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EÇÃ
OL
O
C
Cadernos de
Tecnologia
e Trabalho
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Apresentação
A o longo de sua história, o Brasil tem enfrentado o problema da exclusão social que
gerou grande impacto nos sistemas educacionais. Hoje, milhões de brasileiros ainda
não se beneficiam do ingresso e da permanência na escola, ou seja, não têm acesso a um
sistema de educação que os acolha.
Educação de qualidade é um direito de todos os cidadãos e dever do Estado; garantir o
exercício desse direito é um desafio que impõe decisões inovadoras.
Para enfrentar esse desafio, o Ministério da Educação criou a Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade – Secad, cuja tarefa é criar as estruturas necessárias
para formular, implementar, fomentar e avaliar as políticas públicas voltadas para os grupos
tradicionalmente excluídos de seus direitos, como as pessoas com 15 anos ou mais que não
completaram o Ensino Fundamental.
Efetivar o direito à educação dos jovens e dos adultos ultrapassa a ampliação da oferta
de vagas nos sistemas públicos de ensino. É necessário que o ensino seja adequado aos que
ingressam na escola ou retornam a ela fora do tempo regular: que ele prime pela qualidade,
valorizando e respeitando as experiências e os conhecimentos dos alunos.
Com esse intuito, a Secad apresenta os Cadernos de EJA: materiais pedagógicos para o
1.º e o 2.º segmentos do ensino fundamental de jovens e adultos. “Trabalho” será o tema da
abordagem dos cadernos, pela importância que tem no cotidiano dos alunos.
A coleção é composta de 27 cadernos: 13 para o aluno, 13 para o professor e um com
a concepção metodológica e pedagógica do material. O caderno do aluno é uma coletânea
de textos de diferentes gêneros e diversas fontes; o do professor é um catálogo de ativi-
dades, com sugestões para o trabalho com esses textos.
A Secad não espera que este material seja o único utilizado nas salas de aula. Ao con-
trário, com ele busca ampliar o rol do que pode ser selecionado pelo educador, incentivan-
do a articulação e a integração das diversas áreas do conhecimento.
Bom trabalho!
Sumário
TEXTO Subtema
1. Encontro felizRelicostumes 6
2. A tecnologia que reduz o mercado de trabalho 8
3. Quem foi Santos Dumont?Diversidades regionais 10
4. O desemprego tecnológico Maturidade social 12
5. Revolução tecnológica destrói empregos, mas cria trabalhosMiscigenação15
História da tecnologia
TEXTO 1
ENCONTRO
FELIZ
A união entre ciência
e engenharia produz a
alavanca que move o mundo
T
ecnologia é uma palavra de origem P Um método ou processo de constru-
grega, que tem um significado muito ção e trabalho (tal como a tecnologia
abrangente: de uma forma geral, re- de manufatura, a tecnologia de infra-
presenta o encontro entre ciência e enge- estrutura ou a tecnologia espacial).
nharia. P A aplicação de recursos para a reso-
O termo tecnologia pode incluir desde lução de problemas.
as ferramentas mais simples, como as que P O termo também pode ser usado
se usam para fabricar uma colher de ma- para descrever o nível de conheci-
deira, e processos como a fermentação da mento científico, matemático e téc-
uva, até as ferramentas e os processos mais nico de uma determinada cultura.
complexos já criados pelo ser humano, por P Na economia, a tecnologia é o estado
exemplo, a Estação Espacial Internacional atual de nosso conhecimento de como
e a dessalinização da água do mar, respec- combinar recursos para produzir os
tivamente. Freqüentemente, a tecnologia produtos desejados (e nosso conheci-
entra em conflito com algumas preocu- mento do que pode ser produzido).
pações naturais de nossa sociedade, como
o desemprego, a poluição e muitas outras Tecnologia e economia
questões como as ecológicas, filosóficas e O equilíbrio entre as vantagens e as
sociológicas. desvantagens que o avanço da tecnologia
Dependendo do contexto, a tecnologia traz para a sociedade é muito tênue. A prin-
pode significar: cipal vantagem é refletida na produção
P As ferramentas e as máquinas que industrial: a tecnologia torna a produção
ajudam a resolver problemas. maior e mais rápida e, ainda assim, o resul-
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Os implementos de tração
animal e rabiça (esq.) e as
modernas máquinas
motorizadas (dir.) têm
duas diferenças essenciais:
o custo de operação da
segunda só serve para os
grandes, e o primeiro
respeita mais o solo.
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Tecnologia e desemprego
TEXTO 2
Foto: Iconografia
A TECNOLOGIA
QUE REDUZ O
MERCADO
DE TRABALHO
A
ntes de analisarmos a fundo a questão
dos empregos, é preciso ter uma base
de como os avanços tecnológicos in-
fluíram até hoje na vida do homem. Em seu
livro A Idade do Acesso, o americano Jeremy
Rifkin dividiu a história dos meios de pro-
dução em três períodos (Primeira, Segunda
e Terceira Revolução Industrial). A expres-
são "Revolução Industrial" talvez seja um
exagero no caso da terceira, pois atualmente
essas grandes mudanças englobam muito
mais do que a indústria. No caso da primeira
e segunda, a expressão ainda se aplica, pois
se tratava de épocas em que a sociedade e o
Fábrica moderna, com progresso da humanidade giravam em torno
robôs substituindo operários
de fábricas ou indústrias.
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Tecnologia e Trabalho • 9
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Invenções
TEXTO 3
QUEM FOI
SANTOS DUMONT?
O
14bis tem esse nome porque foi tes- ditavam haver risco de explosão ao colocar
tado por Santos Dumont, acoplado o motor em proximidade com o gás (hi-
ao seu dirigível de nº 14. Dumont drogênio) que preenchia os balões. Santos
preferiu chamá-lo de “bis”, em vez de dar Dumont provou que era possível a utiliza-
um novo número. ção dos motores a petróleo nos balões.
O relógio de pulso também foi criação Santos Dumont foi o único dentre seus
de Santos Dumont. Enquanto pilotava seus irmãos a não concluir curso superior. O
dirigíveis, Dumont não tinha como acom- inventor nunca teve uma formação regular.
panhar os segundos e minutos em que per- Era um esportista, como relatou um amigo
manecia no ar com o relógio de bolso. O da época de estudos: “aluno pouco aplica-
aviador sugeriu então ao amigo relojoeiro do, ou melhor, nada estudioso para as ‘teo-
Cartier que adaptasse “alças” ao objeto. O rias’, mas de admirável talento prático e
modelo do relógio foi chamado de “Santôs” mecânico e, desde aí, revelando-se, em
e existe até hoje. tudo, um gênio inventivo”.
Santos Dumont foi o primeiro aeronau- Em 1909 Santos Dumont apresen-
ta a utilizar motores a petróleo em diri- tou seu último invento aeronáutico: o
gíveis. Muitos inventores da época acre- Demoiselle 20. Foi o primeiro ultraleve da
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O dirigível número 6
contornaria a Torre Eiffel
na disputa do Prêmio Deutsch
vencido pelo inventor brasileiro.
história, com apenas 115 kg, envergadura de Cabangu, próximo à cidade que hoje
de 5,50 m e comprimento de 5,55 m, era leva seu nome.
acionado por um motor de 24 cavalo- O jovem Alberto Santos Dumont foi alfa-
vapor. Santos Dumont publicou os planos betizado por sua irmã Virgínia. Estudou
do Demoiselle 20 e permitiu que ele fosse ainda em Campinas, no Colégio Culto à
construído por algumas firmas. O apare- Ciência, e, em São Paulo, nos colégios Kopke
lho foi copiado e tornou-se um modelo e Morton e na Escola de Ouro Preto.
popular. Em 1910, Santos Dumont anunciou
Santos Dumont instruiu a primeira sua intenção de parar de voar. Ele começa-
mulher a voar sozinha em um dirigível va a sentir os sintomas da esclerose múlti-
construído por ele. Após três “lições”, em pla que o perseguiria até o final da sua
29 de junho de 1903, a jovem cubana Aída vida. Seu avião Demoiselle foi vendido a
D’Acosta decolou no nº 9 do inventor, um piloto aspirante que, mais tarde, seria
fazendo o percurso de Neuilly-Saint-James um dos maiores ases da Primeira Guerra
ao campo de Bagatelle (Paris, França). Mundial: Roland Garros.
Alberto Santos Dumont nasceu em 20
de julho de 1873, em Minas Gerais, no sítio Extraído do site www.santosdumont.14bis.mil.br
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Relações no trabalho
TEXTO 4
O DESEMPREGO
TECNOLÓGICO Lauro A.
Monteclaro
César Jr.
Ilustração: Alcy
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O
problema mais grave destes pri- constituiriam o cerne da nova estrutura
meiros anos do terceiro milênio social.
talvez seja a ameaça do chamado Assim, de acordo com o partido “oti-
desemprego tecnológico – o desemprego mista”, não há nada com o que se preocu-
gerado pela combinação da utilização em par: depois de um período de ajustes, o fim
grande escala da tecnologia de informáti- de empregos nos setores convencionais
ca e telecomunicações, aliada às novas seria compensado por uma grande oferta
técnicas como meio de aumentar a pro- de colocações. Essas colocações, no entan-
dutividade das empresas, com a conse- to, exigiriam alta qualificação profissional.
qüente redução da mão-de-obra. A solução, portanto, seria simples: aumen-
Os estudiosos do problema costumam tar o nível de escolaridade e a capacitação
se dividir em dois grupos com opiniões técnica da população.
divergentes. De um lado, os pessimistas Infelizmente, não é o que se observa no
que pensam que a automação eliminará dia-a-dia, e os números demonstram que
rapidamente os empregos industriais e os o partido “pessimista” tem razão. Até mes-
de serviços. Consideram que o desem- mo os “otimistas” concordam que para tudo
prego global atingiu seu nível mais alto dar certo é necessário haver um “espetácu-
desde a década de 1930, com mais de 800 lo do crescimento” em termos globais: se
milhões de pessoas no mundo desempre- os governos não forem capazes de intervir
gadas ou subempregadas. para reduzir as jornadas de trabalho, as
Essas idéias costumam ser refutadas conseqüências seriam aquelas descritas
pelos otimistas, que acreditam que a ativi- pelos “pessimistas”.
dade econômica mudaria da produção de Vamos analisar como cada país deverá
bens para a prestação de serviços. O fim do agir para se inserir na nova economia. A
emprego rural seria seguido pelo fim do partir de discursos de empresários e econo-
emprego industrial, em benefício do mistas, o que fica claro é o seguinte:
emprego do setor de serviços. E este consti- • É necessário o aumento de produtivi-
tuiria a maioria esmagadora das ofertas de dade mesmo à custa do aumento do
emprego. A nova economia aumentaria a desemprego, pois o superávit gerado
importância das profissões com grande poderá ser usado para criar novos
conteúdo de informação e conhecimentos empregos.
em suas atividades. As profissões adminis- • Alegam que a expansão do comér-
trativas, especializadas e técnicas cres- cio global faria com que essa com-
ceriam mais rápido que qualquer outra, e petição entre nações não tivesse
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como resultado uma “soma zero”, fica a pergunta: se a renda nos países ricos
ou seja, o aumento da riqueza glob- deve cair e nos países pobres deve se man-
al. Na realidade, faria com que o ter baixa, de onde virá o aumento da de-
superávit obtido por cada país fosse manda? Apenas o consumo de luxo será ca-
maior a cada ano, de modo que to- paz de gerá-la?
dos ganhariam. Por outro lado, toda a pressão política
• É aí que está o problema. Porque o que vem sendo feita, tanto em países ricos
que se observa é o seguinte: quanto nos subdesenvolvidos, é no sentido
• As empresas se valem das novas tecnolo- de uma menor interferência do Estado na
gias para transferir empregos de seus economia. Quanto “menos governo” me-
paí-ses para outros onde a mão-de- lhor. Por toda parte se fala em desregula-
obra é mais barata. mentação, em flexibilização das leis traba-
• O superávit obtido é investido, cada vez lhistas etc. Outra pergunta: de onde virá
mais, em tecnologias substitutivas de uma possível reação capaz de reduzir as
mão-de-obra em seus próprios países. jornadas de trabalho e não o emprego?
• Os governos são cada vez mais impo- Apesar de haver um aumento das exigên-
tentes para influir sobre qualquer de- cias em termos de educação e treinamento, a
cisão importante que envolva a eco- maioria dos profissionais apenas consegue
nomia global. manter em parte sua renda. De outro lado,
Ora, uma das condições absolutamente um pequeno grupo passou a obter salários
necessárias para o aumento da demanda é cada vez maiores e os empresários de suces-
o aumento da renda das populações. Mas o so fizeram fortunas inimagináveis.
quesito básico para a inserção de qualquer O aumento das desigualdades gera con-
país pobre na economia global acaba sendo flitos sociais de todo tipo. É urgente reequi-
o de sua população permanecer pobre. Se librar as sociedades para evitar os confli-
os salários e benefícios aumentarem, o país tos. Quem poderá fazer isso? Os governos
deixará de ser competitivo e sua população e partidos políticos atuais? Será possível
voltará imediatamente à “exclusão”. fazê-lo por meios pacíficos e institucionais?
Para os países ricos sobra a opção de Essas são de fato as perguntas mais
transferir seus cidadãos de empregos com importantes, cuja capacidade de resposta
altos salários para empregos terceirizados, dependerá futuro das novas lideranças
temporários, de meio período, contratados políticas e sociais.
por projeto etc. Em todos os casos há Extraído do site www.espacoacademico.com.br/036/36ccesar.htm
redução de salários e/ou benefícios. Então Revista Espaço Acadêmico – Nº. 036 – maio de 2004
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Relações do trabalho
TEXTO
TEXTO XX
5
Foto: FBar
Oficina de informática da Casa
Água e Vida para moradores de
baixa renda de Garulhos,
9 de agosto de 2006.
O
s avanços tecnológicos das últimas três Mas isso não significa necessariamente
décadas destruíram uma grande massa que as pessoas fiquem sem oportunidades de
de empregos permanentes e de carreiras renda. Está surgindo um novo tipo de traba-
estáveis, mas criaram muitos trabalhos temporá- lhador, em especial no setor de serviços, que
rios. A robotização e a informática tornaram tem renda por tarefas executadas. Esse tra-
desnecessária grande parte da mão-de-obra balhador, ao contrário do antigo, não tem
que havia sido imprescindível no setor da pro- uma profissão fixa em que se especializa e se
dução nos períodos anteriores. Os operários qualifica, seguindo uma carreira: uma jovem,
e funcionários administrativos foram sendo por exemplo, pode passar um tempo como
substituídos por equipes cada vez mais faxineira, ou como cabeleireira, depois tra-
enxutas, que trabalham com equipamentos balhar em algum lugar como auxiliar admi-
de altos níveis de produtividade e qualidade. nistrativo temporária, em seguida, como
No Brasil isso se refletiu na queda rela- babá ou acompanhante de pessoa idosa, ou
tiva do número de empregos com carteira como modelo de publicidade para pequenas
assinada no setor de produção, tanto nas empresas, ou para calendários. É a era em
fábricas como nas seções administrativas. que a grande massa de trabalhadores garan-
Está acabando a era do emprego estável, te a sua renda pulando de bico em bico.
com férias e descanso semanal remunera- Texto escrito por Renato Pompeu, escritor e jornalista.
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Acesso à tecnologia
TEXTO 6
NOVAS
DIFERENÇAS
SOCIAIS
Quem não sabe usar um
computador hoje está condenado
a perder bons empregos
Ilustração: Alcy
Como funcionam os telecentros
A
informática facilitou a vida dos tra-
balhadores, mas ao mesmo tempo Cada telecentro é equipado, no míni-
aumentou as diferenças entre as mo, com dez computadores, um servidor,
classes sociais. Quem não sabe utilizar um uma impressora e um scanner, que ficam à
computador ou desconhece um vocabulá- disposição de qualquer pessoa que queira
rio mínimo de inglês – a língua mais falada utilizá-los, sem custo algum. Três morado-
na Internet – está condenado a perder boas res do local são treinados para ajudar os
oportunidades de emprego. Para evitar que usuários a se conectar à Internet, a realizar
as portas se fechem aos mais pobres e trabalhos escolares e a organizar cursos via
menos escolarizados, um projeto governa- web em diversas áreas de interesse.
mental começou a tomar forma em Mato
Grosso, em 2003, e está espalhado por todo Estágio difícil
o país. Trata-se do programa Comunidade De acordo com os relatórios do Ins-
Brasil, que monta centros de informática tituto Euvaldo Lodi (IEL), que coloca estu-
para comunidades carentes. dantes para estagiar em empresas, cerca de
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Desigualdade em números
Hoje no Brasil, apenas um percentual
3,54 reduzido da população, em torno de 10%,
América Latina
tem contato com microcomputadores e In-
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Te x t o 6 / Exclusão digital
OS ACEITOS NA FESTA
Pesquisa feita em 49,1 milhões de domicílios mostra
a diferença entre ricos e pobres no acesso à tecnologia
Com microcomputador
Sem microcomputador
Com acesso à Internet
2.134,3 mil 3.413,9 mil
ATÉ 10 SALÁRIOS
MÍNIMOS
38.129,6 mil
1.377,8 mil
418,5 mil
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Acesso à tecnologia
TEXTO 7
QUEREMOS SABER
Letra e música: Gilberto Gil, 1976
Queremos saber
O que vão fazer
Queremos saber
Com as novas invenções
Queremos viver
Queremos notícia mais séria
Confiantes no futuro
Sobre a descoberta da antimatéria
Por isso se faz necessário
E suas implicações
Prever qual o itinerário da ilusão
Na emancipação do homem
A ilusão do poder
Das grandes populações
Pois se foi permitido ao homem
Homens pobres das cidades
Tantas coisas conhecer
Das estepes, dos sertões
É melhor que todos saibam
Queremos saber O que pode acontecer
Quando vamos ter
Queremos saber
Raio laser mais barato
Queremos saber
Queremos de fato um relato
Todos queremos saber
Retrato mais sério
Do mistério da luz Gege Edições Musicais Ltda (Brasil e América do Sul)
Preta Music (Resto do mundo) in O Viramundo
Luz do disco voador
Pra iluminação do homem
Tão carente e sofredor
Tão perdido na distância
Da morada do Senhor
Ilustração: Alcy
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Tecnologia e cotidiano
TEXTO 8
A tecnologia
não pára de
mudar a vida
das pessoas
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Renato Pompeu
A
história do telefone é um bom exem- do, nem manivela: erguendo-se o fone em
plo das mudanças provocadas na vida uma casa ou escritório, acionava-se auto-
das pessoas nos últimos dois séculos. maticamente a mesa de uma telefonista em
Com efeito, a história do telefone pas- alguma estação - e lá vinha a frase que se
sou por diversos estágios desde a sua inven- tornou célebre: “Número, faz favor?” A pes-
ção na segunda metade do século 19. No soa dizia o número e a telefonista comple-
início, só era possível ligar de um telefone tava a ligação, acionando o telefone dese-
para outro e só na segunda metade do sécu- jado.
lo 19 é que foram instaladas as primeiras Esse sistema se manteve até recente-
redes urbanas de telefones, com cada assi- mente nas ligações interurbanas e interna-
nante podendo ligar para qualquer outro cionais.
assinante. No decorrer das décadas foram O telefone manual era tão entranhado
sendo sucessivamente instaladas, já no sécu- nos hábitos da população que foi objeto de
lo 20, as redes interurbanas, inter-regionais versos de canções populares, como o céle-
e em escala mundial. bre “Telefone ao menos uma vez para o 34-
Os aparelhos também foram mudando. 4333, e ordene ao seu Osório que nos traga
Um dos primeiros modelos foi o telefone a um guarda-chuva aqui para o nosso escri-
magneto, no qual se movimentava uma tório”, de Noel Rosa, e o não menos céle-
manivela para acionar à distância a cam- bre “Pennsylvania 6-500”, consagrado pelo
painha de outro telefone. Esse modelo foi americano Glenn Miller; ambas as canções
usado até a Segunda Guerra Mundial nas dos anos 1930.
comunicações durante as batalhas, com o Depois de dominar durante décadas, o
uso do chamado telefone de campanha. telefone manual foi substituído após a
Na passagem do século 19 para o sécu- Segunda Guerra Mundial pelo telefone a
lo 20, surgiu o chamado telefone manual. disco, que prescindia da telefonista, inicial-
Por esse sistema não era possível ligar dire- mente, nas ligações locais. A pessoa disca-
tamente de um aparelho para outro; era va o número desejado, mas ainda tinha de
necessária a mediação de uma telefonista. discar para a telefonista se quisesse fazer
O telefone não tinha nem disco, nem tecla- uma ligação interurbana ou internacional.
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Nos anos 1980 surgiu o telefone a tecla- química pesada. Na primeira metade do sé-
do, em que a ligação é mais rápida, menos culo 20, surgiram o fordismo e o taylorismo,
complicada, com menos riscos de erro (o ou seja, a linha de montagem e a cronome-
chamado “engano”) e mais segura. O telefo- tragem de ações regulares no interior das
ne acoplou-se na mesma época à Internet. fábricas. Foi nesse estágio do fordismo e do
Mais alguns anos e, com o celular, come- taylorismo que se desenvolveu o comunis-
çou uma verdadeira revolução permanente mo, com sua planificação centralizada e au-
na telefonia. Com ele é possível ligar-se à sência de concorrência.
internet, e à televisão; localizar alguem em Entretanto, se é possível planejar a
qualquer lugar do mundo; baixar músicas e indústria, a agricultura e o comércio, não é
filmes, tirar fotografias, etc. possível planejar o desenvolvimento tecno-
Essa sucessão de avanços primeiramen- lógico, que no capitalismo se dá pela con-
te graduais, por meio de estágios tecnoló- corrência. Quando o patamar relativamen-
gicos de grande duração, seguida do atual te estável do fordismo e do taylorismo foi
período de grande instabilidade e eferves- substituído pelo atual patamar eminente-
cência tecnológicas reflete o andamento, mente instável da robótica, computadori-
nos dois últimos séculos, das revoluções zação, bioengenharia e química fina, a im-
tecnológicas, que primeiro se deram por possibilidade de um planejamento central
meio de sucessivos patamares estáveis até e único para as mudanças levou à derroca-
chegar ao atual patamar instável. da do comunismo.
Primeiro, na passagem do século 18 para
o 19, houve a introdução da máquina a
vapor. Depois, já na segunda metade do sécu-
lo 19, surgiram o petróleo, a eletricidade e a Texto escrito por Renato Pompeu, escritor e jornalista.
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Tecnologia e cotidiano
TEXTO
TEXTO 9
12
O RELÓGIO DE PONTO
Rosene Mara Monteiro de Toledo
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Desenvolvimento tecnológico
TEXTO 10
A
invenção mais notável do começo da
Revolução Industrial foi obra do
operário inglês James Watt. Ele não
criou a máquina a vapor, ele a aprimorou.
Em 1765, ele criou a primeira máquina a
vapor realmente eficaz. A idéia básica era
colocar o carvão em brasa para aquecer a
água até que ela produzisse muito vapor. A
máquina girava por causa da expansão e da
contração do vapor posto dentro de um
cilindro de metal. As máquinas a vapor ti-
nham muitas utilidades. Retiravam a água
que inundava as minas subterrâneas. Mo-
vimentavam os teares mecânicos, que pro-
duziam tecidos de algodão. Com isso, a
Inglaterra se tornou a maior exportadora
mundial de tecidos. Nas primeiras décadas
do século 19, as máquinas a vapor equipa-
ram navios e locomotivas. A Inglaterra, a
França, a Alemanha e os EUA instalaram Setor de
milhares de quilômetros de ferrovias e produção de tear
desenvolveram espetacularmente as indús- de fábrica de rede,
São Bento, PB.
trias de ferro e de máquinas.
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Te x t o 1 0 / Desenvolvimento tecnológico
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Acervo Iconographia
Enterro do
sapateiro
Martinez, morto
durante a greve
de 1917, em
São Paulo.
As trade unions
Os empregados das fábricas também
formaram associações denominadas trade
unions, que tiveram uma evolução lenta em
suas reivindicações. Na segunda metade do
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Invenções
TEXTO 11
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O Demoiselle,
trigéssima obra aeronáutica
de Santos Dumont, é o
primeiro avião como
conhecemos hoje
Acervo Iconographia
Q
uando se fala em invenção, a gen- instrumentos de navegação para ajudar os
te logo imagina alguém cheio de marinheiros a determinar a localização do
idéias malucas, num laboratório barco e a guiá-lo pelo oceano.
onde a qualquer momento alguma coisa Em vez de chegar às Índias, a esquadra
pode explodir, não é mesmo? E quem não de Pedro Álvares Cabral chegou a um lugar
gostaria de conhecer um desses invento- que mais tarde se chamou Brasil. Ao desem-
res e pedir que ele criasse, quem sabe, barcar, os portugueses encontraram os ín-
uma máquina que resolvesse todos os dios, habitantes nativos daquela bela terra,
nossos problemas? Afinal, idéias geniais é e se surpreenderam com as suas invenções:
que não faltam na cabeça das pessoas. com argila, fibras trançadas, madeiras e
E isso nem é de hoje! Na exposição 500 ossos, eles faziam desde belos enfeites para
Anos de Inventiva no Brasil, que percorreu o corpo até eficientes armas de guerra!
o país em 2001 como parte das comemora- No início da colonização, os portugue-
ções pelo aniversário de 500 anos do Brasil, ses forçaram os índios a trabalhar como
foi possível conhecer as invenções realiza- escravos, mas eles acabaram substituídos
das desde que a nossa terra foi descoberta. pelos negros africanos. Trazidos à força nos
Os nossos inventos começam com o so- porões de navios negreiros, os africanos tra-
nho dos portugueses de desbravar o oceano balharam na agricultura, principalmente
Atlântico. Para isso, os navegadores precisa- nas fazendas de cana-de-açúcar, e na mine-
vam enfrentar o que chamavam de Mar ração. Para realizar essas atividades, os por-
Tenebroso – onde imaginavam existir serpen- tugueses trouxeram instrumentos como a
tes e monstros marinhos – para encontrar um moenda de três cilindros verticais, utiliza-
caminho marítimo para as Índias. Antes de da nos engenhos do açúcar.
começar a aventura, foi preciso criar vários
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Te x t o 1 1 / Invenções
Acervo Iconographia
Na virada do século 19 para o 20, as cês, demoiselle quer dizer senhorita), assim
cidades e a população brasileira cresceram chamado por sua leveza e graça. Dois anos
muito e as invenções se voltaram para o depois, aprimorou o modelo e estabeleceu
transporte e o saneamento: para o trans- um recorde de velocidade: 96 quilômetros
porte porque as pessoas precisavam se des- por hora a 200 metros de altura! Até então,
locar rapidamente de um lado a outro da quem imaginava que o homem poderia
cidade; e para o saneamento porque havia voar? Vendo do chão, as pessoas devem ter
a epidemia de peste bubônica, uma grave ficado muito espantadas!
doença transmitida por ratos. A doença, E você? Ficaria de queixo caído se visse
porém, não era a única preocupação da um trem que levita? Ou se soubesse que
época: por causa do sucesso do cultivo de bambus podem se tornar formidáveis equi-
café, moças e rapazes que haviam enrique- pamentos para deficientes físicos? Pois é:
cido passaram a valorizar mais a aparên- essas são algumas invenções brasileiras
cia. Roupas e adereços precisavam estar na recentes que foram apresentadas ao públi-
moda. Só que alguns modismos eram bas- co na exposição.
tante curiosos...
Em 1907, o brasileiro Santos Dumont foi
notícia no mundo todo por ter voado com o
seu Demoiselle, no céu parisiense (em fran- Extraído do site http://cienciahoje.uol.com.br/materia/view/2864
30 • Tecnologia e Trabalho
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Tecnologia e transporte
TEXTO 12
São Paulo ontem...
CAMINHO ERRADO
A matriz de transportes
urbanos brasileira, privilegia
a pior opção – a individual
Acervo Iconographia
Foto: Sebastião Moreira / AE
…e hoje
Tecnologia e Trabalho • 31
13•CA10T18P4.qxd 15.01.07 16:16 Page 32
Tecnologia e desemprego
TEXTO 13
DETECTAM A EXTINÇÃO
DE EMPREGOS
Ilustração: Alcy
32 • Tecnologia e Trabalho
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Q
uando se considera que as novas tec- tingente de mulheres, o nível da ocupação
nologias de informação e telecomu- de 2003 permaneceu igual ao de 2002
nicações, aliadas às novas técnicas (44,5%), que praticamente havia alcança-
gerenciais, tendem a gerar desemprego nos do o de 1995 (44,6%), o mais alto desde o
níveis médios da hierarquia empresarial, os início da década de 1990”. Como interpre-
números não surpreendem. tar isso? É simples, o trabalho feminino
De fato, as novas tecnologias não substi- está concentrado ou nas funções de menor
tuem abruptamente os empregos dos traba- renda, ou em atividades pouco afetadas
lhadores braçais por máquinas, como ocor- pelas novas tecnologias, como as ligadas
reu na Revolução Industrial do passado. Elas ao preparo de alimentos, limpeza e conser-
provocam, principalmente, um forte dese- vação, cuidado com doentes, deficientes,
quilíbrio nas relações entre capital e traba- crianças, idosos etc.
lho, favorecendo enormemente o primeiro. Mesmo a redução do trabalho infantil
Depois dos processos de “reengenharia”, pode ser relacionada aos programas gover-
que hoje não são mais restritos apenas às namentais baseados na troca de “comida
indústrias, nota-se que os trabalhadores por estudo”. Assim, no âmbito da econo-
“sobreviventes” tornam-se muito mais dó- mia da família, a criança na escola garante
ceis quanto a reivindicações por aumentos a “cesta básica”, enquanto o adulto desem-
de salários, reposição de perdas inflacioná- pregado passa a ocupar as funções que a
rias e novos benefícios. Isso explica as per- criança ocupava.
das progressivas de poder aquisitivo, mes-
Isso não é perceptível na agricultura,
mo para os que continuam empregados.
onde o trabalho infantil é complementar
Os demitidos, depois de um longo perío-
ao do adulto e sempre foi uma fonte de
do de procura, vão acabar aceitando em-
renda perfeitamente aceitável. Mas, nas
pregos com remuneração inferior à que
cidades, basta notar a substituição do
recebiam anteriormente. Outros aceitarão
“tomador de conta” de automóveis infantil
funções bem abaixo de suas qualificações;
pelo “flanelinha”, sempre um adulto.
e outros simplesmente abandonarão o
Também notamos o progressivo “envelhe-
mercado de trabalho, seja para se tornar
cimento” dos encarregados de transporte
autônomos, empresários informais ou
de documentos e pequenos volumes. Sai o
“desempregados permanentes”, vivendo à
“guarda-mirim” e entra o “moto-boy”.
custa de parentes. Isso explica a redução
drástica da renda “por domicílio”.
Extraído do site www.midiaindependente.org/eo/blue/2004/
Outro dado revelador é que, “no con- 10/291926.shtml
Tecnologia e Trabalho • 33
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Substituição de mão-de-obra
TEXTO 14
UM CARRO A CADA
80 SEGUNDOS Foto: Robson Fernandjes / AE
34 • Tecnologia e Trabalho
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P
ara produzir quatro portas de três A flexibilidade do método permitiu à
modelos de carros não muito sofisti- empresa ultrapassar a capacidade da fábri-
cados são necessárias 250 peças. A ca, feita para produzir 250.000 automó-
combinação entre componentes e cores veis por ano. São 912 veículos por dia –
pode resultar em 1.700 modelos diferentes um a cada 80 segundos – em três turnos
de portas do Fiesta hatch, Fiesta sedã e de jornadas de 42 horas semanais, execu-
EcoSport. Mas a Ford não precisa se preo- tadas por 8.500 trabalhadores. Os da Ford
cupar com nenhum detalhe dessa comple- somam 3.800. O restante é dos 25 forne-
xa operação. O trabalho é todo feito pelos cedores que dividem o mesmo espaço.
255 funcionários da Faurecia, um dos for- Outra curiosidade que leva tantos visi-
necedores que trabalham ligados à linha de tantes até Camaçari é entender como foi
montagem em Camaçari, na Bahia – os cha- que a Ford conseguiu instalar uma fábrica
mados “sistemistas”. de carros a mais de 4.000 quilômetros do
Desde a inauguração, em 2001, a fábri- principal centro fornecedor de autopeças e
ca da Ford na Bahia recebeu milhares de onde também está o maior mercado con-
pesquisadores, estudantes e executivos da sumidor de veículos do país. E ainda em
indústria automotiva do Brasil e do exte- um lugar onde os operários nem sequer
rior. Somente no ano passado foram 1.400 sabiam como era uma linha de montagem.
visitas, a maior parte de grupos.
Todos querem conhecer o modelo de Novas relações
produção já diferente daquele que o pró- Hoje já existe um toque de conhecimen-
prio fundador da companhia, Henry Ford, to automotivo na cultura baiana. O ritmo
pai da linha de montagem, inventou há frenético dessa indústria alterou parte dos
um século. Cinco anos depois da insta- costumes locais, como o tradicional Car-
lação da fábrica, a invenção foi renova- naval de uma semana inteira. Quem traba-
da, com opção de atrair os principais for- lha na Ford só tem três dias de folia.
necedores para perto da linha de montagem. Mas a fábrica vai parar sexta-feira e
Tecnologia e Trabalho • 35
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Te x t o 1 4 / Transformações Climáticas
36 • Tecnologia e Trabalho
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Apropriação
TEXTO 15
MAS QUEM
A
ntes de responder à pergunta, é im-
portante levar em consideração que,
apesar dos avanços na agricultura
brasileira, a estrutura agrária ainda é ex-
tremamente concentrada. Dos 4,6 milhões
de agricultores do país, cerca de 4,1 milhões
são agricultores familiares, com pouca terra
e acessos limitados a créditos, conhecimen-
tos e tecnologias. Os outros 500.000 agri-
cultores são os que têm mais terra, maior
acesso à tecnologia e produzem mais. Essa
desigualdade histórica explica por que os
avanços tecnológicos, em sua maioria,
ainda são realidades distantes da maioria
dos produtores rurais. "O desenvolvimento
de uma tecnologia é geral, não leva em con-
sideração se vai ser usada por um grande
ou pequeno produtor. O desenvolvimento
final dela é que vai focar o mercado", expli-
ca um economista de São Paulo, especia-
lizado no agronegócio.
Fonte P www.agco.com.br/%5CNoticia%5CRepositorio%5C24_dest_col-
heitadeira2.jpg (acesso em 08 de maio de 2006)
Tecnologia e Trabalho • 37
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Tecnologia alimentícia
TEXTO 16
FEITO PARA
DURAR
Para conhecer a herança do
confeiteiro francês Nicolas Appert,
basta olhar para as prateleiras
do supermercado mais próximo
da sua casa!
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A
conservação de alimentos surgiu com a civilização. En-
tretanto, todos os processos utilizados até o final do
século 18 foram desenvolvidos de forma totalmente
empírica, sem nenhum conhecimento ou embasamento teórico
e, normalmente, utilizando ou simulando processos existentes
na natureza (secagem, defumação, congelamento). Nessa
época, já se sabia que as frutas e algumas hortaliças podiam
ser conservadas em açúcar e certas hortaliças toleravam o
vinagre. Porém, todos esses procedimentos conservavam os
alimentos por pouco tempo e nem sempre dava certo.
O avanço científico
Foi somente no início do século 19, que o confeiteiro
francês, Nicolas Appert (1749-1841), depois de 15 anos de
experimentos, desenvolveu um processo que não era baseado
em nenhum fenômeno natural já conhecido.
Foi para resolver as questões práticas do dia-a-dia de sua
confeitaria, que ele teve a genial intuição de que se colocasse
os alimentos previamente fervidos em garrafas de vidro
grossas (como as usadas para o champagne) com algum
líquido e lacrando-as com rolha de cera, conseguiria uma
prolongação da vida de prateleira destes alimentos. Supôs que,
como no vinho, a exposição ao ar estragava a comida. Assim,
se a comida fosse colocada num recipiente que vedasse a
entrada do ar, ficaria fresca e com boa qualidade. Funcionou.
Tecnologia e Trabalho • 39
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Te x t o 1 6 / Tecnologia alimentícia
Louis Pasteur
Na época, Appert acreditava que a preservação do ali-
mento devia-se a ausência de ar no interior do frasco. Esta
hipótese foi derrubada por Pasteur algumas décadas depois,
em 1864, ao provar que os pequenos seres vivos que já haviam
sido identificados por Leeuwenhoek em 1675 eram res-
ponsáveis por deteriorações nos alimentos e doenças no ho-
mem. As pesquisas de Pasteur demonstraram que o efeito da
temperatura na preservação dos alimentos era na realidade
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Tecnologia e Trabalho • 41
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Te x t o 1 6 / Tecnologia alimentícia
O Abridor de Latas
O
curioso da história do abri- curva na borda da lata e empregan-
dor de latas é que ele só foi do a força, fazia-se com que ela des-
inventado mais de 45 anos lizasse sobre toda a lateral. Uma dis-
depois das primeira latas de conser- tração poderia gerar sérios acidentes.
vas, que surgiram em 1813. O abridor tal como utilizamos
Isto aconteceu porque as pri- hoje, com uma roda cortante que
meiras latas possuíam grossas pare- gira ao redor da borda da lata, foi
des de ferro que para serem abertas inventado pelo americano Willian
exigiam o uso do cinzel e do marte- Lyman, que o patenteou em 1870. A
lo (e no caso dos soldados com a Star Can Opener Company, de San
ponta da baioneta ou o tiro do fuzil). Francisco, aperfeiçoou o aparelho de
O abridor de latas surgiu em Lyman, agregando-lhe uma roda
1858, quando as latas se tornaram dentada, denominada roda alimen-
mais leves, e foi inventado por Ezra. tadora, graças à qual a embalagem
Warner, de Waterbury, no estado girava pela primeira vez em sentido
norte-americano de Connecticut. Era contrário à roda. Este princípio bási-
um aparato volumoso e impressio- co segue sendo utilizado até hoje e
nante, que se parecia, em parte com foi a base do primeiro abridor de
uma baioneta e em parte com uma latas elétrico, patenteado em 1931.
foice. Introduzia-se sua grande folha
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Tecnologia e Trabalho • 43
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Desenvolvimento sustentável
TEXTO 17
Cisternas de placas
Foto: Rodrigo Lobo / JC / AE
pré-moldadas: soluções
localizadas, baratas
e eficientes
TECNOLOGIA SOCIAL
Os países buscam produtos, técnicas ou sistemas que funcionem
efetivamente e promovam desenvolvimento social em escala
T
ecnologia social compreende produ- sabedoria popular, organização social e
tos, técnicas ou metodologias reapli- conhecimento técnico-científico. O que
cáveis, desenvolvidas na interação realmente importa é que sejam efetivas
com a comunidade e que representem e reaplicáveis, propiciando desenvolvi-
efetivas soluções de transformação social. mento social em escala.
É uma proposta inovadora que consi- Bons exemplos de tecnologia social:
dera a participação coletiva no processo o clássico soro caseiro (mistura de 2
de organização, desenvolvimento e im- colheres, das de sopa, cheias de açúcar e
plementação de determinado programa. 1 colher das de chá, rasa, de sal com 1
Baseia-se na disseminação de soluções litro de água, que combate a desidrata-
para problemas de alimentação, educa- ção e reduz a mortalidade infantil); as
ção, energia, habitação, renda, recursos cisternas de placas pré-moldadas que
hídricos, saúde, meio ambiente, dentre atenuam os problemas de acesso a água
outras. de boa qualidade à população do semi-
As tecnologias sociais podem aliar árido nordestino, entre outros.
44 • Tecnologia e Trabalho
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Tecnologia e Trabalho • 45
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MÃOS A OBRA!
2 … escavando e colocando
as placas laterais
3 … fixando
as placas laterais
4 … impermeabilizando
as paredes externas
46 • Tecnologia e Trabalho
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O homem e a máquina
TEXTO 18
APTIDÃO
Luis Fernando Verissimo
Ilustração: Alcy
A
bre a porta. Entra o Senhor Pacheco.
Bom dia, Senhor Pacheco. Sente-se, por favor. Temos
uma ótima notícia para o senhor.
Sim, senhor.
Como o senhor deve saber, Senhor Pacheco, contratamos
uma firma de psicomputocratas para fazer testes de aptidão
nos dez mil empregados desta firma. Precisamos nos atualizar.
Acompanhar os tempos.
Tecnologia e Trabalho • 47
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Te x t o 1 8 / O homem e a máquina
Sim, senhor.
Os dez mil testes foram submetidos a um computador, há
dois minutos, e os resultados estão aqui. O senhor é o primeiro
a ser chamado porque o computador nos forneceu os resulta-
dos em rigorosa ordem alfabética.
Mas o meu nome começa com P.
Hum, sim, deixa ver. Pacheco. Sim, sim. Deve ser por
ordem alfabética do primeiro nome, então. Este computador é
de quarta geração. Nunca erra. Como é seu primeiro nome?
Xisto.
Bom, isso não tem importância. Vamos adiante. Vejo aqui
pela sua ficha que o senhor está conosco há vinte e oito anos,
Seu Pacheco. Sempre na seção de entorte de fresos. O senhor
nunca falhou no serviço, nunca tirou férias, e já recebeu nosso
prêmio de produção, o Alfinete de Alumínio, dezessete vezes.
Sim, senhor.
O senhor começou na seção de entorte de fresos como faxi-
neiro, depois passou a assistente de entortador, depois entorta-
dor, e hoje é o chefe de entorte.
Sim, senhor.
Me diga uma coisa, Senhor Acheco...
Pacheco.
Senhor Pacheco. O senhor nunca se sentiu atraído para
outra função, além do entorte de fresos? Nunca achou que
entortar não era bem sua vocação?
Nunca, não Senhor.
Pois veja só, Senhor Pacheco. O computador nos revela que
a sua verdadeira vocação não é o entorte de fresos e sim o bis-
toque de tronas!
48 • Tecnologia e Trabalho
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Sim, senhor.
O senhor é um bistocador de tronas nato, segundo o com-
putador. Não é fantástico? E ainda tem gente que critica a tec-
nologia. O senhor era um homem deslocado no entorte de fre-
sos e não sabia. Se não fosse o teste, nunca ficaria sabendo.
Claro que essa situação vai ser corrigida. O senhor, a partir
deste minuto, deixa de entortar.
Sim, senhor.
Quanto o senhor ganha conosco, Senhor Pacheco, depois
de vinte e oito anos? Mil, mil e duzentos?
Quinhentos, não contando os alfinetes.
Pois, sim. E sabe quanto ganha um iniciante no bistoque
de tronas? Mil e quinhentos! Não é fantástico?
Sim, senhor.
Só tem uma coisa, Senhor Pacheco. Nossa firma não traba-
lha com tronas. Pensando bem, ninguém trabalha com tronas,
hoje em dia.
Olha, tanto faz. Não é mesmo? Eu estou perfeitamente satis-
feito no entorte, faltam só vinte anos para me aposentar e...
Senhor Pacheco, então a firma gasta um dinheirão para
descobrir a sua verdadeira vocação e o senhor quer jogá-la
fora? Reconheço que o senhor tem sido um chefe de entorte
perfeito. Aliás, o computador não descobriu ninguém com apti-
dão para o entorte. Vai ser um problema substituí-lo. Mas não
podemos contestar a tecnologia. O senhor está despedido. Por
favor, mande entrar o seguinte, por ordem alfabética, o Senhor
Roque Lins. Passe bem.
Sim, senhor.
Sai o Senhor Pacheco. Fecha a porta
Tecnologia e Trabalho • 49
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Desenvolvimento tecnológico
TEXTO 19
A PELEJA DO
CORDEL DE FEIRA
COM A INTERNET
Walter Medeiros
50 • Tecnologia e Trabalho
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Tecnologia e Trabalho • 51
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Te x t o 1 9 / Transformações no Trabalho
52 • Tecnologia e Trabalho
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Tecnologia e cotidiano
TEXTO 20
Tecnologia e Trabalho • 53
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Tecnologia de comunicação
TEXTO 21
EL IMPRESCINDIBLE
TELÉFONO
MÓVIL
H
oy tanto en Europa como en Latinoa- 120 millones de celulares resuenan bajo el
mérica el teléfono móvil se ha trans- cielo latinoamericano.
formado en un elemento impres- Brasil tenía apenas cinco millones
cindible para la vida de las personas, tanto cuando se privatizaron las telecomunica-
chicos como adultos. Y su uso habitual ha ciones en 1998, y sólo entre enero y agosto
cambiado los modos de comunicación dia- incorporó al mercado otras 5,2 millones.
rios, que son más por motivos personales Este año, las líneas celulares superaron los
que profesionales. 40 millones, un millón más que las fijas.
La posesión de un teléfono móvil era Una de las causas de este fenómeno es
símbolo de riqueza y ascenso social. Ese que la telefonía móvil se abarató nota-
escenario cambió rápidamente en América blemente mediante las “tarjetas prepa-
Latina, al mismo tiempo que el capital gas”, única modalidad para que muchos
privado irrumpía en las telecomunicacio- latinoamericanos pobres pudieran acceder
nes. Millones de personas de ingresos mo- a un teléfono. A esto se sumó el surgi-
destos accedieron en los últimos años a su miento de un mercado informal de teléfono
primer teléfono, que fue un celular. móvil de usados y robados, incluso en pues-
Según la Unión Internacional de las tos callejeros.
Telecomunicaciones (UIT), en 1990 había En algunos países, como Brasil y Uru-
100.000 líneas de telefonía móvil en guay, adoptar la telefonía móvil permitió
Latinoamérica, y en 1999 la agencia de la superar la histórica brecha entre la de-
ONU calculó que eran 38 millones. Hoy, manda y la oferta del servicio, notable-
expertos del sector privado, aseguran que mente en zonas rurales.
54 • Tecnologia e Trabalho
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El teléfono móvil se
ha transformado
en un elemento
imprescindible para
la vida de las
personas.
Oficina de bolsillo
¿Se puede vivir sin móvil?
Un teléfono móvil dice ahora muy
poco sobre la condición social o económica Opinión: “Yo lo hago y les aseguro que como el
de quién lo porta. Para un amplio sector más común de los mortales hace 10 años, no lo
de la población, és un artículo de primera necesito. Que en situaciones es útil, no lo dudo,
necesidad: electricistas, fontaneros, alba- que genera dependencia tampoco. Una escalera
también es útil en algunos momentos y no la
ñiles, pintores y trabajadores informales
llevamos por la calle. Respeto a quienes lo llevan
hacen del celular su oficina móvil y pueden
pero les animo a tratar de dejarlo una temporada
así ser llamados en cualquier momento, y sopesen si les interesa la comunicación telefóni-
donde estén, para pequeños servicios. Para ca inmediata o su tiempo libre. Por cierto puedo
ellos es un instrumento de trabajo. pagarlo y no tengo tecnofobia, utilizo Internet:
televisión, DVD, MP3… No utilizarlo es una opción
Los delincuentes también aprovechan libre.”
esta tecnología
El celular prepagado, ideal para la que ver con tener o no, sino con el tipo y
acción clandestina, es indispensable para marca de teléfono móvil que se posee.
el narcotráfico en Brasil. Tanto que las
autoridades establecieron un registro obli-
gatorio de usuarios.
Hoy es tan común el uso del teléfono Texto adaptado de La Revista (Uso livre): www.publispain.com/
móvil que la imagen ya no tiene mucho revista/el-imprescindible-telefono-movil.htm
Tecnologia e Trabalho • 55
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Acesso à tecnologia
TEXTO 22
72,1%
42%
é o aumento
registrado
no período
40,3%
36,4% 36,8%
Aumento do consumo
de energia elétrica
Indústria Comércio Residencial Outros
Entre 1994 e 2004
Fonte: Ipedata/Eletrobras Foto: Nasa
O
consumo de energia elétrica para nal apesar da imensidão da área, e, ao con-
iluminação no mundo não é igual- trário, os Estados Unidos, o Canadá, a Euro-
mente distribuído pela superfície da pa e o Japão apresentam uma luminosidade
Terra, como se pode observar pelo mapa muito grande. China e Índia também se
acima*. Ao lado de concentração de con- destacam, mas não em proporção à gran-
sumo há espaços vazios significativos. deza de suas populações. Podemos afirmar
O continente africano, por exemplo, pos- que os países mais desenvolvidos do mundo
sui pontos de grande consumo no extremo são os que mais consomem energia elétrica
norte e no extremo sul, além de pontos ao para iluminação.
longo do litoral, mas seu interior, apesar de
povoado, tem consumo reduzido. A região Extraído da revista Desafios do Desenvolvimento – Ano II,
nº 11 – Junho de 2005.
da Amazônia internacional, na América do *O mapa em questão é uma montagem, pois o planeta Terra não permite captar
Sul, possui pequeno contingente populacio- imagem noturna, simultaneamente, em toda a sua superfície.
56 • Tecnologia e Trabalho
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Projeção
TEXTO 23
ADMIRÁVEL
MUNDO NOVO
S
erá admirável o nosso novo mundo? A quem serve esta civi-
lização que se diz moderna e funcional e, ao aparato das
técnicas, sacrifica o espírito?... O espírito, considerado reali-
dade menor, o espírito tolerado, quando não reprimido... Qual o
lugar do homem, numa sociedade dominada pela máquina? Qual
o caminho para o indivíduo que reivindique a liberdade interior
e o direito à sua... individualidade, à sua singularidade? Para o
indivíduo que queira caminhar pelos próprios pés? Aldous
Huxley, um dos maiores escritores contemporâneos, descreve,
em Admirável Mundo Novo, com fantasia e ironia implacável, a
sociedade futura totalitarista. Simplesmente, o universo que o
grande romancista inglês anima pertence, de certo modo, aos
nossos dias. Quase já não pode considerar-se uma ameaça:
tomou corpo. O que empresta à leitura dessa obra uma força trá-
gica invulgar. Mundo novo? Mundo intolerável? Mundo inabitá-
vel? Mundo de onde se deve fugir, de qualquer maneira? Ou
mundo a reconstruir – pedra por pedra? Com uma pureza recon-
quistada? Aldous Huxley deixa esse montinho de problemas que
o leitor poderá – se quiser e souber... – resolver...
Capítulo primeiro
Um edifício cinzento e atarracado, de apenas trinta e quatro
andares, tendo por cima da entrada principal as palavras:
Centro de Incubação e de Condicionamento de Londres-
Central e, num escudo, a divisa do Estado Mundial:
Tecnologia e Trabalho • 57
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Te x t o 2 3 / Projeção
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Te x t o 2 3 / Projeção
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Te x t o 2 3 / Projeção
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Tecnologia e Trabalho • 63
eja_expediente_Tecnologia_2384.qxd 1/26/07 3:33 PM Page 64
Expediente
Comitê Gestor do Projeto
Timothy Denis Ireland (Secad – Diretor do Departamento da EJA)
Cláudia Veloso Torres Guimarães (Secad – Coordenadora Geral da EJA)
Francisco José Carvalho Mazzeu (Unitrabalho) – UNESP/Unitrabalho
Diogo Joel Demarco (Unitrabalho)
Coordenação do Projeto
Francisco José Carvalho Mazzeu (Coordenador Geral)
Diogo Joel Demarco (Coordenador Executivo)
Luna Kalil (Coordenadora de Produção)
Equipe Pedagógica
Cleide Lourdes da Silva Araújo
Douglas Aparecido de Campos
Eunice Rittmeister
Francisco José Carvalho Mazzeu
Maria Aparecida Mello
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Equipe de Consultores (Câmara Brasileira do Livro. SP, Brasil)
Ana Maria Roman – SP Tecnologia e trabalho / [coordenação do projeto
Antonia Terra de Calazans Fernandes – PUC-SP Francisco José Carvalho Mazzeu, Diogo Joel Demarco,
Armando Lírio de Souza – UFPA – PA Luna Kalil]. -- São Paulo : Unitrabalho-Fundação
Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho ;
Célia Regina Pereira do Nascimento – Unicamp – SP Brasília, DF : Ministério da Educação. SECAD-Secretraria de
Eloisa Helena Santos – UFMG – MG Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2007,
Eugenio Maria de França Ramos – UNESP Rio Claro – SP -- (Coleção Cadernos de EJA)
Equipe editorial
Preparação, edição e adaptação de texto: Pesquisa iconográfica e direitos autorais:
Editora Página Viva Companhia da Memória