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1 – Pressuposto da Continuidade
Um dos pressupostos básicos da criação da empresa é a sua continuidade, no entanto na pratica das organizações, essa
questão assume extrema complexidade. Trata-se simplesmente da grande preocupação com a administração da empresa, a
Controladoria efetua sintonia abstrata com a administração, pois, muitas vezes, o foco poderá ser diferente. A respeito da
complexidade e abrangência que caracterizam o estudo sobre a empresa, é necessário buscar recursos para aplicar na
continuidade da empresa, é sempre de importância suma buscar no Ativo, que vem mudando de pressuposto nos novos
conceitos da Contabilidade, antes visto como bens e direitos o Ativo se tornou a representatividade da empresa de uma
forma mais abrangente, a questão dos Ativos Intangíveis e o Capital Intelectual passarem a ser tema de discussão no novo
mundo globalizado.
2 – Adaptabilidade
O ambiente em que atuam as organizações é essencialmente dinâmico, e suas relações com esses ambientes devem
proporciona-lhe condições de sobrevivência. É necessário que o sistema mantenha a capacidade de adaptação às exigências
ambientais. A ocorrência de eventos externos e internos à empresa determina sua situação patrimonial, econômica,
financeira e mercadológica diante do cenário financeiro naquele período. Assim para garantir a sua continuidade, é
necessário que sistema mantenha um certo “equilíbrio”, da seguinte forma separados:
a) Equilíbrio Estacionário: permite o retorno do sistema a suas características e estruturas anteriores à ocorrência de
um evento que antes havia alterado.
b) Equilíbrio Dinâmico: dá ao sistema uma condição de funcionamento harmônico, após a ocorrência de um evento,
com novas características e estruturas.
O equilíbrio da empresa refere-se a determinado “estado” desse sistema, em que suas condições internas, balanceadas com
suas condições externas, proporcionam-lhe meios de sobrevivência e desenvolvimento. Esse “estado” do sistema evidencia-
se por um conjunto de variáveis que indicam sua situação no mercado, da seguinte forma:
O equilíbrio de toda empresa decorre tanto do equilíbrio de cada um desses fatores quanto ao equilíbrio resultante do
conjunto deles. É preciso considerar, no entanto, as relações entre os mesmos.
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3 – Gestão de Custos
Os custos são gastos que estão relacionados diretamente com a atividade fim da empresa, podem ter variações diferentes de
acordo com a natureza da entidade, e, sua aplicabilidade vai depender das regras das quais a empresa está inserida.
Conseqüentemente são partes importantes do processo de gestão. O preciso conhecimento dos propósitos pelos quais se
medem os custos é pré-requisito para obter informações que ajudem no processo de formação de preços, aplicabilidade dos
modelos de gestão, mensuração e formação do sistema de informação. Por está razão, são usadas varias expressões que
simbolizam e diferem o conceito de custo, como por exemplo: custo de oportunidade, custos fixos, custos variáveis, custeio
de processo, absorção, departamentalização entre outros. Dentro dos conceitos abordado na Controladoria pode-se afirmar
que os custos são coletados para quatro propósitos maiores:
a) Assistir decisões de planejamento, tais como a determinação de quais produtos fabricar, as quantidades que devem
ser produzidas e a que preços devem ser vendidos. Visto que o planejamento é orientado para o futuro, para este
objetivo é interessante ter conhecimento dos custos futuros.
b) Auxiliar o controle das operações pela manutenção e aprimoramento da eficiência com que os recursos são
empregados. O controle envolve comparação do custo real com as operações correntes com os custos planejados.
Isso demonstra que, já que os custos reais são a expressão monetária dos recursos que foram consumidos nas
operações correntes.
c) Auxilia na mensuração dos resultados. Existe interesse na reposição de recursos, para está proposta são utilizados os
custos de reposição. O processo de controle ajuda a manter os custos correntes alinhados com os custos planejados.
d) Auxilia na decisão de mix de produção. A acumulação dos custos para calculo do custo do produto leva em
consideração todos os custos de produção incorridos para colocar o produto disponível no mercado. Uma aplicação
desse calculo é atribuir o valor do estoque e direcioná-los ao custo total e depois dividi-los no processo de compra e
venda. Alguns custos não industriais, tais como propósito de determinar a rentabilidade e estabelecer a política de
preço, verificado essa aplicabilidade no critério de absorção.
4 – Elementos de Custo:
Os custos de transformação da matéria-prima em produtos acabados são classificados em duas grandes categorias: custos de
produção e despesas operacionais, o primeiro compreendem três principais elementos, material direto, mão-de-obra e
gastos indiretos de fabricação. A expressão custo direto é aplicada somente àqueles custos que podem ser prontamente
identificados com o produto final da empresa. Por exemplo, no custo de material direto incluem-se apenas os diretamente
associados ao produto, similarmente, se um empregado desempenha uma tarefa relacionada com a fabricação do produto,
seu salário deverá ser considerado como custo direto de mão-de-obra no processo de produção. Os custos de materiais e de
mão-de-obra diretos são também considerados como custos primários. Os gastos indiretos de fabricação englobam todos os
custos remanescentes da produção, após terem sido determinados os custos diretos. O custo de produção é a soma dos
custos diretos e indiretos, é também a base do valor para registro dos estoques de produtos acabados. Após a venda, para
desse custo de produção compõe o custo dos produtos vendidos que é utilizado no calculo do lucro bruto. As Despesas
Operacionais são gastos que não estão incluídos nos custos da produção, portanto, não fazem parte do custo dos produtos
vendidos, são despesas do período, em vez de gastos com o produto, e são associados aos períodos contábeis, e não saídas,
são definidos como gastos incorridos para manter e financiar as atividades da empresa, mais que, não estão ligados
diretamente ao a atividade fim da empresa.
5 – Controle Orçamentário:
O controle orçamentário é um dos principais instrumentos da Controladoria que deve permitir á organização identificar quão
próximos estão seus resultados em relação ao que planejou para dado período. O gestor deve identificar suas metas, os
resultados alcançados, as variações numéricas entre eles, analisar, entender as causas das variações e decidir ações que
ajustem as metas no futuro ou que permitam manter aquelas que foram decididas. As organizações pretendem controlar
resultados, projetos obtidos por ações, por meio de pessoas. Se, por um lado, existem vários tipos de planejamento
(estratégico, operacional e administrativo), o controle orçamentário é um instrumento único, já que o controle acompanha a
figura do realizado, porém, com métodos diferentes, alguns orçamentos não consideram variações, outros utilizam margens
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de sustentação, em nosso caso veremos a visão clássica. Na visão clássica de desempenho, eficiência e eficácia devem ser
enfatizadas, já que podem caminhar independente, embora alguns autores considerem que o termo eficácia possa (e deva)
incluir o conceito de eficiência. Eficiência é o grau em que os insumos são consumidos em relação a um nível de produção.
Eficácia, por sua vez, indica o grau em que um objetivo é alcançado. Seria o mesmo que dizer que eficácia sem eficiência
seria possível por mero acaso ou sorte, nada garantido que possa se repetir no futuro. Atividades operacionais significativas
para que os objetivos sejam atingidos, tais como vendas, suprimentos, produção e prestação de serviços, gastos nas
atividades de apoio etc. A rigor, todos os processos deveriam ser analisados e identificadas as suas variações em relação ao
orçado. Deve ficar claro que pode existir o acompanhamento de uma área (um centro de custo, por exemplo) em situação na
qual o controle dos elementos poderá incidir em despesas ou gastos não essenciais, de certa maneira, o Controller deve
inferir e priorizar quais os elementos essências para o controle orçamentário. Além da identificação das variações
relevantes, área responsável e causas, é significativo a comunicação e providencias corretivas (em casos de desempenho
desfavorável) sejam implementadas. Nesse sentido, a revisão do plano faz parte dos procedimentos que permitem uma
adequada visão da realidade da organização. As variações consideradas não significativas dependem do critério de
aceitação. Embora existam inúmeros critérios que possam estabelecer o que é significativo ou não, recomenda-se que tanto
um percentual como um valor absoluto sejam definidos para que as variações possam ser tratadas de maneira não arbitrária,
ou seja, metas reais sejam estabelecidas de acordo com a realidade da entidade. Os tipos de variações estão conceitualmente
definidas abaixo:
a ) variações significativas – por causa de erros de informações: situação em que a variação ocorreu por erro ou fraude, o
importante nesse caso é que os erros sejam sanados e as distorções contaminem o mínimo possível os futuros relatórios.
b) variações significativas – por causa de decisões administrativas: ocorrem quando o responsável por um centro de
resultado ou mesmo uma unidade de negócios é afetado por uma decisão tomada por um órgão externo ou superior em
relação ao qual ele nada pode fazer. Por exemplo, uma festa de fim de ano, decidida pelo presidente da empresa, onde
haverá gastos na confraternização do pessoal, tais gastos poderão influir no controle orçamentário.
c) variações significativas – decisões não controláveis, embora identificadas: ocorrem sempre que alguma variação é
identificada e, embora se saiba a causa e o porque da variação, não existem alternativas que possam evitar as alterações
negativas. Um setor que esteja vivendo um momento difícil em função de questões referentes à variação cambial que
provoca menor compra por parte dos clientes, por que seus estoques podem estar excepcionalmente altos. Esse fenômeno,
embora identificado e entendido, não necessariamente pode ser gerenciado, pelo menos a curto prazo.
d) variações significativas – cujas causas precisas não tenham sido estabelecidas: idealmente, deveriam ser aquelas pouco
representativas e não numerosas. Se isso não for verdade, algo de muito estranho poderá está ocorrendo na organização, já
que não se sabe o porque da variação, indicando baixo controle sobre o fenômeno, ou pior, o controle sobre centros de
resultados essenciais não estão ocorrendo.
Uma vez identificada a variação, o tratamento a ser dado na revisão do processo de planejamento é uma definição que
depende da forma como a organização estabelece o mesmo, porém, filosoficamente os autores e doutrinadores definem três
tipos de extremos como mostra a tabela abaixo:
Tipo Rígido: considera que o seu orçamento anual é o compromisso com os acionistas, tendo que ser atingido com todas
as suas linhas. Esse tipo, em extremo, é apenas teórico. Ter desempenho positivo neste caso implica que todas as linhas
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de resultado sejam atingidas, o que, em termos práticos, é difícil verificação, não só a longo prazo, mas também a curto
prazo. Numa situação em que uma empresa tenha essa visão, é de se esperar que os gestores tenham a tendência de
elaborar planos com flexibilidade “gorduras de reservas” ou com poucos desafios para poderem ser atingidos
globalmente. A pratica da alocação de reservas é nociva à organização por deturpar o patamar de resultado que traria,
além de estacionar investimentos.
Tipo Swat (ou ultraflexível): é aquele de quem se cobra resultado da ultima linha, do Lucro, enquanto as demais linhas
podem ser ajustadas, com metas e ajustes mês a mês. Permite que a melhor perspectiva da receita, automaticamente,
libere maiores gastos, por exemplo. Esse modelo tem inconveniente de privilegiar o curto prazo em detrimento do longo
prazo.
Tipo Misto: é o de melhor dosagem que apresenta para ambos os horizontes (curto prazo e longo prazo). Para tanto, as
variações são permitidas e consideradas dentro de faixas de variações, dependendo do nível de mercado, inflação,
períodos de aquisição, porém, com períodos pré-determinados. Significa, por exemplo, que a tolerância em termos de
variação das receitas corresponde tanto a um percentual relacionado ao volume ( o que garante compromissos com o
market share e, conseqüentemente, na escala de produção e seu custo fixo) como a um percentual sobre os preços
praticados. Essa abordagem é a que tem menos contra-indicações.
Indicadores Chave de Desempenho, ou do inglês Key Performance Indicator (KPI), medem o nível de desempenho do
processo, focando no “como” e indicando quão bem os processos de tecnologia da informação permitem que o objetivo seja
alcançado. KPIs são “veículos de comunicação”. Permitem que os executivos do alto escalão comuniquem a missão e visão
da empresa aos mais baixos níveis hierárquicos, envolvendo diretamente todos os colaboradores na realização dos objetivos
estratégicos da empresa.
Usado para:
Os Indicadores Chave de Desempenho (KPI), tem sua aplicação estendido às mais diversas questões referentes aos negócios
e empresas. Com os recursos disponíveis de tecnologia de informação, Hardware e Software, pode-se gerar indicadores para
qualquer etapa de um processo e medir o seu resultado. Muitas empresas, quando nos referimos metaforicamente, trabalham
com KPIs como instrumentos de sua navegação. Eles vão além das tradicionais métricas financeiras e passam a medir o
sucesso dos processos nas organizações. A combinação de indicadores pode apontar o sucesso e a conclusão de um objetivo
estratégico em uma empresa.
Cabe aos altos executivos e suas equipes, definirem quais serão os Indicadores Chaves de Desempenho, pois em uma
empresa podem existir diversos indicadores que de alguma forma apontam resultados e apóiam diagnósticos. Devem ser
eleitos como KPIs apenas aqueles que o seu alcance seja capaz de alinhar a empresa com a sua visão e objetivos
estratégicos. Outro fato importante referente a KPIs, é que quando forem compatíveis e disponibilizados, é possível
comparar desempenhos entre empresas.
É comum encontrar a empresa que compara o seu resultado total e percebe que a variação em relação ao que planejara é
pequena. Como pode ser desnecessário dedicar recursos num processo que pode não proporcionar valor. O significado do
Market Share é justamente o alinhando ao KPIs com relação a demanda e tempo de um projeto que determinado produto irá
levar para chegar ao mercado, a expectativa dos funcionários com os novos mercados alcançados pela empresa, o impacto
causado no mercado em relação a aceitação do produto, são necessariamente o tempo que empresa espera de um
investimento, entre outros.
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A analise detalhada é de suma importância, vejamos, se, verificarmos somente a variação no custo unitário e a
produção sobre o produto X, de inicio não temos informações gerenciais:
TOTAL TOTAL
ORÇADO REALIZADO VARIAÇÃO
CUSTO UNITÁRIO 17,00 16,70 - 0,30
PRODUÇÃO 110,00 113,00 3,00
Ao detalhar a linha referente ao custo da produção, pode ser percebido que a quantidade produzida foi uma importante causa
da variação adicional de materiais. Essa variação decorre de um fenômeno que terá conseqüências positivas, pois a maior
produção decorre da maior expectativa de venda (apesar de que se a produção não for contemplada na venda, poderá ocorrer
absorção obsoleta na empresa); o consumo unitário de materiais, por sua vez, foi a maior causa e pode ser relacionado aos
gestores do departamento de produção, que deverão explicar as causas.
Esta abordagem procura identificar as principais causas da analise dos custos usando o critério de absorção e do custeio
variável, por serem aqueles que se identifiquem melhor com a realidade das empresas, são sempre mais voltados para
empresas que produzem e vendem seus produtos. Em muitos casos, a analise para utilização de qual critério a trabalhar é
fator principal para a empresa. O custeio por absorção, como já vimos, utiliza todos os custos de produção para ativar os
produtos acabados, sendo necessário para determinação dos custos históricos necessários para a elaboração de relatórios
financeiros, em caso de empresas comerciais é necessários efetuar estudo analítico de qual critério será feito para alocação
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da absorção. Já o custeio variável, também chamado de custeio direto, usa o custo dos produtos fabricados, que, aumentam
ou diminuem em relação ao volume de produção. Esses custos são materiais diretos, mão-de-obra direta e os custos
indiretos de fabricação que ira variar de acordo com a taxa de produção. O restante, os custos indiretos de fabricação, e, o
que não estiver relacionado com a produção será tratado como despesa do período. Também poderá ser usado em empresas
comerciais, porém, com uso mais restrito dos custos e maior alocação para despesas. Para ilustrar a diferença entre a
demonstração de resultado por custeio variável e a demonstração de resultado pelo custo de absorção vejamos o exemplo da
empresa Belling Industrial Ltda. que fabricou 15.000 unidades e reportou os seguintes custos através do seu mapa de
custeio:
Agora, vamos analisar o resultado das vendas pelo método do custeio variável:
Analise: Nessa demonstração os custos variáveis são separados dos custos fixos, sendo primeiramente separado os custos
variáveis ligados a venda, incluindo os custos de fabricação, deduzido para apurar a margem de fabricação, logo, as
despesas de vendas variáveis são deduzidas para apurar a margem de contribuição. Por fim, o Lucro Operacional é
determinado subtraindo-se da margem de contribuição os custos fixos. Já a demonstração de resultado apurada pelo custeio
de absorção não faz distinção entre o custo fixo e o custo variável. Todos os custos de fabricação são incluídos no custo dos
produtos vendidos ( aqueles que estão diretamente ligados a produção e venda), e, em casos em que, a empresa é comercial,
e, identificada o problema de locação dos custos, faz-se necessário alocar 100%, neste caso, apura-se o Lucro Bruto de R$
225.000,00. Deduzindo-se as despesas de vendas e administrativas, chega-se ao lucro operacional de R$ 100.000,00.
Agora, é necessário identificar que, as unidades aqui produzidas foram todas vendidas, quando isso ocorrer o Lucro
Operacional nos dois métodos terá o mesmo valor. Quando a quantidade de unidades produzidas exceder à de unidades
vendidas, o lucro operacional apurado pelo método de custeio variável será menor que o lucro operacional apurado pelo
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método de custeio por absorção. No nosso exemplo vamos supor que agora a empresa venda 12.000 unidades das 15.000
produzidas. Em primeiro momento vamos verificar a demonstração pelo método variável.
Valores expressos em R$ (PREÇO UNITÁRIO) D.R.E – SIMPLES
Vendas 50,00 x 12.000 600.000,00
Custo Dos Produtos Acabados 25,00 x 15.000 (375.000,00)
Estoque Final Do Período 25,00 x 3.000 75.000,00
Margem De Fabricação 300.000,00
Despesas Variáveis Vendas 5,00 x 12.000 (60.000,00)
Margem De Contribuição 240.000,00
Custos Fixos De Produção (150.000,00)
Despesas Fixas Administrativas (50.000,00)
Lucro Operacional 40.000,00
Os R$ 30.000,00 de diferença no montante de lucros operacionais devem-se aos diferentes tratamentos dos custos fixos de
fabricação. Os R$ 150.000,00 de custo fixo de fabricação são inteiramente incluídos como despesa do período, na
demonstração por custeio variável. O estoque final na demonstração por custeio por absorção inclui R$ 30.000,00 (3.000
unidades x R$ 10,00) de custo fixo de fabricação. Esses R$ 30.000,00 são excluídos do custo dos produtos vendidos na
demonstração por custeio de absorção, e, portanto, são diferidos para um período futuro. Uma outra hipótese que a
Controladoria busca analisar é quando as unidades vendidas excedem as unidades fabricadas, e, quando as unidades
fabricadas for menor que o numero de unidades vendidas, o lucro operacional pelo custeio variável será maior do que o por
absorção. Para ilustrar, suponha que, em um período determinado, no caso da empresa acima, o estoque final seja 5.000
unidades, onde, 10.000 unidades tivessem sido produzidas e 15.000 unidades, vendidas (10.000 unidades produzidas e 5.000
unidades do estoque inicial), a R$ 50,00 por unidade. Vejamos o novo mapa de custeio da empresa Belling Industrial Ltda:
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Apurado o custo sobre o estoque na produção é possível identificar que, os custos variáveis tiveram comportamento normal,
o que de se esperar quando aumenta ou diminui a produção, porém, os custos fixos de um período para outro tiveram
aumento acentuado, vejamos a apuração pelo método do custeio variável:
A diferença de R$ 50.000,00 (R$ 100.000,00 – R$ 50.000,00) nos lucros operacionais deve-se pelo tratamento contábil
dado aos custos fixos de fabricação. O estoque inicial na demonstração de resultados por custeio de absorção inclui R$
50.000,00 (5.000 unidades x R$ 10) de custo de fabricação incorrido no período anterior. Por estarem incluídos no estoque
inicial ira efetuar efeito direto nos custos dos produtos vendidos. A certa alocação dos custos em uma empresa poderá
determinar o quanto de impostos ela ira bancar, a correta escolha do método de custeio ( o que é legalmente permitido)
poderá inferir diretamente na chamada “gestão tributária”.
Um diagnóstico somente pode ser realizado mediante investigação de dados internos da empresa e inspeções das instalações
das unidades produtivas. Essas vistorias das fábricas e dos escritórios objetivam conhecer a situação geral do ativo
produtivo e à coleta de informações junto aos funcionários mais importantes pertencentes a diversos níveis hierárquicos.
Risco Operacional: A possibilidade de que a empresa não seja capaz de cobrir seus custos de operação. Seu nível é
determinado pela estabilidade das receitas da empresa (fixos) e pela estrutura de seus custos operacionais (variáveis).
Risco Financeiro: A possibilidade de que a empresa não seja capaz de saldar suas obrigações financeiras. Seu nível é
determinado pela previsibilidade dos fluxos de caixa operacionais da empresa e suas obrigações financeiras com encargos
fixos. Pode ser medido a curto e longo prazo.
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Risco de taxa de juros: A possibilidade de que as variações das taxas de juros afetem negativamente o valor de um
investimento. A maioria dos investimentos perde valor quando a taxa de juros sobe e ganha valor quando ele cai.
Risco de Liquidez: A possibilidade de que um ativo não possa ser liquidado com facilidade a um preço razoável. A liquidez
é significativamente afetada pelo porte e pela profundidade do mercado no qual o ativo é costumeiramente negociado.
Risco de Mercado: A possibilidade de que o valor de um ativo caia por causa de fatores de mercado independentes do ativo
(como eventos econômicos, políticos e sociais). Em geral, quanto mais o valor do ativo reage ao comportamento do
mercado, maior é seu risco; quanto menos reage, menor é seu risco.
Risco de Evento: A possibilidade de que um evento totalmente inesperado exerça efeito significativo sobre o valor da
empresa ou um ativo específico. Esses eventos raros, como a decisão do governo de mandar recolher do mercado um
medicamento popular, costumam afetar somente um pequeno grupo de empresas ou ativos.
Risco de Câmbio: A exposição dos fluxos de caixa esperados para o futuro e as flutuações das taxas de câmbio. Quanto
maior a possibilidade de flutuações cambiais indesejáveis, maior o risco dos fluxos de caixa e, portanto, menor o valor da
empresa ou do ativo.
Risco de poder Aquisitivo: A possibilidade de que a variação dos níveis gerais de preços, causada por inflação ou deflação
na economia, afete desfavoravelmente os fluxos de caixa e valor da empresa ou de um ativo. Normalmente, as empresas ou
os ativos com fluxos de caixa que variam com os níveis gerais de preços apresentam riscos mais baixo de variação de poder
aquisitivo. Ao contrário, se os fluxos de caixa não variarem de acordo com os níveis gerais de preços, oferecem maior risco
de poder aquisitivo.
Risco de Tributação: A possibilidade de que mudanças adversas na legislação tributaria venham a ocorrer. Empresas e
ativos cujos valores são sensíveis a essas mudanças implicam maior risco.
Em parte essas informações dependem do vínculo do analista com o usuário final do diagnóstico, mas algumas fontes
podem ser as seguintes:
Estudos e pesquisas sobre o setor realizados por instituições públicas ou privadas, nacionais e estrangeiras, associações,
sindicatos empresariais, etc;
Revistas e publicações especializadas com dados comparativos por empresas e setores;
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Alguns possíveis indícios, no que respeita a operações de crédito de curto prazo, são:
A empresa que historicamente evidenciava restrições para estabelecer contatos e iniciar relações comerciais,
repentinamente, torna-se acessível e pleiteia créditos. As empresas necessitam realizar operações bancárias para funcionar,
mas as mais sólidas ou estabilizadas, em geral, resistem a abrir oportunidades a bancos com os quais não transacionam. Em
princípio, somente quando por alguma razão que está insatisfeita com algum tipo de serviço específico prestado por seus
bancos, é motivada a substituir aqueles que considera ineficientes. Quando uma empresa repentinamente se dispõe a ampliar
suas opções, pode estar sinalizando necessidades de financiamento acima do normal. Nas operações bancárias de curto
prazo destinadas a financiamento de capital de giro, não é incomum que o credor busque demonstrações de liquidez por
parte da empresa, exigindo algum tempo para renovar uma eventual operação. As empresas dispõe de limites de crédito
ociosos, não tem dificuldades de atender a essa sistemática. Esse tipo de teste de liquidez mais evidencia a disponibilidade
de crédito de curto prazo da empresa junto ao mercado do que informa sobre sua real capacidade de geração de recursos
para resgatar empréstimos bancários. Na verdade, uma empresa pode apresentar boa liquidez, observada sob o ângulo da
capacidade de renovar operações de crédito de curto prazo, mas, simultaneamente defrontar-se com deterioração de sua
situação patrimonial. A empresa pressiona além do esperado para repactuar operações contratadas existentes ou para
aumentar seus limites de crédito. Evidencia maior disposição para aceitar taxas de juros mais altas que a média obtida pelo
banco em operações da mesma modalidade com clientes de porte semelhante. Torna-se mais acessível para conceder e/ou
reforçar garantias reais.
Basicamente, são fontes de dados todos os documentos de natureza contábil e gerencial da empresa, assim como
informações prestadas por seus funcionários e proprietários, como por exemplo:
Essa etapa deve ser conduzida como se o analista fosse efetuar uma análise externa sem acesso a dados detalhados que serão
obtidos posteriormente a partir de documentos contábeis e dados gerenciais produzidos pela empresa. As informações mais
relevantes devem ser obtidas em trabalhos de campo, diretamente nas diversas áreas de interesse com os empregados da
empresa responsáveis pelas tarefas pertinentes. Essa conduta tem o primeiro benefício de economia de tempo, visto que
elimina a necessidade de produção por terceiros de dados no formato do interesse do analista. Cabe a ele utilizar os dados
primários coligidos da maneira que melhor lhe aprouver. Outras vantagens são as de permitir verificar a qualidade dos
controles contábeis e gerenciais existentes e facilitar uma melhor interpretação dos dados. Por fim, propicia condições ao
investigador de firmar gradativamente seu convencimento sobre a situação de informações relevantes. Em contrapartida a
essas vantagens, quando solicitada previamente uma grande quantidade de dados, tendem a ocorrer os seguintes
inconvenientes:
Dificuldade de interpretação do que realmente está sendo pedido por quem vai fornecer os dados;
Dados importantes podem ser gerados com a finalidade exclusiva de atender ás solicitações sem refletir a realidade dos
fatos.
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Havendo indicações de desempenho insatisfatório, convém formular hipóteses prévias, de natureza estritamente preliminar
sobre as possíveis origens dos problemas, constituindo uma linha inicial de investigação, nas inspeções da empresa e
posterior análise dos documentos internos da empresa.
Uma vez realizada a análise preliminar, é imprescindível que a etapa subseqüente consista na inspeção das instalações da
empresa, objetivando conhecer o processo produtivo. De um lado, familiariza o investigador com as peculiaridades da
empresa, permitindo a posterior interpretação de dados e, de outro, visa avaliar, como uma primeira aproximação, os
seguintes aspectos:
Nessa etapa devem ser coletados dados contábeis que visam complementar a análise preliminar efetuada das demonstrações
financeiras. Na análise das informações contábeis incluindo o último balancete disponível, é pertinente observar, entre
outras, as seguintes ocorrências:
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Paralelamente á Contabilidade, na prática a grande maioria das empresas produz informações extra-contábeis, de natureza
gerencial, visando melhor controle das atividades ou para subsídio ao processo decisório. São exemplos de informações e
dados que devem ser analisados:
Existência ou não de sistema formal de planejamento: orçamento de capital, projeções de caixa de curto e médio prazo;
Projeções de investimentos a serem decididos ou realizados;
Outros controles gerenciais se existentes, por quem são elaborados e a quem se destinam, periodicidade e conteúdo dos
documentos;
Vendas: evolução quantitativa das vendas por produto, ou linhas de produto, práticas de mercado, índices de devoluções e
suas causas;
Comercialização: sistema de distribuição utilizado, formação de preços do setor e da empresa, exigências de atendimento
pós-vendas;
Produção: dados físicos de produção, índices de defeitos, refugos e desperdícios, efeito de qualidade sobre os preços dos
produtos, fluxograma do processo produtivo, existência de certificação de qualidade; controles de qualidade;
Equipamentos: índices de produtividade;
Custos: coeficientes de consumo específico, preços dos insumos, custos de produção;
Utilização das informações sobre custos para formar os preços do produto.
Estudo Setorial
É importante comparar a evolução da empresa com a média do setor representativo da atividade preponderante, no que
respeita a geração de lucros, crescimento, modernização, entre outros aspectos. São exemplos de informações setoriais
relevantes que convém apurar:
É comum que estratégias fundamentais não sejam formuladas por meio de processo formal de planejamento. Na verdade,
poucas empresas adotam sistemas de planejamento que permitam a qualquer tempo identificar a situação atual dos negócios
em face de metas previamente traçadas. Assim, um dos objetivos dessas entrevistas é conhecer a posição das pessoas que
detêm real poder de comando, quanto as estratégias já adotadas e pretendidas, conhecer suas expectativas quanto ao futuro
do empreendimento. Havendo evidencias de sérias dificuldades na empresa, outra finalidade desses diálogos é avaliar, na
medida do possível, a disposição e a sinceridade dos gestores de buscar soluções e para adotar linhas de ações que possam
aparentemente não coincidir com seus interesses diretos, a exemplo de mudanças no trabalho, atrela-se a finalidade do
diagnóstico, isto que seus efeitos podem depender de necessidade de influenciar os administradores, ou de formular
sugestões quanto a condições a serem observadas, no caso de o diagnóstico objetivar interesses de terceiros. Por fim,
convém registrar que essas entrevistas requerem habilidade e sua utilidade depende da experiência do analista, de vez que as
informações em geral são fornecidas com reservas, provavelmente sendo racionalizados os aspectos desfavoráveis sobre a
condução dos negócios da empresa.
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Completadas as etapas anteriores, segue-se a elaboração de previsões sobre a provável evolução futura da empresa, as quais
dependem de uma visão integrada dos diversos estudos realizados. O resultado das previsões e conseqüências de um
conjunto de hipóteses a serem assumidas, fundamentadas nas conclusões do diagnóstico. Este, por sua vez, deve indicar as
prováveis alternativas para a solução dos problemas, se existentes.
A última etapa corresponde à elaboração do relatório final que explica a metodologia utilizada, apresentando a
fundamentação sobre as premissas e sugestões conclusivas relativas a análise.
Do ponto de vista econômico, o objetivo de uma empresa é maximizar seus lucros, situação alcançada quando a receita
marginal se toma igual ao custo marginal. Sob a óptica da teoria da administração financeira, o principal objetivo de uma
empresa é maximizar a riqueza de seus proprietários. Abstraindo-se as implicações desses diferentes conceitos, em qualquer
caso, esses objetivos podem ainda ser repartidos com outros simultaneamente almejados, tais como propiciar poder e
prestígio aos proprietários, satisfazer a necessidades sociais, suprir meios de sobrevivência e perpetuação à infra-estrutura.
Sob qualquer óptica, para uma empresa atender a seus objetivos, necessita gerar lucros e recursos internos crescentes,
aproveitando oportunidades de crescimento em uma perspectiva de longo prazo. Uma empresa em crescimento evidencia
entre outras as seguintes características:
Na situação inversa, à medida que uma empresa declina, é comum evidenciar os a seguir ilustrados:
É possível ocorrer que uma empresa ostente contabilmente situação melhor do que a verdadeira, usando artifícios ou
fraudes, destinados a melhorar a situação patrimonial aparente, a exemplo dos seguintes:
Super-avaliação contábil do ativo imobilizado, devido a reavaliações suspeitas ou contabilizando depreciações abaixo
das taxas normais sem justificativa. Estoques super-avaliados, devido a erros quantitativos ou avaliados com base em
preços superiores aos de mercado;
Investimentos ou créditos a receber sem considerar provisões para perdas. Insuficiência de contabilização de encargos
financeiros;
Falta de registro ou de atualização de dívidas;
Não contabilização de obrigações trabalhistas exigíveis, de multas a serem pagas por contratos não cumpridos e de
obrigações tributárias em atraso.
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É oportuno destacar que resultados financeiros desfavoráveis muitas vezes são acompanhados de inúmeras práticas
gerenciais desaconselháveis que minam progressivamente o empreendimento, a exemplo das seguintes:
Havendo alterações nas características e propriedades dos insumos, surgem dificuldades adicionais à manutenção de
padrões de qualidade dos produtos finais:
Os efeitos incômodos tendem a multiplicar-se na cadeia produtiva, ocasionando perdas de vendas e de clientes para
concorrentes;
O volume de vendas e as margens de rentabilidade decrescem;
O conceito da empresa é rebaixado no mercado, decaem o moral dos empregados e a produtividade da mão-de-obra;
A empresa e seus administradores perdem credibilidade no mercado;
É fundamental a identificação das causas dos problemas, visando determinar a viabilidade de ações corretivas, que podem
envolver a participação dos donos do negócio, de bancos financiadores e demais credores. Os problemas podem ter-se
originado de gestão inepta da empresa, ou, ainda, de outras causas, atribuíveis na maior parte a fatores externos,
imprevisíveis ou independentes de ações de seus administradores. O conhecimento dessas causas influi na própria
disposição das diversas partes envolvidas em contribuir na busca de soluções para os problemas da empresa, a finalidade de
minimizar perdas prováveis, ou explorar a capacidade potencial dos ativos, visando remunerar seus investidores, em
capital de risco ou de empréstimo. Os problemas financeiros de uma empresa agravam-se, em geral paulatinamente, devido
a um ou mais eventos ocorridos anos antes. A deficiência gerencial, comumente, é considerada a causa mais comum e
mais importante que leva uma empresa a crescentes dificuldades financeiras. As várias causas de problemas podem ser
agrupadas em duas principais categorias: surgidas unicamente dentro da empresa resultantes de descontrole gerencial, e
causas decorrentes de fatores externos. Com freqüência, o desempenho declinante poderia ser revertido, desde que fossem
adotadas medidas corretivas, a exemplo de eliminação de produtos ou processos, vendas demasiadas, erronia formação do
preço, investimentos sem retorno, etc., que poderiam implicar menor tamanho ou menor utilização da capacidade dada do
empreendimento. Todavia, a dificuldade de implementar esse tipo de medidas decorre de que os administradores se
envolvem demais com as dificuldades da empresa, perdendo objetividade. Quando o grau de dificuldades se toma
extremamente grave, é comum inexistirem eleições claras de prioridades, criando-se nos proprietários ou administradores
expectativas irrealistas e às vezes inconsistentes. A contratação de consultores externos, controller´s, e ou de novos
administradores, pode ajudar nessas ocasiões. Todavia, não é incomum a busca de auxílio quando os negócios já se
encontram em situação bastante complicada. No contexto a ser apresentado, as origens de dificuldades serão tratadas, na
seguinte forma:
Até recentemente, a inflação foi a causa mais comum de erros de previsão orçamentária, pela simples razão de que, por
definição, o fenômeno inflacionário decorre da defasagem de reajustes dos preços relativos dos bens e serviços. Se fosse
possível que todos os preços aumentassem à mesma velocidade, os preços relativos se manteriam inalterados e a inflação
não exerceria nenhuma influência sobre o lado real da economia. Quanto mais altas as taxas de inflação, maiores as
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distorções nos preços relativos e, portanto, maior a possibilidade de divergências entre preços orçados e preços
posteriormente praticados. A existência de inúmeros índices para medir a inflação, destinados a corrigir os contratos,
embora a longo prazo possam convergir, a curto e médio prazos, costuma ocasionar diferenças significativas. A aplicação de
diferentes índices pelos agentes econômicos que intervêm no projeto, por si só, já provocaria discrepâncias relevantes na
evolução dos preços reais dos vários componentes do quadro de fontes e usos estimados. Quando os reajustes das aplicações
superam os reajustes das fontes previstas e o empresário não possui os recursos próprios complementares, tendem a ocorrer
interrupções e retardamentos na execução do projeto, criando-se pressão para os bancos financiadores redimensionarem a
estrutura do capital, suplementando o crédito deferido. Alternativamente, empréstimos de curto prazo são captados para
atender à necessidade criada. Em qualquer caso, origina-se uma estrutura de capital não desejada.
Investimentos em capital de giro operacional podem representar maior ou menor proporção do investimento total, mas são
imobilizações de recursos sem as quais é inviável o funcionamento de uma empresa. Essas imobilizações diferem das
aplicações em ativos fixos, pelo fato de consistirem em rubricas renováveis e variáveis, cujas magnitudes dependem das
características próprias de cada negócio. Quando as necessidades de capital de giro são relativamente estáveis e previsíveis,
a situação recomendável é que sejam financiadas por recursos permanentes, próprios ou de terceiros exigíveis a longo prazo.
Em muitos casos, o capital de giro operacional oscila ao longo de um exercício financeiro devido a fatores sazonais que
atuam sobre a demanda, sobre o suprimento de matérias-primas, ou sobre ambos ao mesmo tempo. É comum que projetos
estipulem como uma das fontes normais de financiamento do capital de giro a captação de empréstimos bancários de curto
prazo, na modalidade de descontos de duplicatas ou outras modalidades, como uma função do volume de vendas. Esses
recursos, como a grande maioria dos empréstimos de curto prazo ofertados pelo mercado, caracterizam-se por apresentarem
custos efetivos que apenas ocasionalmente podem ser suportados por taxas de retomo de ativos produtivos. O secular e
crônico processo inflacionário impediu o desenvolvimento de instrumentos de captação de poupanças privadas de longo
prazo no país, que pudessem ser direcionadas a investimentos produtivos pelas empresas. Em adição, o descontrole nas
finanças públicas tomou o setor governamental o maior captador de recursos de curto prazo de vencimento, utilizados para
financiar déficits orçamentários, concorrendo para aumento da demanda de crédito e das taxas de juros reais praticadas na
economia. Esses fatos originam escassez crônica de recursos para financiar investimentos de longo prazo realizados pelo
setor privado, e ainda tomam excessivamente onerosos os recursos de curto prazo disponíveis para satisfazer a necessidades
transitórias de capital de giro. Como conseqüência, uma proporção indesejável de investimentos de longo prazo é efetuada
pelo setor produtivo da economia nacional, utilizando recursos com prazos curtos de vencimento, viabilizados a custos
transacionais e financeiros elevados e permanentemente renegociados no sistema financeiro. Essa situação é ainda agravada
pelo paradoxo de que os recursos de curto prazo são remunerados mediante taxas de juros substancialmente superiores às
que incidem sobre as operações de longo prazo. Prever a captação de empréstimos de curto prazo na fase inicial de operação
de um projeto corresponde a constituir, praticamente desde a origem da empresa, um déficit estrutural de capital de giro. A
utilização de empréstimos de curto prazo origina uma situação instável, à medida que esse tipo de recursos, com grande
freqüência, se sujeita a acentuadas interferências de medidas de política monetária do Governo, de natureza restritiva, que
provocam oscilações nas taxas de juros e restrições de crédito. Eventuais ocorrências dessa espécie podem contribuir
decisivamente para agravar uma fase de baixa liquidez que a empresa já esteja apresentando. Por fim, há situações em que
na fase de implantação, quando as fontes previstas, por qualquer razão, se tomam insuficientes para a realização dos
investimentos em ativo fixo, visando evitar novos retardamentos, o banco financiador às vezes libera antecipadamente, para
imobilizações, recursos destinados ao capital de giro. Dessa forma, comprometem-se recursos adequados à formação do
capital de trabalho, sem que estejam asseguradas fontes compatíveis com as características do projeto. Na fase de "posta em
marcha", a empresa acaba captando recursos de curto prazo, ensejando o surgimento de super-endividamento do projeto.
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O grupo Volksvagem S/A produz automóveis diversos, em determinado período X1, efetuou levantamento sobre
dois modelos de automóveis, sendo um com duas portas e outro com quatro, e em ambos utiliza o mesmo tipo de
maçaneta. A empresa contratou um Controller para efetuar analise destes modelos, considerando o mercado, e os
futuros resultados planejados, onde o mesmo juntamente com equipe previamente contratada apurou o seguinte:
O mercado adquire no máximo 100 veículos de cada modelo por período, e o valor total dos custos e despesas
fixos é de $ 1.460.000. As despesas variáveis são de 5% (cinco por cento) do preço de venda (PV), para qualquer
modelo.
Outros dados:
A equipe efetuou entrevista na empresa e apurou também informações pertinentes ao grupo empresarial, como
segue:
Que a empresa utiliza o Custeio Variável em suas decisões;
Que o único objetivo da empresa é maximizar o resultado econômico de curto prazo; e
Que todas as demais variáveis são irrelevantes no momento.
Com base nas informações acima, e, desconsiderando o efeito dos impostos responda de 1 a 4:
2 – O resultado (o lucro ou prejuízo operacional) da empresa com os volumes máximos é apurado com o valor de:
a) $ 265.000,00;
b) $ 262.000,00;
c) $ 264.000,00;
d) $ 260.000,00;
e) $ 261.000,00;
3 – A quantidade de cada modelo que deve ser produzida e vendida para que o grupo Volksvagem S/A maximize
seu resultado no caso de haver, em determinado período, apenas 400 maçanetas disponíveis:
a) Carro 2 Portas: 92und. Carro 4 Portas 42und.
b) Carro 2 Portas: 100und. Carro 4 Portas: 50und.
c) Carro 2 Portas: 112und. Carro 4 Portas: 62und.
d) Carro 2 Portas: 126und. Carro 4 Portas: 72und.
e) Carro 2 Portas: 136und. Carro 4 Portas: 88und.
4 – O resultado (lucro ou prejuízo) da empresa com o mix de produção indicado no item anterior é de:
a) $ 200.000,00
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b) $ 236.000,00
c) $ (136.000,00)
d) $ (200.000,00)
e) $ (250.000,00)
QUESTÃO 5 – IBRACON, CONTADOR, CESPE
A empresa Fabricante S/A produz os itens Alfa, Beta e Delta. O custo a ratear entre os três produtos totaliza R$
36.000,00. O rateio é baseado nas horas-máquina (hm) trabalhadas para cada um deles. Com o consumo de 120,
240 e 360 hm para cada tipo de produto, respectivamente. Foi concluída a produção de 300 unidades, em
quantidades rigorosamente iguais de Alfa, Beta e Delta. O custo direto unitário também foi o mesmo para cada
tipo de produto, ou seja, R$ 250,00. Com base nessas informações, pode-se afirmar que:
a) o custo unitário de Delta foi de R$ 250,00;
b) o custo unitário de Alfa foi de R$ 310,00;
c) o custo unitário de cada um dos três produtos foi de R$ 370,00;
d) o custo unitário de Beta foi de R$ 430,00;
e) o custo total do período foi de R$ 36.000;
O garoto Francisco de Assis largou o emprego para fazer um cursinho de treinamento durante 60 dias corridos. A
mensalidade será de R$ 130,00 mais apostilas de R$ 35,00 e condução e alimentação de R$ 3,00 diários. O salário
de Francisco no emprego abandonado era de R4 180,00 mensais, com encargos de previdência de 11%.
Analisando-se gerencialmente a atitude de Francisco, com base exclusiva nos dados fornecidos, verifica-se que
nesses dois meses, haverá:
a) custo econômico de R$ 874,60
b) custo econômico de R$ 795,40
c) despesa efetiva de R$ 835,00
d) custo de oportunidade de R$ 475,00
e) custo de oportunidade de R$ 360,00
A firma Indústria & Comércio de Coisas Ltda. forneceu ao analista as seguintes informações sobre um de seus
processos de fabricação (em R$):
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Fazendo-se os cálculos corretos atinentes à produção acima exemplificada pode-se afirmar que o analista do setor
de controladoria apurou que:
a) a margem de lucro sobre o preço líquido foi de 10%
b) o lucro alcançado sobre as vendas foi de 1.400
c) o lucro bruto alcançado sobre as vendas foi de 8.000
d) o custo dos produtos vendidos foi de 6.000
e) o custo dos produtos vendidos foi de 7.200
A Cia. Industria Calçados Ltda. manufatura um único produto, de um só tamanho e modelo, que vende a $ 80,00
por unidade – preço líquido de tributos. Por iniciar suas atividades, a empresa tomou o cuidado de contratar um
Controller para analisar os dados da empresa e apurar qual melhor modelo de estoque para empresa trabalhar. A
equipe esperou o fechamento do período social. Os dados abaixo (em $) referem-se ao período de 1º de
janeiro a 31 de dezembro de 20X0:
Balancete de Verificação:
Receita Líquida 320.000
Compra de matérias-primas 90.000
Frete sobre compras de matéria-prima 4.500
Mão-de-obra Direta 62.000
Supervisão da produção 5.000
Depreciação dos Equipamentos da Produção 21.350
Diversos Custos de Produção 18.000
Aluguel do Galpão Industrial 5.000
Descontos Financeiros Obtidos no pagamento de compras a prazo 8.400
Salários e Encargos Sociais do Pessoal da área de Vendas 28.000
Despesas Fixas do Departamento de Vendas 20.000
Frete para entregar produtos vendidos (não considera a produção) 18.600
Gastos com Propaganda e Promoções 11.380
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Sabendo-se que havia 120 unidades no estoque de produtos acabados em 1º/jan e 998 em 31/dez, PEDE-SE:
A empresa solicitou que a equipe efetue analise de todos os modelos de estoque, logo, você devera apurar as
seguintes informações dos itens propostos:
2. Com nos resultados encontrados elabore a Resultado do Período, considerando 15% do IRRFPJ e 5% do CSSL.
(apure o qual dos métodos de estoque se identifica melhor com a realidade da apuração do resultado).
3. Com base nos dados acima elabore um relatório apontando itens positivos e negativos para o período, (informe
aos administradores os custos mais significativos na produção). Sabe-se que a empresa tem 3 sócios proprietários,
que participam com 30% da distribuição do lucro,e, cada um recebe igual, fale sobre a rentabilidade da empresa
em relação aos proprietários.
A Cia. Porto Primavera Ltda. iniciou suas atividades no dia 01/01/X1. Em 31/12/X1 seu primeiro balancete de
verificação era constituído pelas seguintes contas (em R$):
01 Caixa 1.200
02 Clientes 4.800
03 Estoque de matéria-prima 4.000
04 Equipamentos de produção 1.600
05 Depreciação acumulada de equipamentos de produção 240
06 Empréstimos de curto prazo obtido com encargos pré-fixados 2.800
07 Capital Social 10.040
08 Consumo de matéria-prima 5.400
09 Mão-de-obra direta (inclui encargos sociais) no período 4.800
10 Energia elétrica consumida na produção 630
11 Supervisão geral da produção 2.300
12 Manutenção preventiva de máquinas comuns de produção 400
13 Depreciação de equipamentos de produção 240
14 Despesas comerciais e administrativas da empresa no período 4.050
15 Despesas financeiras no período 160
16 Vendas de produtos acabados (PAC) 16.500
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Um Controleer foi contratado, para verificar se a empresa contém um bom fluxo monetário em relação os seus
custos. Em sua analise o Controller verificou que o tempo de produção requerido por unidade de produto era o
seguinte:
PRODUTOS Tempo de MOD Tempo de Máquina
Televisores 1,8hh 1,25hm
Vídeos 2,4hh 3,75hm
a matéria-prima é a mesma para todos os produtos, e o consumo se faz na mesma proporção: 1Kg de MP para
cada unidade de produto acabado.
as habilidades e os salários dos operários são aproximadamente iguais para todos os produtos; e
o consumo de energia elétrica é o mesmo em termos de kwh; por isso seu custo é diretamente proporcional ao
tempo de utilização das máquinas.
Com base neste aspectos, ainda seria importante uma analise do exercício X1, ao qual foi identificado as
seguintes informações:
1. Elabore os mapas de rateio por custo e identifique o custo total e unitário de cada produto.
2. Identifique o custo direto de cada produto e os custos indiretos.
3. Apure a Demonstração de Resultado do período, considerando provisão para IRRF-15% e CSSL 5%.
4. Elabore o Balanço Patrimonial da Empresa.
5. Feitas as principais demonstrações contábeis faça uma analise das informações e com base nas referencias
teóricas elabore relatório e critique os principais fatores que implicam no resultado empresarial.
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Considerando os dados referentes a uma empresa apresentados na tabela acima, julgue os itens a seguir, como (V)
verdadeiros ou falsos (F):
( ) Considerando que os custos e despesas variáveis totalizam R$ 30.120,00; então o valor da margem de
contribuição evidenciada na demonstração de resultado pelo método do custeio variável será de R$ 41.860,00.
( ) O custo da produção foi identificado no período pelo valor total de R$ 43.380,00; valor igual ao C.P.V.
( ) Efetuado os cálculos agregando as despesas variáveis e custos variáveis pode-se afirmar que a margem de
contribuição apurada é igual R$ 40.760,00.
( ) Em ambos os métodos de custeio, absorção e variável, o lucro operacional, para esta empresa, apresenta o
mesmo valor.
QUESTÃO 12 – REFLEXÃO
Em relação aos trabalhos apresentados em sala de aula, suponhamos que os donos da empresa efetuou analise de
cada uma delas, faça uma reflexão teórica sobre os aspectos vistos nas apresentações, aponte, por que a proposta
do seu grupo seria a melhor opção a ser escolhida pela empresa com base no referencial teórico proposto, faça
uma discussão com os componentes e convença os proprietários que a proposta do grupo é a melhor e por isso
deverá ser a escolhida.
"A inteligência é quase inútil para quem não tem outras qualidades."
(Alexis Carrel )
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