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Soneto dos olhos ausentes

Olhos ocos e vazios, guardados


No fundo calabouço dos espelhos,
Olhos cegos e nus, emparedados,
Como peixes em blocos de alvos gelos.

Olhos, antes azuis, agora ausentes


De lágrimas quaisquer, agora parcos
De imagens, de sinais, de marcos,
Precários por não mais clarividentes.

Olhos sequestrados pela morte,


A deixarem-se guardar no cativeiro
(Do tempo?) do destempo, o cofre-forte

Do não e do nada e do perdido,


Do náufrago insepulto, marinheiro
Nos abismos do mar inexistido.

Calos Roberto Santos Araujo

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