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Dói-me a vida

Dói-me a vida como coice de mula,


Range-me a noite como louca mola,
Há um filete de sangue na medula,
Uma foice com fome de degola.

A cadela que nunca se consola,


Uivando para a lua, late, ulula,
O cavalo que nunca se controla
Bebe o mijo das éguas, rincha e pula.

Há demônios ocultos como súcubos,


Mulheres possuídas pelos íncubos
Deixando-se varar pelas estacas,

Há uma agulha na veia mais secreta


E um reflexo de lâminas e facas
Iluminando a goela das gavetas.

Carlos Roberto Santos Araujo

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