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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FÓRUM ESTADUAL PERMANENTE DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

ALINE A. BENTO ACERBI VALIM


CLÁUDIA RIBEIRO
DALVA MARIA DE ASSIS
DENISE BORGES DA SILVA CARDOSO
ISABEL CRISTINA DE SOUZA
LÍDIA APARECIDA PAULINO
MARCIA CLEYDE SILVA GOMES
MICHELINE GONÇALO VIANNA
ROBSON GOMES CEZARINI

PLANO DE AÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA:


DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NA UNIDADE PRISIONAL

TRÊS CORAÇÕES
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FÓRUM ESTADUAL PERMANENTE DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

PLANO DE AÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA


DESAFIOS DA EDUCAÇÃO NA UNIDADE PRISIONAL

Trabalho de Conclusão do Curso de


Formação Continuada com trabalhadores
em Educação da
Rede Estadual na EJA – CREEJA, em
formato de PLANO DE AÇÃO como
requisito PARCIAL para obtenção de
certificado de conclusão.

ESCOLA ESTADUAL HERBERT JOSÉ DE SOUZA


TRÊS CORAÇÕES
2021
1. INTRODUÇÃO

O plano de ação pedagógico é um instrumento de trabalho dinâmico cujo objetivo é


de propiciar ações que visam sanar as situações-problemas encontradas no ambiente
escolar.
A elaboração deste Plano de Ação se faz necessária também no momento de planejar
para que o coletivo escolar possa rever sua prática educativa através da antecipação da
ação para a apropriação, construção e socialização do conhecimento. Nesse sentido, o
planejamento dos objetivos, metas, ações e resultados esperados devem ser seguidos pela
equipe pedagógica.

2. APRESENTAÇÃO

A escola estadual Herbert José de Souza está inserida na Unidade Prisional de Três
Corações MG, criada no ano de 2006, através do termo de convênio celebrado entre as
secretarias de Educação de Defesa Social, partindo da necessidade de ofertar a Educação
de Jovens e Adultos aos indivíduos privados de liberdade. A modalidade EJA nessa escola
é ofertada no Ensino Fundamental, anos iniciais e finais e no Ensino Médio. As celas de
aulas se localizam dentro dos pavilhões, não apresentam estrutura física de sala de aula,
falta iluminação adequada, higiene e há excesso de ruídos externos, o que dificulta muito a
concentração dos alunos.
No prédio da escola há uma biblioteca com acervos diversos, literários e técnicos, que
atendem a todos os funcionários da Unidade prisional e da escola, principalmente aos
alunos. A escola não conta com o recebimento de livros da Secretaria de Educação ou do
setor de ressocialização, todos os exemplares são oriundos de doações e de campanhas
realizadas nos meios de comunicação virtuais pela professora de Uso da biblioteca
São seguidas regras específicas e muitas proibições desde o modo de vestir ao uso
do material pedagógico, que se restringe ao uso do livro, caderno, lápis e borracha. Não há
liberdade para o uso de outros recursos como TV, vídeo e /ou som, ou seja, procura-se fazer
o melhor com o mínimo possível. Há uma total dependência dos agentes penitenciários para
fazer a troca de horário, o que muitas vezes não acontece, e com isso, o professor precisa
sempre ter uma atividade extra, pois na sala que ele deveria ficar dois horários ele fica os
quatro, o que prejudica muito o andamento do planejamento escolar.
O público discente é diverso, composto por jovens, adultos e idosos; mulheres,
estrangeiros, população LGBTQIA, entre outros. Essa pluralidade de cultura, idades,
diferentes perspectivas de vida e vivências dos estudantes estão presentes nas relações
interpessoais dos alunos.
A EJA (Educação de Jovens e Adultos) é assegurada a todos os que não tiveram a
educação básica na idade adequada, incluindo aqueles em situação de privação de liberdade
nos estabelecimentos penais, e contempla as determinações curriculares previstas no art.
26 da lei n° 9394/96.
Tendo em vista o exposto acima, o que determina a Lei de Execução Penal, do ano
de 1984, a Secretaria de Defesa Social e a Secretaria de Estado da Educação de Minas
Gerais disponibiliza a educação cumprindo o que determina a Constituição Brasileira de 1988
no artigo 205: A educação é direito de todos e dever do Estado.
De acordo com a resolução nº 14/94 no capítulo XII que trata das Instruções e
Assistência Educacional assegura que:
Art.38. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e
a formação profissional do preso.
Art. 40. A instrução primária será obrigatoriamente ofertada a todos
os presos que não a possuam.
Art. 41. Os estabelecimentos prisionais contarão com biblioteca
organizada com livros de conteúdo informativo, educativo e recreativo,
adequados à formação cultural, profissional e espiritual do preso.
Parágrafo Único – Cursos de alfabetização serão obrigatórios para
os presos analfabetos.

A educação em Unidades prisionais tem como objetivo promover a reintegração social


e a aquisição de conhecimentos que permitam aos educandos assegurar um futuro
promissor, considerando-os como sujeitos de direitos. Ela deve atender às especificidades
das diferentes etapas e modalidades nas quais o planejamento educacional nos
estabelecimentos penais contemplarão as atividades de educação formal e não formal, no
intuito de possibilitar a reintegração social da pessoa em privação de liberdade.
O baixo nível educacional desses estudantes reduz suas expectativas de vida e sua
desmotivação na aquisição de conhecimento. A maioria da população carcerária não teve
melhores oportunidades no decorrer de sua vida, principalmente a chance de estudar e de
se sentir incluído na sociedade. Isso sugere que programas educacionais podem ser um
caminho importante para prepará-los para um retorno bem-sucedido à sociedade. Nesse
sentido, o tempo de reclusão pode e deve ser aproveitado para lhes garantir essas
oportunidades que nunca tiveram, por meio do acesso à escola. Nesse aspecto, a Lei
12.433/2011, que alterou a Lei de Execução Penal 7.210/1984, foi decisiva quando
normatizou a remição da pena por estudos, assegurando que “o condenado que cumpre a
pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do
tempo de execução da pena” (BRASIL, 2011, p. 1), sendo de primordial importância a
redução de sua privação de liberdade e o contato com o conhecimento através da escola.
Para essa demanda educacional, em que se objetiva a (re) socialização, além da
aprendizagem de conhecimentos, buscou-se embasamento teórico/filosófico em visões e
práticas pedagógicas que oportunizem a reflexão e a formação de novas atitudes e valores
frente à vida.
A proposta de nossa escola está embasada na filosofia de Dewey em relação à EJA
(Educação de Jovens e Adultos), quando nos diz que “...a fonte de maior valor na educação
de adultos é a experiência do aprendiz. Se a educação é vida, vida é educação.”
Portanto, a escolha filosófica, para essa Escola, os pressupostos teóricos - filosóficos
devem ser libertários, apesar de estarem presos! Paulo Freire nos coloca a refletir: que tipo
de educação oferecer a esses alunos: a pedagogia dos dominantes, em que a educação
existe como prática da dominação ou a pedagogia do oprimido, na qual a educação surgiria
como prática da liberdade?
Ele conclui: “O movimento para a liberdade, deve surgir a partir dos próprios
oprimidos, e a pedagogia decorrente será aquela que tem que ser forjada com ele e não para
ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade.”
Vê-se que não é suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas, que
se disponha a transformar essa realidade. Trata-se de um trabalho de conscientização e
politização.
Para atender esta proposta filosófica, faz-se necessária uma proposta pedagógica que
atenda e propicie esta reflexão x ação x reflexão constante e, promova mudanças e
transformações.
Freire chama o professor a ser “mediador na descoberta da liberdade pelos seus
estudantes e, os estudantes, por sua vez, para serem libertadores de si mesmos na
perspectiva do olhar a sociedade na qual ele é sujeito ou para que ele se torne sujeito...”
(FREIRE,1997)
3. JUSTIFICATIVA

Compreendendo a importância do desenvolvimento emocional, principalmente no


contexto escolar, por ser o espaço da sala de aula um local de interação social,
aprendizagem e aquisição de valores e normas, atuando, dessa maneira, na construção de
identidade, a sala de aula precisa ser um local acolhedor de ambiente agradável, bem
iluminado com imagens ilustrativas nas paredes dando ao local uma aconchegante recepção
a quem chega.

Na unidade escolar Herbert José de Souza do Sistema Prisional de Três Corações,


infelizmente os alunos privados de liberdade não possuem uma sala de aula. “As aulas são
ministradas em “celas” dentro do pavilhão”. São celas mal adaptadas com no máximo um
quadro de giz, a iluminação é precária e há muito barulho.

O aluno privado de liberdade tem baixa autoestima, ir para sala de aula é sair de um
mundo de horror e ficar livre de batalhas travadas na mente. Por isso, a sala de aula no
sistema prisional é de suma importância para eles. Quando se melhora o ambiente, resgata-
se o indivíduo do meio onde ele está para uma nova jornada de sonhos e experiências.

O educando precisa se sentir acolhido num ambiente saudável que o motive a


prosseguir rumo a um futuro melhor, com os recursos com os quais tem direito dentro do
sistema prisional.

Ter aula dentro de uma cela é desafiador para o aluno e para o professor. Pois todos
os dias é preciso fazer uma viagem para fora das grades, já que a cela “SALA DE AULA” por
si só, não transporta o aluno para o mundo maravilhoso da imaginação, é um exercício
mental de todos os dias para que consiga se ver como um ser humano capaz de se erguer
através da educação.

Diante o exposto, justifica-se a implementação do Plano de Ação da Orientação


Educacional, em conformidade com as diretrizes educacionais, para nortear as ações
das unidades escolares no desenvolvimento das competências e habilidades necessárias
para a formação do projeto de vida dos estudantes.

Em análise com toda a equipe de cursistas, elegeu-se como problema/situação: a


defasagem de aprendizagem, ou seja, o porquê de um grupo de alunos não consolidarem
as habilidades referentes ao desenvolvimento da aprendizagem, principalmente nos eixos
da leitura e escrita. O desenvolvimento deste plano de ação teve início a partir da
conscientização de que esse problema perpassa por todas as etapas de escolaridade com
foco nos anos finais.
Além dos fatores apontados sobre as condições inadequadas do ambiente das salas
de aula, há a compreensão do alinhamento da teoria com a prática pedagógica que tem por
finalidade construir uma sequência didática que contribua na construção do conhecimento,
através de uma aprendizagem significativa de todos os alunos.
Por essas perspectivas fundamentadas à filosofia de uma educação que considera o
aluno como sujeito de direitos, apresentamos o nosso Plano de Ação que propõe ações
concretas de melhoria e transformação da realidade, identificada durante a etapa do
diagnóstico. Este instrumento permitirá a definição dos passos a serem dados pela escola e
nossa comunidade para o alcance dos objetivos que pretendemos.

4. INTENCIONALIDADE:

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção.” (FREIRE, 1996, p.47)

A intencionalidade do ensino se inicia através do que o professor espera e de


que forma ele quer que seu aluno se desenvolva. O professor deve organizar a aula
após uma pequena conversa com os alunos de forma clara e objetiva, levando-os a
ter um interesse pelos assuntos que serão tratados.

A apresentação dos conteúdos deve ser elucidativa, levar o aluno a enxergar


que os conteúdos serão qualitativos no seu dia a dia.

O processo de ensinar vai além de passar matéria no quadro e pronto. O


objetivo principal é agir com a intenção de alcançar o que o professor espera da sua
turma. O que irá contribuir de forma essencial no processo ensino-aprendizagem,
dando ao aluno condições de resolver, solucionar problemas em seu cotidiano.

Professor, aluno e conteúdo devem sempre estar vinculados para um resultado


satisfatório a fim de que se torne eficaz a aprendizagem na vida cotidiana dos
estudantes.
5. DESENVOLVIMENTO

5.1. Sequência didática


A proposta do Plano de Ação para sanar a defasagem de aprendizagem para os
alunos da EJA será elaborada em consonância com a legislação educacional, a Base
Nacional Comum Curricular, BNCC e em parceria com a Pedagoga da Seds, o Diretor de
Ressocialização, a Direção da Unidade Prisional, Psicólogos e área de saúde buscando
no diálogo o fortalecimento da escola com os diversos setores da Penitenciária, visando
trabalhar com diversos recursos que poderão ajudar a sanar as dificuldades do aluno,
tornando as celas de aulas um espaço de aprendizagem, troca de experiências, e
perspectiva de um futuro transformador para aqueles que buscam um caminho diferente
ao retornar para o convívio em sociedade.

O Plano de Ação se dará nas seguintes etapas:

1º) Realizar diagnóstico através de diálogo e atividades escritas para identificar as


dificuldades dos alunos;

2º) Identificar os tipos de recursos pedagógicos que serão necessários para


desenvolver as atividades em cela de aula.

3º) Buscar parcerias para o desenvolvimento das ações dentro dos diversos setores
da Unidade Prisional.
4º) Após realizar o diagnóstico e identificar os tipos de recursos, a equipe tem a
possibilidade de identificar os parceiros em potencial, dentro da Unidade
Penitenciária, que poderão auxiliar a unidade escolar na promoção de proposta
interdisciplinar e integrada, cujo foco será sanar a defasagem de aprendizagem e
ainda o desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos estudantes;

5º) Retomar o diagnóstico realizado na primeira etapa e responder às seguintes


questões: De que tipo de parceria a escola precisa para resolver os problemas
identificados? Quais meio a escola utilizará para atrair as parcerias?

6º) Dentre as possíveis parcerias, sugere-se: instituições religiosas, centro de saúde,


universidades, organizações não governamentais - ONGs, Conselhos Comunitários,
EMATER e Defensoria Pública.

7º) Realizar estudos das dez competências gerais da BNCC, dando atenção para
estas competências: Conhecimento; Trabalho e Projeto de Vida; Argumentação;
Autoconhecimento e Autocuidado; Empatia e Cooperação; Responsabilidade e
Cidadania;

8º) Fomentar o protagonismo juvenil através de um cronograma de formação sobre


liderança, com ajuda dos parceiros;

9º) Implementar o Plano de Ação para sanar a defasagem de aprendizagem dos


alunos, dando ênfase aos programas e projetos importantes ao combate à evasão
escolar;
10º) Construir o cronograma de ação de acordo com a realidade da escola e o espaço
onde a mesma está inserida, respeitando as ordens oriundas da SEDS.

Plano de ação: cronograma

O Quê? Por quê? Quem? Quando? Onde? Como?


Ações Razões Responsável Procediment
o a ser
efetuado
-Apresentação -Solicitar -Diretor -Início do ano -Na -Diálogo
do Plano para a autorização da escolar letivo com escola sobre a
pedagoga da entrada de aulas importância
Unidade recursos como presenciais de se colocar
Prisional tesoura, TV, som e em prática o
recursos humanos plano de
oriundos de outros ação a ser
setores da desenvolvido
sociedade.
-Apresentação -Para os alunos da -Direção ou -Na segunda -Nas -Será
do plano de EJA especialistas semana de celas de explicado
ação aula aula ou cada detalhe
impress do plano e a
o em participação
formato os alunos.
de carta
-Reflexão e -Porque muitos -Professores -Ao longo do -Na cela -Roda de
interação alunos não veem o semestre de aula conversa ou
estudo como uma letivo de textos
oportunidade acordo com reflexivos
capaz de mudar a os temas das impressos.
sua vida e a vida do aulas.
meio em que ele
vive.
-Inclusão e -Ainda é -Professores -Maio -Na cela -Atividades
diversidade inexpressiva a Mês do de aula de cunho
participação da Trabalho e ou reflexivo que
mulher em da Mulher através mostre o
determinados de empoderame
ambientes de material nto da
trabalho mulher e que
impress contemplem
o a ética e o
respeito da
figura
feminina

-Baixa -Muitos alunos -Psicólogos -Durante o -Onde o -Roda de


autoestima ainda não se Médicos semestre diretor conversa
reconhecem como letivo de entre o
sujeitos da sua seguran palestrante,
própria história ça professores
autoriza oportunizand
r o o diálogo
espontâneo e
promover
atividades
que visem
identificar os
talentos dos
alunos
- -Reconhecer e -Técnicos da -Palestras
Aperfeiçoamen valorizar a Emater/SENAC Cursos de
to Profissional profissão que o / laticínios
aluno exercia antes Agrônomos/ culinários
de perder a Veterinários Artesanato.
liberdade
Ação/ Detalhamento da Habilidades O que os Período Responsável
Atividades competência estudantes
precisam
desenvolver
- Compreender - -Fluência da -Todos -Professor,
-Oficina de vários gêneros Conhecimento leitura e os supervisão,
leitura. textuais. -Comunicação escrita semestr direção.
-Gêneros -Localizar (ortografia). es. (toda a
textuais. informações - Desenvolver equipe
(Jornal, convite, explícitas nos o habito pela escolar)
panfletos, textos. leitura
bilhetes, etc). -Promover despertando
experiências leitores e
criativas práticas e escritores.
interativas.
-Projeto de -Auto avaliação, -Trabalho e -Aprender a -Todos -Professor,
vida -Reconhecimento projeto de vida refletir, os supervisão,
de ações que irão organizar e semestr direção (toda
contribuir para sua executar es. a equipe
vida. ações. escolar)
-Reconhecer
seus
potenciais
alcançando
seus
objetivos.

-Continuação -Conhecimento: -(EF69LP46) -A fluência na -Todo o -PEUB


da campanha entender e explicar Participar de leitura; período Professor
de arrecadação a realidade para práticas de -O hábito de letivo Supervisor
de livros; continuar compartilham ler gêneros Direção
-Incentivo à aprendendo e ento de diversos;
leitura através colaborando com a leitura/recepç -A ampliação
de pesquisa sociedade. ão de obras de seu
pelo gosto Listagem, resumo, literárias/ repertório de
literário. seleção, conexão, manifestações palavras;
-Realização atribuição de artísticas, -A
quinzenal de significado e como rodas de valorização
empréstimos organização de leitura, clubes do outro e
de livros conhecimentos de leitura, seu
Concurso adquiridos. eventos de crescimento
literário Incorporação de contação de espiritual a
estratégias para histórias, de partir da
reter leituras leitura de
conhecimentos. dramáticas, de livros que o
-Utilização do apresentações faça refletir
conhecimento para teatrais, sobre o seu
solucionar saraus, dentre comportame
problemas outros, nto social.
diversos. tecendo,
Aprendizagem ao quando
longo da vida possível,
Motivação, comentários
responsabilidade e de ordem
autonomia para estética e
aprender. afetiva e
Colaboração com a justificando
aprendizagem dos suas
demais. apreciações,
Reconhecimento escrevendo
da importância do comentários e
conhecimento para resenhas
a vida e para (literatura,
intervir na cinema, teatro,
sociedade. música),
playlists
comentadas,
dentre outras
possibilidades
de práticas de
apreciação e
de
manifestação
da cultura de
fãs.
-(EF69LP47)
Analisar, em
textos
narrativos
ficcionais, as
diferentes
formas de
composição
próprias de
cada gênero,
os recursos
coesivos que
constroem a
passagem do
tempo e
articulam suas
partes, a
escolha lexical
típica de cada
gênero para a
caracterização
dos cenários e
dos
personagens e
os efeitos de
sentido
decorrentes
dos tempos
verbais, dos
tipos de
discurso, dos
verbos de
enunciação e
das variedades
linguísticas (no
discurso
direto, se
houver)
empregados,
identificando o
enredo e o
foco narrativo
e percebendo
como se
estrutura a
narrativa nos
diferentes
gêneros e os
efeitos de
sentido
decorrentes do
foco narrativo
típico de cada
gênero, da
caracterização
dos espaços
físico e
psicológico e
dos tempos
cronológico e
psicológico,
das diferentes
vozes no texto
(do narrador,
de
personagens
em discurso
direto e
indireto), do
uso de
pontuação
expressiva,
palavras e
expressões
conotativas e
processos
figurativos e
do uso de
recursos
linguístico-
gramaticais
próprios a cada
gênero
narrativo.
(EF69LP49)
Mostrar-se
interessado e
envolvido pela
leitura de
livros de
literatura e por
outras
produções
culturais do
campo e
receptivo a
textos que
rompam com
seu universo
de
expectativas,
que
representem
um desafio em
relação às suas
possibilidades
atuais e suas
experiências
anteriores de
leitura,
apoiando-se
nas marcas
linguísticas,
em seu
conhecimento
sobre os
gêneros e a
temática e nas
orientações
dadas pelo
professor.
(BRASIL, 2018.
p. 157 – 158)
-Elaboração do -Metacognição -Analisar e -Autonomia; - -Professor
plano de curso Consciência sobre o refletir O Semestr Supervisor
dos anos de que, como e por criticamente envolviment al
escolaridade de que ensinar. seu trabalho o com o seu
acordo com a Definição de pedagógico. processo de
realidade da necessidades/meta -Utilizar novas aprendizage
turma de s e utilização de estratégias m
maneira estratégias/ferram didáticas para
coletiva e entas de atender os
gradual. aprendizagem alunos em
Cursos de adequadas. defasagem de
capacitação Avaliação do que se aprendizagem.
para a aplicação aprende.
e reflexão da
prática
pedagógica em
sala de aula.
-Projeto de -Ler e Interpretar -Comunicação -Elaborar -Todos -Professor
Leitura/ variados tipos de e Linguagem. textos orais e os -Supervisão
Gêneros textos. escritos com semestr -Direção
Textuais - Momentos de coerência. es.
(Textos Leitura -Produzir
Narrativos, compartilhada, textos
Descritivos, desenvolvendo através de
Expositivos, gosto pela leitura e imagens.
Dissertativos... ampliando o -Recontar
). vocabulário textos lidos.
progressivamente.
Artes Visuais -Análise da Arte -Identificar e -Trabalhar a -1º e 2º -Professor
-Teatro como registro apreciar Interpretaçã Semestr -Supervisão
-Dança histórico e como formas o, Reflexão e e -Direção
-Música / de produto cultural. distintas das contextualiza
diferentes -Uso dos elementos Artes Visuais. ção das letras
Regiões. da Composição das Músicas.
Visual como -
instrumento de Compreende
leitura diante das r a Intenção
manifestações da Arte
Artísticas. Visual.
-Interpretar a
comunicação
da expressão
corporal.
-Artes visuais -Leitura de -Compreender -Apostila - -1º -Professor
imagens; que a arte leitura bimestr regente de
-Linguagem do reflete a vida -Imagens- e turma e
desenho; do indivíduo, leitura, equipe
-Linguagem sua história e recorte, pedagógica.
fotográfica; experiências colagem;
-Expressão do cotidiano; -Desenhos –
artística, -Reconhecer releituras.
comunicação que a arte é
humana. acessível a
todos e está
presente no
dia a dia;
-Projeto de vida -Relações dos - -Textos -1º -Professor
ÉTICA E MORAL conflitos; Relacionament relacionados, bimestr regente de
- o interpessoal -Charge, e turma e
Autoconhecimento e social. -Quadrinhas, equipe
; -Desenho. pedagógica.
- Mediação de
conflitos;
- Solidão e
individualismo.
-O uso de -Chamar a atenção -Linguagem e -Tarefas e -Todos -Professores,
variadas dos alunos de EJA Comunicação outras os supervisores,
linguagens. com projetos de atividades semestr Pedagogos e
música, cultura e que es. equipe
literatura. complement escolar.
am a carga
horária de
estudo.
-Incorporar -Criar o tempo de -Identificar e -Temas do -Todos -Professores,
atividades Artes Literárias, apreciar as cotidiano às os supervisores,
relacionadas à que promove uma variedades da disciplinas semestr Pedagogos e
arte e à cultura. competição arte e da onde os es. equipe
saudável na escola. cultura. alunos escolar.
entendam o
assunto com
mais
facilidade.
-Utilizar -Estimular a -Linguagem e -Estimular o -Todos -Professores,
linguagens produção de textos Comunicação aluno a criar os Supervisores,
alternativas, (prosa e poesia) por poesias e semestr Pedagogos e
como a música, meio de rodas e prosas do seu es. equipe
o teatro, o saraus literários. cotidiano e escolar.
cordel facilita o também do
aprendizado de meio em que
estudantes vive.
mais velhos.
-Alguns já -Envolver o aluno -Linguagem e -Que o aluno -Todos -Professores,
possuem certa de EJA em Comunicação possa se os Supervisores,
proximidade atividades ocupar com semestr Pedagogos e
com a cultura prazerosas para atividades es. equipe
popular. que ele não venha a úteis e escolar.
faltar aula e desista prazerosas
de vez da escola. que possam
modificar
positivament
e o seu
comportame
nto diante da
sociedade.

6. AVALIAÇÃO

Orienta-se que a avaliação se ancore na perspectiva da UNESCO: “inteligência,


sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade, ser preparado,
em especial pela educação que recebe na juventude, para elaborar pensamentos
autônomos e críticos, bem como para formular seus próprios juízos de valor, de modo
que possa decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida” e esteja
alinhada com a avaliação formativa e contínua, em que a aprendizagem seja examinada
constantemente, por meio das atividades realizadas dentro e fora da sala de aula, como
auto avaliação, observação, produções, comentários, criações e trabalhos individuais e
em grupos.
Pode-se utilizar dos seguintes instrumentos: Considerar a participação do(s)
aluno(s) em todas as atividades propostas, sugerir interpretação de diversos gêneros
textuais, formular questões e conclusões; verificar o desempenho nos debates,
descobertas e também a avaliação do conteúdo nas diversas áreas.
É importante que a avaliação se dê em dimensão mais ampla, com critérios que
possibilitem o crescimento dos estudantes nos aspectos de excelência acadêmica e
formação para a vida.

7. CONCLUSÃO

Diante do exposto pelo curso CREEJA, foi possível rever alguns aspectos
importantes da educação de jovens e adultos, tais como o histórico da EJA e sua
evolução, a formação do professor e suas práticas de ensino, além de constatar que a
EJA é uma educação possível e acessível a todos, inclusive aos privados de liberdade,
que não dispõem de recursos materiais, mas sim de experiências que muitas vezes foram
frustrantes ao longo do trajeto escolar.
Ao longo dos anos, o avanço da tecnologia e da economia tem feito com que as
pessoas sintam necessidade de retornar à sala de aula para aprimorar seus
conhecimentos, reinserir-se na sociedade, conseguir um diploma, atestando uma
escolarização mais elevada e sair em busca de um emprego, um nova oportunidade. Para
que se conquiste e mantenha o aluno privado de liberdade, é preciso que a aprendizagem
aconteça de forma colaboradora e significativa; para tanto, é preciso criar mecanismos a
fim de que o aluno se torne estimulado e corresponsável pela sua aprendizagem,
buscando uma apropriação do conhecimento de forma mais profunda (menos superficial).
Dessa forma, a equipe de professores buscará maior participação e motivação dos
alunos; valorização e utilização dos saberes e das experiências que os alunos já
possuem, adquiridos fora da escola; a reflexão e o debate de opiniões sobre os temas
abordados e atividades interdisciplinares. Só assim, a Educação de Jovens e Adultos na
unidade prisional vencerá desafios e trará resultados esperados de uma educação eficaz
e qualitativa.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECK, Caio. John Dewey: teoria e prática no ensino. 2016. Andragogia Brasil.
Disponível em: https://andragogiabrasil.com.br/john-dewey/

BRASIL. Lei 12.433/2011, de 29 de junho 2011. Altera a Lei nº 7.210, de 11 de


julho de 1984 (Lei de Execução Penal), para dispor sobre a remição de parte do
tempo de execução da pena por estudo ou por trabalho. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12433.htm. Acessado
em: 15 fev. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – LDB-


Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acessado em 10 fev. 2021.

BRASIL. RESOLUÇÃO Nº 14, DE 11 DE NOVEMBRO DE 1994. Disponível em:


http://www.crpsp.org.br/interjustica/pdfs/regras-minimas-para-tratamento-dos-presos-
no-brasil.pdf. Acessado em: 15 fev. 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 13
fev. 2021.

BRASIL. Lei de Execução Penal 7.210, 11 de junho de1984. Institui a Lei de


Execução Penal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm.
Acessado em 09 fev. 2021

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 24ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1997.

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