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O que é um texto?

O texto é uma ocorrência linguística, que tem um sentido completo,


dotada de certas formalidades que lhe permite estabelecer uma
comunicação entre o seu produtor e o destinatário. A sua função é
essa, ou seja, estabelecer uma comunicação entre estes dois
sujeitos.
Exemplos:
a)

b)
BILHETE Se tu me amas, ama-me baixinho Não o grites de cima
dos telhados Deixa em paz os passarinhos Deixa em paz a mim! Se
me queres, enfim, tem de ser bem devagarinho, Amada, que a vida
é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana

c)

LINGUAGEM
Linguagem é qualquer e todo sistema de signos que serve de meio
de comunicação de ideias ou sentimentos, os elementos constitutivos
da linguagem são, pois, gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras,
usados para representar conceitos, ideias, significados e
pensamentos. A linguagem pode ser: linguagem visual, corporal,
gestual, etc., ou, ainda, outras mais complexas, constituídas, ao
mesmo tempo, de elementos diversos.

Tipos de Linguagem:
Linguagem verbal é uso da escrita ou da fala como meio de
comunicação.

Linguagem não-verbal é o uso de imagens, figuras, desenhos,


símbolos, dança, tom de voz, postura corporal, pintura, música,
mímica, escultura e gestos como meio de comunicação. A
linguagem não-verbal pode ser até percebida nos animais, quando
um cachorro balança a cauda quer dizer que está feliz ou coloca a
cauda entre as pernas medo, tristeza.
Dentro do contexto temos a simbologia que é uma forma de
comunicação não-verbal. Exemplos: sinalização de trânsito,
semáforo, logotipos, bandeiras, uso de cores para chamar a
atenção ou exprimir uma mensagem.

Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem verbal e da


linguagem não-verbal, usando palavras escritas e figuras ao mesmo
tempo.
Níveis de linguagem: Podemos interagir e nos comunicar com outras
pessoas por meio de diversos níveis de linguagem: padrão, coloquial,
gírias, regionalismos e linguagem vulgar.
A interação verbal entre os sujeitos é possível por meio das palavras e pode
ser realizada por meio da fala e/ou da escrita. Dependendo da situação
comunicativa, os usuários das línguas podem eleger qualquer um dos
diferentes níveis de linguagem para interagir verbalmente com os outros.

Nível 1: Norma culta/padrão


Linguagem Culta A linguagem culta ou norma culta é um conjunto de padrões
linguísticos que definem o uso correto de uma língua. É também a variedade
linguística de maior prestigio social, pois segue rigorosamente as normas
gramaticais. Geralmente esse padrão é usado por pessoas com elevado nível
de escolaridade.
Características: • Segue as normas gramaticais; • É usada em situações
formais; • Há uma seleção cuidadosa das palavras; • Variante prestigiada; •
Ensinado nas escolas.

Nível 2: Linguagem coloquial/informal/popular


Linguagem Coloquial A linguagem coloquial, informal ou popular é uma
linguagem utilizada no cotidiano em que não exige a atenção total da
gramática, de modo que haja mais fluidez na comunicação oral. Na linguagem
informal usam-se muitas gírias e palavras que na linguagem formal não estão
registradas ou tem outro significado.
Características da Linguagem Coloquial: Variante espontânea; Utilizada em
relações informais; Sem preocupações com as regras da gramática
normativa; Presença de coloquialismos (expressões próprias da fala), tais
como: pega leve, se toca, tá rolando etc. Uso de gírias; Uso de formas
reduzidas ou contraídas (pra, cê, peraí, etc.) Uso de “a gente” no lugar de nós;
Uso frequente de palavras para articular ideias (tipo assim, ai, então, etc.);

Nível 3: Linguagem regional/regionalismo


A linguagem regional está relacionada com as variações ocorridas,
principalmente na fala, nas mais variadas comunidades linguísticas. Essas
variações são também chamadas de dialetos. O Brasil, por exemplo, apresenta
uma imensa variedade de regionalismos na fala dos usuários nativos de cada
uma de suas cinco regiões.
Exemplo do falar gaúcho:
Pues, diz que o divã no consultório do analista de Bagé é forrado com
um pelego. Ele recebe os pacientes de bombacha e pé no chão.
Buenas. Vá entrando e se abanque, índio velho.
— O senhor quer que eu deite logo no divã?
— Bom, se o amigo quiser dançar uma marcha, antes, esteja a gosto.
Mas eu prefiro ver o vivente estendido e charlando que nem china da
fronteira, pra não perder tempo nem dinheiro.
(Luís Fernando Veríssimo, O Analista de Bagé)
Exemplo do falar caipira:
Aos dezoito anos pai Norato deu uma facada num rapaz, num
adjutório, e abriu o pé no mundo. Nunca mais ninguém botou os olhos
em riba dele, afora o afilhado.
— Padrinho, evim cá chamá o sinhô pra mode i morá mais eu.
— Quá,flo, esse caco de gente num sai daqui mais não.
— Bamo. Buli gente num bole, mais bicho… O sinhô anda
perrengado…
(Bernardo Élis, Pai Norato)

Nível 4: Gírias
A gíria é um estilo associado à linguagem coloquial/popular como meio de
expressão cotidiana. Ela está relacionada ao cotidiano de certos grupos sociais
e podem ser incorporadas ao léxico de uma língua conforme sua intensidade
e frequência de uso pelos falantes, mas, de maneira geral, as palavras ou
expressões provenientes das gírias são utilizadas durante um tempo por um
certo grupo de usuários e depois são substituídas por outras por outros usuários
de outras gerações. É o caso, por exemplo, de uma gíria bastante utilizada pelos
falantes nas décadas de 80 e 90: “chuchu, beleza”, mas que, atualmente, está
quase obsoleta.
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
A comunicação confunde-se com nossa própria vida, estamos a
todo tempo nos comunicando, seja através da fala, da escrita, de
gestos, de um sorriso e até mesmo através do manuseio de
documentos, jornais e revistas.
Em cada um desses atos que realizamos notamos a presença dos
seguintes elementos:
Emissor ou remetente: é aquele que envia a mensagem (uma
pessoa, uma empresa, uma emissora de televisão etc.)
Destinatário: é aquele a quem a mensagem é endereçada (um
indivíduo ou um grupo).
Mensagem: é o conteúdo das informações transmitidas.
Canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem será
transmitida (carta, palestra, jornal televisivo)
Código: é o conjunto de signos e de regras de combinação desses
signos utilizado para elaborar a mensagem; o emissor codifica
aquilo que o receptor irá descodificar.
Contexto: é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere.
Funções da Linguagem
As funções da linguagem que apontam as mensagens para um ou mais elementos da
própria comunicação.

ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Elemento Função
Contexto Referencial
Emissor Emotiva
Receptor Conativa
Canal Fática
Mensagem Poética
Código Metalinguística

1. REFERENCIAL – também chamada de Cognitiva, Informativa ou Denotativa privilegia o


contexto impessoal (na terceira pessoa). O emissor tem a intenção de informar sem
envolvimentos passionais, constituindo-se, assim, na linguagem das redações argumentativas
(concursos e vestibulares), das narrações não-fictícias e das descrições objetivas. Está presente
também em teses científicas, em textos jornalísticos, em redações oficiais e comerciais.
Exemplos:
1) Texto jornalístico: A justificativa, em tom de alerta, vem do discurso taxativo do
engenheiro José Édison Parro, 60 anos, presidente da Associação de Engenharia Automotiva:
“A maioria dos carros da frota nacional, apesar da renovação dos últimos anos, não se encontra
em perfeito estado. Isso aumenta a incidência de antigos problemas e, consequentemente, o
risco de acidentes”. ((Alexandre Carauta e Anderson Vieira, Trecho de artigo publicado no caderno Carro e Moto,
23/06/2001)
2) Redação Oficial – Parecer:
Conclusão
Considerando-se a importância da participação da professora Jupira da Silva dentro do
projeto global que o professor Cremilço Pereira pretende desenvolver para otimizar o trabalho
da Editora da Universidade Federal de Brasília e a perfeita adequação do projeto em apreciação
a Resolução nº44/CEPE/96 que regulamenta as atividades de extensão, recomenda-se ao
colegiado a aprovação do projeto em pauta.
Rio Grande, 12 de outubro de 1999.
Nelson Maia Schocair
Relator

2. EMOTIVA – essa função tem a ênfase centrada no emissor (texto em primeira pessoa), em
suas emoções e atitudes. Também chamada Expressiva ou Exteriorização psíquica é
representada por interjeições adjetivas e agressão verbal (insultos, injúrias) e signos de
pontuação – exclamações e reticências. As canções populares, os cordéis, as novelas, as
poesias pertencem a essa unidade linguística funcional.

Exemplos:
a) “É gente humilde que vontade (eu sinto) de chorar.” (Chico Buarque)

b) “Todos os dias quando (eu) acordo, / (eu) não tenho mais o tempo que passou.” (Legião
Urbana)

c) “Não adianta nem tentar me esquecer...” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)


3. CONATIVA – também denominada Apelativa, busca mobilizar a atenção do receptor,
produzindo evocação, ordem, apelo. Pode ser Imperativa, característica da propaganda, das
sentenças ou Volitiva, revelando desejo, vontade.
Exemplos:

1) Imperativa
“Respire futebol
Coma futebol
Beba Coca-Cola”
2) Volitiva
“Quero ficar no teu corpo feito tatuagem...” (Chico Buarque)

4. FÁTICA – a ênfase é centrada no canal a fim de que se mantenha a conexão entre os falantes.

Exemplos:
“Bom dia!” – “Oi!” – “Alô!”

Obs.: Embora característica da linguagem oral, na música popular também aparece:


“Eu ligo o rádio
e blá – blá
BIá-bIá-bIá-bIá
Eu te amo.” (Lobão)

“Blá-blá-blá.-blá
blá-blá-blá-blá-blá
Ti-ti-ti-ti
Ti-ti-ti-ti-ti
Tá tudo muito bom, bom!
Tá tudo muito bem, bem!” (Blitz)

5. POÉTICA – função que aparece em todas as composições artísticas: cinema, teatro, pintura,
poesia, literatura, fotografia, música – em textos em verso ou prosa, com o fim de obter efeito
estético por intermédio de linguagem especial: figuras, desvios de normas e neologismos.
Exemplos:
1) Literários:
“Uma tigresa de unhas negras
e íris cor-de-mel
uma mulher, uma beleza
que me aconteceu.” (Caetano Veloso)

“Amor é fogo que arde sem se ver


é ferida que dói e não se sente
é um contentamento descontente...” (Luís de Camões)

2) Jornalístico:
A coleção de aparatos eletrônicos que recheiam os automóveis do novo milênio mostra
se, no Brasil, insuficiente para manter os modelos usados imunes a virose banais e teimosas
(faróis desregulados, rodas desalinhadas, suspensão deficiente, etc.), Pior: a vacina ou seja, a
revisão periódica- custa caro para a maioria dos proprietários e usuários de automóvel rio país.
(Alexandre Carauta e Anderson Vieira, Trecho de artigo publicado no caderno Carro e Moto, 23/06/2001)

6. METALINGUÍSTICA – é a função dicionarizada ou imaginativa que visa à tradução do código.


É a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. Um livro que vira filme, uma pintura
que mostra o artista executando a tela, uma poesia revelando o próprio ato de escrever
constituem exemplos de metalinguagem.
Exemplos:
1) Imaginativa:
“O homem é uma ilha cercada de mediocridade por todos os lados.”

2) Dicionarizada:
Uma ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados.
EXERCÍCIOS
1. Conceitue texto?
2. Qual é a função do texto?
3. Conceitue linguagem?
4. De exemplos de linguagem verbal, não-verbal e mista.
5. O que são elementos da comunicação?
6. Conceitue cada um dos elementos da comunicação?
7. Caracterize com suas palavras Linguagem, coloquial, culta, regionalismo e gírias?
8. De exemplos de cada uma das Funções da Linguagem estudadas.

9. Leia os trechos abaixo e classifique o nível predominante da fala: coloquial, formal, regional ou
gíria:
a) “Se abanquem, no más. Mas que parelha buenacha, tchê. Qual é o causo?” (Luis Fernando
Veríssimo).
b) “Se o congresso quiser ir a fundo deve aprovar, com urgência, medidas para acabar com a
corrupção estrutural da política brasileira. Deve tornar realista e transparente a contribuição de
empresários aos partidos”(Folha de São Paulo, 10 set, 2009).
c) - Qual é o galho?
- Sei lá, meu! Só tava afim de tirar um barato com a cara dela.
- Tá legal, já saquei qual é a sua.

d) Tô cansado de trabalha e não sobra nada.


10. Classifique os tipos de linguagem encontradas nos textos abaixo (verbal, não-verbal ou
mista) justificando sua resposta:

a) b) c) Cuidado! Alta tensão.

11. Relacione a primeira coluna com a segunda:


a) emissor ( ) recebe, decodifica a mensagem
b) receptor ( ) meio pelo qual circula a mensagem
c) mensagem ( ) contexto relacionado a emissor e receptor
d) código ( ) conteúdo transmitido pelo emissor
e) referente ( ) conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem
f) canal ( ) emite, codifica a mensagem

12. O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o jantar. Nesta
situação, podemos dizer que o canal é:
a) o pai b) a filha c) telefone d) o código e) a fala

13. Assinale a alternativa incorreta:


a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende o seu significado.
b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o código.
c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de palavras, desenhos,
números etc.
d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras.
e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de várias maneiras,
criando novas mensagens.
14. Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois
não sabia falar com fluência a língua Espanhola. Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta
palestra seria um fracasso porque:
a) não dominava os signos b) não dominava o código
c) não conhecia o referente d) não conhecia o receptor
e) não conhecia a mensagem

15. Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta velocidade. Faz um
gesto pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o guarda faz para o motorista parar,
podemos dizer que é:
a) o código que ele utiliza b) o canal que ele utiliza
c) quem recebe a mensagem d) quem envia a mensagem
e) o assunto da mensagem

16. A mãe de Felipe sacode-o levemente e o chama: “Felipe está na hora de acordar”. O que está
destacado é:
a) o emissor b) o código c) o canal d) a mensagem e) o referente

17. Podemos afirmar que Referente é:


a) quem recebe a mensagem
b) o assunto da mensagem
c) o que transmite a mensagem
d) quem envia a mensagem
e) o código usado para estabelecer comunicação

12-c 13b 14-b 15-a 16-d 17-b


NOME: _________________________________________ N°: ______ TURMA: _______

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

1 2

8 9

10

11

12

13

14

15

16

HORIZONTAL VERTICAL
3. Contexto relacionado a emissor e receptor. 1. Linguagem que utiliza palavras (faladas ou
4. Função que tem por objetivo prolongar o escritas) pra transmitir uma mensagem.
contato com o receptor ou iniciar uma 2. Função da linguagem que traduz a realidade
conversa, caracteriza-se pela repetição de exterior ao emissor. Ex.: os jornais sempre
termos. Ex.: "O que você acha dos políticos? - utilizam esse tipo de linguagem pois, relatam
Olha, no meu ponto de vista, sabe, eu acho fatos verdadeiros, os livros didáticos, de
que,...bem...como eu estava dizendo, os história, geografia, etc., também usam essa
políticos, sabe como é né? É isso aí". mesma linguagem.
6. Função que utiliza o código para explicar o 5. É o que recebe, decodifica a mensagem.
próprio código. Um bom exemplo dessa 7. Função que enfatiza a elaboração da
função são os dicionários da língua mensagem de modo a ressaltar o seu
portuguesa. significado. Ao utilizar essa função o autor se
8. Nível de linguagem que é empregado no preocupa com rimas e comparações bem
cotidiano. Geralmente é informal, incorpora escolhidas, dando importância fundamental à
gírias e expressões populares e não obedece maneira de estruturar a mensagem.
normalmente às regras da gramática 9. Função que tem por objetivo influir no
normativa. comportamento do receptor, por meio de um
11. Conteúdo transmitido pelo emissor. apelo ou ordem. As propagandas veiculadas
12. Conjunto de signos usado na transmissão e na televisão são um bom exemplo desse tipo
recepção da mensagem. de linguagem. Ex.: "Compre o sabão
13. Meio pelo qual circula a mensagem: TV, rádio, espumante, que borbulha melhor do que
jornal, revista, cordas vocais, ar... qualquer outro!".
14. Função da linguagem que traduz opiniões ou 10. Aquele que emite, codifica a mensagem.
emoções do emissor. Essa linguagem se
caracteriza quando alguém expressa sua
opinião sobre determinado assunto. Ex.: "Eu
acho que aquele rapaz não está passando
bem, parece que está com febre".
15. Nível de Linguagem mais formal, que segue
os princípios da gramática normativa. É
empregado na escola, no trabalho, nos jornais
e revistas.
16. Linguagem que utiliza qualquer código onde
não existem palavras; há o uso de outros
recursos para transmitir uma mensagem:
gestos, desenhos, expressões faciais, cores,
etc.
Prof. Cirenio Soares - CEM 02/Gama
1 – (ENEM – Vestibular – 2012) A linguagem
Desabafo na ponta da língua
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida tão fácil de falar
hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma e de entender.
típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da A linguagem
sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem na superfície estrelada de letras,
respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas sabe lá o que quer dizer?
para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). e vai desmatando
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de o amazonas de minha ignorância.
várias funções da linguagem, com predomínio, entretanto, de Figuras de gramática, esquipáticas,
uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
função de linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, Já esqueci a língua em que comia,
pois: em que pedia para ir lá fora,
a) O discurso do enunciador tem como foco o próprio código; em que levava e dava pontapé,
b) A atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo a língua, breve língua entrecortada
dito; do namoro com a priminha.
c) O interlocutor é o foco do enunciador na construção da O português são dois; o outro, mistério.
mensagem; Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar. Rio de
d) O referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos Janeiro: José Olympio, 1979.
demais; Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o
e) O enunciador tem como objetivo principal a manutenção da contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em
comunicação. a) situações formais e informais.
b) diferentes regiões dos pais.
2. (ENEM – Vestibular – 2011) c) escolas literárias distintas.
Pequeno concerto que virou canção d) textos técnicos e poéticos.
Não, não há por que mentir ou esconder e) diferentes épocas.
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar 1. Marque a opção correspondente.
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar 1 – Emissor
Ah, eu vou voltar pra mim 2 – Receptor
Seguir sozinho assim 3 – Mensagem
Até me consumir ou consumir toda essa dor 4 – Referente
Até sentir de novo o coração capaz de amor 5 – Canal
VANDRÉ, G. Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. 6 – Código
Acesso em: 29 jun. 2011. ( ) Veículo através do qual a mensagem chega ao seu destino.
Na canção de Geraldo Vandré, tem-se a manifestação da função ( ) Objeto da comunicação; conteúdo transmitido.
poética da linguagem, que é percebida na elaboração artística e ( ) A mensagem fala a seu respeito.
criativa da mensagem, por meio de combinações sonoras e ( ) Conjunto de signos e suas regras de combinação.
rítmicas. Pela análise do texto, entretanto, percebe-se também, a ( ) Destinatário.
presença marcante da função emotiva ou expressiva, por meio ( ) Sujeito encarregado de dar início a comunicação.
da qual o emissor:
a) imprime à canção as marcas de sua atitude pessoal, seus 2. Relacione as colunas e depois marque a alternativa
sentimentos; 1. função expressiva
b) transmite informações objetivas sobre o tema de que trata a 2. função conativa
canção; 3. função poética
c) busca persuadir o receptor da canção a adotar um 4. função referencial
certocomportamento; 5. função fática
d) procura explicar a própria linguagem que utiliza para construir 6. função metalinguística
a canção; ( ) Traduz objetivamente a realidade. Expressa apenas uma
e) objetiva verificar ou fortalecer a eficiência da mensagem informação, sem comentários nem julgamentos.
veiculada. ( ) É aquela que traduz opiniões e emoções do emissor.
( ) iniciar, prolongar ou encerrar o contato com o receptor é a
3. (ENEM – Vestibular – 2010) Predomina no texto a função sua finalidade.
da linguagem: ( ) É aquela que utiliza o código como assunto ou como
A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem explicação do próprio código.
os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ( ) Tem por objetivo influir no comportamento do receptor, por
ecossistemas, que podem ser uma tem múltiplos mecanismos meio de um apelo ou ordem.
que regulam o número de organismos dentro dele, controlando ( ) Enfatiza a elaboração da mensagem, de modo a ressaltar o
sua reprodução, crescimento e migrações. seu significado.
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das
Letras, 1995. 3. Leia os textos a seguir e identifique a função da linguagem
a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação Ossada misteriosa achada em Campos
à ecologia; a) Muitos curiosos já foram ver em Campos, a ossada da cabeça
b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de de um animal de grande porte encontrada no fundo do mar,
comunicação; perto da cidade. Ninguém conseguiu identificar a ossada,
c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de sabendo-se apenas que era de um mamífero. Só os ossos da
linguagem; cabeça pesam 50 quilos.
d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do b) ‘Quadrada’ é uma gíria! Quer dizer que você é desatualizada!
leitor; (…) Uma ‘por fora’ , sabe?
e) referencial, porque o texto trata de noções e informações c) A descoberta de uma vacina contra a hepatite do tipo B pelo
conceituais. instituto Pasteur, da França, foi anunciada ontem pelo professor
Jean Bernard.
4. (ENEM – 2006) d) Conheça Portugal viajando pela Condor.
Aula de Português Voe com quem sempre soube voar
e) Meu canto de morte e) Meu canto de morte
Guerreiro, ouvi Guerreiro, ouvi
Sou filho das selvas, Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci Nas selvas cresci
Guerreiros, descendo Guerreiros, descendo
Da tribo tupi. (…) Da tribo tupi. (…)
f) … um sujo de nuvem emporcalhou o luar em sua nascença f) … um sujo de nuvem emporcalhou o luar em sua nascença
(José C. de Carvalho) (José C. de Carvalho)

4. Leia: 4. Leia:
Café faz bem Café faz bem
“O café já foi considerado inimigo do coração, por culpa da “O café já foi considerado inimigo do coração, por culpa da
cafeína. Mas uma pesquisa do médico Darcy Roberto Lima, da cafeína. Mas uma pesquisa do médico Darcy Roberto Lima, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, vem reabilitar a fama do Universidade Federal do Rio de Janeiro, vem reabilitar a fama do
cafezinho. Por uma década, Darcy acompanhou 106.000 cafezinho. Por uma década, Darcy acompanhou 106.000
estudantes de 10 a 20 anos em seis Estados. E constatou que estudantes de 10 a 20 anos em seis Estados. E constatou que
os jovens que tomavam café todos os dias apresentavam menor os jovens que tomavam café todos os dias apresentavam menor
incidência de depressão e dependência química. (…)“ incidência de depressão e dependência química. (…)“
Maria Fernanda Vomero Maria Fernanda Vomero
A função da linguagem predominante no texto acima é: A função da linguagem predominante no texto acima é:
a) função poética a) função poética
b) função fática b) função fática
c) função apelativa c) função apelativa
d) função referencial d) função referencial
e) função metalinguística e) função metalinguística

5. Leia: 5. Leia:
Orfandade Orfandade
“Meu Deus, “Meu Deus,
me dá cinco anos. me dá cinco anos.
Me dá um pé de fedegoso com formiga preta, Me dá um pé de fedegoso com formiga preta,
me dá um Natal e sua véspera, me dá um Natal e sua véspera,
o ressonar das pessoas no quartinho. o ressonar das pessoas no quartinho.
Me dá a negrinha Fia pra eu brincar, Me dá a negrinha Fia pra eu brincar,
me dá uma noite pra eu dormir com minha mãe. me dá uma noite pra eu dormir com minha mãe.
PRADO, Adélia. Poesia reunida, São Paulo: Scipione, 2001. PRADO, Adélia. Poesia reunida, São Paulo: Scipione, 2001.
A função da linguagem predominante no texto acima é: A função da linguagem predominante no texto acima é:
a) função poética a) função poética
b) função fática b) função fática
c) função apelativa c) função apelativa
d) função referencial d) função referencial
e) função metalinguística e) função metalinguística
6. Leia o texto para as questões de 6 a 8. 6. Leia o texto para as questões de 6 a 8.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro! Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro, O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja. A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
(…) (…)
Enterro de tua última quimera. Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão — esta pantera — Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável! Foi tua companheira inseparável!

6. Este excerto de Versos íntimos, de Augusto dos Anjos, fala 6. Este excerto de Versos íntimos, de Augusto dos Anjos, fala
diretamente com um interlocutor, abordando-o com tratamento diretamente com um interlocutor, abordando-o com tratamento
em segunda pessoa, esclarecendo-lhe a natureza da Ingratidão, em segunda pessoa, esclarecendo-lhe a natureza da Ingratidão,
na primeira parte, e do beijo, na segunda. E correto dizer que na primeira parte, e do beijo, na segunda. E correto dizer que
abordagens em geral se desempenham pela: abordagens em geral se desempenham pela:
a)Fática b)Apelativa c) Poética a)Fática b)Apelativa c) Poética
d) Metalinguística e) N.D.A d) Metalinguística e) N.D.A

7.No poema, o modo como o poeta ordena ao seu interlocutor 7.No poema, o modo como o poeta ordena ao seu interlocutor
que acenda o cigarro encerra: que acenda o cigarro encerra:
a)Fática b)Apelativa c)Poética a)Fática b)Apelativa c)Poética
d)Metalingüística e)N.D.A d)Metalingüística e)N.D.A
8.Quanto aos esclarecimentos sobre a Ingratidão, sobre o beijo e 8.Quanto aos esclarecimentos sobre a Ingratidão, sobre o beijo e
sobre a mão que afaga temos: sobre a mão que afaga temos:
a)Fática b)Apelativa c)Poética a)Fática b)Apelativa c)Poética
d)Metalinguística e)N.D.A d)Metalinguística e)N.D.A
Gabarito:
1 – Alternativa B. É possível observar que a atitude do enunciador sobrepõe-se àquilo que está sendo dito, com predominância da
função emotiva da linguagem, já que a mensagem está voltada para aspectos subjetivos do enunciador.
2 – Alternativa A. A alternativa que corretamente explica a presença também marcante da função de linguagem denominada emotiva
ou expressiva é a que se refere ao tom pessoal e intimista do qual o eu-lírico faz uso ao expressar seus sentimentos e atitudes.
3 – Alternativa E. Observa-se que a mensagem do texto está centrada em seu referente e este é exterior à linguagem e ao processo
de comunicação. Ou seja, o texto trata de noções e informações conceituais. A função de linguagem que predomina nesse caso é a
referencial.
4 – Alternativa A
1
Primeiro 4
segundo 3
terceiro 5
quarto 6
quinto 2
sexto 1
01. (FEI) Assinale a alternativa em que a função apelativa da linguagem “O estoicismo fundado por Zenão de Cipre (336 – 264), teve
é a que prevalece: também Atenas como centro irradiador.
a) Trago no meu peito um sentimento de solidão sem fim... sem fim... Partiu da oposição matéria-forma feita por Aristóteles.
b) “Não discuto com o destino o que pintar eu assino.” Radicalmente materialista, interpretou a forma como matéria ativa e
c) Machado de Assis é um dos maiores escritores brasileiros. declarou o seu oposto matéria passiva. Não há entre os seres diferenças
d) Conheça você também a obra desse grande mestre. de natureza, apenas de grau. Desde a pedra até o homem, passando
e) Semântica é o estudo da significação das palavras. pelas plantas e os animais, a matéria passiva e a ativa distribuem-se em
proporção ínfima nos seres brutos. A razão é, portanto, a centelha divina
02. (PUC) Identifique a frase em que a função predominante da linguagem em nós.
é a REFERENCIAL: Desde que o universo é governado pela razão e não está
a) Dona Casemira vivia sozinha com seu cachorrinho. entregue ao acaso como pensavam os epicureus, todos os atos, até os
b)  Vem, Dudu! c)  Pobre Dona Casemira... mais insignificantes, estão rigorosamente determinados. A liberdade
d)  O que ... O que foi que você disse? e) Um cachorro falando? estóica consiste em submeter-se voluntariamente às imperativas leis que
agem no todo, já que a resistência determina a execução involuntária dos
03. (Vunesp) Capítulo LX / Manhã de 15 atos previstos pelo mesmo determinismo imanente. A ética consiste na
Quando lhe acontecia o que ficou contado, era costume de Aires leitura e na correta observação da ordem universal.
sair cedo, a espairecer. Nem sempre acertava. Desta vez foi ao passeio O estoicismo deixou marcas no direito romano. Levou os
público. Chegou às sete horas e meia, entrou, subiu ao terraço e olhou legisladores a subordinar as leis do estado às leis da natureza, melhorou
para o mar. O mar estava crespo. Aires começou a passear ao longo do a situação da mulher e dos escravos, visto que os estóicos criam na
terraço, ouvindo as ondas, e chegando-se à borda, de quando em quando, igualdade de todos os homens.” (SCHÜLER, Donald, Literatura Grega.)
para vê-las bater e recuar. Gostava delas assim; achava-lhes uma espécie 07. No texto predomina a linguagem com função:
de alma forte, que as movia para meter medo à terra. A água, enroscando- a) emotiva; b) referencial; c) fática;
se em si mesma, dava-lhe uma sensação, mais que de vida, de pessoa d) conativa; e) metalinguística.
também, a que não faltavam nervos nem músculos, nem a voz que 08. Segundo o linguista Roman Jakobson, ‘dificilmente lograríamos (...)
bradava as suas cóleras. (Assis, Machado de. Esaú e Jacó – fragmento) encontrar mensagens verbais que preenchessem uma única função... A
No primeiro parágrafo é estabelecida uma relação entre MAR e POVO que estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da função
visa a um efeito de sentido. Que recursos de linguagem constroem essa predominante’.
associação? “Meu canto de morte, Que agora anda errante
Guerreiros, ouvi: Por fado inconstante,
04. Identifique as funções de linguagem: Sou filho das selvas Guerreiro, nasci:
a) “Lambetelho frúturo orgasmaravalha-se logum Nas selvas cresci:
homenina nel paraís de felicidadania: Sou bravo, sou forte,
outras palavras.” (Caetano Veloso) Guerreiros, descendo Sou filho do Norte
b) Mico Branco Da tribo tupi. Meu canto de morte,
. A turma do Casseta & Planeta está em Vale Nevado no Chile. Da tribo pujante, Guerreiros, ouvi.”
. Grava um programa sobre as desventuras dos turistas brasileiros que (Gonçalves Dias)
saem daqui para esquiar e, sem sabê-lo, passam as férias aos
trambolhões. (O Globo) Indique a função predominante no fragmento acima transcrito, justificando
c) “Eu levo a sério, mas você disfarça; a indicação:
insiste em zero a zero e eu quero um a um...” (Djavan)
09. (UFGO)
d) “Compre Batom!”
Texto A Nem precisam ser superlativos
05. (Fuvest) Um dos traços marcantes do atual período histórico é (...) o Pausa poética Desde que não venha precedida
papel verdadeiramente despótico da informação. (...) As novas condições Sujeito sem predicados De relativos e transitivos
técnicas deveriam permitir a ampliação do conhecimento do planeta, dos Abjeto Para um encontro vocálico
objetos que o formam, das sociedades que o habitam e dos homens em Sem voz Com vistas a uma conjugação
sua realidade intrínseca. Todavia, nas condições atuais, as técnicas da Passivo mais que
informação são principalmente utilizadas por um punhado de atores em Já meio pretérito Perfeita
função de seus objetivos particulares. Essas técnicas da informação (por Vendedor de artigos indefinidos E possível caso genitivo.(Paulo
enquanto) são apropriadas por alguns Estados e por algumas empresas, Procura por subordinada César de Souza)
aprofundando assim os processos de criação de desigualdades. É desse Que possua alguns adjetivos
modo que a periferia do sistema capitalista acaba se tornando ainda mais
periférica, seja porque não dispõe totalmente dos novos meios de Texto B
produção, seja porque lhe escapa a possibilidade de controle. “Sou divorciado – 56 anos, desejo conhecer uma mulher desimpedida,
O que é transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma que viva só, que precise de alguém muito sério para juntos sermos felizes.
informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde. (Milton 800-0031 (discretamente falar c/ Astrogildo)”
Santos, Por uma outra globalização) Os textos A e B, apesar de se estruturarem sob perspectivas funcionais
No contexto em que ocorrem, estão em relação de oposição os segmentos diferentes, exploram temáticas semelhantes. Assinale a incorreta:
transcritos em: a) no texto A, o autor usa de metalinguagem para caracterizar o sujeito e
a) novas condições técnicas/ técnicas da informação. o objeto de sua procura, ao passo que no texto B, o locutor emprega uma
b) punhados de atores/ objetivos particulares. linguagem com predominância da função referencial.
c) ampliação do conhecimento/ informação manipulada. b) a expressão ‘meio pretérito’, do texto A, fica explicitada
d) apropriadas por alguns Estados/ criação de desigualdades. cronologicamente na linguagem referencial do texto B.
e) atual período histórico/ periferia do sistema capitalista. c) a expressão ‘Desde que não venha precedida de relativos e
transitivos’, no texto A, tem seu correlato em ‘mulher desimpedida que
06. (UFVI) Quando uma linguagem trata de si própria – por exemplo um vive só’, do texto B.
filme falando sobre os processos de filmagem, um poema desvendando o d) comparando os dois textos, pode-se afirmar que ambos expressam a
ato de criação poética, um romance questionando o ato de narrar – temos mesma visão idealizada e poética do amor.
a metalinguagem. e) no texto A, as palavras extraídas de seu contexto de origem (categorias
Esta forma de linguagem predomina em todos os fragmentos, exceto: gramaticais e funções sintáticas) e ajustadas a um novo contexto criam
a) “Amo-te como um bicho simplesmente uma duplicidade de sentido, produzindo efeitos, ao mesmo tempo lúdicos
de um amor sem mistério e sem virtude e poéticos.
com um desejo maciço e permanente.” (Vinicius de Morais) 10. (Mackenzie) Irmão das coisas fugidias,
b) “Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora não sinto gozo nem tormento.
obrigada a usar as palavras que vos sustentam.” (Clarice Lispector) Atravesso noites e dias
c) “Não narro mais pelo prazer de saber. Narro pelo gosto de narrar, sopro no vento. (Cecília Meireles, OBRA POÉTICA)
palavras e mais palavras, componho frases e mais frases.” (Silviano Assinale a alternativa INCORRETA sobre a estrofe anterior.
Santiago) a) Vento é um termo metafórico, sem correspondente expresso e pode ter
d) “Agarro o azul do poema pelo fio mais delgado de lã de seu discurso e várias interpretações.
vou traçando as linhas do relâmpago no vidro opaco da janela.” (Gilberto b) O verso 2 expressa uma antítese.
Mendonça Teles) c) O interlocutor tem o papel de depositário de uma confidência lírica.
e) Que é Poesia? Uma ilha cercada de palavras por todos os lados.” d) Os versos 1 e 3 confluem na rima e no significado de tudo que passa.
(Cassiano Ricardo) e) A apóstrofe expressa no verso 4 confirma o vazio emocional, já
anunciado no verso 2.
GABARITO

1. A
2. A

3. processo da personificação (dar vida a ser inanimado)

4.
a) poética
b) referencial
c) emotiva
d) conativa

5. C
6. A
7. B

8. emotiva – uso da 1ª pessoa

9. D
10. E
EXERCICIOS

Nas questões de 01 a 06, identifique as funções de linguagem que se destacam nos textos.

01. A Assembleia Legislativa de Goiás continua mantendo sigilo sobre gastos de viagens feitas pelos deputados estaduais em 2007 e 2008. O
presidente Helder Valin (PSDB) diz que os dados devem ser revelados pelo ex-presidente Jardel Sebba (PSDB), que alega não ter mais acesso às
informações. Dos 41 deputados, 17 confirmaram ao POPULAR ter feito viagens.(O Popular, 23/04/2009)

02. Li, com extrema indignação, a reportagem do POPULAR de terça feira, sobre o mapa da prostituição em Goiás. Os 582 pontos em todo Estado
são uma verdadeira declaração de miséria, levando-se em conta a baixa idade das garotas. O pior é que já banalizou-se diante dos nossos olhos,
muita gente graúda vê e nada é feito.
No âmbito federal levantamentos foram feitos pelas autoridades e o resultado também é alarmante. [...] Até quando tanta miséria e pobreza
condenarão nossas crianças e adolescentes a extremos atos de desespero e imoralidade? (O Popular, carta do leitor, 23/04/2009)

03. FAÇA COMO A MALU:

MUDE PARA O SABONETE LÍQUIDO LUX GOTAS DE BELEZA.

(Revista Quem)

04.

– Pois é! 05

– Não é?

– Então!

– É!

– Falou!

– Falou e disse!

06.

Soneto da Separação De repente da calma fez-se o vento E de sozinho o que se fez contente.
Que dos olhos desfez a última chama
De repente do riso fez-se o pranto E da paixão fez-se o pressentimento Fez-se do amigo próximo o distante
Silencioso e branco como a bruma E do momento imóvel fez-se o drama. Fez-se da vida uma aventura errante
E das bocas unidas fez-se a espuma De repente, não mais que de repente.
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante Vinicius de Moraes

Nas questões de 07 a 10, identifique as funções da literatura que se destacam nos textos.

07. As sem razões do amor (Carlos Drummond de Andrade)

Eu te amo porque te amo. feliz e forte em si mesmo.


Não precisas ser amante, Amor é dado de graça, Eu te amo porque não amo
e nem sempre sabes sê-lo. é semeado no vento, bastante ou demais a mim. Amor é primo da morte,
Eu te amo porque te amo. na cachoeira, no eclipse. Porque amor não se troca, e da morte vencedor,
Amor é estado de graça Amor foge a dicionários não se conjuga nem se ama. por mais que o matem (e matam)
e com amor não se paga. e a regulamentos vários. Porque amor é amor a nada, a cada instante de amor.

08. Não há vagas (Ferreira Gullar)

do leite Como não cabe no poema o homem sem estômago


da carne o operário a mulher de nuvens
O preço do feijão do açúcar que esmerila seu dia de aço a fruta sem preço
não cabe no poema. do pão. e carvão
O preço nas oficinas escuras O poema, senhores,
do arroz O funcionário público não fede
não cabe no poema. não cabe no poema – porque o poema, nem cheira.
Não cabem no poema o gás com seu salário de fome senhores,
a luz o telefone sua vida fechada está fechado: “não há vagas”
a sonegação em arquivos. Só cabe no poema

09. Trem de ferro (Manuel Bandeira)


Café com pão Bota fogo Passa galho Pra matá minha sede
Café com pão Na fornalha De ingazeira Ôo...
Café com pão Que eu preciso Debruçada Vou mimbora voou mimbora
Muita força Que vontade Não gosto daqui
Virgem Maria que foi isto Muita força De cantar! Nasci no sertão
maquinista? Muita força Sou de Ouricuri
Oô... Ôo...
Agora sim Oô.. Quando me prendero
Café com pão Foge, bicho No canaviá Vou depressa
Agora sim Foge, povo Cada pé de cana Vou correndo
Café com pão Passa ponte Era um oficia Vou na toda
Passa poste Ôo... Que só levo
Voa, fumaça Passa pato Menina bonita Pouca gente
Corre, cerca Passa boi Do vestido verde Pouca gente
Ai seu foguista Passa boiada Me dá tua boca Pouca gente...

10. O Bicho (Manuel Bandeira)

Vi ontem um bicho Quando achava alguma coisa, O bicho não era um cão,
Na imundície do pátio Não examinava nem cheirava: Não era um gato,
Catando comida entre os detritos. Engolia com voracidade. Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
.

11. Nesta tira, a figura do boneco de


madeira põe em evidência a

A) coesão.

B) realidade.

C) metalinguagem.

D) intertextualidade.

E) variedade linguística.

12. Na tira Ao lado, o


elemento que não está
permitindo a comunicação
é:

A) canal fechado.
B) falta de referencial.
C) ausência de emissor.
D) ausência de receptor.
E) código desconhecido.

13. A expressão da mãe de


Magali, no segundo
quadrinho da tira, se justifica
porque, para ela,
A) contos infantis são textos
literários.

B) ela está com sono e não quer


mais ler histórias.

C) é pouco comum os pais lerem


histórias infantis para os filhos.

D) o livro de receitas não é o texto


literário adequado para o momento.

E) o livro de receitas é um texto não literário, inadequado para o momento.

11. Nesta tira, a figura do boneco de


madeira põe em evidência a

A) coesão.

B) realidade.

C) metalinguagem.

D) intertextualidade.

E) variedade linguística.
12. Na tira Ao lado, o
elemento que não está
permitindo a comunicação
é:

F) canal fechado.
G) falta de referencial.
H) ausência de emissor.
I) ausência de receptor.
J) código desconhecido.

13. A expressão da mãe de


Magali, no segundo
quadrinho da tira, se justifica
porque, para ela,
A) contos infantis são textos
literários.

B) ela está com sono e não quer


mais ler histórias.

C) é pouco comum os pais lerem


histórias infantis para os filhos.

D) o livro de receitas não é o texto


literário adequado para o momento.

E) o livro de receitas é um texto não literário, inadequado para o momento.

GABARITO

01. Referencial

02. Emotiva

03. Conativa

04. Fática

05. Metalingüística

06. Poética

07. Formar a personalidade, humanizar o homem, provocar hedon.

08. Levar à reflexão, denunciar a realidade.

09. Fazer sonhar, divertir.

10. Denunciar a realidade, levar à reflexão, provocar catarse.

11. D

12. A

13. E
Conhecendo os substantivos
Entenda o que é um substantivo. Os substantivos são palavras utilizadas para dar
nome às pessoas, aos lugares e às coisas. Por exemplo, “professor” é um
substantivo, bem como “praia” e “computador”, pois servem para nomear,
respectivamente, uma profissão, uma formação geológica e uma máquina.
Veja como existem vários tipos diferentes de substantivos: “Próprio”, “Comum”,
“Coletivo”, “Abstrato” e “Composto”.
 Substantivo próprio: serve para nomear um item específico, por exemplo: Sr.
Jonas (é uma pessoa), Copacabana (é uma praia) e Positivo (é um computador). Os substantivos próprios devem
ser sempre grafados em letra maiúscula.
 Substantivo comum: é utilizado para dar nome a elementos que pertençam a uma mesma espécie ou tipo, por
exemplo: pessoa, computador, praia.
 Substantivo coletivo: nomeia uma coleção ou um grupo de elementos. Por exemplo: equipe, família e empresa.
Observe que, ao utilizar um substantivo coletivo como sujeito de uma oração, não se deve conjugar o verbo no
plural, veja: “A família ‘saiu’ de férias”. Contudo, ao se referir aos itens do grupo, o verbo é conjugado no plural:
“Os membros da família ‘saíram’ de férias”.
 Substantivo abstrato: dá nome a ideias, sentimentos, qualidades e a qualquer tipo de item não concreto. Alguns
exemplos são: honestidade, amor e tristeza. Ações também são nomeadas como abstratas, por exemplo:
leitura, escrita, natação, pintura e desenho.
 Substantivos compostos: são formados (compostos) por mais de uma palavra. Por exemplo, o substantivo
guarda-chuva é resultado da união das palavras “guarda” e “chuva”. Segundo o novo acordo ortográfico:
 Quando a primeira palavra terminar em vogal e a segunda começar com “s” ou “r”, duplica-se a
consoante e não se usa o hífen, por exemplo: antissocial, ultrassonografia, autorretrato;
 Se a primeira palavra terminar em vogal e a segunda começar em vogal, as duas se unem sem o uso do
hífen (exceto quando as vogais são iguais): autoafirmação, infraestrutura, semiaberto, micro-ondas,
anti-inflamatório;
 O hífen deve ser utilizado quando a primeira palavra terminar em “r” e a segunda começar em “r”, por
exemplo: inter-relação, hiper-realista, super-resistente;
 Os substantivos formados pelos prefixos ex, pré, pós e recém devem conter hífen: ex-namorado, pré-
natal, pós-graduação, recém-casados.
2. Você já percebeu que cada elemento à nossa volta recebe um nome?

Vamos observar os exemplos:

casa – menino – bola - árvore - gato - cão


3.

Esses elementos são chamados de substantivos, pois eles nomeiam os seres, como animais, objetos,
pessoas, lugares.

Os substantivos se classificam em: comuns, próprios, concretos, abstratos, coletivos, primitivos e


derivados.

Para facilitar o nosso entendimento, estudaremos cada um deles. Então vamos lá!
4.

5. Substantivos comuns – Indicam seres de uma mesma espécie:

Ex: livro – mesa – carro

Próprios – São aqueles que nomeiam seres de um modo particular, como nome de pessoas, ruas,
avenidas, cidades, estados, países, entre outros:

Ex: Rio de Janeiro – Pedro – Praça dos Três Poderes – Palácio das Esmeraldas

Concretos – São aqueles que possuem existência de modo independente, não necessitando de
outros para existirem:

Ex: mar – bosque – escola – pássaro

Abstratos – Dependem de outros seres para que eles existam:

Ex: amor – bondade – perdão – felicidade

Primitivos – Não derivam de nenhuma outra palavra da Língua Portuguesa:

terra – folha – ferro

Derivados – Formam-se através de palavras já existentes. Para entendermos melhor citaremos os


exemplos acima, seguidos de seus derivados:

terra - terreiro
folha - folhagem
ferro - ferradura

Coletivos – São aqueles que indicam um conjunto de elementos de uma mesma espécie.

cardume - feixe – constelação - ramalhete


Aprendendo os pronomes
Aprenda o que é um pronome. O pronome é uma palavra usada para substituir o nome. Existem muitos tipos de
pronomes, por exemplo: “Pessoal”, “Possessivo”, “Oblíquo”, “Demonstrativo”, “Indefinido”, “Reflexivo”, “Interrogativo”
e “Relativo”.
Os pronomes pessoais são utilizados praticamente em todas as frases, veja quais são eles:
Primeira pessoa do singular Eu Primeira pessoa do plural Nós

Segunda pessoa do singular Tu Segunda pessoa do plural Vós

Terceira pessoa do singular Ele Terceira pessoa do plural Eles

 Exemplos:
 Eu gosto de comer pizza;
 Nós iremos ao cinema;
 Tu estudas seis horas por dia;
 Vós já estais de saída?
 Nós fomos para Salvador nas férias;
 Ele é inteligente;
 Ela é inteligente.
 A primeira pessoa se refere a quem está falando, por exemplo: “Eu gosto de comer pizza”.
 A segunda pessoa é relativa a quem está escutando: “Tu estudas seis horas por dia”.
 A terceira pessoa é usada para falar sobre alguém (uma terceira pessoa): “Ela é inteligente”.

Conheça os pronomes possessivos. Eles têm o papel de definir ou mostrar a quem pertence algo, indicando posse.
Primeira pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas Primeira pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas

Segunda pessoa do singular Teu, tua, teus, tuas Segunda pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas

Terceira pessoa do singular Seu, sua, seus, suas Terceira pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

 Exemplos:
 Meu carro é azul;
 Esse livro é nosso;
 Tua mesa é a última da direita;
 Vosso livro é aquele.
 O pronome do caso oblíquo é um pronome pessoal utilizado como objeto – que é a pessoa (ou a coisa) que está
recebendo a ação praticada pelo sujeito da oração.
 Exemplos:
 A banda tocou uma música para mim;
 Ninguém o amou como eu o amei.
Primeira pessoa do singular Mim, me, comigo Primeira pessoa do plural Nós, nos, conosco

Segunda pessoa do singular Ti, te, contigo Segunda pessoa do plural Vós, vos, convosco

Terceira pessoa do singular Lhe, o, a Terceira pessoa do plural Lhes, os, as

Note o que é um pronome demonstrativo. Ele existe para atrair a atenção para alguém, para algo ou para um período
no tempo, por exemplo:

 Este presente é para você;
 Aqueles foram anos difíceis;
 Estes são os meus lápis e esses são os seus.
 Esses são os pronomes indicativos:
Variáveis Invariáveis

Este, esta, estes, estas Isto

Esse, essa, esses, essas Isso

Aquele, aquela, aqueles, aquelas Aquilo

 Qual é a diferença entre isto, isso e aquilo? “Isto” se refere a algo, alguém ou um momento no tempo bem
próximos. “Isso” está um pouco mais distante; e “Aquilo”, mais distante ainda.
Entenda o que é um pronome indefinido. Ele é aplicado à terceira pessoa quando ela é indeterminada ou não se possui
muita informação sobre ela. Por exemplo: “Alguém esqueceu o livro em cima da mesa”.
 Perceba que, no exemplo anterior, não se sabe quem esqueceu o livro sobre a mesa, portanto, o pronome se
refere a uma terceira pessoa indeterminada.
 Alguns exemplos de pronomes indefinidos: algum, alguém, ninguém, outro, qualquer, nenhum, tudo, nada,
cada, vários, certo, pouco, muito, tanto e quanto.
Estude os pronomes reflexivos. Eles indicam que o sujeito pratica uma ação sobre ele mesmo (a ação reflete para o
próprio praticante dela).

Primeira pessoa do singular Me Primeira pessoa do plural Nós

Segunda pessoa do singular Te Segunda pessoa do plural Vós

Terceira pessoa do singular Se, si, consigo Terceira pessoa do plural Se, si, consigo

 Note que alguns pronomes do caso oblíquo também são usados como reflexivos. Exemplos:
 Enxerguei-me no espelho;
 Ela foi muito dura consigo por não ter ido bem na prova.
 Use “mesmo”, “mesma”, “mesmos” e “mesmas” para desfazer eventuais ambiguidades:
 Elas maquiaram-se a si mesmas e foram para a festa;
 Ele tem o costume de falar consigo mesmo.
Conheça os pronomes interrogativos. Ele são utilizados para montar perguntas. São eles: quem, qual, que e quanto.
Exemplos:
 Quem disse isso?
 Qual é o computador que está com defeito?
 Que e quantos:
 O que é isso?
 Quanto custa a pamonha?
Saiba usar os pronomes relativos. Eles servem para se referir ao termo anterior da oração. Por exemplo:
 Eu conheci uma garota que roubou o meu coração;
 No exemplo anterior, o “que” se refere à “garota”.
 Os pronomes relativos são: qual, quais, que, cujo, cuja, cujos, cujas, quem, quanto, quanta, quantos, quantas e
onde.
Estudando os verbos e os adjetivos
Aprenda o que é um verbo. Seu objetivo é expressar uma ação, um estado, uma mudança de estado ou um fenômeno
natural. Por exemplo:
 Eu “acho” que “tranquei” o portão.

Siga para os advérbios. O advérbio descreve uma ação, um adjetivo ou um outro advérbio, mostrando o tempo, o modo
e a intensidade dele na oração. Exemplos:
 Tempo: “A Kelly e o Joaquim chegaram ‘agora’”;
 Modo: “A Samanta almoçou ‘rapidamente’”;
 Intensidade: “Está chovendo ‘muito’”.
 Veja o que são os adjetivos. São palavras que descrevem os substantivos. Exemplos:
 Você é uma pessoa “maravilhosa”;
 Os cachorros são “engraçados”;
 Sua mãe é muito “gentil”.
Conhecendo as preposições, as conjunções, as interjeições e os artigos
Comece pelas preposições. Elas são palavras que ligam dois termos para conferir sentido a uma oração e gerar coesão
textual.
 Exemplos:
 A;
 Com;
 Por;
 Em.
Aprenda as conjunções. Use-as para ligar duas orações ou dois termos semelhantes dentro de uma mesma oração.
 Exemplos:
 E;
 Ou;
 Mas;
 Para.
Não se esqueça de estudar as interjeições. Elas expressam um sentimento dentro de uma frase.
 Exemplos:
 Oh!
 Oba!
 Ufa!
 Ah!
Tenha claro em mente o que é um artigo. Existem dois tipos de artigos. Definidos: o, a, os, as. Indefinidos: um, uns,
uma, umas. Eles estão sempre ligados a substantivos. Por exemplo: “O navio” e “Uma planta”.

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