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A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO.

A História do cristianismo retrata 2000 anos de história da religião cristã e


suas Igrejas, iniciando-se no ministério de Jesus (Yeshua ben(bar)-Yoseph) e
seus Doze Apóstolos, até a atualidade. O cristianismo iniciou-se no primeiro
século d.C. em Jerusalém, sendo uma religião monoteísta baseada nos
ensinamentos de Jesus Cristo que teria nascido por volta do ano 6 a.C., na cidade
de Belém, na Judéia (Palestina). Ela tornou-se a religião estatal da Arménia, quer
em 301 ou 314, da Etiópia, em 325, da Geórgia em 337 e, em seguida, do Império
Romano em 380. Durante a Era dos Descobrimentos (século XV-XVII), o
cristianismo se expandiu para o mundo. Ao longo da sua história, os cristãos tem
se dividido por disputas teológicas que resultaram em muitas igrejas distintas. Os
maiores ramos do cristianismo são a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa Oriental, e
as igrejas protestantes.

Atualmente o cristianismo possuí cerca de 2,13 bilhões de adeptos, sendo


a maior religião mundial adotada por cerca de 33% da população do mundo. É a
religião predominante na Europa, América, Oceania e em grande parte de África e
partes da Ásia.

Segundo a religião judaica, o Messias, um descendente do Rei Davi, iria


um dia aparecer e restaurar o Reino de Israel.

Jesus Cristo, um judeu, começou a pregar uma nova doutrina e atrair


seguidores, sendo aclamado como o Messias, mas não foi reconhecido como tal
pela unanimidade dos seus concidadãos. Não terá sido o primeiro nem o último a
afirmar-se como Messias. A religião judaica conhece uma longa lista de indivíduos
que declararam ser o Messias, que chega mesmo até ao século XX. Nenhum
deles, todavia, provocou impacto histórico e cultural semelhante ao de Jesus
Cristo.

Jesus Cristo foi rejeitado, tido por apóstata pelas autoridades judaicas. Ele
foi condenado por blasfémia e executado pelos Romanos acusado de ser um líder
rebelde. Seus seguidores enfrentaram dura oposição político-religiosa, tendo sido
perseguidos e martirizados pelos líderes religiosos judeus e, mais tarde, pelo
Estado Romano.

Com a morte e ressurreição de Jesus Cristo, os apóstolos, principais


testemunhas da sua vida, reúnem-se numa comunidade religiosa composta
essencialmente por judeus e centrada na cidade de Jerusalém. Esta comunidade
praticava a comunhão dos bens, celebrava a "partilha do pão" em memória da
última refeição tomada por Jesus e administrava o batismo aos novos
convertidos. A partir de Jerusalém, os apóstolos partiram para pregar a nova
mensagem, anunciando a nova religião aos que eram rejeitados pelo judaísmo
oficial. Assim, Filipe prega aos Samaritanos, o eunuco da rainha da Etiópia é
batizado, bem como o centurião romano, Cornélio. Em Antioquia, os discípulos
abordam pela primeira vez os pagãos e passam a ser chamados de cristãos.
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Paulo de Tarso não se contava entre os apóstolos originais, ele era um


zeloso judeu que perseguiu inicialmente os primeiros cristãos. No entanto, ele
tornou-se depois um cristão e um dos seus maiores, senão o maior missionário
(sem contar o próprio Cristo). Boa parte do Novo Testamento foi escrito ou por ele
(várias epístolas) ou por seus cooperadores (o evangelho de Lucas e os actos
dos apóstolos). Paulo afirmou que Jesus era o Messias profetizado no Antigo
Testamento e que a salvação já não dependia das leis descritas na Torá, mas da
fé em Cristo. Entre 44 e 58 ele fez três grandes viagens missionárias que levaram
a nova doutrina aos gentios e judeus da Ásia Menor e de vários pontos da
Europa.

Nas primeiras comunidades cristãs a coabitação entre os cristãos oriundos


do paganismo e os oriundos do judaísmo gerava por vezes conflitos. Alguns dos
últimos permaneciam fiéis às restrições alimentares e recusavam-se a sentar-se à
mesa com os primeiros. Na Assembléia de Jerusalém, em 48, decide-se que os
cristãos ex-pagãos não serão sujeitos à circuncisão, mas para se sentarem à
mesa com os cristãos de origem judaica devem abster-se de comer carne com
sangue ou carne sacrificada aos ídolos. Consagra-se assim a primeira ruptura
com o judaísmo.

Muitos estudiosos, entre os quais Edward Gibbon, acreditam que o


sucesso desta nova religião deve muito à simplificação operada em Jerusalém, e
que com essa revolução liderada principalmente por Paulo de Tarso, a qual
contradizia a tradição judaica, estavam reunidas as condições necessárias para
expansão desta nova fé. Principalmente a obrigatoriedade da circuncisão era um
factor de detenção para muitos povos gentios. Há até a notícia de povos gentios
no território do Império Romano que visitavam as sinagogas judaicas dos seus
concidadãos sem no entanto se converterem, tal o apelo da religião judaica e a
forte idéia monoteísta.

A este propósito escreve Bertrand Russell em "História da filosofia


ocidental": "As comunidades cristãs que Paulo (de Tarso) fundou em vários
lugares, constituíam-se, sem dúvida, em parte de judeus convertidos, em parte de
gentios que aspiravam a uma nova religião. As certezas que lhe são
características tornavam a religião judaica particularmente atractiva naquele
tempo de esvaimento da crença religiosa; a circuncisão, no entanto, dificultava a
conversão dos homens. Também as regras de alimentação eram incômodas.
Mesmo que estas barreiras fossem as únicas, elas já eram suficientes para tornar
praticamente impossível a disseminação da Religião Hebraica. Através da
influência de Paulo, o Cristianismo reteve das doutrinas judaicas apenas aquilo
que era atraente, sem adoptar as peculiaridades às quais os gentios não
conseguiriam se habituar".

Outros estudiosos atribuem a rápida expansão do cristianismo a uma conjunção


de fatores, dentre eles as seguintes características próprias do cristianismo
primitivo:

 a fuga da perseguição religiosa empreendida inicialmente por judeus


conservadores, e posteriormente pelo Estado Romano;
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 a natureza da fé cristã que propõe que a mensagem de Deus


destina-se a toda a humanidade e não apenas ao seu povo
preferido;
 a determinação dos seguidores de Jesus de divulgar o que ele havia
ensinado a tantas pessoas quantas conseguissem;
 os cultos cristãos eram realizados nas catacumbas de Roma, o que
era diferente para as religiões da época, que, em sua maioria,
tinham seus cultos ao ar livre. Esse fato, das "igrejas subterrâneas"
acabou por preservar um grande acervo de pinturas do tipo afresco,
sendo os locais verdadeiros tesouros arqueológicos;
 um dos símbolos iniciais foi o peixe, que simbolizava também os
pescadores e as camadas menos favorecidas em geral;
 os cristãos pregavam a paz incondicional, ou seja, eram contra as
guerras;
 como o judaísmo, era monoteísta.

Os que pensam desse modo reputam a ruptura com os ritos judaicos como
uma conseqüência da expansão do cristianismo entre os não-judeus, e não como
sua causa. A narrativa da perseguição religiosa, da dispersão dela decorrente, da
expansão do cristianismo entre não-judeus e da abolição da obrigatoriedade dos
ritos judaicos pode ser lida no livro de Atos dos Apóstolos.

De resto, os cristãos adotam as regras e os princípios do Novo


Testamento. Também o espírito missionário dos primeiros cristãos é
desconhecido no Judaísmo. O Judaísmo é visto como uma religião baseada num
código de conduta requerido aos seus praticantes, não tendo o propósito de
converter a humanidade como o Cristianismo ou o islão.

Em Junho do ano 66 inicia-se a revolta judaica. Em Setembro do mesmo


ano a comunidade cristã de Jerusalém decide separar-se dos judeus insurrectos,
seguindo a advertência dada por Jesus de que quando Jerusalém fosse cercada
por exércitos a desolação dela estaria próxima, e exila-se em Pela, na
Transjordânia, o que representa o segundo momento de ruptura com o judaísmo.

Após a derrota dos judeus em 70, com a destruição do Segundo Templo,


há uma reunião de sobreviventes em Jebneh, uma cidade nas Planícies de
Sharon, perto de Joppa. Esta conferência produziu resultados importantes: a seita
dos Fariseus ganhou importância, tendo conseguido influenciar a legislação que
acabou por ser adoptada. Os judeus voltariam a tentar a revolta por intermédio do
suposto Messias Bar Cochba, derrotado em 135. (Ver: Revoltas dos Judeus
contra a ocupação pelo Império Romano). Nesta grande revolta, os cristãos
tinham razões acrescidas para não participar. Bar Cochba tinha sido nomeado
Messias pelo Rabi Aquiva. Os cristãos achavam que o Messias tinha sido Jesus e
não Bar Cochba. Não participaram na revolta. Em 135 todos os judeus foram
expulsos de Jerusalém, após a derrota do suposto Messias Bar Cochba.

Para o Cristianismo o período que se abre em 70 e que segue até


aproximadamente 135 caracteriza-se pela definição da moral e fé cristã, bem
como de organização da hierarquia e da liturgia. No Oriente, estabelece-se o
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episcopado monárquico: a comunidade é chefiada por um bispo, rodeado pelo


seu presbitério e assistido por diáconos.

Gradualmente, o sucesso do Cristianismo junto das elites romanas fez


deste um rival da religião estabelecida. Embora desde 64, quando Nero havia
mandado supliciar os cristãos de Roma, se tivessem verificado perseguições ao
Cristianismo, estas eram irregulares. As perseguições organizadas contra os
cristãos surgem a partir do século II: em 112 Trajano fixa o procedimento contra
os cristãos. Para além de Trajano, as principais perseguições foram ordenadas
pelos imperadores Marco Aurélio, Décio, Valeriano e Diocleciano. Os cristãos
eram acusados de superstição e de ódio ao género humano. Se fossem cidadãos
romanos eram decapitados; se não, podiam ser atirados às feras ou enviados
para trabalhar nas minas.

Durante a segunda metade do século II assiste-se também ao


desenvolvimento das primeiras heresias. Tatiano, um cristão de origem síria
convertido em Roma, cria uma seita gnóstica que reprova o casamento e que
celebrava a eucaristia com água em vez de vinho. Marcião rejeitava o Antigo
Testamento, opondo o Deus vingador dos judeus ao Deus bondoso do Novo
Testamento, apresentado por Cristo; ele elaborou um Livro Sagrado feito a partir
de passagens retiradas do Evangelho de Lucas e das epístolas de Paulo. À
medida que o Cristianismo criava raízes mais fortes na parte ocidental do Império
Romano, o latim passa a ser usado como língua sagrada (nas comunidades do
Oriente usava-se o grego).

Durante o século III, com o relaxamento da intolerância aos cristãos, a


Igreja havia conseguido muitos donativos e bens . Porém com o fortalecimento da
perseguição pelo imperador Diocleciano, esses bens foram confiscados.
Posteriormente com a derrota de Diocleciano e a ascensão do imperador romano
Constantino, o cristianismo foi legalizado pelo Édito de Milão de 313, e os bens da
Igreja devolvidos.[5]

A questão da conversão de Constantino ao Cristianismo é uma tema de


profundo debate entre os historiadores, mas em geral aceita-se que a sua
conversão ocorreu gradualmente. Como maneira de fazer penitência[5][6],
Constantino ordenou a construção de diversas basílicas e outros templos e as
doou à Igreja[5]. Dentre elas, uma basílica em Roma no local onde, segundo a
Tradição, o apóstolo Pedro estava sepultado e, influenciado pela sua mãe, a
imperatriz Helena, ordena a construção em Jerusalém da Basílica do Santo
Sepulcro e da Igreja da Natividade em Belém.

Para evitar mais divisões na Igreja, Constantino convocou o Primeiro


Concílio de Nicéia em 325, onde se definiu o Credo Niceno, uma manifestação
mínima da crença partilhada pelos bispos cristãos.[5]

Mais tarde, nos anos de 391 e 392, o imperador Teodósio I combate o


paganismo, proibindo o seu culto e proclamando o Cristianismo religião oficial do
Império Romano.
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O lado ocidental do Império cairia em 476, ano da deposição do último imperador


romano pelo "bárbaro" germânico Odoacro, mas o Cristianismo permaneceria
triunfante em grande parte da Europa, até porque alguns bárbaros já estavam
convertidos ao Cristianismo ou viriam a converter-se nas décadas seguintes. O
Império Romano teve desta forma um papel instrumental na expansão do
Cristianismo.

Do mesmo modo, o cristianismo teve um papel proeminente na


manutenção da civilização européia. A Igreja, única organização que não se
desintegrou no processo de dissolução da parte ocidental do império, começou
lentamente a tomar o lugar das instituições romanas ocidentais, chegando mesmo
a negociar a segurança de Roma durante as invasões do século V. A Igreja
também manteve o que restou de força intelectual, especialmente através da vida
monástica.

Embora fosse unida lingüisticamente, a parte ocidental do Império Romano


jamais obtivera a mesma coesão da parte oriental (grega). Havia nele um grande
número de culturas diferentes que haviam sido assimiladas apenas de maneira
incompleta pela cultura romana. Mas enquanto os bárbaros invadiam, muitos
passaram a comungar da fé cristã. Por volta dos séculos IV e X, todo o território
que antes pertencera ao ocidente romano havia se convertido ao cristianismo e
era liderado pelo Papa. Missionários cristãos avançaram ainda mais ao norte da
Europa, chegando a terras jamais conquistadas por Roma, obtendo a integração
definitiva dos povos germânicos e eslavos.

 de Jesus Cristo. Veja também uma data alterantiva calculada com base na
Profecia das 70 semanas.
 c.33 d.C - Data provável da crucificação de Jesus.
 70 - Destruição do Segundo Templo de Jerusalém.
 135 - Revolta do Messias Bar Cosiba que termina com a derrota dos
judeus, que em decorrência deste facto são expulsos de Jerusalém.
 312 - Vitória de Constantino sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio.
Torna-se o imperador Constantino I. O novo imperador de Roma é o
primeiro a ser tolerante para com os cristãos.
 325 - Inicia-se o Primeiro Concílio de Niceia.
 380 - Teodósio I declara o cristianismo a religião oficial do Império
Romano.
 380 - Jerónimo traduz a Bíblia para o Latim.
 476 - Queda do Império Romano do Ocidente com a deposição do último
imperador romano pelo germânico Odoacro.
 1054 - Primeiro grande cisma do Cristianismo, com a separação entre a
Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica.
 1517 - Martinho Lutero afixa as suas 95 teses na porta da Igreja de
Wittenberg. Este é veio a ser considerado o marco de início da Reforma
Protestante na Europa.
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IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ORTODOXA.

A Igreja Ortodoxa , também conhecida como Igreja Católica Apostólica


Ortodoxa ou Igreja Ortodoxa Oriental, é uma Igreja cristã que separou-se da
Igreja Católica Apostólica Romana no século XI,[2] tendo quase mil anos, seus fiéis
são chamados de cristãos ortodoxos. Sua doutrina é muito semelhante à da Igreja
Católica, preservando os sete sacramentos, o respeito a ícones, o uso de roupas
litúrgicas nos seus cultos (denominados de divina liturgia), sendo uma das
diferenças significativas o fato de desconsiderar a liderança papal, embora presta-
lhe respeito.

O Primeiro Concílio de Niceia em 325, estabelece a Pentarquia, em que a


Igreja foi organizada sob cinco patriarcas, os bispos de Jerusalém, Antioquia,
Alexandria, Constantinopla e Roma, sendo o Bispo de Roma considerado o
primus (primeiro) entre os patriarcas, embora muitos interpretem esse título como
o primus inter pares (primeiro entre iguais). Porém, quando a residência do
Imperador e do Senado foi transferida para Constantinopla (em 330 d.C), o
papado por consequência perdeu influência e especialmente o Bispo de
Constantinopla, teve sua autoridade aumentada consideravelmente sobre as
igrejas orientais, embora Roma continuasse tendo uma autoridade especial
devido à sua ligação com São Pedro.[3]

Uma série de dificuldades complexas (disputas doutrinárias, Concílios


disputados, a evolução de ritos separados e se a posição do Papa de Roma era
ou não de real autoridade ou apenas de respeito) levaram à divisão em 1054 que
dividiu a Igreja entre a Igreja Católica no Ocidente e a Igreja Ortodoxa no Leste
(Grécia, Rússia e muitas das terras eslavas, Anatólia, Síria, Egipto, etc.). A esta
divisão chama-se o Cisma do Oriente.

Funcionamentos.

A Igreja Ortodoxa é formada por diversas Igrejas orientais cristãs (como por
exemplo a Igreja Ortodoxa Grega, Igreja Ortodoxa Russa) que professam a
mesma fé e, com algumas variantes culturais, praticam basicamente os mesmos
ritos. O chefe espiritual das Igrejas Ortodoxas é o Patriarca de Constantinopla,
embora este seja um título mais honorífico, uma vez que os patriarcas de cada
uma dessas igrejas são independentes. A maior parte das Igrejas ortodoxas,
todas elas em comunhão umas com as outras, usam o rito bizantino.

Para os ortodoxos, o chefe único da Igreja, e sem intermediários,


representantes ou legatários, é o próprio Jesus Cristo, desconsiderando assim a
autoridade do Papa, embora dedica-lhe respeito. A autoridade suprema na Igreja
Ortodoxa é o Santo Sínodo Ecumênico, que se compõe de todos os patriarcas
chefes das igrejas autocéfalas e os arcebispos-primazes das igrejas autônomas,
que se reúnem por chamada do Patriarca Ecumênico de Constantinopla.

A autoridade suprema regional em todos os patriarcados autocéfalos e


igrejas ortodoxas autônomas é da competência do Santo Sínodo Local. Uma
igreja autocéfala possui o direito a resolver todos os seus problemas internos em
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base a sua própria autoridade, tendo também o direito a remover seus próprios
bispos, incluindo o próprio patriarca, arcebispo ou metropolita que presida esta
Igreja.

A Igreja Ortodoxa reconhece sete Concílios Ecumênicos: Nicéia,


Constantinopla, Éfeso, Calcedônia, Constantinopla II, Constantinopla III e Nicéia
II.
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IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA BRASILEIRA

Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB) é uma dissidência da Igreja


Católica Apostólica Romana, criada a 6 de julho de 1945 no Brasil, por Dom
Carlos Duarte Costa, Bispo de Maura, extinta cidade africana.

Houve várias tentativas de fundar uma Igreja católica nacional no Brasil. Na


Confederação do Equador, o Frei Caneca fez sua proposta, durante o período
regencial, pelo padre Diogo Antônio Feijó, que era contra o celibato clerical. O
intelectual Rui Barbosa defendia essa ideia. Também em 1912, o cônego Manuel
Carlos de Amorim Correia, pároco de Itapira, no estado de São Paulo, foi
excomungado e iniciou a Igreja Católica Nacional, todavia foi morto em
circunstâncias suspeitas.

A Igreja Católica Apostólica Brasileira foi fundada pelo bispo D. Carlos


Duarte Costa, antigo bispo Católico Romano da Diocese de Botucatu. Destituído
dessa diocese por motivos administrativos, ele foi designado como bispo titular de
Maura, uma extinta diocese do Norte da África. D. Carlos era um duro crítico do
regime de Getúlio Vargas e da aliança do Vaticano com os regimes totalitários.
Também pregava contra a doutrina da infalibilidade papal e a favor de uma atitude
liberal quanto ao divórcio e a liberdade para os clérigos se casarem, e também
defendia e realizava todos os atos litúrgicos em língua vernácula, em nosso caso,
em português.

Em 1944 foi preso por ordem do governo, a pedido do núncio apostólico,


meses depois por pressões internacionais encabeçadas pelo presidente norte-
americano Franklin Delano Roosevelt e pelo primeiro-ministro britânico Winston
Churchill fizeram com que o governo federal o libertasse. Em 1945, D. Carlos
denunciou uma alegada Operação Odessa, segundo ele organizada pelo
Vaticano para permitir a fuga de oficiais nazistas. D. Carlos ignorou a
excomunhão e, em 6 de julho de 1945, no Rio de Janeiro, fundou juridicamente a
Igreja Católica Apostólica Brasileira, ocasião em que foi excomungado pelo Papa
Pio XII. Semanas depois, especificamente em 18 de agosto lançou o "Manifesto à
Nação".

D. Carlos ordenou como bispo um mês depois a D. Salomão Barbosa


Ferraz, que uniu sua Igreja (fundada em 1936) com a ICAB. Em 1949, o
Presidente Eurico Gaspar Dutra tentou limitar a ação da ICAB e o caso foi parar
no Supremo Tribunal Federal que negou Segurança à Liberdade Religiosa e a
legalidade da ICAB. Dom Carlos, depois da decição do STF, adaptou as vestes, a
liturgia, e as práticas públicas da nova Igreja e continuou sua tarefa de criar,
sustentar e difundir uma igreja popular e nacional.

Vários foram os padres e bispos ordenados por D. Carlos Duarte Costa e


pela ICAB no Brasil e exterior, todos eles excomungados (não
confirmado)automaticamente no ato da ordenação, como prevê o Código de
Direito Canônico, sendo o primeiro dele, o ex-pastor presbiteriano e depois
anglicano e ainda mais tarde fundador da Igreja Católica Livre do Brasil, Dom
Salomão Ferraz. Dom Salomão foi sagrado por Dom Carlos Duarte Costa em
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1945, mas, em 1959, foi reconciliado e aceito na Igreja Católica Apostólica


Romana pelo Papa João XXIII, e foi bispo conciliar de Concílio Vaticano Segundo.

Com Dom Salomão Ferraz, vieram alguns padres e muitos fiéis que
integravam a sua Igreja Católica Livre do Brasil, entre eles o padre Geraldo
Albano de Freiras, que na década de 80, já como bispo, se tornou o principal
teólogo e historiador da ICAB ligado à Teologia da Libertação, que escreveu entre
outros os livros: Igreja Brasileira, Abençoada Rebeldia- 1987 e Sob o Signo da
Liberdade, Fragmentos da História e Argumentos Teológicos da ICAB - 1988
ambos editado pelo CET-ICAB, Centro de Estudos Teológico da ICAB.

Depois da morte de D. Carlos em 1961 surgiram várias disputas que


levaram à efetivação de dissidências, a essa época D. Salomão Ferraz já havia
passado à Igreja Católica Apostólica Romana, que reconheceu e acatou a
validade da sua ordenação episcopal. D. Carlos Duarte Costa foi canonizado pela
ICAB no Concílio de 1970 com o título de São Carlos do Brasil.

Atualmente, a chefia da ICAB é exercida por bispos reunidos em Concílio,


denominado Concílio Nacional, presidido por Dom Josivaldo Pereira de Oliveira,
também conselheiro presidente do Conselho Episcopal. Possui 48 bispos atuando
em 38 dioceses, servindo quinhentos mil fiéis.

Pioneirismos e ideolgia

A Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB) foi a pioneira em:

 Abolir o uso da batina fora dos cultos, atos litúrgicos e missas. Isto significa
que, fora das missas o padre e o bispo deveriam usar a veste civil.
 Abolir o latim dos cultos, atos litúrgicos e missas, passando ao uso do
idioma nacional.
 Ministrar o Santo Sacramento do Matrimônio para os desquitados e,
posteriormente, para os divorciados. Com a devida comprovação.
 Abolir o celibato clerical obrigatório, isto é, passou a permitir o casamento
dos padres e bispos.
 Abolir a confissão auricular (no ouvido do padre. Na ICAB, a confissão é
feita diretamente a Deus).
 Assumir compromisso explícito com a superação das condições de
pobreza e miséria do povo;
 Adotar a pregação de um regime político econômico mais concorde com os
ditames do Evangelho (um certo socialismo cristão), tendo inclusive
fundado o Partido Socialista Cristão, que participou das eleições de 02 de
dezembro de 1945.

Tudo isto, na época, foi considerado uma verdadeira insanidade, loucura, por
parte da Igreja Católica Romana, à qual D. Carlos Duarte Costa pertencera.

Na ICAB não há cursos para batismos e casamentos. Os ministros destes


sacramentos fazem uma simples pregação a respeito da importância do ato
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sacramental pouco antes de o ministrarem e logo em seguida formalizam o rito de


acordo com a matéria, forma e intenção.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE A IGREJA BRASILEIRA E A ORTODOXA?

São muitas. Enquanto os católicos seguem fielmente o papa, os ortodoxos


possuem maior independência: a única função do patriarca - o cargo mais alto
em sua hierarquia - é manter a unidade da Igreja. As cruzes também não são
iguais: a dos ortodoxos tem três barras. A de cima foi acrescentada por
acreditarem que teria servido para a famosa inscrição INRI (abreviação de
Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus).
A de baixo teria recebido os pés de Cristo, pregados em separado e não juntos
como crêem os católicos. Existem ainda outras diferenças ritualísticas (veja a
tabela abaixo). Até o final do século X, as duas igrejas eram uma só, com os
católicos de hoje radicados na Europa Ocidental e os ortodoxos ao leste, na
Grécia e na Turquia. "A Igreja Ortodoxa surgiu com o objetivo de espalhar o
Cristianismo pelo Oriente", afirma o teólogo Rafael Rodrigues da Silva, da PUC-
SP. Com o tempo, as diferenças culturais criaram várias rusgas entre elas,
como a que diz respeito à língua oficial dos cultos: os cristãos do Ocidente
queriam o latim, enquanto os do Oriente não abriam mão do grego e do
hebraico. A separação veio em 1054, no chamado Cisma do Oriente. Os
ortodoxos questionavam a autoridade papal e não aceitaram a interferência de
um cardeal enviado pelo papa Leão IX a Constantinopla, na Turquia. Resultado:
o patriarca Miguel Cerulário foi excomungado pelo Vaticano.
Cerulário deu o troco excomungando os católicos e consolidando o rompimento.
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APARIÇÕES.

PRIMEIRA APARIÇÃO:

            Era uma linda tarde de sábado, 19 de setembro de 1987. Iniciava-se a


primavera e um novo tempo de revelações e bênçãos celestiais.

Na tranqüila Fazenda Barro Vermelho, onde viviam o Sr. Antônio, sua


esposa Maria José (D. Tilica), e seus 7 filhos: Irene (Noca), Geraldo (Ladinho),
Irenize (Nizinha), Marilda, Euclides (Digão), Juliana e Antônio Augusto (Toninho).
Tudo transcorria costumeiramente normal.

Os filhos mais velhos trabalhavam, e os mais novos brincavam juntamente


com os primos: Íris, José Mário, Inezinha e Fabiana.

Euclides e José Mário haviam saído para pescar.

Por volta das 14:30hs, a Marilda, a Íris, a Inezinha e a Fabiana estavam


brincando num valo próximo à casa cercado de gigantescas árvores, que exibiam
cipós de todos os tamanhos.

Elas ouviram fortes badaladas de sinos, e percebendo uma grande


mudança no local, que havia se escurecido como para um forte temporal, saíram
em direção à casa.

Ao se afastarem do valo, elas viram o sol a brilhar intensamente e


chamaram a Juliana, que estava na varanda da casa para ver o que estava
acontecendo.

Quando entraram novamente no valo, a Marilda, a Íris e a Juliana se


assustaram ao ver, segundo elas, um fantasma flutuando no ar.

Correram a chamar pelo pai que, com uma foice na mão, percorreu
minuciosamente o local sem nada encontrar.

As crianças, ao serem repreendidas pelo Sr. Antônio relataram o seguinte:


a sobrinha Íris disse que sua vestimenta era branquinha. Juliana, por sua vez
disse que Ela tinha a cabeça branca. E a Marilda viu que seus pés estavam
descalços e não tocavam o chão, mas sim uma pequena nuvem como que de
algodão. A Fabiana e a Inezinha nada tinham visto.

Orientadas pelo pai, retornaram ao local juntamente com Irenize - uma irmã
mais velha - para rezar e pedir a Deus proteção.
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Quando iniciaram a oração do Pai Nosso, Juliana, Íris e Marilda


exclamaram juntas: “Estou vendo uma linda mulher no céu.” Irenize prostrou-se
por terra a dizer: “Eu não vejo porque sou pecadora!”

O Sr. Antônio aproximando-se, tomou Juliana nos braços, que lhe disse:
“Ela é linda demais , eu não consigo olhar para Ela sem chorar! O senhor não
está vendo porque está cego!”

A mulher neste momento colocou a mão esquerda no coração e com a


outra chamava as crianças para si.

Ainda com a Juliana nos braços, o Sr. Antônio tentou se aproximar da


mulher que, afastando-se e elevando-se, sumiu no céu.

No dia seguinte, após ajudar na Santa Missa, o Sr. Antônio. contou o


acontecido ao Pároco Frei Joaquim, que dele recebeu a seguinte orientação:
“Reze e deixe que as coisas aconteçam naturalmente. Não conte para ninguém e
procure observar se a tal mulher trás consigo um véu, porque o véu é o símbolo
da virgindade de Nossa Senhora.

Mas uma das sobrinhas do Sr. Antônio, contou para uma amiga, que
contou para uma prima...

A notícia se espalhou por toda redondeza e a rotina da família nunca mais


foi a mesma. Muitos fatos extraordinários aconteceram, principalmente nos
corações daquela humilde família que, sem saber, se abria para o maior
acontecimento de suas vidas.

Marilda Cleonice de Santana, tinha por ocasião desta primeira aparição 12


anos, sua irmã Maria Juliana Xavier de Santana tinha 8 anos e sua prima Íris 10
anos.

Nossa Senhora nada disse nesta primeira aparição, somente chamava


com gestos as crianças para o seu coração.

HISTÓRIA DO CANECO

Deus quis provar se a família escolhida para receber a Rainha do Céu


estava apta para a grandiosa graça, e enviou uma visita inesperada...

Estando o Sr. Antônio e o seu filho Geraldo a capinar a fazenda, avistaram


uma mulher, sentada perto da fonte de água. Aproximaram-se dela até uma certa
distância, e começaram a conversar...

Ela disse que vinha da Bahia e que estava fazendo uma caminhada a pé,
para a Cidade de Aparecida, ao Norte de São Paulo. E que não seguiria viagem,
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sem conhecer Piedade dos Gerais. Relatou ser mãe de dois filhos, um grande e
outro pequeno.

Ao ser repreendida por não conseguir chegar ao seu destino, devido à


longa distância, ela deu a seguinte resposta: “Vou meu filho, porque confio em
Deus, e com Deus a gente vai longe! Eu ando devagar, mas não me canso.
Nossa Senhora Aparecida é muito milagrosa, e eu quero alcançar a graça de
curar a minha vista. Meu filho, a coisa mais triste é a gente não enxergar a luz do
dia.”

Segundo ela, seu Marido, o Mírio, estava limpando um lote na casa do


Padre. Seu modo de falar era muito diferente, assim como as palavras: pareciam
ter outro sentido.

Ela procurava por água corrente, para lavar suas vasilhas, disse ela: “A
pobreza Deus ama, mas a sujeira Deus detesta.”

Ela encontrou a água como queria, mas segundo ela, mais importante do
que lavar as suas vasilhas era aquele acontecimento, aquele encontro, e aquela
acolhida da família.

A seguir, ela caminhou em direção à fonte, e tomou daquela água. Seu


caminhar era sereno e delicado. Não se podia notar o mover de seus passos.

Ela pediu ao Sr. Antônio uma vasilha, para que pudesse levar e continuar
tomando daquela água. Então o Sr. Antônio trouxe água, biscoitos e um caneco
com café e leite.

Ela agradeceu: “Como você é caridoso e sabe partilhar o que tem!”

Enquanto tomava o café com leite, ela fez algumas revelações a respeito
da descendência do Sr. Antônio e da sua família.

Ao se despedir, agradeceu a todos, pegando na mão de cada um, e disse:


“Eu agradeço muito este tempo que vocês estiveram aqui comigo, foi de uma
importância muito grande, fui muito bem recebida! Eu não vou me esquecer de
vocês, e quero que vocês não se esqueçam de mim.”

Pensando o Sr. Antônio em se tratar de uma leprosa, resolveu inutilizar o


caneco. E na cidade confirmou com várias pessoas a passagem da
desconhecida. Todos confirmaram ser ela uma índia leprosa. Mas as suas vestes
eram diferentes em cada lugar por onde havia passado. Porém, com a mesma
serenidade, por eles nunca vista. Ela pegou na mão de algumas pessoas e disse
a elas que estavam abençoadas.

Na casa paroquial, também foi confirmada a passagem da andarilha. Só


que lá ela não tinha nenhuma bagagem, por isso ganhou um par de chinelas.
14

E o nome que foi dado pelas crianças à andarilha:é “MÍRIA”, a mulher do


Mírio!

Algum tempo depois, Deus enviou Nossa Senhora a essa mesma família:
humilde, simples e acolhedora. Família capaz de acolher sem distinção a todos os
que procuram, como a Míria, “água corrente.”

Em uma aparição, Sr. Antônio pediu à vidente, que perguntasse à Nossa


Senhora pela pobre Míria. Nossa Senhora deu a seguinte resposta: “Aquela
pobre que esteve aqui, esteve a mandado de Deus. Se ela não tivesse sido
acolhida, aqui ela ia morrer. Mas como o pai destas crianças foi acolhedor,
ela pôde sobreviver e seguir a caminhada até Crucilândia, onde morreu.
Então o anjo Gabriel disse para Deus: “Na entrada de Crucilândia tem uma
pobre morta”. Deus disse: “Traga-a para o Céu.” Hoje ela está no Céu, e é a
Santa Rosa Míria. Dê um recado a seu pai: Aquele caneco, onde aquela pobre
tomou café com leite e ele não usa, diz a ele que pode usar porque não faz mal
nenhum.”

O caneco ainda hoje existe, embora um pouco amassado, gasto pelo


tempo e pelas pessoas que pedem para tomar água no mesmo caneco que a
pobre Míria tomou.

SEGUNDA APARIÇÃO

 
            A Fazenda Barro Vermelho tornava-se cenário para maravilhosos
acontecimentos após a primeira manifestação da Virgem Maria.

Orante e silenciosa, a família observara os conselhos do pároco Frei


Joaquim. Cada qual na sua humildade, nas suas tarefas diárias aguardava a
realização do Plano de Deus, sem sequer imaginar a sua grandiosidade.

Nada era igual na fazenda, a natureza parecia festejar. Até o cantar dos
pássaros era diferente. Todos notavam.

Estando a família na varanda da casa, Marilda e a Juliana avistaram bem


no alto do monte - onde posteriormente veio a ser o local das aparições - Maria
Santíssima, com uma vela acesa na mão. Atrás dela havia um cruzeiro luminoso,
e muitos carneirinhos em volta.

Ao narrarem essa visão, Sr. Antônio confiante colocou a sua vontade nas
mãos de Deus e os dias foram passando.

No sábado seguinte - 26 de setembro de 1987 - veio a D. Terezinha, mãe


da Íris, conversar pessoalmente com a família do Sr. Antônio sobre os
acontecimentos do sábado anterior.
15

Enquanto conversavam, Maria Santíssima apareceu sentada no ar com um


terço nas mãos e uma linda criancinha em seus braços.

Imediatamente a Marilda, a Juliana e a Íris saíram correndo como se não


existisse nenhum obstáculo e chegaram ao local em que se dava a aparição.

Cuidadosamente as três perguntaram: “Quem é a Senhora?”

Maria Santíssima deu um sorriso e disse: “Sou a Mãe de vocês!”

Sem entender o sentido destas palavras, perguntaram novamente: “Qual é


o seu nome?”

Neste momento a criança desapareceu de seus braços e com uma varinha


prateada escreveu no ar com letras brilhantes: “EU SOU A IMACULADA
CONCEIÇÃO, A MÃE DE JESUS! SOU NOSSA SENHORA!”

As crianças perguntaram então o que Ela desejava, e aí apareceu em suas


mãos uma bola escura. Por cima da bola havia uma cruz brilhante. Depois Ela
mostrou uma vela acesa e um buquê de rosas brancas, com uma única rosa
vermelha ao centro. Ela pediu que fossem à missa e rezassem muito, e que
estivessem naquele local todos os sábados às 14:30 horas.

No principio as mensagens eram escritas no ar pela Virgem Santíssima. A


Marilda e a Íris apontando com o dedo iam lendo. Como a Juliana não sabia ler,
ela escutava e transmitia a mensagem ao povo juntamente com a irmã Marilda e
a prima Íris.

Assim as aparições começaram a acontecer todos os sábados,


posteriormente passando também aos domingos, até chegarem a ser
diariamente.

Com as mensagens veio a explicação dos símbolos da segunda aparição:


A bola negra representa o mundo nas trevas; a cruz brilhante por cima nos lembra
que Jesus deu a sua vida por nós; a vela acesa nos diz que somente a Luz de
Cristo pode salvar a humanidade. O buquê de rosas brancas com uma rosa
vermelha no centro quer dizer que todos têm o mesmo sangue do seu Filho
Jesus. A criança nos braços representa todos os filhos de Deus. E o terço, pedido
urgente de oração e de conversão
16

Vale da Imaculada Conceição, Piedade dos Gerais MG, dezembro de 1998

TESTEMUNHO DE LUIZ DE JESUS - SALVADOR - BA

“A VISÃO NOTURNA”

No sábado da Semana Santa de 1994, deixamos a cidade de Irecê em um


ônibus da empresa “Águia Branca”. Era uma madrugada fria e chuvosa. Estava
cansado da longa viagem que se prolongava, devido a termos nos perdido por
várias vezes nas estradas mineiras. Foi a primeira vez que em vinte e cinco anos
de profissão de motorista, eu quis desistir da viagem e voltar para casa.

A estrada estava muito ruim. Retornamos à cidade de Crucilândia por duas


vezes. Esta era distante apenas 22Km do município de Piedade dos Gerais e não
conseguíamos chegar ao nosso destino. Tudo me fazia lembrar do aconchego do
meu lar, de minha esposa e de meus dois filhos.

Nas mesmas condições se encontrava o outro motorista que comigo se


revezava de vez em quando. Entre os passageiros, alguns dormiam, mas, muitos
rezavam quase durante todo o tempo da viagem, desde que havíamos saído de
Irecê (BA). Especialmente rezavam naquele momento por mim, pois me
encontrava impaciente e agitado.

Estávamos próximos da cidade de Moeda. Repito, chovia muito! Eu estava


desorientado, sem saber que rumo tomar. O relógio marcava 03:20 horas da
manhã. Quase sem acreditar no que via, parei o ônibus na estrada, ao lado de
uma jovem que se trajava de branco, com seus longos cabelos castanhos soltos.
Não usava nada na cabeça e estava descalça.

Perguntei a ela o caminho para Piedade e ela simplesmente me disse que


estávamos no caminho certo.

E ela seguiu o caminho dela e nós seguimos o nosso. Percebi que alguns
passageiros observavam pela janela a jovem que seguia sozinha pela estrada
deserta.

Ao amanhecer, finalmente chegamos à cidade de Piedade dos Gerais e


avistamos o Vale da Imaculada. Senti-me aliviado por cumprir meu dever, mas,
confesso que desejaria não estar ali. O ônibus não podia descer. Havia muito
barro e provavelmente, teria agarrado na estreita estrada que dava acesso à
Comunidade.
17

Os passageiros foram descendo devagarinho. Sem entender o que estava


acontecendo, fomos recebidos com cantos e muita alegria.

No Vale não há pensão, nem comércio algum.

Naqueles dias, havia no Vale somente uma capelinha e algumas poucas


casas nas quais os passageiros foram sendo acolhidos.

Eu estava sentado em um coxo (local onde os animais se alimentam)


quando um senhor de nome Francisco me convidou a entrar e conhecer a
pequena capela. Dei algumas desculpas, mas, não foram convincentes. Ele
insistiu, até que resolvi entrar juntamente com o outro motorista.

Eu não era católico praticante e raramente entrava em uma igreja para


rezar. E há muitos anos não me confessava e não acreditava em aparições,
milagres, ou revelações. Mas entramos na capelinha. Quando vimos um quadro
na parede, meu colega exclamou: “Luiz! Olha o retrato da criatura que a gente viu
de madrugada!”

Assustado, perguntei quem era a moça do retrato e me responderam: “É a


Virgem Maria, a Imaculada Conceição, Mãe de Jesus. É um retrato falado de
como Ela aparece aqui.” Sem acreditar no que estávamos ouvindo, caímos de
joelhos pois a jovem da madrugada era idêntica à do quadro! Este fato foi
confirmado pelos passageiros que também a viram.

Hoje estou aqui pela segunda vez. Vim agradecer ao Céu a graça de ter
visto e falado com a Mãe de Deus. Tenho sua imagem gravada mais que na
mente, no meu coração. Graças a Ela sou um homem que hoje tenho fé! E não
tenho como não ter fé! Mudei de vida e sou muito feliz. Por onde passo, deixo o
meu testemunho e louvo a Deus por tanto amor em enviar Maria Santíssima à
Terra, especialmente em Piedade dos Gerais.
18

Histórico da Cidade de Piedade dos Gerais – MG

  Não se sabe ao certo o ano de fundação do arraial de Nossa Senhora da


Piedade dos Gerais. Porém, foram encontrados dois documentos no arquivo da
Arquidiocese de Mariana que, ao abordarem a fundação de sua Capela, deixaram
indícios de suas origens.

            Eis o teor da provisão: (Tal qual como foi extraído do documento que data
de 16 de março de 1754)

                        “ ... D. Frei Manoel da Cruz // Bispo // Fazemos saber q. atendendo


vos ao q. por sua petição (...) a dizer q. moradores e aplicados da Capela de
Nossa Senhora dos Campos Gerais filial da Freguesia de Nossa Senhora da
Conceição das Congonhas do Campo Havemos por bem ... conceder licença,
pela presente nossa Provisão para q. possamos erigir uma nova Capela de
Nossa Senhora da Piedade no mesmo lugar onde existia outra da mesma
Senhora, que (...) demolida, ficando somente a Capela para nela Celebrarem os
Ofícios Divinos, enquanto se conclui a nova Capela ... ”

            O documento atesta que a fundação da Capela de Nossa Senhora da


Piedade ocorreu em 1754. O surpreendente é registrar a existência de um templo
anterior, do qual ainda permanecia intacta a Capela-mor daquela época. Este
registro deixa indícios de que o povoado poderia ser originário de finais do século
XVII ou XVIII, embora não tenha sido encontrado nenhum outro documento que
comprovasse a hipótese levantada.

            Em 1836, a população de Piedade apresentava um maior contingente de


livres e escravos, superando inclusive à Vila de Queluz.

            Em 03 de abril de 1840, o povoado de Piedade dos Gerais foi elevado à


condição de freguesia ao ser desmembrado de Bonfim pelo então presidente da
Província, Bernardo Jacinto da Veiga.

            No primeiro recenseamento realizado no regime republicano, em fins de


1890, o distrito de Piedade dos Gerais apresentava uma população de 8.381
habitantes, sendo que 4.151 eram do sexo masculino e 4.230 do feminino.

            Possuía escola pública e agência de correio, recebendo correspondência


a cada intervalo de dois dias.

            Em 11 de maio de 1909, uma correspondência entre o vigário de Piedade,


Pe. Pedro Thysen, e o arcebispo de Mariana, Dom Silvério Gomes Pimenta,
tratava da construção e benção do cemitério no povoado.
19

            Em 25 de julho de 1923 ocorreu a simplificação oficial do então distrito de


Nossa Senhora da Piedade dos Gerais para apenas Piedade dos Gerais.

            O primeiro automóvel apareceu em Piedade dos Gerais pelos anos de


1929 ou 1930, era um Ford de bigode. O automóvel demorou dois dias para rodar
36 Km. A sua chegada foi uma grande festa, com salva de tiros e fogos marcando
assim o começo da modernidade.

            Em 1940, o resultado apresentado pelo IBGE apontava o distrito de


Piedade como o mais populoso: 491 habitantes na área urbana e suburbana,
4849 na zona rural, num total de 5340.

            No dia 30 de dezembro de 1962, o antigo distrito foi elevado à condição de


município.

            O relato dos moradores mais antigos dos principais povoados demonstra
que a vida piedadense sempre foi simples, centrada no trabalho agrícola.

            A vida social e cultural não era intensa, restringindo-se às festas religiosas
e eventuais bailes organizados pela comunidade local.

            Segundo o Mapa da População de Piedade dos Gerais em 1999, a sede


de Piedade dos Gerais contava com 800 casas e 2.400 habitantes, totalizando
com as comunidades rurais 1236 casas e 4.303 habitantes.

            Que o diálogo entre as gerações piedadenses que constroem


cotidianamente esta trajetória contribua para a preservação de sua memória.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

CRISTIANISMO

1. ↑ Ranking Geral das Religiões no mundo (dados extraídos do Almanaque


Abril 2007)
2. ↑ Adherents.com, Religions by Adherents
3. ↑ America's Fastest-Growing Faiths: Islam and Buddhism
4. ↑ Bertrand Russell. História da filosofia ocidental.  v. 2, Filosofia Católica
5. ↑ a b c d e f Roma: Ascensão E Queda De Um Império (no original em inglês:
Ancient Rome: The Rise and The Faal of An Empire). Episódio 5:
Constantino. Apresentado pelo The History Channel. 2009.
6. ↑ Constantino havia ordenado o assassinato de sua família por questões
políticas.

IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ORTODOXA

1. ↑ Israel em Foco
2. ↑ Gilberto Cotrim. História Global Brasil e Geral. Pág.: 157. Volume único.
ISBN 978-85-02-05256-7.
3. ↑ Radeck, Francisco; Dominic Radecki (2004). Tumultuous Times. St.
Joseph's Media. p. 79. ISBN 978-0-9715061-0-7.
4. Trabalho de campo

IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA BRASILEIRA.

www.wikipedia.com.br

Trabalho de campo

APARIÇÕES.

www.aparicoes.com.br

Trabalho de campo
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