variéveis sociais e culturais associadas As prt cas do escrta ede transmissso desta. As pesquisas empiricas, ainda pouco numerosas, mostram o peso das formas de contex ‘tualizagio escolar sobre as representagies associates a escrita Indicam, também, que as estruturas das represemtagbes asso- Ciadas @ escrita diferem sogundo as categorias socials. Esta Posquisas empiricas mereceriam ser desenvolvidas, com vistas ‘fomecer 8 didética da escrta pitas eferramentas que perm tam melhor adaptar os procedimentos diditioos para os apren- izes, ‘Mereceriam também ser desenvolvidas describes finas das formas de uso dos diferentes instruments de eserita, dos ‘process0s implomentados no nivel da leitura e da escritae, sobretudo, das modos de gesto das relagies entre asses dif. rentes instrumentos de comunicago. Quer ge trate do trabalho intelectual ou do mundo do trabalho em geral, analises finas das ‘escolhas operacdas pelos letores/escritores em funo das tare~ {fas realizar o/ou dos suportes dados ou soicitados permitiriam ultrapassar o nivel dos discursos alarmistas ou idealégicos relativos aos riscos de predomindncia de um instrumento sobre outro, eforneceriam instrumentos de formagaonestes usoscada vor mais complexos @ diversficades da escrita Referéncias bibliogréficas ABRIC, JC. (org.) (1994). 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