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Michael Harner
Capítulo I: A descoberta do
caminho....................................
21
Capítulo II: A viagem xamânica:
introdução......................... 48
Capítulo III: Xamanismo e
estados de
consciência................. 76
Capítulo IV: Animais de
poder...........................................
..... 99
Capítulo V: A viagem de
recuperação do
poder....................117
Capítulo VI: Práticas de
poder...........................................
.....152
Capítulo VII: A extração das
energias
intrusas........................179
Posfácio........................................
...................................................2
10
Apêndice A: Tambores,
chocalhos e outros
auxiliares...........219
Apêndice B: O jogo de mãos dos
índios fhathead...................222
Notas*
Bibliografia...................................
..................................................2
30
Índice
remissivo.....................................
.........................................237
. Os números de páginas
pertencem a edição digital. A
numeração entre colchetes
inserida no
texto representa a paginação da
edição original.
*
do antropólogo australiano A. P.
Elkin (1945: 78-79)
Os Xamãs — conhecidos no
mundo "civilizado" como
"curandeiros"
ou "feiticeiros" — preservam um
notável conjunto de antigas
técnicas, que
usam para obter e manter o
bem-estar e a cura para eles
próprios e para os
membros das suas comunidades.
Esses métodos xamânicos
revelam-se de
notável semelhança em todo o
mundo, mesmo para povos cujas
culturas
são bastante diversas sob outros
aspectos, povos que estão
separados uns
dos outros por oceanos e
continentes, há dezenas de
milhares de anos.
A possibilidade de animais
aparecerem como humanos não
é
surpreendente, dada a difundida
crença de que humanos e
animais são
biologicamente aparentados (são
"parentes") e, nos tempos
antigos, podiam
conversar entre si. Na realidade
incomum, os animais continuam
podendo
manifestar-se sob formas
humanas para que os seres
humanos entrem em
EXC. Só o xamã ou a pessoa com
tendências xamânicas pode
recuperar a
possibilidade perdida de se
comunicar com os (outros)
animais. Assim,
quando um homem se torna
xamã entre as tribos do deserto
ocidental ao
Sul da Austrália, ele adquire o
poder de falar aos pássaros e a
outros
animais.60 Quando Castaneda se
põe a conversar com um coiote,
está
avançando no sentido de se
tornar um xamã.61 Entre os
Jivaro, se um
animal falar com você, isso
constituirá uma prova de que
esse animal é o
seu espírito guardião.
Vu! Urso!
Vu
Vu
Você vem
Eu digo Vu! Vu! Vu!
Jogo gordura no fogo
Eu cresço, cresço,
Eu, que tenho força em minhas
coxas.
Eu cresço, cresço,
Eu, que chicoteio as costas com
a cauda,
Quando estou com raiva.
Eu cresço, cresço,
Eu, que tenho poder em meu
ombro corcovado. [pg 104]
Eu cresço, cresço
Eu que sacudo a crina quando
estou raivoso.
Eu cresço, cresço,
Eu, que tenho cornos
pontiagudos e curvos.79
Da mesma maneira, um
dançarino Zuni, usando a
máscara de um dos
deuses kachina, está fazendo
mais do que uma representação
do kachina.
Em estado alterado de
consciência pela dança, pelo
tamborilar, pelo
chocalhar, pelo zumbido violento
dos animais rugidores, ele
"toma-se,
naquele momento, a verdadeira
encarnação do espírito que
acredita residir
na máscara".80 Tal como disse
um Salish da Costa: "Quando
danço não
represento, apenas sigo seu
poder, sigo a forma do seu
poder."81
Ao dançar seus espíritos animais
guardiães, os xamãs costumam
fazer
não só os movimentos do animal
de poder, mas também
representar os
sons. Na Sibéria, bem como
entre os aborígenes das
Américas do Norte e
do Sul, e em qualquer outro
lugar, os xamãs imitam o canto
dos pássaros, e
gritam, grunhem, repetem outros
sons de seus animais de poder,
quando
vivem suas transformações.82
Conforme diz Lame Deer a
respeito do poder
dos ursos: "Representamos os
sons dos ursos... 'Harmh,...'." 83
Da mesma
Eventualmente, Castaneda
contrasta o nagual com o "tonal",
numa
longa, e de certa forma confusa,
exposição.88 A confusão pode
ser de
alguma maneira dissipada se
entendermos que "tonal" deriva
do termo
nahuatl ou asteca, tonalli. Essa
palavra refere-se,
especialmente, à energia
vital da pessoa e ao seu signo do
nascimento, que, com
freqüência, é
representado por um animal. O
tonalli é parte de um complicado
sistema de
calendário, de certa forma
análogo ao signo da pessoa na
astrologia
ocidental. Assim, o conceito
como um todo leva consigo
implicações do
destino, da predestinação e da
sorte da pessoa desde o
nascimento até a
morte. A argumentação de
Castañeda é geralmente
compatível com essa
Na literatura antropológica do
México e da Guatemala, ás
vezes,
ocorre uma confusão entre o
animal tonal e o animal nagual.
Isso talvez se
deva tanto a uma escolaridade
errônea como à amálgama dos
dois animais
nas cosmologias de alguns
grupos aborígenes mexicanos e
guatemaltecos,
em tempos coloniais.90
Na América do Norte, os
Okanagon sulistas do Estado de
Washington
tinham opinião idêntica à dos
Jivaro. Para os Okanagon, os
espíritos
guardiães eram adquiridos
involuntariamente pelas crianças
muito
pequenas, sem irem em busca
da visão.94 As visões dos
pequeninos eram,
quase sempre, parecidas com as
observadas na busca formal da
visão feita
pelos adolescentes e pelos
jovens. "O espírito primeiro
aparecia como
94 Cline 1938:141.
humano, mas, quando ia
embora, a criança via que tipo
de animal ele era.
Isso podia acontecer sem
qualquer premeditação por parte
da criança ou
dos pais e a qualquer hora do dia
ou da noite."95 Walter Cline
relata:
Chamando os Animais
95 Ibid.
96 Ibid.: 142.
Tente agora um exercício com o
qual será possível entrar em
contato
com um ou mais dos seus
espíritos guardiães
desconhecidos do passado ou
do presente. Provavelmente,
você teve pelo menos um no
passado, ou de
outra maneira não teria
sobrevivido às doenças e aos
riscos da infância.
Mesmo que ele de há muito o
tenha abandonado, o exercício
despertará
suas lembranças ocultas sobre
esse espírito. O exercício
constitui uma
antiga técnica xamânica simples.
Um dos nomes que lhe dão é
"Chamando
os animais". Nas diferentes
culturas, há diferentes nomes
para esse
exercício. Trata-se da forma pela
qual as pessoas da comunidade,
através
da dança, evocam ou entram em
contato com seus aspectos
animais.
A Dança Inicial
5. Comece sacudindo os
chocalhos bem alto e
vagarosamente, cerca
de sessenta vezes por minuto,
movendo os pés ao mesmo
tempo. De forma
mais lenta e livre em tomo do
aposento, tente captar a
sensação de ter
algum tipo de mamífero,
pássaro, réptil, peixe ou uma
combinação desses
animais. Tendo conseguido
captar a sensação de tal animal,
concentre-se
nele e, devagar, mova seu corpo
como se fosse esse animal.
Agora você
está chegando ao EXC. Esteja
aberto para experimentar as
emoções do
animal, e não hesite para imitar
os ruídos e dar gritos próprios
dele, se
desejar. Mantendo os olhos
semicerrados, você também
poderá ver o
ambiente incomum no qual o
animal se movimenta e talvez
até ver o
próprio animal. Muitas vezes,
você pode ser e ver o animal
simultaneamente em EXC. (O
tempo para tal costuma ser de
cerca de 5
minutos.)
6. Sem parar, mude o ritmo do
chocalho para cerca de cem
vezes por
minuto. Continue tudo o mais
como no Passo 4. (O tempo para
tal é, em
média, de 4 minutos.)
7. Sem parar, aumente o ritmo
do chocalho para cerca de cento
e
oitenta vezes por minuto,
continuando a dançar como
antes, mas em
compasso ainda mais rápido. (O
tempo para tal costuma ser de
cerca de 4
minutos.)
8. Pare de dançar, e,
mentalmente, dê as boas-vindas
ao animal [pg
111] que está em seu corpo. Ao
fazer isso, sacuda rapidamente
os
chocalhos, por quatro vezes,
trazendo-os em direção do seu
peito. (Tempo
de cerca de 10 segundos.)
9. Repita o Passo 1. Isto é sinal
de que o trabalho terminou.
Para uma transição mais
poderosa em EXC quando você
fizer o
exercício acima, recomendo o
uso de um tambor além dos
chocalhos. Para
isso, será preciso uma pessoa
para atuar como assistente,
batendo o tambor
exatamente no compasso dos
chocalhos (para informação
sobre tambores,
veja Apêndice A). Seu assistente
deve ficar num dos lados do
aposento,
sem tentar participar de nenhum
outro movimento enquanto toca
o tambor.
Quando o tamborileiro se
familiariza com os passos do
exercício, você
pode considerar possível fazer a
dança do animal sem os
chocalhos, dessa
forma libertando mais sua
consciência da realidade comum.
Lembre-se: os espíritos
guardiães são sempre benéficos.
Jamais
prejudicam aquele que os possui.
E é você quem possui o espírito
guardião;
ele nunca o possui. Em outras
palavras, o animal de poder é
um espírito
puramente benéfico, por mais
feroz que possa parecer. Trata-
se de um
espírito a ser exercitado, não
exorcizado. [pg 114]
Os xamãs de há muito
perceberam que o poder do
espírito guardião ou
tutelar toma a pessoa resistente
às doenças. A razão é simples:
ele propicia
um corpo vigoroso que resiste à
intrusão de forças exteriores. Do
ponto de
vista xamânico, num corpo cheio
de poder, simplesmente não há
lugar para
a fácil entrada das energias
intrusas e prejudiciais,
conhecidas, na realidade
comum, como doenças.
No método de recuperação do
espírito guardião ensinado aqui,
a
pessoa que está no papel de
xamã traz de volta o animal de
poder e sopra-o
primeiro sobre o peito do
paciente. Com os Jivaro, aprendi
que o guardião
Eu tenho espíritos.
Espíritos eu tenho,
Eu tenho espíritos.
Espíritos eu tenho.
Espíritos eu tenho.
Eu, Eu, Eu
Meus espíritos
Eu tenho espíritos.
Espíritos eu tenho.
sobre árvores
ou na água
estou flutuando
sobre árvores
ou na água
estou flutuando
A canoa em que
estou
com um estranho
[pg 127]
De certa forma, o tambor é a
canoa, como dizem os Chukchee
da
Sibéria.114 Enquanto o
tamborileiro mantém a batida:
Ei, ei,
eiô
Ei, ei, ei,
ei
A Lontra caça
nada diretamente para mim
a Lontra está vindo
eu vou flutuar com ela [pg 135]
ei, ei
eiô
ei, ei, ei
ei
ei, ei
eiò
ei, ei, ei,
ei
A Lontra mergulha
nada abaixo de mim
ali na abertura
abaixo de tudo
ei, ei
eiô
ei, ei, ei,
ei
A Lontra está em mim
bem fundo no meu íntimo
Lontra Espírito nadando
bem abaixo de mim
ei, ei,
eiô,
ei, ei, ei,
ei 115
Viagens
visualmente feroz.
Fui para a caverna com que
estou acostumado e comecei a
recuar, recuar. Então, encontrei
esse túnel e entrei nele,
descendo
depressa. Parecia-me saber para
onde ia. Quando saí do túnel,
estava
no mesmo território que tinha
visitado antes. Vi uma águia,
mas o
pássaro fugiu. Então, lá estava
um esquilo vermelho, sentado na
árvore. Eu não tinha certeza se o
guardião seria o esquilo ou a
águia.
Esperei algum tempo e, então,
subitamente, a águia voltou e
atacou o
esquilo. De início, pensei que iria
matar o esquilo e comê-lo, mas
não
foi o que aconteceu. A águia
cessou seu ataque. Quando o
esquilo
desapareceu, ela voou de um
lado para o outro. Eu a vi de
vários
ângulos e trouxe-a de volta. [pg
139]
Conforme já mencionei, os
Conibo usam as raízes de certas
árvores
para a descida aos Mundos
Profundos. A pessoa do próximo
caso descobriu
essa técnica por si mesma.
Trata-se de um bom exemplo de
como a pessoa
acumula conhecimentos
xamânicos, mesmo no que se
refere a métodos, ao"
entrar em EXC.
No trabalho xamânico, é
importante estar alerta para a
ocorrência de
sincronicidades positivas, porque
elas são sinal de que o poder
está agindo
para produzir efeitos muito além
dos limites normais da
probabilidade. De
fato, observe-se a freqüência de
sincronicidades positivas como
uma
espécie de baliza que indica o
caminho do lar, assim como um
sinal
direcional de rádio indica que os
processos e métodos corretos
estão sendo
empregados.
Quando a "boa sorte" se mostra
surpreendentemente freqüente,
o
xamã está trabalhando de forma
correta e tirando proveito do
poder. Aqui
vão alguns casos representativos
que ilustram os tipos de
sincronicidades
positivos que ocorrem, ás vezes,
no trabalho de recuperação de
um espírito
guardião.
Cline 1938:136.
Antes de proceder a um trabalho
mais aprimorado, você deve
fazer
algumas viagens pelo Túnel para
ver seu animal guardião e
consultá-lo.
Essa viagem de consulta
costuma ser chamada de
"adivinhação" na
literatura antropológica. Uma
razão comum para consultar o
próprio animal
de poder é a de aconselhar-se
com referência a um problema
pessoal. Outro
motivo é consultar o animal de
poder em relação à causa
incomum da
doença do paciente e quanto ao
tratamento a ser feito.118 Para
fazer essa
consulta, simplesmente siga os
passos comuns que aprendeu
para
empreender a viagem sozinho.
Quando se tornar um iniciado
nisso, pode
não mais precisar do tambor
para levá-lo ao EXC. De início,
contudo,
continue a ter um companheiro
como assistente tamborileiro ou
use um
cassete com gravação do toque
xamânico de tambor, (ver
Apêndice A)
Manter o poder
Grandes Sonhos
O jogo do osso
[pg 164]
O cristal de quartzo é
considerado o mais forte objeto
de poder entre
povos que vivem tão distantes
como os Jivaro, na América do
Sul, e as
tribos australianas.130 Povos tão
distantes um do outro como os
aborígenes
da Austrália ocidental e os que
falam o yuman no sul da
Califórnia e da
Baixa Califórnia adjacente
consideram que o cristal de
quartzo é "vivo" ou
uma "pedra viva".131 O
emprego comum dos cristais de
quartzo no
xamanismo existe há milhares
de anos. Na Califórnia, por
exemplo, os
cristais de quartzo vêm sendo
encontrados em sítios
arqueológicos [pg 167]
Periodicamente, entre os
solstícios, você deve retirar o
cristal da bolsa
e "despertar" seu poder. Isso é
feito batendo de leve o seu lado
pontudo
numa pedra que se destaque em
uma nascente ou no mar.
Plantas auxiliares
Isoladamente, as plantas
auxiliares não têm, sequer
aproximadamente,
Na seguinte modalidade da
técnica de sucção, o xamã não
guarda nem
usa pedaços de plantas na boca.
Isso porque eu descobri que esse
uso
específico de objetos de poder
parece antes prejudicar do que
ajudar os
ocidentais na prática xamânica
da sucção. Por mais estranho
que possa
parecer, os ocidentais têm, ao
menos, tanta predisposição para
aceitar a
inacessibilidade do poder como
os primitivos que a eles
correspondem.
Talvez isso seja o resultado do
conhecimento que os ocidentais
têm da
invisibilidade da energia elétrica
e da radiação. Seja como for,
nesse tipo de
trabalho, o xamã parece obter o
máximo da sua eficácia usando
apenas o
aspecto EXC ou espiritual das
plantas auxiliares.
[pg 178]
Vinde, vinde,
Espíritos mágicos,
Se não vierdes,
Eu irei ao vosso encontro.
Acordai, acordai.
Espíritos mágicos,
Eu vim até vós,
Despertai desse sono.159
A Abelha Espírito
me vê
lá longe
imensas colméias
eu caminho ao redor
de imensas colméias
Minha avó
me vé
seu menino
ela me cura
ela me faz crescer
me alimenta
menino
por dentro
lá longe
imensas colméias
eu caminho ao redor
de imensas colméias 161
Se um xamã especializado na
prática de sucção encontrar as
criaturas
Dependendo da sensação de
poder que xamã esteja sentindo
e da sua
opinião sobre o que será melhor
fazer, a viagem pode ser
imediatamente
empreendida, ou adiada. O ideal
é que a viagem seja reiniciada
imediatamente, para que o
paciente possa então receber um
animal de
poder e assim ser fortalecido,
tornando-se, portanto, resistente
a quaisquer
outras energias intrusas de
poder nocivo.
Um exemplo
Conforme indiquei
anteriormente, uma pessoa só
deve empreender o
tipo de xamanismo que envolve
a sucção se estiver inteiramente
preparada.
Ainda assim, no caso que se
segue, um xamã principiante,
apenas com
ligeiro conhecimento do método
de sucção, viu-se apto a fazer o
necessário
à medida que a experiência se
desenrolava. Isso não é de
surpreender, pois,
uma vez que um discípulo hábil
aprende os princípios básicos do
poder e
da cura xamânicos, ele pode, em
geral, operar logicamente a
partir desses
princípios no sentido de resolver
problemas novos de forma
criativa. A
descrição que ele faz ilustra a
forma como um xamã pode, uma
ou outra
vez, transitar entre o ECC e o
EXC, ao realizar uma cura. O
discípulo
decidiu empreender a viagem, a
qual ele supunha ser apenas
para recuperar
sonhava.*
Armadilhas de fumo
Tomar-se o paciente
As realizações da medicina
científica e tecnológica do
Ocidente são,
sem dúvida, miraculosas, por si
mesmas. Espero, entretanto, que
o
conhecimento e os métodos
xamânicos venham a ser
respeitados pelos
ocidentais, como os xamãs
respeitam a medicina
tecnológica do Ocidente.
Com o respeito mútuo, ambas as
estratégias podem ajudar na
efetivação da
abordagem holística da cura e da
saúde que tantos povos estão
buscando.
Para fazer uso do xamanismo,
não precisamos saber, em
termos científicos,
por que ele funciona, assim
como não precisamos saber por
que a
acupuntura funciona para
tirarmos proveito dela.
Um exemplo comum da
combinação de apoio mútuo
entre o
xamanismo ê a medicina
tecnológica ocidental é o
conhecido trabalho do
dr. Carl Simonton e de Stephanie
Matthews-Simonton, referente ao
tratamento de pacientes com
câncer. [pg 205]
A semelhança com o
xamanismo, entretanto, não
cessa aí. Os
Simonton descobriram que
poderiam treinar os pacientes a
visualizar o
envio das células brancas de seu
sangue para ingerir as células
cancerosas e
expeli-las, quase da mesma
forma que o xamã procede ao
sugar e remover
do corpo do paciente as energias
intrusas de poder nocivo. Uma
das
principais diferenças está no fato
de que os pacientes dos
Simonton agem
como seus próprios curadores,
algo que é difícil mesmo para os
melhores
xamãs. Talvez, os doentes que
têm câncer pudessem ser mais
ajudados se
tivessem um xamã trabalhando
ao lado deles. Não se deve pedir
que um
paciente se tome seu próprio
xamã, assim como não se deve
pedir que ele
limite seus tratamentos técnicos
à auto-administração de
medicamentos
comprados na farmácia local. [pg
206]
boa terra.
do xamã.174
em seu sono
E, finalmente, passando
impetuosamente
a vida se move
a luz nos incita,
a todos nós
e a águia alça vôo rumo ao sol
nos suspiros do nosso acordar
[pg 211]
A
AAP
PPÊ
ÊÊN
NND
DDI
IIC
CCE
EE A
AA
T
TTAM
AMAMB
BBO
OORE
RERES, CH
S, CHS, CHO
OOCAL
CALCALH
HHO
OOS E
S ES E O
OOUT
UTUTRO
ROROS
SSAUX
AUXAUXIL
ILILIARE
IAREIARES
SS
Quando as apostas se
mostrarem suficientes, ou, mais
exatamente,
quando parecer que não haverá
nenhuma outra, os jogadores,
incluindo
todos os que tiverem apostado e
quiserem [pg 215] jogar,
apanham varetas,
qualquer pedaço de madeira de
tamanho apropriado para bater o
ritmo
B.
E o jogo continua até que um dos
lados tenha ganho as dez
varetas...
A empatia e uma espécie de
"adivinhação" fazem parte do
jogo. Por
exemplo, quando um dos lados
só tem uma vareta de resto, essa
vareta é
quase que invariavelmente
fincada diante da tábua e batida
com bastante
força no chão pelo "capitão".
Naturalmente, supõe-se que isso
torne mais
difícil para o outro lado obter as
posses. Quando um lado
adivinhou e
ganhou um par de ossos, esses
ossos são atirados
imediatamente. Muitas
vezes, o "capitão" desse lado
então os manipula, embora, é
claro, ainda
tenha de obter o outro par. [pg
221]
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