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À PROCURA DA

MULHER BEM
RESOLVIDA

A mulher bem resolvida não


anda por aí, dando sopa. É
verdade. Porque mulher
resolvida mesmo já resolveu
tudo, inclusive com quem
compartilhar o travesseiro. É
independente, inteligente,
bem sucedida e não é
carente, já que para ser bem
resolvida tem que começar
resolvendo as coisas do
coração.

Mulheres que andam por aí,


queixinho empinado e
fazendo pose, não são bem
resolvidas. A mulher bem
resolvida não posa, ela é. Já
resolveu que pose não
adianta, que cabeça dura não
adianta e fingir que não se
emociona também não.
Também já desistiu de
debulhar lágrimas à toa, para
tentar comover. Se fizer
isso, é pessimamente
resolvida.

Houve quem achasse, na


época do feminismo - que
Deus o tenha ou que o Diabo
o carregue - que mulher bem
resolvida era aquela que se
resolvia sem homem. E,
antes delas, houve aquelas
que achavam que só se
resolveriam com homem.
Nenhuma das duas se
resolveu. Mulher (assim
como homem) precisa
experimentar uma relação
estável para se resolver,
aprender a necessidade de
trabalhar um relacionamento
todos os dias, de conquistar
o ser amado a cada segundo.
Mas não pode se render
totalmente a ele.

Acho que foi Kahlil Gibran


quem disse que uma união a
dois é como duas colunas,
que só sustentam uma
edificação porque se
mantêm, ao mesmo tempo,
juntas e separadas. A mulher
bem resolvida sabe disso
muito bem. Sabe que
combinar diferenças é bom,
lidar com antagonismos é
bom. É assim que a gente
cresce e amadurece. Por
isso, dentro de um
relacionamento, ela se
mantém íntegra, fiel a si
mesma, sem se desfigurar
para agradar o outro.

E, ao agir assim, a mulher


bem resolvida acaba
atraindo homens bem
resolvidos, capazes de amar,
se emocionar sem dar uma
de durão ou virar chato
pegajoso. Os que não são
bem resolvidos, assim você
os reconhece, vivem
oscilando de um extremo a
outro, numa dança de
bêbados. E nessa dança se
agarram a outros na mesma
situação e vão cambaleando
pela vida.

Sim, ser bem resolvida(o)


não é ficar pulando de galho
em galho para se fingir de
moderna. Quem é de todo
mundo e não é de ninguém
está longe de ser bem
resolvido. Porque para ser
bem resolvida é preciso ser
capaz de se entregar, é
preciso ter coragem de
enfrentar os desafios que
uma vida a dois impõem, de
cultivar uma planta
extremamente caprichosa
chamada intimidade.

Intimidade é um negócio
que só floresce com o
tempo, que exige zelo e
cuidado de jardineiros fiéis,
determinados, perseverantes.
Mulheres bem resolvidas – e
os homens que as amam –
sabem cultivar intimidade e
sabem que ela não brota do
acaso de uma paixão, mas
exige um solo limpo, fértil e
cultivado de um amor
construído, tijolinho por
tijolinho.

Claro que ser bem resolvida


ou bem resolvido não é uma
situação assim estável,
pronto, acabou. No fundo,
no fundo, somos todos seres
em processo, works in
progress, resolvendo-nos
passo a passo, à medida em
que descobrimos nosso
espaço no mundo e a menor
maneira de nos
posicionarmos nele. Todo
mundo cai de vez em
quando, inclusive os que
chamamos de bem
resolvidos. A diferença é
que uns ficam sentados se
descabelando à beira do
caminho quando alguma
coisa dá errado. E outros se
levantam, sacodem a poeira
e dão a volta por cima.

Você conhece alguma


mulher bem resolvida? Ah,
então me dá o telefone dela!
Não é por nada, não. Só
amizade. É que às vezes faz
uma falta enorme conversar
com gente assim!

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