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A CASA DOS ESPELHOS

Tarciso era um jovem inteligente, as melhores notas no colégio e


ajudava as ruas a serem atravessadas pelas vélinhas. Saía com meninas
que não estava a fim, mas não encucava com isso. Gostava de esportes,
torcedor da seleção, jogava no time de basquete da citi, a vida para ele
era uma partida bem disputada. Bom relacionamento familiar, o querido
das tiazinhas. Enfim, era um rapaz como outros milhões de anônimos
nesse Paísão Continental, que não é terra de Marlboro, mas é terra de
Craque.
- E os estudos filhão?
- Beleza, vô sê aprovado entre os primeiros.
- Prá quê? Último prá nós é o suficiente!
- Qué isso véio, bota fé!!!
- Já que você está preparado, pense bem!!! Curta mais a vida, pense em
seus novos companheiros nessa fase, festas que vão pintar muitas.!!!
Faculdade é vida nova!!!
- Tô sossegado, preparado, eu diria no ponto!!!
O segundo lugar não amenizou a sua falsa confiança, o coração não
deixava nem o sangue e nem os sentimentos fluírem. Todo dia o cérebro
se encontrava no ringue com o seu oponente. Zé Cerebral se acreditava
mais rápido e mais esperto que o desafiado coração, este por outro lado
não tinha ginga, mas sempre se movimentando ao menor vacilo apertava
sem desafiante nas cordas, luta diária sem trégua. Para evitar o gládio
eterno, seu corpo resolveu arrastá-lo antecipadamente para a nova
experiência.
Chegou uma semana antes do ínicio das aulas. A citi igual às outras
da província, foi dar um rolê na via principal... se sentiu em casa. Cinema,
barzinhos da moda, bobódromo seus conflitos entré Zé Cerebral e Coraça
se dissiparam por instantes, diria horas, semanase meses.
- Temos de levar esses dois chatos para algum agito, estes caras
atrapalham a gente!

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- Eles deixam o cara maluco!!! A gente quer é curtir, gastar energia,
correr, pular, dançar!!!
- Ei, tô nessa!!! Disse o quadril às duas pernas que conversavam
animadas, não sabiam para onde iam, mas queriam era ir. Começaram
todos integradamente a andar pelos bares e encontraram um casal
veterano.
- Pede um copo pro garçon!
- E aí, tá rolando uma festa lá no Luiz! A linda boca vermelha de Flávia se
fechava diante dele, desviou o pensamento, a garota já era presa.
- Sei não, será que vai rolááááááá ?????? Com a boca cheia de sono. O
programa do casal era só uma volta. Os copos ainda firmes sobre a
mesa, ficaram solitários. Tarciso se despediu do casal e sua carcaça
cheia de energia o conduziu em direção à festa. Na casa de uma
moçada do último ano, todo mundo louco, sete da noite, mal havia
acabado a ave-maria, já estavam no sangue de Cristo.
Intimaram-lhe umas cervas, suas pernas agiram tão rápido
que Zé Cerebral nem estava conseguindo acompanhar o movimento, se
mandaram pr' um buteco mesmo sem saber onde era. Festa animada,
régue manero, vez em quando rockinho nacional, um sons da hora,
bandas antigas, clássicos do rock progressivo. Caretão, cruzou ao acaso
(nada é acaso em festa) aquele olhar zap instantâneo tipo super-herói de
quadrinhos, ele até então tinha conversado papos tipo, donde cê é?
Ela olhava perdida, as pálpebras lhe pesavam, viajando. Chegou no
inquérito, era a vez da boca mandar um lero, daqueles prá mulher
inteligente saber que é manjada, ou a mina saca que o cara é um tampa,
ou que tem coisa. Ar de (fubanga) quem nunca tinha sacado o cara.
- Tô procurando um amigo, a gente ficou de se trombar aqui. O galã se
apresentou com ar de anjo barroco, na verdade era boto rosa, mas
estava pisando macio
- Aí, será que o cara vêm?! Acho que não!
- Como vc sabe? Cê nem conhece.
- Mas é palpite, sei lá! Intuição, telepatia sei lá? Vai uma cerva espera
bronco?

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- Aceito, mas tô afim de ficar só!!! Tudo bem, sua cabeça respondeu
balançando. Trouxe a cerveja para a garota, a serviu e depois se serviu.
Mudara de atitude, viu com bons olhos aquela pagação toda. Não sabia
por quê, sempre que observava aquelas atitudes piegas de alguns caras
sentia repugnância, mas esta se esquecera dela dessa vez.
- Teu nome é?
- Luma. Lúcia Mara, mas detesto nomes compostos.
Ele tentou esboçar algumas teorias sobre o sentido da vida, mas
concluiu que não era a hora. Boto não é bom de papo, rio de boto é pista
de dança.
Bob Marley, dançando juntinhos "No woman no cry", romantismo
prá lá de Nazaré das Farinhas (3.ª capital do régue, depois de Kingston e
São Luís). O fogão com defeito encostado, num canto, as pernas
cúmplices do quadril a levantaram num movimento prá cima do fogão,
clima assim de luau.
Noutro dia se encontraram na faculdade, passou sem notá-lo. Coraça
apertou Zé Cerebral nas cordas, seus botões pensaram se alguém tão
íntimo das pernas gêmeas poderia ser tão indiferente. Zé Cerebral não
entendia e tentava ganhar a luta de Coraça novamente, se agisse rápido
acharia uma razão. A síndrome de boto bateu forte, precisava de caboclas,
suas pernas passaram a conduzí-lo, batia ponto nas festas. Coraça
defendia a tese de que absover o golpe era saudável pois ajudava a definir
os limites do combate, era necessário sentir a porrada. Zé Cerebral já
estava dando sinais de cansaço e resolvendo beijar a lona, mas de repente
se revigorou. Era preciso raciocinar, ir rápido no embalo, golpes
sucessivos, esquivas e defesas.

O estágiário meio bicho-meio gente viu um anúncio no mural.


DIVIDIMOS CASA. Av. D. Antônio, 7740, prédinho.
Procurar Alex ou Renato (Joca)

Tarciso gostou "de graça" dos caras, Zé Cerebral relaxando cada vez
mais, Coraça cada vez mais sentimental e seguro de seus treinos.
Acharam Alex legal, revolucionário, os empregos o procuraram bem cedo,

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gostava de sativa, sua mente se deixava investigar semanalmente, era
libertário, seu prazer era telas e tinta.
Joca gostava das festas, de baseados, de futebol na facu, romântico,
era capaz de mandar uma pá carregadeira de rosas para uma gatinha. O
violão vivia agarrado à Cuca, a barraca também não se desgrudava dele, a
natureza gostava de seu respeito.
O detalhe que mais gostou -além dos caras- era a casa com quatro
quartos, pois se estivesse afim de privacidade se trancaria no quarto e
boa. Tudo às mil ..., já conseguira sair daquela nuvem negra dos egípcios.
Se viam pouco, a vida ia lhes levando. Muitas festas na KZona (votadas
em plenária), minas super ..., vinhos ..., aniversários, tudo era motivo para
festa. Lua-de-mel, clima de comuna, organizado, justo, tudo legal (nos dois
sentidos), não havia eus, mas nós. O parafuso foi lhes apertando, dava
um sangue para as contas. Alê a zero, tinha gasto toda a grana da bolsa
em frutas, baseados e tinta (baseado e tinta vá lá, vive l'art). Artista, não
servia prá Ministro da Fazenda da "KZona". A mãe de Joca estava na
menopausa, nessa fase parou de pingar. Cuca por ser amante da
natureza era o único que reunia condições de ser o Ministro do
Planejamento, equilibrado, vivendo em harmonia com o cosmos. Passaram
a se notar melhor, os caras que ele tinha "gostado de graça", nem tudo
eram flores. Tarciso foi se fechando, trazia suas garotas e não
apresentava para os caras, passou a tratar só da vaquinha da casa, sua
minúscula pérola foi se ostreando.
Até que uma coisa maluca aconteceu. Os caras começaram a
sumir, os via poucas vezes. O Cuca porque trampavam, ele pela manhã e
o outro à tarde. Se trombavam às vezes na faculdade, mas cada um tinha
seu curso e sua patota, as palavras não se encontravam. Só aquele
britânico, e aí beleza? O Alê em outra, sempre estudando dois períodos,
mais as festas, mais os baseados, mais as minas, mais as telas. Joca nem
se fala, tinha uma patota da sala (coisa maluca, escoteirismo) ficava o
tempo todo na casa dos caras e sua sensibilidade e bom gosto finalmente
o contrabandearam para lá. Foram ficando deprimidos, pirão estava a
desandar outra vez. Não carregava um relacionamento por mais de uma
semana, era só aquela visitinha e tchau, nem ele, nem elas tinham pique
para continuar mais nada.

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O maluco, é que os caras começaram a desaparecer mesmo, só
havia sinais deles, o lixo transbordava o cesto, a pia nem Rambo teria
acesso. Tarciso pensava, tô enem aí. Os caras sumiram de vez, Tarciso
pensou que tava pirando. Como era raro entrar no quarto dos
companheiros, ele teve um choque. Se espantou quando notou que cada
um deles tinha um espelho enorme em seu quarto, como o dele e falou:
- Merda isso não pode tá acontecendo, maldição!!!
Mas que maldição? Se não estavam quebrados? As únicas peças que
ficaram na KZona, foram os objetos pessoais e os espelhos.
Tarciso quase pira, aonde estariam os caras meu Deus(nessa
hora só algo superior). E o aluguel? Curiosamente todo dia 12 de pagar o
"bendito", lá tava a grana da parte dos três. Se perguntava, que doidera é
essa? Já estava gostando da idéia, agora ele e sua mina estavam no
jardim do Éden, os dois ao naturelle, na pia do Rambo, na mesa da copa,
no único sofá, em cima das telas e das tintas, dos bonecos que Cuca tinha
deixado para a revista, menos no quarto. Ficando cada vez mais à lá
vonté, vez em quando ouvia vozes no banheiro coletivo da comuna (não
haviam suítes, isso era vício burguês).
- Usaram a minha parte da pasta!!!
Remoía, é o Alê, o cara voltou.
- Afrodite põe os pano que o cara tá aí, respeito com os
companheiros. Foi entrando no banheiro para dar um abraço no cara. Alê
cagava com a porta aberta, revolucionário não tem barreiras, nem
fronteiras.
- Pô cara, onde cê tava? Meu vocês somem, sabe o que é cuidar de uma
casa solo, sem ministério cara, fazer o curso, acadêmicos, trampar fora
e ainda administrar essa "KZona"? Meu, pensei que vcs tinham
morrido, pensei em colocar no jornal. - PROCURA-SE LOS TRÊS AMIGOS-
Conversa mole, o lixo já estava na altura da geladeira que estava servindo
de armário, e o Éden estava cada vez mais freqüente, em cima das
pelancas do Cid Moreira em preto e branco (TV cores luxo burguês).
Tarciso estava mal de ter ficado, não suportava a solidão, mas também
não admitia seus sentimentos, se sentia uma geléia ao falar deles.
- Pô meu, vê se não dá mais nenhuma dessas!!!!

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No momento que Tarciso parte para o abraço gostoso, que era da mais
pura saudade misturada com a raiva e todo stress, cadê o Alê? Percebe
que estava falando só e nem notara que era apenas o seu reflexo no
espelho do banheiro. O banheiro matreiramente começou a brincar de
rodar. Pensou: Espelho, espelho meu, que mancada hein!!! Se a mina me
vê vai pensar que é caso de internação, pô será que foi o baguio cara,
será que tinha mistura? Nem para o espelho ele jogava a toalha. Sentiu
vontade de partir aquele espelho em pedações e pedacinhos de tanta
raiva.
Depois dessa abriu o jogo com o pessoal da faculdade sobre
seus amigos e sobre o que estava acontecendo. As festas fugiram da
KZona, o clima estava cada vez mais prá mar Morto ou é Vermelho?. Nem
o seu hábito de bater ponto nas festas, seduzir e depois arrastar as minas
para o fundo do poço tinham graça. Começaram a perceber qual era a do
Tarciso e começaram a se afastar. Até que um dia estava na sacada da
D. Antônio, admirando o por sol no fundo da Unesp e do outro a lua saindo
na bola. Naquele instante mágico, sol e lua como num feitiço, se
encaravam de frente, depois a lua e o sol não se veriam mais. A balança
da deusa justiça totalmente zerada. Eis que escuta Cuca dizendo:
- Quem emprestou a nossa barraca? Tô precisano dela. Ah!, meu
violão!!! Putz pensei que já tinham carregado.
Tarciso respondeu instantaneamente:
- O Massa levou cara!!! Ele e o Blau-Blau vão pr'uma ilha. Mas tão de
volta semana que vem.
Dessa vez Tarciso pensou; vou pegar leve, senão?
- E aí cara, foi visitar a família no pantanal? Trouxe o quê? Cateto,
Anta, Veado, Surubim, pô cara essas carnes são da hora, e a moçada fica
nessa onda de javali, de capivara. Com essa natureza belíssima, os caras
criam capivara prá rodízio, bah! O que a indiada faz tchê?
De dentro do quarto Cuca convida:
Pôxa eu acho que vou dar um rolê por aí, quer ir cara?
Tarciso começa a matutar, pô o cara fora fica um montão, me deixa com
esse pepino na mão, e quer dar um rolê? Qué que deu nesse cara? Mas
deixa eu ir manero. Tarciso, deu um salto e entrou pelo quarto de Cuca,
pegou o violão do amigo e juntou ao peito e foi logo dizendo:

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- Tudo bem, mas eu escalo o boteco e o som, vc vai tocar prá mim essa
noite!!! Feito?
Quando Tarciso abaixa o violão cadê o rapaz, havia saído, não, não podia
ser, a única saída era para a sacada, foi e nada. O sol se escondeu da lua
bem rápido, novamente o eterno esconde-esconde. Voltou procurando
atrás do biombo, ele estaria se arrumando para sair, o mesmo afivelar do
cinto, investiu no biombo, cadê o cara? Pensou. Mas em sua frente estava
o espelho de Cuca, que não queria refletir nada. Tarciso tentava se
enxergar no espelho, todo empoeirado, pegou uma flanela. Pensou, esse
espelho é novo, não pode tá embaçado. Mas estava, não conseguia se ver,
lembrava com saudade e tristeza dos amigos. Lembrara que Cuca tinha
tiques e era encanado com uma doença, qualquer que fosse. Isso irritava
Tarciso, Cuca tinha um corpo legal e uma saúde de ferro e isso lhe
causava tremenda inveja. Pensava ele, Deus dá asas prá quem não sabe
voar. Tinha o costume de cuspir pela janela, no fundo ele não se
incomodava, mas de tanto Joca se emputecer, ele acabara sendo
contaminado, seus olhos e ouvidos não suportavam mais os escarros
voadores.
Tarciso foi pedir ajuda ao delegado, este disse que não havia
nenhuma passagem dos três "elemento" naquele distrito, mandou
procurar na 47. Tarciso sabia lá onde era essa tal de 47, 54, como pode
ter esses números (parece motel; quarto 530) nem delegacia tinha na citi?
Procurou no Hospital, mandaram Tarciso ao IML, e lá existia isso naquela
birosca?
- Não, não é aqui, é na regional que fica à 110 km.
Foi ao bispo, o bambambam de Cristo que sugeriu a ele mandar rezar uma
missa. Foi à Mãe de Santo do terreiro de Santa Luzia, mas Mãe Helga
Müller disse que era encanto do espelho, magia branca leve muito
conhecida no primeiro mundo, que deixava o encostado doido. O bofe,
segundo Mãe Müller, ia se fechando e só conseguia olhar a metade das
pessoas, quando o encosto arroxava a pessoa ia ficando muito carregada,
cada vez mais cega e não conseguia mais ver os que estavam à sua volta.
- Mãe Helga, estou lhe vendo perfeitio. Com esses dois zóinho que a
terra há de cumê.

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- Mas, eu tô protegida Mein Son, Mãe fez patuá cum raíz de carvaio das
froresta negra, mizifio.
Desperado, Tarciso procurou o último recurso, era lento, mas diziam ser o
melhor. Procurou a papa das psicos, tinham indicado para ele lá na corte.
- Olha rapaz, não precisa ter esse trabalhão todo, tem uma profissional
naquela província de Cana Braba onde você estuda que é referência
nacional. Membro da SBP.
Quando chegou viu aqueles canudões, pensou, eu não vou conseguir
pagar essa porra, ela havia feito um estágio com um assistente do
assistente do auxiliar do maior ocultista da terra, nada menos que o
assistente do assistente do auxiliar do maior pai de santo alemão Carlos
G. Juvenal. Aquela abertura tradicional:
- Como vai, tudo bemmmmmm?!?!?!?
Respirou fundo, matutando... ela deve me achar com cara de milionário,
que não tem onde por dinheiro e vim aqui para bater papo e gastar tufos.
Respondeu na lata:
- Não muito!
- O que isso significa prá você? Não Muito?
Pensou. Xiiii!!!, engrossô. Vô dá logo o relatório.
- Olha, tô com um pobremão, real e virtual, meus amigos desapareceram
e só ficaram espelhos no lugar deles.
- Bem, vc. veio ao lugar certo, quanto vc. acha que vale a sua saúde
mental?
- Fui!!!!!!!!!!!
A casa tinha crescido demais, ele se sentia cada vez menor. O pior
estava por vir. Nas férias, Tarciso teve que ficar trampando naquela citi.
Aconteceu o inevitável, os espelhos desapareceram. Começou a entrar em
surto, babava, não se penteava mais, banho (vishe), começou a fumar
(não baseado) mas droga mesmo, aquelas que detonam o cara e enchem
os bolsos dos milionários. A vida passou a ser um horror para Tarciso, e
pior ele nem tinha mais os espelhos para lembrar dos amigos e nem se
refletir. Entrou em pânico, pensou em suicídio, a vida não tinha sentido,
mas isso era radical. O pânico foi pegando, só sobrou um espelho naquela
casa, o dele. E aí o bicho pegou, Tarciso se sentou em frente ao espelho e

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não viu nada, percebeu que ele era podre e ficava se projetando nos caras
para não se ver. Lembrou dos tempos, nos quais faziam música juntos. A
sala fazia exposições permanentes dos seus quadros, como eram lindos e
ele nunca havia prestado atenção. Joca apesar de ser piegas e pequeno
burguês era um cara supersensível. Pensou que não devia ter pisado com
ele por causa do gás aberto, se a casa explodisse, que explodisse com
todos juntos. Ele estaria morrendo junto com os caras.
Tarciso não se recuperou, vaga por aí tentando
desperadamente achar os caras. Tem absoluta certeza que aqueles meses
de convívio foram os melhores de sua vida, agora anda perambulando
pelas ruas com um espelhinho na mão, buscando dentro de si mesmo o
reflexo e a energia de seus amigos. Chegará um dia à conclusão de que
não precisava de espelhos, a "casa" lhe franqueava o simples e puro
abandono de sua pessoa no espaço comum com os outros. Agora é tarde.
Os caras sumiram de vez. Dançou.

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